Computador silencioso: Saiba como reduzir o ruído do seu PC

A maioria dos computadores domésticos é um gerador de ruído constante, e todo usuário tende a querer saber como tornar mais silencioso o seu micro.

A situação tende a piorar em diversas circunstâncias cada vez mais comuns:

  • Você trabalha junto ao computador o dia todo
  • O PC fica ligado a noite toda fazendo downloads
  • O PC fica no quarto do usuário, ou no ambiente de lazer familiar
  • Atendendo às (corretas) recomendações usuais, o ambiente em que está o computador não tem carpê, cortinas e outros acessórios que ajudariam a absorver os ruídos
  • Há vários computadores no mesmo ambiente

Hoje é possível comprar computadores desktop projetados para reduzir ao mínimo os seus ruídos, e há todo um mercado de coolers, fontes, gabinetes e outros componentes de alta qualidade cuja principal vantagem competitiva é operar de forma mais silenciosa ou menos audível. Muitos destes componentes só podem ser encontrados no exterior (às vezes é fácil encomendá-los via eBay), e outros estão disponíveis em lojas especializadas no Brasil, especialmente as que trabalham com casemod.

Mas algumas dicas permitem reduzir o barulho do seu computador sem comprar nada, e naturalmente é melhor começar por elas. Veja abaixo as principais causas de ruídos no seu computador, e como torná-lo mais silencioso.

Como reduzir o ruído do computador

Fonte de alimentação: esta costuma ser uma das duas principais fonte de ruídos em computadores desktop. As fontes comuns incluem seu próprio cooler (ventilador, ou fan) interno, e ele gera vários tipos de ruído. O mais audível geralmente é o do funcionamento do seu próprio mecanismo, especialmente nos casos em que o cooler usa rolamentos de esferas (ball bearings). Mas o ruído do deslocamento de ar também é bastante audível, especialmente nos modelos mais econômicos, com pás de hélices mais simples, que facilitam que o ar oscile em freqüências audíveis. Dependendo de como a fonte for posicionada, entretanto, até a hélice mais bem planejada pode gerar ruído audível, se ela estiver empurrando o ar diretamente sobre outros componentes da CPU que possam vibrar.

A fonte da foto acima é uma SilentMaxx ATX de 400W, 'fanless' (sem ventilador). Ela é vendida como sendo 100% silenciosa (0 decibéis), mas nem todas as fontes 'fanless' são assim: os componentes eletrônicos de fontes e transformadores em geral produzem algum ruído, embora tenda a ser inaudível. Existem também fontes "quietas" (20db ou menos) mesmo usando ventiladores. É difícil encontrar fontes 'fanless' em lojas brasileiras, mas você pode procurar por fontes mais silenciosas (dica: se o silêncio é a sua prioridade, procure pelas que trazem 'sleeve bearing' em seu rótulo, pois elas não terão rolamentos de esferas), e tomar alguns cuidados básicos, como verificar se ela está bem fixada, em que direção está soprando o ar, e se não há obstáculos no caminho deste deslocamento, gerando ruído adicional. Se você não tiver problemas com superaquecimento, é melhor escolher uma fonte que sopre o ar para dentro do gabinete, e não para fora, pois assim o ruído terá uma camada extra de isolamento - ao mesmo tempo em que a temperatura interna do equipamento aumentará.

Cooler do processador: Junto com a fonte de alimentação, costuma ser uma das duas principais fonte de ruídos em computadores desktop. Até não muito tempo atrás, os processadores costumavam ser resfriados por um radiador de metal acompanhado por um pequeno ventilador de velocidade constante, mas hoje há grande variação, inclusive com o surgimento de acessórios que incluem botões para ligar/desligar/controlar a velocidade do cooler da CPU, do controle automatizado deste cooler pelo sistema operacional ou mesmo por aplicativos.

O superaquecimento do processador é um problema comum, entretanto, e atrapalha mesmo quando não chega a queimar o equipamento: quando todos os sistemas de segurança estão funcionando bem, o seu PC irá desligar automaticamente ao perceber que a CPU ultrapassou a temperatura limite, sem dar tempo para gravar nada, e às vezes sem nenhum aviso prévio. Por isso, quando se trata de reduzir o ruído do cooler do processador, a melhor saída pode ser substituir o cooler por um modelo que gere menos ruído, mesmo quando em funcionamento permanente. Ao contrário das fontes fanless, os coolers de CPU "quietos" são menos difíceis de encontrar em lojas brasileiras. O modelo exibido na foto é um Zalman CNPS7000 P4, com dissipador de cobre montado ao redor do ventilador suspenso, operando em modo silencioso a 20 decibéis. Visite uma loja de componentes ou de casemod, mas saiba os detalhes do seu processador e placa-mãe, para não comprar um modelo incompatível. Leve em consideração também as dimensões do cooler, pois ele pode não caber - especialmente considerando o posicionamento de outras placas ou da fonte de alimentação.

Disco rígido: o HD provavelmente é responsável por uma parcela considerável do ruído emitido pelo seu PC. Alguns são mais silenciosos do que os outros, mas em geral há várias maneiras de lidar com isto. A primeira delas (e melhor, porque pode aumentar a durabilidade e diminuir o consumo) é ativar os recursos de economia de energia na sua BIOS ou no sistema operacional, especialmente a opção que faz o HD parar de girar após X minutos de inatividade - ela faz alguma diferença no desempenho, mas reduz a quase 0 o ruído gerado pelo HD quando o computador está ligado mas não em uso. Outra que em geral faz diferença é resistir à tentação de usar menos parafusos. Prenda seu HD ao gabinete usando 4 ou mais parafusos, bem apertados, e reduza assim o ruído gerado diretamente pela vibração da unidade em contato com seu suporte.

Outra alternativa é procurar em lojas especializadas por uma gaveta ('case' ou 'enclosure') interna silenciadora de HD, como a da foto. Ela ocupa uma das baias de 5 1/4 do seu gabinete, e tem isolamento acústico para amortecer o ruído gerado pelo seu disco rígido barulhento quando estiver em uso. Mas preste atenção no superaquecimento, especialmente em drives de maior velocidade de rotação!

Ventiladores do gabinete: É cada vez mais comum os gabinetes trazerem espaço para instalação de ventiladores (fans, coolers) adicionais: frontal, lateral, superior, posterior, etc. Às vezes é mesmo necessário, especialmente em climas quentes ou quando se usa componentes de alto desempenho: processadores e memórias mais rápidos, discos rígidos de alta rotação e placas de vídeo avançadas dissipam cada vez mais calor.

Se o seu gabinete tem ventilação extra, considere o seguinte: ventiladores maiores deslocam mais ar, girando a velocidades menores, com menos ruído. Por isso, um ventilador de 120mm em geral é preferível a um de 92mm ou 80mm. É fácil encontrar ventiladores maiores e mais silenciosos em lojas de componentes. Dê preferência aos que tenham a expressão 'sleeve bearing', e não 'ball bearing' (rolamento de esfera) na embalagem. Ao fixar o ventilador no gabinete, aperte bem os parafusos, e se possível use uma arruela de borracha ou outra forma de amortecer e absorver as vibrações. Outra opção, para quem gosta de casemod, é usar um controle de ventilação, como o da foto acima - o Fan Control Akasa 5¼" All-In-One com LCD, à venda no Brasil via LinuxMall. Com ele, é possível reduzir ou mesmo desligar os coolers quando eles não estiverem sendo necessários.

Organização do gabinete: gabinetes compactos geram mais necessidade de arrefecimento, e portanto mais ruído. O ideal é ter espaço livre no interior do equipamento, e entra os componentes. Se puder, deixe um slot livre entre cada placa, e divida igualmente os HDs entre as baias disponíveis. Fixe os cabos, e não os coloque imediatamente no fluxo de ar dos coolers.

Um gabinete de metal mais "pesado", como costumam ser os dos servidores "de griffe", costuma ter mais isolamento térmico e acústico. Gabinetes leves de alumínio dissipam melhor o calor, mas também ressoam mais e transmitem mais vibrações para o ambiente. Não cometa o erro comum de deixar seu gabinete aberto para ter mais ventilação, a não ser que você tenha de fato um ventilador apontado para ele: o fluxo de ar interno do seu gabinete é planejado para operação fechada, e se você abrir a tampa, o ar simplesmente não circulará. Aperte bem todos os parafusos, e coloque amortecedores nos pontos em que há contato direto de metal com metal. Eu costumo usar "espuma de polietileno para vedação" - uma fita adesiva barata para vedar janelas e portas, à venda em qualquer loja de materiais de construção - ao longo da superfície de contato do gabinete com a tampa, para reduzir o ruído causado pela vibração do conjunto. Produtos como a manta de espuma Paxmate podem absorver algumas vibrações, mas tendem a não ser uma solução completa: é melhor reduzir o ruído do que tentar absorvê-lo.

Não esqueça do óbvio: Se todos os parafusos estiverem bem apertados e todos os contatos entre peças estiverem amortecidos, ainda assim o gabinete como um todo vai vibrar, e transmitir vibração por contato para todas as superfícies em que estiver apoiado ou encostado. Faça com que ele não esteja encostado em nada exceto a sua base, e coloque alguma cobertura flexível (por exemplo, um mousepad velho) sob os seus apoios, para absorver uma parte desta vibração.

Provavelmente algum dos ventiladores internos do seu gabinete estará soprando para fora. Não deixe a saída deste ar ser obstruída, não a aproxime demais da parede ou do fundo do seu móvel, e não coloque cabos no seu caminho: além de gerar mais ruído, estes obstáculos reduzem a eficiência térmica do conjunto.

Dê atenção também à questão dos ruídos dos periféricos: caixas de som comuns costumam produzir ruído constante quando ligadas e sem uso - você já deve ter notado o fim deste ruído quando as desliga. Monitores CRT em funcionamento também causam ruído audível. Seu no-break também pode fazer ruído, assim como os HDs externos e vários outros componentes. Aplique uma boa dose de bom senso a todos eles, e reduza ao mesmo tempo o consumo e o ruído ;-)

Entrevista conta os bastidores do Efetividade.net

O Rodrigo Stulzer, amigo de longa data e por muito tempo companheiro próximo na luta pelo avanço do código aberto no Brasil, publicou em seu blog Empirical Empire uma entrevista comigo, contando os bastidores do Efetividade.net. Obrigado, Rodrigo!

O bate-papo ocorreu por uma série de e-mails ao longo do final de semana, e está publicado na íntegra. Se você tem interesse em saber o que está por trás do Efetividade, e do BR-Linux, olha lá!

Aproveitando: nos próximos dias o Efetividade deve passar por mudanças na infra-estrutura. Não se assuste se acessar e estiver tudo meio estranho, estamos em obras para melhor servi-lo ;-)

Atualização: Wikipedia está ganhando do Wordpress na promoção do BR-Linux, e já ultrapassamos os 200 blogs participantes

O número de blogs e sites participando da minha promoção no BR-Linux para divulgar a lista de compatibilidade Linux já ultrapassou o limite de 200 (na verdade, está batendo nos 250), o que automaticamente eleva a US$ 270 a doação que o BR-Linux fará à Wikipedia e ao Wordpress. Qual dos 2 projetos receberá a maior parcela é o tema de uma votação aberta entre os participantes; no final de semana, fiz uma contagem rápida dos votos e verifiquei que a Wikipedia naquele momento contava com 54% do total. A promoção vai até as 23h59min de 12 de outubro de 2007, então ainda dá tempo de este placar se alterar bastante!

Agradeço a todos os blogs que estão ajudando a divulgar!

Ajude a divulgar a lista brasileira de equipamentos e serviços compatíveis com Linux, e concorra a MP4 e MP3 players, mochilas Targus, períodos de VoIP grátis e até a ventiladores USB - além de contribuir automaticamente para doações para a Wikipedia e o Wordpress! O BR-Linux coletou mais de 12.000 registros de compatibilidade de equipamentos e serviços (webcams, scanners, notebooks, ...) na sua Pesquisa Nacional de Compatibilidade 2007, e agora convida a comunidade a ajudar a divulgar o resultado. Veja as regras da promoção no BR-Linux e ajude a divulgar - quanto mais divulgação, maior será a doação do BR-Linux à Wikipedia e ao Wordpress.

Como receber críticas de forma positiva e elegante

Receber críticas faz parte da vida, e quem trabalha em equipe ou realiza alguma atividade para o público acaba sempre recebendo sua parcela delas, justas ou não.

Mas lidar com críticas é muitas vezes um desafio. Pela observação do mundo ao meu redor, acredito hoje que muitas pessoas acreditam que devem reagir vigorosamente a todas as críticas, e discutir até provar que a pessoa que criticou é que estava errada. E às vezes elas precisam mesmo, mas é necessário saber lidar com as demais críticas de forma positiva.

Por manter uma série de projetos abertos ao público em geral e com razoável grau de visibilidade (o BR-Linux, por exemplo, recebe bem mais de 1 milhão de visitas todos os meses), recebo um fluxo constante de feedback dos usuários, incluindo as críticas, afinal a presença delas é uma lei quase invariável da natureza.

Muitas vezes as críticas trazem em si oportunidades valiosas de aprendizado, e em outras elas são um genuíno meio de identificar e corrigir desconformidades no serviço prestado. Há também as críticas que nada acrescentam, ou que são dirigidas à pessoa errada, e é necessário lidar com estas também.

E é neste sentido que achei muito interessante o artigo "How to Accept Criticism with Grace and Appreciation", publicado pelo Zen Habits. Ele dá várias dicas sobre como lidar com as críticas recebidas, de uma forma positiva e elegante. Separei algumas delas e acrescentei meus próprios comentários, leia a seguir.

Como reagir a críticas de maneira construtiva

É claro que há situações em que o que você precisa fazer é realmente refutar e discutir as críticas recebidas. Mas as dicas abaixo são para os demais momentos, aqueles em que você pode e deve reagir com tolerante elegância, aceitando de forma positiva a crítica feita sem intenção de ofender.

  • Segure a sua primeira reação: conte até dez, deixe passar 2h, aguarde para responder só amanhã... Sua primeira reação pode tender a ser muito mais emocional do que racional, e reduzir a chance de resolver algum eventual problema real, ou de ter algum aprendizado com a experiência. Às vezes é necessário morder a isca e entrar em um bate-boca, mas se você entrar em todos eles, pode até "ganhá-los" várias vezes, mas progredirá menos. Reagir a provocações pode ser importante, mas não é boa estratégia - quem sempre reage pode ser facilmente manipulado e conduzido.
  • Não desperdice o feedback: por mais mal-educada e inapropriada que a crítica seja, ela traz em si algum feedback - sobre o seu serviço, sobre você mesmo ou até sobre a pessoa que está criticando. Identifique-o, e atue sobre ele, mesmo que você não vá responder ao autor.
  • Agradeça, mesmo que sob o ponto de vista de quem fez a crítica, o ato em si seja um desperdício. A crítica é um feedback importante, e pode contribuir para a melhoria do seu desempenho, mesmo que a intenção dela seja ofender e magoar. Agradecer, e de fato levar em conta a informação recebida, pode ser uma boa resposta inicial, principalmente quando você tem certeza de que, a longo prazo, você será cada vez mais bem-sucedido na iniciativa que está sendo criticada.
  • Identifique o núcleo da questão. Muitas vezes, uma crítica válida vem embalada em uma série de camadas de ofensas. Identificar e responder somente à crítica que é o centro da questão é uma forma energeticamente econômica de passar a mensagem de que o reclamante não está à altura de ofendê-lo, e de que manifestações futuras podem se concentrar no aspecto crítico da questão, dispensando as tentativas de ofender, porque elas não colam mesmo.

Na maioria das vezes, as críticas viciosas são reflexos de problemas de quem está criticando, e não de algo que a pessoa que está sendo criticada fez, ou deixou de fazer. Mas só podemos controlar a nós mesmos, e não aos outros, portanto cabe a cada um de nós saber como prefere lidar com a situação.

Qual a sua técnica?

Motivação: O desafio de liderar equipes com pessoas desinteressadas

O integrante desinteressado ou permanentemente desmotivado é um desafio comum nas organizações voluntárias e sem fins lucrativos, mas também está presente nas empresas, na sala de aula e até no seu grupo de estudos. Como lidar com ele sem removê-lo da equação?

Seria tudo mais fácil se você pudesse clicar com o botão direito na sua equipe, selecionar a opção "Incrementar motivação", e pronto. Mas a motivação é um processo, não um evento isolado. É conseqüência, e não causa. A sua ausência pode vir de problemas conjunturais, estruturais, de infra-estrutura, de processos, e até mesmo de liderança em si.

Algumas razões comuns para a perda da motivação do membro da equipe são a falta de reconhecimento, de conhecimento dos objetivos da atividade que realiza, de uma perspectiva de progressão no futuro, os processos mal estruturados, a inadequação das métricas às características da equipe, e a inépcia dos superiores hierárquicos.

E foi na prevenção deste último fator - nos casos em que o superior hierárquico reune o interesse e as condições - que o leitor Felipe Suzin se concentrou ao elaborar seu breve artigo, que publico abaixo. Obrigado, Felipe!

O desafio de liderar equipes com pessoas desinteressadas

por Felipe Suzin

"Li em um comentário de artigo anterior a solicitação de um leitor que queria um texto sobre a questão da liderança quando há pessoas desinteressadas na equipe. Como é área do meu interesse e uma das minhas principais atribuições profissionais, escrevi um pequeno artigo a respeito.

Desinteressados, mais do que simplesmente estorvos funcionais, são muitas vezes uma criação da própria organização, por intermédio de políticas equivocadas de gestão de pessoas, pressão por metas elevadas sem o correspondente incentivo, ausência de planos de carreira, etc. Estes fatores ajudam a criar um verdadeiro batalhão de problemas que um pouco de planejamento poderia evitar.

Como a maior parte destes problemas pertencem à esfera estratégica da empresa, foquei no trato direto com a equipe, que está mais ao alcance do gestor de nível médio da organização. Mas não esqueça: na próxima reunião com a diretoria, puxe os temas acima citados para a mesa de discussões.

Liderando a equipe: Para liderar com efetividade uma equipe assim, a ferramenta mais útil é o diálogo. Esta é uma ferramenta tão poderosa, que pode promover verdadeiros milagres comportamentais no seu negócio. Mais eficiente que punições, demissões, e o envolvimento emocional das “chamada aos brios”.

  • A raiz do problema. Procure descobrir junto do funcionário qual a sua motivação para o desinteresse. Sim, até para não fazer nada devemos estar motivados de alguma maneira. As causas podem ser as mais diversas, mas ouvi-las e compreendê-las é um passo enorme na resolução do problema. O truque aqui é saber realmente ouvir e refletir, e não se limitar a escutar e depois fazer um discurso motivacional.
  • Agir sobre as causas. Uma vez descobertas as causas, procure saná-las. Lembra das qualidades do líder? Uma delas é remover obstáculos para a equipe. Existem desde a teoria das necessidades de Maslow até a de Extratos de Elliott Jacques para explicar a motivação das pessoas, mas o básico pode ser saber que a forma mais fácil de diagnosticar é observando com atenção e dialogando francamente.
  • Diga a verdade. Não adianta dourar a pílula se o desinteresse do seu subordinado esta atrapalhando o desempenho da equipe ou até mesmo o andamento do trabalho. Diga isto a ele com todas as letras, mas em uma conversa reservada. Nem sempre ele reagirá de forma negativa, desde que você o faça com respeito à sensibilidade de cada um. Você aumenta a chance de não ter problemas com isto se seguiu corretamente o primeiro passo.
  • Comunique bem os objetivos. Reveja a comunicação de seus objetivos. Muitas vezes o desinteresse é resultado direto da falta de comunicação clara dos objetivos da empresa ou da equipe. Em muitos casos, além dos objetivos não estarem claros, os incentivos também não estão, ou seja, os desinteressados não fazem além do mínimo necessário porque não percebem a razão de fazer mais, e nem o incentivo para que o façam, as duas chaves para o interesse.
  • Inspire a equipe. Ouça a si mesmo. Perceba o que faz com que você esteja interessado. Falar com as pessoas armado de um interesse sincero muitas vezes faz com que elas partilhem da sua motivação. Um líder muitas vezes tem um pouco desta característica inspiradora que genuinamente move os outros a segui-lo, principalmente quando eles percebem que dividindo o sacrifício com você, também partilharão da vitória no final.

Dirigentes preocupados exclusivamente com o curto prazo recorrem a instrumentos adicionais, como oferecer premiações fantásticas, estimular a competição dentro da equipe, ou simplesmente ameaçar com demissões ou perda de benefícios. Nada garante que estas soluções comuns e imediatas não sejam mais eficientes em sua organização a curto prazo, mas elas não motivam de verdade, apenas empurram o problema para a frente."

As vantagens de usar um caderno para registrar suas anotações

O site do D*I*Y Planner publicou um interessante artigo, de autoria de Dave Terry, explicando o seu sistema pessoal de tomar notas usando um caderno comum. Dave passou por diversas tentativas mais tecnológicas antes de se fixar no papel, e está mais do que convencido de ter feito uma boa escolha.

Eu acredito que não existe um sistema de anotações que seja perfeito para toda a população do planeta, e estou freqüentemente mudando meus próprios métodos. Hoje carrego basicamente um Moleskine Reporter e um Treo, e anoto tudo em um dos dois, sem adotar um formato fixo.

Mas formatos fixos podem ajudar a tornar mais úteis as suas anotações, como já vimos no artigo anterior "Transformando um caderno comum em uma agenda de compromissos personalizada". E é um formato fixo a grande estrela do artigo de Dave Terry, intitulado "The Advantages of Keeping an Analog Work Journal", como veremos a seguir.

Por que voltar ao papel?

No meu trabalho, é freqüente eu ouvir comentários sobre eu, que me dou tão bem com formatos digitais, andar para cima e para baixo com um "bloquinho de notas" e duas canetas coloridas. Não tenho o menor problema com anotações em formato digital (quando preciso, sou o primeiro a tirar o laptop da pasta duramte a reunião), mas gosto de tirar vantagem da portabilidade e autonomia do meu surrado Moleskine, ou de qualquer outro bloco de notas que esteja à mão.

Não sei se concordo com todos os motivos pelos quais o Dave Terry prefere usar anotações em papel, mas no mínimo são argumentos válidos para uma discussão. Ele aponta:

  • tem acesso mais imediato às suas anotações em reuniões ou durante um telefonema
  • pode desenhar livremente, fazer diagramas, etc. nas mesmas páginas em que coloca os demais textos
  • pode escrever e desenhar em qualquer direção e posição na página
  • é mais fácil compartilhar seus diagramas na equipe, na hora em que são feitos (depois ele os refaz no computador, quando precisa)
  • nunca precisa recarregar
  • é fácil de folhear

Como Dave Terry anota em seu caderno

A receita que ele adota, e que você pode tentar adaptar, começa por numerar todas as páginas dos cadernos que usa para suas anotações. Um carimbo numerador custa cerca de R$ 15 (ou até menos), e um numerador automático é bem mais caro que isso, mas você pode até mesmo numerar manualmente - 80 folhas não vão ocupar tanto tempo assim. Após numerar, ele pode passar a manter, no final do caderno, um índice dos principais assuntos registrados e que ele possa querer consultar. Ele indexa imediatamente, quando sabe que um assunto merece, ou deixa para rever suas anotações periodicamente, indexando as que achar necessário. Numerar as páginas também facilita a criação de referências cruzadas entre as páginas, como você faria em um arquivo de hipertexto ou em um texto indexado no computador.

Cada página do caderno inicia com uma data (ele usa um carimbo datador, que você encontra por menos de R$ 20, auto entintado, na papelaria da esquina). As pendências identificadas naquele dia são registradas com um quadrinho ao lado para poder marcar quando for completada (fãs do GTD vão preferir ter uma seção separada para as pendências, sem associá-las a datas). Registros de reuniões iniciam com o horário, assunto e pessoas presentes (às vezes desenhadas ao redor de um diagrama da mesa), e o resto da página é preenchido com anotações, diagramas e desenhos. Ele tem o hábito de marcar o horário de início e final de suas atividades diárias também.

Ao final do caderno, além do índice, Dave Terry aloca também algumas páginas para listas que são relevantes para ele, como controle do uso dos dias de folga pendentes do seu trabalho, ou contatos profissionais.

Além do caderno em si, ele usa um datador auto-entintado (já mencionado), uma boa caneta, e canetas marca-texto de várias cores, que ele associa a determinados significados: verde para datas e reuniões, roxo para idéias importantes, amarelo para conceitos-chave, laranja para o que não pode ser esquecido, azul para pendências, etc. Ele usa um caderno de arte, com folhas que não deixam a tinta "vazar" para o outro lado, e abrem 180 graus sem forçar.

Concluindo

Dave Terry usa seus cadernos no contexto do trabalho, e nunca anota nada neles que não possa ser lido por qualquer colega.

Ele já tem arquivados os cadernos referentes a 8 anos de trabalho, e notou que raramente faz uso de algum com mais de 2 anos de idade. Mesmo assim, ao folhear os antigos, percebe que os seus diagramas de anos atrás trazem rapidamente à lembrança as circunstâncias em que foram feitos - algo que qualquer conhecedor dos mecanismos da memória pode confirmar, e que nem sempre ocorre com diagramas registrados em forma digital, muito mais lapidados e limpos, mas isentos dos detalhes imperfeitos que ajudam a ativar a memória.

Leia também: Simples e efetivo - Conheça o gerenciador de tarefas e pendências criado por Gina Trapani, do Lifehacker.

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