ZTD: Produtividade Zen

ZTD, ou Zen to Done, é um método alternativo ao popular GTD que busca deslocar o foco completamente ao aqui e agora, à tarefa em execução, e não tão atento ao planejamento ou a um sistema.

Não é propriamente um concorrente do GTD - como alternativa, o ZTD dá atenção às mesmas mudanças de hábitos básicas que são essenciais ao sucesso no GTD, mas busca uma forma mais prática de operá-los, com foco na execução, na simplificação, e em minimizar a estrutura necessária.

Pessoalmente eu alterno entre períodos curtos de GTD (especialmente quando estou com excesso de projetos ou passando por uma fase de tarefas complexas) e longos intervalos de ZTD (quando está tudo operando ordinariamente e o overhead do GTD pode ser dispensado).

Minha experiência com metodologias de produtividade pessoal me apresentou ao GTD anos antes da disponibilidade do ZTD, razão pela qual não pude tirar proveito de uma de suas principais vantagens: a implementação progressiva, desenvolvendo um novo hábito de cada vez, ao contrário da "maneira GTD" que migra para um novo método e vários novos hábitos de uma vez só.

Foco no que importa

Mas a diferença essencial que eu percebo entre os 2 métodos é que o GTD é evidentemente direcionado a ser uma metodologia para nos transformar em verdadeiras máquinas de produzir, um triturador de pendências especializado em priorizar e realizar toda tarefa que aparece no nosso caminho.

Já o ZTD inclui uma visão estratégica que dá atenção à questão de perceber aquilo que é menos importante e nem deveria permanecer na nossa lista de pendências, para sobrar tempo e recursos para o que realmente importa.

Entre os 10 hábitos que o ZTD reforça, me agradam especialmente as revisões feitas no início de cada período (dia e semana), que têm por objetivo encontrar as tarefas mais importantes (de uma até no máximo 3) daquele período, cujo completamento indicará o sucesso do dia, ainda que sobrem itens menores na lista.

Outro aspecto interessante é o foco na execução atenta, que pode facilmente ser combinado a ferramentas como a técnica Pomodoro: o ZTD incentiva a concentração total na tarefa escolhida para ser executada, removendo distrações, interrupções e qualquer incentivo a multitarefas durante a execução.

Como em qualquer escala na busca do Zen, ao seguir a lista progressiva de 10 hábitos estaremos avançando também na escala da iluminação - neste caso, a iluminação de nossas atividades. Assim, chegar ao décimo degrau - que é o que se dedica a um critério de escolha genuína daquilo que realmente queremos fazer em nossas vidas - significa atingir algo que os mestres da produtividade sabem muito bem: que quem trabalha fazendo uma atividade pela qual tem paixão não se cansa, e nem precisa ser conduzido na execução.

O e-book ZTD - em português!

A "pátria" do ZTD é o blog Zen Habits, cujo autor disponibiliza um e-book descrevendo detalhadamente o método (em inglês), incluindo como implementar os 10 hábitos, como organizá-los em um sistema simples, e como simplificar o que você precisa fazer.

O e-book do ZTD custa US$ 9,50 e eu recomendo muito a leitura!

Mas além de ser comercializado pelo autor Leo Babauta, o e-book do ZTD também foi disponibilizado por ele sob uma licença livre, o que permite sua cópia e tradução por iniciativa da própria comunidade de leitores.

Uma das versões para o nosso idioma disponíveis gratuitamente (e legalmente!) é a tradução feita pelo Lucas Teixeira, que pode ser lida pela web.

Portanto, se você está pensando em uma maneira alternativa de se aproximar do ideal da produtividade pessoal, recomendo comprar o e-book do Zen Habits e ler também a versão traduzida pelo Lucas.

E depois comente conosco sobre o que achou desse outro jeito de pensar em produtividade!

GTD: fazendo acontecer

GTD é um método eficaz de organização e produtividade pessoal que promete uma fórmula anti-stress para estabelecer prioridades e entregar soluções no prazo, atuando simultaneamente na questão da motivação para manter o sistema operando e na produção dos resultados corretos.

E o cumprimento dessa promessa para tantas pessoas que adotaram o método pode ser aferido pela contínua exposição e destaque que o método GTD vêm recebendo desde 2001, ano da publicação original do livro que descreve o método, cujo funcionamento básico o autor David Allen resume assim:

“É uma combinação das melhores práticas. Tire tudo de sua cabeça. Tome decisões sobre cada coisa no momento em que toma conhecimento dela, sem esperar elas explodirem. Organize lembretes de seus projetos e das próximas ações em cada um deles em categorias apropriadas. Mantenha seu sistema atualizado, completo e analisado com uma freqüência suficiente para ter confiança em suas escolhas intuitivas sobre o que você está fazendo (ou deixando de fazer) a cada momento.”

Claro que o livro do GTD (cuja versão traduzida está disponível sob o título "A arte de fazer acontecer") apresenta o método com detalhamento bem profundo, apresentando e explicando como funcionam os processos de coleta, revisão, execução, além de conceitos como referências, tarefas, compromissos e os modelos de tomadas de decisão que conduzem a alternativas bem definidas como agir, arquivar, delegar ou descartar. É uma leitura agradável, recomendo com ênfase!

Na minha opinião, o conceito central do método GTD de produtividade pessoal é tirar da sua cabeça a necessidade de lembrar e priorizar todas as suas tarefas, obrigações, projetos, referências e contextos, substituindo essa necessidade constante de lembrar e priorizar por uma base de armazenamento mais confiável (pastas, envelopes, listas ou um software) e por um processo que garanta a atualização e a consulta a essa base sempre que chega a hora de escolher as próximas tarefas, garantindo também que os prazos sejam atendidos.

Ou, nas palavras do autor David Allen, a chave do GTD é conseguir garantir que você “mantenha o foco nos resultados positivos e continuamente execute a próxima ação na atividade mais importante.”

Para isso, a base do método é composta por ideias simples e fáceis de colocar em prática, inclusive por não dependerem de nenhum suporte tecnológico específico - é perfeitamente possível adotar o GTD com base em papel, caneta e algumas pastas ou envelopes, por exemplo, embora existam inúmeros sites e softwares de apoio a este processo.

Colocando em prática

O Efetividade tem grande variedade de artigos sobre o método na categoria "GTD" de posts, e recomendo que você coloque a leitura de alguns deles na sua lista de pendências ;-)

Implementar o GTD na sua vida pode ser visto como um ato de fé, ou uma conversão: o retorno só é maximizado se você adotar tão completamente quanto estiver ao seu alcance, e de uma vez só, para as diversas áreas da sua vida em que a produtividade importante: trabalho, faculdade, organização doméstica, etc. Implantações parciais aumentam o risco de insucesso por exigir esforço adicional para equilibrar contextos, mas é possível adotar algumas técnicas para facilitar esta transição.

Assim, se você já leu o livro ou se já tem uma ideia geral sobre o funcionamento do GTD e está pensando em experimentar aplicá-lo à sua produtividade pessoal, seguem 4 dicas que podem ajudá-lo a começar, baseadas nas recomendações de Kelly Forrester, que trabalha com David Allen, autor do método - o que certamente a qualifica para sugerir procedimentos ;-)

Comece com ferramentas conhecidas

Não torne tudo mais difícil ao se obrigar a se adaptar a ferramentas pouco familiares.

Se você se dá bem com listas em papel, comece com listas em papel. Se já está bem adaptado a um site ou a um programa, use-o. Se anda com um notebook ou smartphone em todo lugar, pode experimentar também.

Mas não espalhe as informações em múltiplas ferramentas – o método GTD tem como um de seus fundamentos a unificação das caixas de entradas e listas de pendências.

Preencha seu sistema da forma mais completa possível

...e revise regularmente: A idéia é que você possa se acostumar com a sensação de que não precisa manter uma lista de pendências paralela sempre na sua cabeça.

Não sabote a si mesmo: deixe suas listas, fichas ou agendas sempre tão completas quanto possível, atualize o status de cada tarefa ao terminar, e revise todas as listas regularmente, nos prazos e períodos que vier a definir.

Leve seu sistema com você

Se sua agenda ou lista não podem ser levados e consultados em qualquer lugar, você deveria repensar o conjunto de ferramentas adotado - quando você estiver em um local e a informação desejada estiver inacessível em outro, seu método perderá todo o valor imediato.

Afinal, se você estiver na loja de ferramentas e perceber que não sabe a bitola dos cabos que faltaram, e que eles estão caprichosamente anotados em uma agenda ou software lá no escritório, você estará criando o reforço negativo que deveria evitar, e não conseguirá se convencer de que vale a pena tirar da memória as informações que registra nas fichas.

Permita-se criar o hábito

Não desista no terceiro dia! É razoável aguardar ao menos 4 semanas para transformar a intenção em hábito, e reforçá-lo pela coleta das primeiras melhorias percebidas com a adoção do GTD - tanto na redução do nível de stress pelo overhead gerencial quanto na produtividade alcançada!

Ainda nesta semana

Teremos um post sobre um método alternativo ao GTD para o gerenciamento da produtividade pessoal, e outro apresentando as ferramentas digitais que tenho usado para coletar e manter armazenadas as minhas listas de tarefas e pendências. Aguardem, e comentem sobre suas próprias impressões sobre o GTD e similares!

Não abrace o mundo - Efetividade na PEGN

A edição deste mês da revista Pequenas Empresas & Grandes Negócios dedicou sua capa ao gerenciamento do tempo, e a matéria correspondente (com alentadas 17 páginas) procura expor as receitas de alguns empreendedores reconhecidamente eficazes para conseguir ter tempo para tudo que é importante.

Ao longo da matéria, há quadros para que autores relacionados ao tema exponham sua visão sobre o tema, e nesse rol eu fui incluído (e o Efetividade foi mencionado na chamada).

A breve entrevista tratou de 3 temas interessantes, e a reproduzo acima na íntegra, recomendando que busquem ler a matéria inteira, porque as dicas práticas dos empreendedores estão bem interessantes!

Como estudar na véspera

A primeira dica é: não faça isso. O ideal é estudar enquanto aprende. Deixar para estudar na véspera da prova é um desperdício de esforço de memorização, porque torna mais difícil absorver o conhecimento necessário, e praticamente garante que você não lembrará dos conceitos depois da prova, quando vier a precisar deles na prática, ou em outra matéria futura.

Mas se você fez isso mesmo assim, e a prova vai ser amanhã, você não estudou nada, e daqui a 2h você tem um compromisso inadiável, existe uma solução para tentar não ir mal.

É provável que seu resultado não vá ser sensacional, mas a essa altura o melhor é tentar ao menos garantir que ele também não seja péssimo!

Explorando os limites da memorização

A obra "The Magical Number Seven, Plus or Minus Two: Some Limits on our Capacity for Processing Information" é descrita como um clássico da psicologia cognitiva, e se dedica a identificar e lidar com nossos limites mentais de armazenar e processar informações.

A partir deste texto foi derivada uma técnica rápida de preparação emergencial para testes e provas, que também pode ser empregada com sucesso na preparação para uma reunião ou apresentação.

O conceito é tão bom que eu freqüentemente recorro à mesma técnica na hora de preparar um artigo ou apresentação sobre um assunto do qual eu disponha de bom material de consulta, porque aí o resultado do que eu escrever tende a respeitar os limites de aprendizado e memorização imediata dos leitores.

Eu prefiro usar fichas 3x5 ao invés de folhas de papel comum (a frente da ficha vai para o passo 2, e o verso vai para o passo 4), porque são mais fáceis de manusear e arquivar.

A técnica não usa recursos especiais de memorização - aqueles que de vez em quando a gente vê na TV, de pessoas capazes de memorizar longas listas de itens, mas sim focaliza nossa capacidade de obter e reter informação naturalmente, respeitando os limites usuais da maioria das pessoas.

Atenção: A preparação emergencial não substitui os métodos de estudos tradicionais, mas se você precisar recorrer a ela, ela pode ser uma solução até mesmo no caso de você ter apenas 15 minutos para se preparar - mas é mais eficaz se você puder dispor integralmente de 2 horas.

É necessário ter acesso ao material de estudo, e ao menos uma visão geral do conteúdo que precisa ser dominado.

Como estudar para amanhã

A técnica rápida de preparação emergencial, proposta pelo Study Guides and Strategies, se baseia na construção da memorização a partir de uma visão geral do conteúdo (que você precisa ter previamente), respeitando os limites usuais de absorção da sua mente.

São 10 passos, sendo que os de número 6, 7 e 8 são opcionais, apenas para o caso de haver tempo.

Note que a ordem dos passo abaixo, embora repetitiva, é importante para o resultado. Vamos à seqüência:

  1. Folheie superficialmente o material de consulta e identifique os 5 conceitos ou tópicos principais que fazem parte do tema da sua prova. Pegue uma folha de papel para cada um destes conceitos, e anote o título deles no topo de cada folha, usando apenas palavras-chave.
  2. Com suas próprias palavras, sem voltar a consultar ou conferir neste momento, escreva uma explicação, conceito ou definição para cada um dos 5 tópicos, logo abaixo do título das folhas. Escreva mesmo que vá errar - corrigir um erro escrito (nos passos seguintes) ajuda muito na memorização.
  3. Volte ao material de consulta e confira todas as suas anotações do passo 2.
  4. Edite ou refaça o texto que você escreveu no passo 2, agora considerando o que você acabou de ler no material de consulta, mas sem copiar diretamente.
  5. Coloque as 5 páginas em ordem de importância, de acordo com a sua opinião, e numere-as de 1 a 5.
  6. Repita os passos 1 a 4 para 2 tópicos adicionais, se você perceber que ainda há tempo.
  7. Insira os 2 tópicos acima na ordem que você definiu no passo 5, e refaça a numeração.
  8. Siga os passos acima para mais 1 ou 2 tópicos, se você tiver tempo.
  9. Mesmo que ainda haja tempo, não ultrapasse um total de 9 conceitos.
  10. Reveja suas anotações mais uma vez ainda na véspera (se possível resolvendo alguns exercícios), e outra vez pouco antes do teste.

Lembre-se: este método não dá resultados tão bons como os estudos tradicionais, que procuram absorver em profundidade todo o conteúdo da prova.

Mas em emergências escolares, quando seu tempo para estudar é limitado, é melhor do que nada. E você tem que torcer para o seu professor incluir na prova justamente os temas que você avaliou como mais relevantes ;-) Boa sorte!

Smartphone na sala de aula

Estudantes que usam bem os seus smartphones ou celulares com acesso à Internet têm sempre à mão um instrumento importante para reduzir o esforço e aumentar o aproveitamento dos seus cursos.

Se você está cursando a faculdade ou pós-graduação geralmente não precisa se preocupar com a permissão de usá-lo em classe, mas alunos das série anteriores ou de professores peculiares podem precisar ser os agentes de mudança que permitirão, com a justificativa da utilidade (e preservando o direito de o professor disciplinar abusos), fazer com que smartphones e tablets passem a ser considerados materiais de uso escolar também, como este estudante que "conseguiu autorização da coordenação" para usar tecnologia móvel a seu favor na sala de aula.

A variedade de opções em aplicativos de smartphones que podem ser úteis para o estudante é tão grande que me impede até de tentar esgotar todas: selecionei apenas as 6 que mais uso, e deixo a questão aberta para vocês complementarem nos comentários - havendo respostas interessantes, em uma semana complementarei o artigo com as sugestões de vocês.

E não precisam se restringir às categorias que eu mencionei abaixo - há categorias bem mais criativas, como ajustar o ciclo do sono, ler documentos e ebooks, fazer mapas mentais, auxílio à memorização, e tantas outras.

Por enquanto, ficamos com as 6 dicas que selecionei, e que podem criar o arsenal básico do estudante conectado!

A câmera do seu telefone

A câmera do celular pode ser a melhor amiga do estudante. Embora não substitua boa anotações, ela pode complementá-las muito bem, na forma de:

  • uma foto tirada estrategicamente do quadro no momento em que o professor acabou de demonstrar sua conclusão ou registrar quais datas e assuntos vão caber a cada equipe no trabalho em grupos, ou
  • da URL do site que o professor mostrou usando o projetor, ou
  • do caderno do seu colega que tomou nota de uma observação importante que você não conseguiu compreender e vai pesquisar mais tarde em casa, ou
  • da página crucial do material do curso que circulou pela sala mas só há um exemplar disponível.

Lembre-se sempre de verificar que você tem autorização para fazê-lo, especialmente quando houver questões de direito de imagem (fotos de pessoas) envolvidas. E desligue o flash e o som da câmera do celular, para não passar uma impressão completamente errada!

Para as fotos de material apresentado em aula ou do quadro, embora - ao contrário do que muitas vezes os cursinhos informam a seus alunos - a Lei 9.610 garanta (Art. 46, IV) que não constitui ofensa aos direitos autorais "o apanhado de lições em estabelecimentos de ensino por aqueles a quem elas se dirigem", sem mencionar distinção de meios (ou seja: por escrito, imagem, áudio, etc.) e proibindo apenas a sua publicação (mesmo que parcial), não vale a pena discutir em sala de aula com um professor se ele negar esse direito - o melhor é levar a questão diretamente à coordenação, preferencialmente por escrito, solicitando a observância deste direito sem necessariamente mencionar negações previamente ocorridas, assinada por múltiplos alunos, e solicitando no protocolo a confirmação de recebimento em uma cópia integral.

Centralizando as anotações no Evernote

No ano passado eu consultei os leitores sobre quais as suas ferramentas preferidas para anotações e referências e, embora papel e caneta tenham sido campeões, o software Evernote foi o melhor colocado entre as alternativas virtuais.

Ele está disponível para iPhone, iPad, Android, Blackberry, Palm e Windows Mobile, além de versões na web e em computadores com Mac e Windows - e se encarrega de automaticamente sincronizar os dados do seu computador com os do seu smartphone, via Internet, sem ter de conectar cabos USB ou algo assim.

Além dessa qualidade de poder acessar os dados em qualquer lugar, ele permite capturas variadas: uma foto, uma anotação rápida, um texto colado da web, uma URL, e assim por diante - e você pode facilmente categorizar e agrupar essa informação, e realizar buscas sobre elas.

Eu sou fã de manter minhas próprias anotações em papel, mas o Evernote me permite não ter de levar comigo os papeis que outros me entregam - se o curso dá apostilas ou folhetos, eu fotografo ou procuro a versão em PDF, arquivo no Evernote, e sei que ele estará lá quando eu precisar dele, seja no celular durante uma aula ou no computador quando for hora de estudar ou produzir algo.

E mesmo no caso das anotações em papel, o Evernote também me ajuda: se anoto algo em folhas soltas, simplesmente tiro uma foto ao final e arquivo diretamente na categoria correspondente no Evernote, e posso jogar fora para reciclagem a folha solta original, que não vai ficar amarrotando no bolso até ficar ilegível.

Instapaper & Read later

Muito do que estudamos hoje é on-line a partir de material disponível na web - mas quando nos esforçamos para manter o foco naquilo que precisamos fazer neste momento, as divindades que regulam a vida digital se alvoroçam e começam a colocar em nosso caminho muitos outros textos que sabemos que também podem nos interessar, mas que simplesmente não temos tempo de ler agora.

A minha solução para isso é o Instapaper, um serviço on-line que cria um favorito com o nome de "Ler depois" ("Read later") no seu navegador, e associa a você. Sempre que a situação acima acontecer, basta clicar no "Ler depois", e pronto - não precisa catalogar, não aparece outra janela, nada precisa ser preenchido - pode até fechar a janela imediatamente.

No momento em que você quiser ler os textos que marcou assim, basta entrar no site do Instapaper e o texto completo dele estará lá, juntamente com um link para o original.

Usuários do iPhone têm direito a um luxo adicional: instalar no celular uma app que, a cada vez que você a usa, carrega para a memória do aparelho os textos que você marcou para ler depois. Assim você poderá lê-los, na telinha do celular, mesmo quando estiver offline.

Existem outras ferramentas para tarefas similares, portanto recomendo uma visita ao artigo anterior "Gerenciamento de leituras pendentes: as ferramentas preferidas dos leitores".

Mantendo o controle da lista de tarefas

Essa é uma área em que os smartphones brilham, e até os celulares mais simples muitas vezes permitem agendar compromissos e tarefas, e tocar um alarme na hora certa para você não esquecer.

São tantas opções, que não vou me arriscar a apontar uma como a melhor de todas - recomendo apenas uma boa olhada no artigo anterior "Gerenciamento de tarefas e pendências: as ferramentas preferidas dos leitores do Efetividade" para você fazer uma boa escolha, se ainda não tiver preferência formada.

Mas a vida escolar gera tantas tarefas e pendências, que é um grande desperdício não fazer uso de uma ferramenta tão conveniente para lembrar delas.

Anotando com a voz no gravador de áudio

Muitos celulares têm possibilidade de gravar pequenos clips de áudio, e eles são muito úteis para anotar aquela ideia que surgiu no momento em que você não tem onde anotar - afinal, o celular está ali, sempre ao seu alcance.

Depois é só lembrar de transcrever para o lugar certo - a não ser que você esteja usando algum aplicativo como o Evernote, que pode ser o lugar certo para deixar a anotação, mesmo sem transcrição, pois ele lida bem com clips de áudio também.

Arquivos no bolso com o Dropbox

Lembrar de levar em um pen drive os arquivos da apresentação em grupo ou do trabalho que será discutido em classe é bom. Mas melhor ainda é tê-los também sempre disponíveis no smartphone, inclusive para uma última consulta no trajeto de ônibus até a escola - e é isso que o Dropbox (para iPhone, Android e Blackberry) oferece.

Já mencionei anteriormente que o Dropbox é ótimo para sincronizar arquivos entre computadores (com Windows, Mac ou Linux), porque ele cria uma pasta específica para isso no seu disco e disponibiliza aos demais computadores em que você o usa tudo o que você for gravando nela.

Uso o Dropbox nos computadores todos os dias, e tenho ele instalado no iPhone para emergências - uma consulta de última hora a uma apresentação, rever um documento, ou mesmo mandar um arquivo por e-mail para alguém no momento crucial.

Não é necessário ter aplicativos adicionais (estilo "*Office") para consultar esses textos e apresentações: o próprio Dropbox dá um jeito de exibir seu conteúdo. E nos casos em que você tem expectativa de não ter conexão à Internet onde quiser usar os arquivos no seu celular, é possível marcá-los como favoritos e o sistema se encarregará de gravar uma cópia local, sincronizando-a toda vez que você acessar o sistema e estiver on-line, e deixando visível no celular a versão mais recente mesmo offline.

Discrição é essencial

Seja sempre discreto! Mesmo quando o smartphone, o celular, o tablet e o notebook são bem recebidos pelos professores e colegas, isso nunca é desculpa para você atrapalhar o trabalho e a atenção de alguém.

Desligue sempre todos os sons, não estenda o fio do carregador pela sala, digite o mais silenciosamente possível, não fique chamando colegas para olhar o que você tem na tela e, se o que você tem na tela tiver grande potencial de distrair os colegas ao seu redor, considere a possibilidade de deixar para fazer depois.

Agora é com você!

Mal arranhei a superfície do que um smartphone pode fazer pelos estudantes, mas a lista de itens acima sintetiza o uso que faço do meu aparelho quando estou no papel de aluno.

Deixei de detalhar uma ferramenta que quase vale por todas as outras somadas: o navegador web de um smartphone conectado. Google, Wikipédia, sites com modelos, referências, exercícios, complementos e tudo o que você imaginar estão literalmente ao alcance dos seus dados na sala de aula e podem enriquecer muito as aulas e os exercícios, se bem usados.

Mas agora é sua vez : compartilhe conosco nos comentários os nomes das aplicações para smartphones e tablets que você usa (ou gostaria de usar) para aumentar sua produtividade escolar!

Como estudar melhor

Volta às aulas é tempo daquela sensação mista, de expectativas positivas somadas ao desejo de que este novo ciclo de obrigações acabe logo.

Mas o lado ruim das obrigações escolares não precisa ser maior que o lado bom. Olhe ao seu redor na sala de aula e você verá vários colegas que têm bom desempenho e visivelmente se esforçam menos que você - e nem estou falando dos CDFs e daquelas raras pessoas que têm tempo e disposição para se dedicar integralmente aos estudos, mas sim de quem já descobriu como estudar melhor com menos esforço.

Volta às aulas

Esse é um caminho diferente para cada um, de acordo com a disponibilidade, os objetivos, as condições ambientais, etc. Mas você também pode estudar com mais efetividade, e pode começar escolhendo quais das dicas abaixo podem ser aplicadas à sua rotina de estudante.

O Efetividade.net, como faz todos os anos, revisita as dicas para ajudar você a se dar bem nas aulas e nas provas. Veja abaixo a lista, e participe comentando ou oferecendo suas próprias dicas na área de comentários!

Quem anota na hora pode estudar menos depois

Experimente tomar notas à mão: escrita não é sinônimo de edição de texto, e não necessariamente as outras alternativas (confiar na apostila, gravar a voz do professor, pegar emprestado o caderno do colega, digitar em sala de aula, etc.) farão você ganhar tempo, no saldo geral - isto porque a escrita manual amplia a memorização imediata e definitiva e o entendimento, reduzindo portanto a necessidade de voltar a estudar o mesmo assunto depois.

Valorize a associatividade: enquanto anota, procure sempre encontrar padrões e pontos em comum entre os tópicos do seu estudo, e associe-os a imagens claras e vívidas. Se você fizer estes relacionamentos durante a aula, fica mais fácil relembrar cada um dos tópicos, pois você pode seguir mesmo subconscientemente, a cadeia de ligações - é assim que às vezes lembramos da resposta de uma questão da prova no momento em que lemos outra pergunta.

Portanto tenha um bloco ou caderno para anotações livres (veja também: "Gerenciamento de anotações e referências: as ferramentas preferidas dos leitores"), acostume-se a anotar nele os conceitos interessantes (e não apenas "copiar tudo que o professor escrever no quadro"), e coloque data, título e matéria no topo de cada página. Não arranque páginas deste caderno, pois a associatividade da sequência em que as informações são anotadas também é uma ferramenta inconsciente poderosa na hora de lembrar do conteúdo.

Uma página de anotações pelo método Cornell

Dica extra I: o método Cornell de anotações adapta-se a qualquer caderno, e facilita a consulta posterior.

Dica extra II: Passe a limpo suas anotações! Aproveitar alguns minutos do seu tempo de estudo para escrever no mesmo dia, ou no dia seguinte, pela segunda vez (agora pode ser à mão, no computador ou onde você preferir), os mesmos conceitos anotados durante a aula, organizando-os, analisando e já sintetizando, é rápido, favorece a memorização e o entendimento, e pode reduzir ainda mais a necessidade de algumas horas de estudo na véspera da prova.
 

Não confunda material e aprendizado

Aprender é algo que acontece dentro da sua cabeça, e não nas folhas do caderno. Rabisque, rasure, faça setas cruzando a página, ou o que for necessário para entender e registrar os conceitos.

Não adianta ter 20 canetas diferentes e o caderno mais completo da turma, se você não entender o que está escrito, ou se apenas copiar algo que não compreendeu.

E nunca esqueça: o importante não é a beleza da letra, nem quantas páginas você escreve, mas sim o quanto estas anotações conseguirão ajudá-lo na hora de rever ou estudar o conteúdo. Dizer muito em poucas palavras e conseguir entender um assunto a partir de uma anotação anterior são habilidades valiosas para toda a vida.
 

"Quem sabe, faz - quem não sabe, ensina"

Faça como os profissionais: ensine para aprender. Após ter estudado, encontre algum colega que entenda menos do que você sobre o assunto da prova, e procure explicar a ele alguns dos conceitos básicos.

Organizar mentalmente o assunto, verbalizá-lo, vocalizá-lo e ouvir o feedback do colega são atividades que ajudam a solidificar os fundamentos do seu próprio conhecimento, a correlacioná-los, e até a identificar os pontos que você precisa revisar. E ainda por cima pode ajudar o colega.

Se a falta de um colega interessado tornar impossível fazer o serviço completo, há alternativas, como blogar expondo o tema, criar sua própria apostila a respeito, ou até tentar o desafio de fazer caber em uma página o resumo completo do assunto - praticamente a receita de como fazer a cola perfeita para as suas provas, mas o próprio ato de sintetizar, estruturar e expor (ainda que seja só para o papel) fará com que o uso de uma cola se torne desnecessário.
 

Encontre o ambiente certo para estudar

Dentro das suas possibilidades, encontre um lugar sem ruídos externos, sem tentações que o distraiam, com os recursos necessários, e com espaço suficiente para espalhar seu material.

Procure estudar sempre no mesmo local - o cérebro é uma máquina associativa, e se ele associar o ambiente aos atos de estudar, de produzir e de reter informações, você só tem a ganhar.

Dê uma olhada nos nossos artigos sobre home offices para garimpar algumas dicas que se adequem às possibilidades de melhoria do seu ambiente de estudos!

Dica extra: Experimente ouvir música! Os padrões musicais ajudam a cancelar o efeito dos ruídos externos, e para algumas pessoas podem ajudar na memorização - ao associar os conceitos com a música que estava tocando na hora, o cérebro pode recuperar a informação a partir deste mesmo estímulo. Para mim sempre funcionou bem: "ah, isso aqui eu vi quando estava tocando aquela do Led Zeppelin..."

Se isso funcionar para você, saiba que não existe um estilo musical "certo": uns preferem Bach, outros preferem Chico Buarque. Para mim funciona muito bem: estudei para muitas provas da graduação ouvindo Nirvana ou com o rádio sintonizado em alguma emissora especializada em "música de sala de espera", e conseguia "puxar" conceitos na hora da prova ao tentar lembrar das músicas que tocaram enquanto eu estudava.
 

Gerencie seu tempo

O fundamental é ter e manter uma agenda. Não importa a tecnologia: pode ser um simples caderno ou bloco, uma agenda de papel, um smartphone, a lista de compromissos do seu celular, um site (como a agenda do Google), ou o que quer que funcione para você (dica: "Gerenciamento de tarefas e pendências: as ferramentas preferidas dos leitores do Efetividade").

O importante é que você não esqueça dos prazos de seus compromissos escolares importantes. Se a sua opção de agenda tiver como avisá-lo ativamente sobre os compromissos, tanto melhor - diminui a chance de esquecer de preparar um trabalho ou estudar para algum exame.

Uma forma de aumentar o tempo disponível é acostumar-se a acordar cedo mesmo quando você não é obrigado. Assim você ganha mais tempo para realizar seus compromissos escolares, e para aproveitar depois de completá-los!

Dica extra: sempre esteja presente à primeira aula de cada uma das matérias em que você se matriculou. Nela o professor geralmente apresenta o programa da disciplina, as principais datas, o método de exposição e de cobrança, etc. - costuma ser a única oportunidade de poder entender o que está por vir, e de tomar boas anotações que permitirão se planejar nos meses seguintes.

Muitas vezes na minha experiência de anotar o que o professor diz na primeira aula eu descobri, na hora de estudar para uma prova ou fazer um trabalho, que as minhas anotações iniciais da matéria permitiam saber o que seria mais cobrado e merecia ser melhor estudado ou enfatizado. Fora a vantagem de não ser pego de surpresa por um trabalho final de disciplina sobre um assunto para o qual você teria oportunidade de se preparar mas não fez porque preferiu ficar na cantina e levar uma falta...
 

Faça o que tem que ser feito

Não deixe para quando for tarde demais: a urgência de amanhã corresponde a algo que você não fez hoje quando precisava.

Se você adiar uma tarefa ou estudo, vai ter de fazer do mesmo jeito e com mais pressa num momento menos conveniente, ou não vai conseguir completar o curso com sucesso.

Saiba sempre quais são suas obrigações, e planeje seu cumprimento para poder fazer tudo com menos esforço. Deixar para a última hora torna o trabalho mais difícil e arriscado. "Just do it", "Keep walking" e outros slogans de produtos famosos são bons resumos para o que você precisa fazer se quiser alcançar os melhores resultados.

Mas não force: estudar apenas na véspera, ou passar a noite estudando, são maneiras ineficientes de tentar reter a informação. Você pode ir melhor na prova, estudando menos horas, se fizer força para entender os conceitos durante as aulas, e procurar memorizá-los logo após aprender, e não apenas na véspera dos prazos-limite.
 

Sem exageros

Não exagere no número de horas de estudo: o que vale não é o esforço, e sim o resultado. Não deixe o exagero e o stress atrapalharem, nem se sinta pressionado a estudar muito: você precisa é estudar bem.

Deixar o stress ou o cansaço suspenderem um plano de estudos previamente traçado, ou acabarem com a sua capacidade de reter conhecimento, pode ter consequências sérias.

Vale muito mais a pena criar um plano de estudos conservador, adequado a você e ao seu objetivo, e eventualmente ajustá-lo conforme a situação for progredindo.

E nunca esqueça da necessidade de lazer e descompressão. Dedicar-se aos estudos sempre pode exigir abrir mão de algumas coisas, mas se você ficar todo o tempo debruçado sobre os cadernos não vai se manter motivado por muito tempo.

Programe pausas e saiba quando realizar um intervalo emergencial não-programado para evitar a sobrecarga. Na pausa, abra o MSN, cozinhe, passeie, ande de bicicleta, acesse a web, visite algum amigo, e tire os estudos da cabeça. Em compensação, evite manter atividades paralelas que prejudiquem a concentração durante o estudo: em especial, evite estudar com o Facebook, o Twitter e o MSN como companheiros, por melhor que seja a desculpa racional que você encontrar - distrações e interrupções fora do seu controle atrapalham. Estude melhor, e você terá mais tempo livre depois.
 

Foco no objetivo

As pessoas estudam por uma razão: pensando no mercado de trabalho, na sua carreira, em conseguir ser aprovado em um teste importante, conseguir uma vaga na universidade desejada, etc.

Para manter-se motivado, portanto, lembre-se sempre do motivo pelo qual você está estudando.

Se você não está ali por opção, não encontrará motivação para ir bem. É provável que o ambiente escolar não esteja sempre a seu favor. Mesmo assim, mantenha em mente os motivos pelos quais você está estudando, e avance na direção dos seus objetivos.
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