Vencendo as tarefas domésticas diárias com uma lista genérica

Gerenciar a administração das tarefas domésticas diárias, quando há comprometimento genuíno com a qualidade delas, é atividade que dá trabalho, seja em uma república de estudantes, casa de solteiro ou casa de família...

Estou meio sumido daqui devido ao acúmulo de atividade profissional, mas essa dica me trouxe um resultado tão positivo que resolvi compartilhar com vocês.

Desde dezembro eu comecei a prever e registrar as tarefas periódicas de limpeza da casa, hábito que eu também tinha quando morava sozinho e não queria me limitar a limpar os cômodos apenas quando já estivessem visivelmente precisando.

Não precisamos exagerar...

O motivo do registro continua o mesmo, embora hoje a situação seja bem diferente: contamos com o serviço de uma diarista, que comparece 3 vezes por semana. Mas sem um pouquinho de controle, ela acabaria se concentrando em limpar sempre os mesmos cômodos, antes de precisar, deixando outros de lado - em outras palavras, alocando mal os recursos disponíveis.

Uma alternativa que funciona bem (embora com um esforço acumulado muito mais elevado) é gerenciar diretamente as atividades domésticas enquanto elas estão ocorrendo, no papel de supervisor ou capataz. Nossa escolha é diferente: preferimos preparar antecipadamente uma lista do que precisa ser feito, combinar como as tarefas serão avaliadas, e deixar a operacionalização nas mãos de quem vai executar.

A ferramenta: uma lista genérica de tarefas domésticas

Eu comecei a estudar a melhoria do gerenciamento das atividades de manutenção da nossa casa em dezembro, e apliquei a velha máxima: "não se pode gerenciar o que não se mede". E a medição, neste caso, é simples: basta produzir as listas com alguma atenção (para evitar descrever a mesma tarefa com palavras diferentes), e guardar todas as listas ao longo de algumas semanas, para aí fazer uma contagem simples das tarefas que mais se repetem, e sua frequência relativa.

Excesso de gerenciamento não é bom para ninguém

No começo eu fiz as listas diariamente no OpenOffice, depois desenvolvi um script simples para gerá-las em HTML a partir de um menu, mas depois que levantei os números envolvidos, percebi que nada disso era necessário já que:

  • Algumas tarefas (como "recolher as roupas do varal") se repetiam absolutamente todos os dias, no início ou no final da lista
  • É bem pequeno o número de tarefas genéricas ("faxinar o cômodo X") que se repetem com grande frequência,
  • Um número infindável de tarefas mais simples e específicas ("limpar o interruptor do corredor") aparecem apenas uma vez, tornando um pouco ineficiente a ideia de sistematizar seu cadastramento prévio em um sistema.

Mas a mesma análise dos números levou a uma conclusão simples: seria possível produzir uma lista genérica contendo todas estas atividades repetitivas, para que a cada dia marcássemos com um X as que deverão ser realizadas, e deixar um espaço para escrever manualmente as pequenas tarefas específicas que não poderiam ser sistematizadas com eficiência.


A lista genérica de tarefas da minha casa ficou assim

A imagem acima está quase em tamanho natural. Cabem 2 listas por face de uma folha de papel A4, e eu as imprimo em folhas já usadas de um lado, em qualidade de impressão rascunho.

Depois é só marcar X nos quadradinhos certos, e fixar com um imã na porta da geladeira. Conforme vão sendo executadas as tarefas, elas vão sendo riscadas com um pincel atômico, e assim ficamos sabendo quando exageramos na alocação (sobram muitas tarefas sem completar) e também quais tarefas precisam ser repetidas na próxima lista, por não terem sido executadas.

Os arquivos para download (para você editar e adaptar às rotinas da sua casa) estão disponíveis abaixo.

Gerenciamento de processos domésticos

A lista genérica acima não indica os ciclos (isso é algo diferente em cada casa), mas diferencia, para cada cômodo, as faxinas "completas" e "rápidas", sendo que as primeiras são aquelas que minha avó chamava de "de cima abaixo" - paredes, embaixo e atrás da mobília, bater tapetes, limpar vidraças, etc. Já as faxinas rápidas são aquelas de manutenção: remover poeira aparente, dar ordem ao que estiver bagunçado, varrer o chão exposto, e era isso.

Gerenciar exige esforço, mas não gerenciar exige mais

Assim, quando vamos definir o que vai ser feito em um determinado dia, podemos considerar nosso ciclo doméstico e escolher qual cômodo terá a faxina completa (até 2 por dia), quais terão faxina rápida (até 3 por dia), e sobra algum tempo para as demais tarefas anotadas no alto da folha (algumas das quais, por serem repetitivas, constam no quadro "Tarefas Comuns", facilitando a marcação).

Note que a lista tem também 2 quadros fixos e previamente preenchidos, contendo as tarefas que precisam ser cumpridas todos os dias ao iniciar os trabalhos e antes de encerrá-los. Assim quem vai executar não esquece, e quem solicita também fica sem condições de dizer que algo "é óbvio que tem que ser feito todo dia" sem nunca ter avisado - é bom para os 2 lados ;-)

Os arquivos para download

Para usar a lista genérica você precisa adaptá-la aos cômodos e tarefas da sua casa.

Eu criei o documento no BrOffice (arquivo ODT - OpenDocument), e exportei em 2 formatos (DOC e DOCX) para quem prefere o Word. As 3 versões podem ser obtidas nos links abaixo, mas não posso me responsabilizar pela qualidade da conversão para Word:

Exercício para o leitor: foco na qualidade

Todo mundo que estudou sobre qualidade sabe o quanto o simples ato de registrar como devem ser feitos os procedimentos tende a melhorar a execução e o resultado, porque quem solicita e quem cumpre passam a ter um critério único (e objetivo) de aferição, que também serve como guia.

Na nossa casa temos uma segunda folha, que não reproduzirei aqui (já seria exposição demais) detalhando as atividades mais importantes: o que exatamente significa a "geral diária" da cozinha, quais os passos de uma faxina completa e de uma faxina rápida, detalhes específicos de alguns cômodos, etc.

É apenas uma folha A4, permanentemente fixada à porta da geladeira, e causou grande ganho na qualidade do serviço: a diarista pode consultar sempre que necessário, e quando notamos que algum serviço está constantemente deixando a desejar, alteramos a descrição para esclarecer o ponto em que está acontecendo a falha, e aí conversamos com ela sobre a alteração e a nova referência. Tem funcionado muito bem.

Sugiro que você produza um guia similar - é fácil de fazer e de manter, e faz maravilhas pela qualidade do resultado.

Leia também nosso artigo anterior sobre listas de compras permanentes.

Entendendo a Comunicação para utilizá-la com mais eficiência

por Patricia Wolff, autora convidada para a série "Competências"

“Em tempos de mudança, os aprendizes herdarão a Terra, enquanto os sabe-tudo estarão perfeitamente equipados para se desenvolverem num mundo que já terá deixado de existir.” Eric Hoffer

Por que a Comunicação continua sendo um dos principais desafios para o ser humano?

Pense na pessoa que está mais próxima a você, seu melhor amigo, sua namorada, seu marido, seu irmão, seu vizinho. Estas pessoas adquiriram ao longo da vida, um padrão de comportamento que provavelmente não te agrade 100%. Quantas vezes você já pontuou isso? Se já fez isso ótimo, meus parabéns! Caso contrário, pense no que te impediu de fazê-lo?

Às vezes, nós seres humanos, perdemos a oportunidade de comunicarmos algo ao outro por alguns motivos: quando nos sentimos ameaçados de perder algo; quando o nosso amor próprio esteja envolvido; quando os assuntos abordados são importantes e o resultado duvidoso; quando temos muita ligação com o que está sendo discutido; etc.

Pedir um aumento? E se o pedido for recusado?

E se seu chefe lhe der bons motivos para recusá-lo?

Quais serão as conseqüências para você?

Comunicar-se é se expor. É convidar o outro para conhecer sua forma de pensar, que nem sempre é lógica pois envolve emoções, vivências, expectativas, crenças, valores.

Exemplos do mecanismo em ação

Vamos ver três exemplos de como isso funciona.

Primeiro: Na hora de pedir um aumento ou dizer a um colega que ele roubou a sua idéia, estamos mergulhados em muitas emoções e nos esforçamos bastante para nos manter racionais pois os bons julgamentos ficam embaçados e confusos. E se eu falar e o outro ficar chateado comigo? Criamos mil e uma desculpadas para evitar o bom e velho bate papo.

Segundo: Para uns a pessoa é um mau-caráter, para outros um doce de pessoa. O que faz com que diante de um mesmo fato, duas ou mais pessoas tenham interpretações (vejam ou sintam) tão diferentes? Bom ou mau são julgamentos que correspondem ao sujeito que os faz. Temos diferentes perspectivas acerca de um mesmo fato e isso é assim porque nossa experiência é filtrada pelos nossos sistemas de crenças e por nossos modelos mentais que influenciam na nossa maneira de perceber o mundo.

Terceiro: “Carlos chegou tarde às últimas duas reuniões de equipe” (observação, fato). “Carlos não está interessado no projeto” (julgamento). Muitas das crises pessoais e interpessoais são geradas pela confusão nesta distinção. Para eu me comunicar de forma eficiente meu foco tem que ser o comportamento/fato e não a pessoa/julgamento.

Algumas causas que atrapalham a Comunicação:

  • Necessidade de ter razão
  • Dificuldade em aceitar as diferenças entre as pessoas
  • Falta de foco
  • Falta de visão global

Quando alguém não entender a sua mensagem, pergunte a si mesmo: “Por que será que eu não me fiz entender?” em vez de transferir a responsabilidade para o outro, perguntando: “Por que será que ele não me entendeu?”

Habilidades para se Comunicar bem:

  • Saber ouvir
  • Empatia
  • Auto-confiança
  • Clareza de idéias
  • Ritmo adequado da fala
  • Paciência
  • Organização

Como fazer isso muito bem

Uma ferramenta que pode contribuir com o aumento da eficiência em nossa comunicação é a Escada de Inferências, desenvolvida por Chris Argyris.

Esse modelo descreve como atuamos baseando-nos em subjetividades que muitas vezes estão apenas sutilmente relacionadas com o que observamos. Demonstra nosso processo de pensamento.

  1. Observações ou fatos imediatamente verificáveis para qualquer observador.
  2. Seleciono os dados a partir do que observo. Neste momento as minhas crenças influenciam as minhas escolhas.
  3. Articulamos estes dados, agregando-lhes sentido e fazendo uma interpretação a qual somamos inferências, suposições e crenças pessoais e culturais.
  4. Tiramos conclusões (que passam a se tornar ‘a verdade’)
  5. Com base nos níveis anteriores tomo uma decisão.
  6. A ação propriamente dita.

Muitas vezes ocorrem conflitos porque o nível de discussão fica da metade da escada para cima, ou seja discute-se apenas a conclusão, decisão e ação.

Vamos ver o seguinte exemplo:

Participei de uma reunião cujo foco era reverter a queda nas vendas do mês anterior.

A Gerente de Marketing logo concluiu: “Os nossos clientes não conhecem nossos diferenciais” e decidiu “Vamos fazer uma campanha de Marketing explorando mais os nossos diferenciais”.

O Controller logo se manifestou e concluiu: “Com esse resultado ruim não temos dinheiro para fazer uma nova campanha de marketing” e decidiu: “É melhor cortarmos algumas despesas”.

Qual seria a melhor alternativa, a da Gerente de Marketing ou a do Controller? Depende. Dependo do momento que a empresa está vivendo, depende das estratégias da Cia. A melhor saída seria fazer com que ambos descessem a sua própria escada de inferências para que os demais participantes entendessem suas lógicas de pensamento e juntos pudessem concluir e decidir baseado nos interesses da empresa e não das áreas em si.

O mais interessante desta ferramenta é que ela nos ajuda a compreender as percepções, interpretações e os valores dos outros, o que é libertador pois não há necessidade em desperdiçar energia para provar que estamos certos, além de propiciar que nos transformemos em seres proativos ao invés de reativos.

A partir do momento que desenvolvemos a capacidade de aceitar que cada ser humano percebe o mundo de uma forma diferente (de acordo com seu histórico, seus valores, suas crenças) concluímos que nossa forma de pensar não é uma “verdade universal”. Mas para isso precisamos de uma boa dose de humildade (ainda que eu acredite firmemente na minha opinião, reconheço que não é a única e que pode não ser a mais adequada ou válida).

Importante: Saber o que deve ser feito e conseguir fazê-lo são duas coisas diferentes. O verdadeiro aprendizado nos expõe tanto ao medo da incerteza quanto ao desconforto da incompetência. Eliminar o medo e a ansiedade são objetivos fantasiosos, reduzi-los e aprender a lidar com o que restou é mais plausível.

Então, preparado para testar esta ferramenta?

Bom trabalho e sucesso!

Para saber mais:

A autora convidada da série de artigos sobre Competências, Patrícia Wolff, atua como coach executivo e de equipe, conferencista em Desenvolvimento Humano e é diretora da Quantas Consulting.
 

Melhore o sinal da sua rede sem fio selecionando um canal sem interferência dos vizinhos

Sua rede sem fio tem menos alcance e velocidade do que você precisa?

Roteadores e pontos de acesso wireless são cada vez mais comuns em residências, homeoffices e empresas, interligando notebooks, videogames, smartphones e outros equipamentos variados.

Seu funcionamento é projetado para sofrer o mínimo possível com a presença de outros roteadores nas redondezas, mas quando se reunem as condições ambientais adversas e aparelhos com acesso sem fio menos robusto (típico em netbooks e mesmo em algumas marcas de notebooks), a interferência se torna um problema real que reduz o desempenho e o raio de alcance da sua rede.

Um ponto de acesso sem fio comum

Uma das medidas mais econômicas (e com eficácia real em muitos casos) para evitar este problema é reconfigurar o seu roteador ou ponto de acesso para usar um canal sem fio diferente.

Nas situações mais comuns, existem 11 canais disponíveis para uso, e a maioria dos roteadores vem pré-configurados para usar o canal 6.

A importância de um geek residente

Sabendo acessar o utilitário ou página de configuração do seu roteador sem fio, você pode mudar para qualquer outro canal e reduzir a interferência ou competição com os roteadores dos seus vizinhos. E se não souber reconfigurar, basta convidar o seu sobrinho ou cunhado nerd para um café - ele lhe pedirá o manual e a senha, você dirá que não sabe onde estão, ele fará um comentário jocoso, pesquisará um pouco na web e logo resolverá a situação.

Todos os roteadores dos seus vizinhos continuarão visíveis nas suas buscas de redes, assim como o seu continuará visível para eles - e as senhas de acesso continuam valendo normalmente. Além disso, não é necessário reconfigurar nada nos equipamentos que já estavam configurados para acessar a sua rede sem fio - trata-se de uma mudança bem indolor e pouco perceptível, exceto pela redução da interferência.

Como encontrar o melhor canal

Usuários avançados sabem usar os recursos do próprio sistema operacional, ou utilitários populares, para identificar quais os canais mais utilizados pelas redes dos seus vizinhos e configurar para si o que estiver menos ocupado.

Tela do Wi-Fi Stumbler

Mas nem todos podemos ser especialistas em configuração Wi-Fi, e assim comemoramos o advento do Wi-Fi Stumbler (via Lifehacker), um aplicativo que roda direto no navegador (nos sistemas suportados por ele) e apresenta, numa listagem e gráfico bem simples de interpretar, a distribuição dos canais entre as redes sem fio da sua vizinhança.

No gráfico da tela reproduzida acima, você pode perceber facilmente o típico acúmulo do canal 6 (que costuma vir configurado de fábrica nos roteadores), e a presença de uma grande faixa livre entre os canais 7 e 10.

Como há alguma sobreposição entre as frequências de canais, a regra geral (cujas exceções não serão tratadas aqui) é afastar-se o máximo possível dos canais mais ocupados. No exemplo da tela acima do Wi-Fi Stumbler, se eu estivesse reconfigurando meu roteador de casa, eu escolheria inicialmente o canal 9, suficientemente afastado do congestionado 6 (em muitos condomínios ele fica bem mais congestionado do que isso, acredite) mas ainda sem ser vizinho do 11, que também já está em uso.

Sobreposição entre os canais wireless

Mas vários testes podem ser necessários, pois existem fontes de interferência que não aparecem neste tipo de ferramenta: o telefone sem fio do vizinho, determinadas lâmpadas, fornos de microondas, etc. Só que é um teste barato e rápido: basta usar o grafico do Wi-Fi Stumbler como guia e ir trocando de canal, verificando o alcance e velocidade até alcançar o melhor caso.

E quando o resultado é insuficiente?

Infelizmente a interferência não é a maior das causas de redução do alcance e desempenho das redes sem fio. Outras condições ambientais, como a disposição das paredes, presença de espelhos, aquários, paredes revestidas e outros elementos podem complicar bastante o caminho de ida e volta entre a antena do seu roteador wireless e o seu notebook.

Para estes casos existem outras soluções, algumas das quais já tratamos anteriormente por aqui. Visite os artigos relacionados abaixo para saber mais:

Escape de 3 armadilhas da produtividade pessoal

A busca da produtividade pessoal como solução para as demandas do exigente mundo moderno é uma resposta positiva para muitos de nós, mas o caminho até ela está repleto de armadilhas e desvios capazes de transformar vício em virtude - nao importando se você é um empreendedor individual em seu home office, um executivo, estudante, professor, integrante de equipe ou uma mistura dos papéis que desempenhamos todos os dias.

 

Uma causa comum é a visão isolada do conceito de produtividade, sem considerar conjuntamente o alinhamento aos objetivos, a qualidade do processo e dos produtos, ou mesmo os efeitos sobre a qualidade de vida dos envolvidos.

Outra causa que também ocorre é esquecer que produtividade é uma relação entre produto e insumos, e passar a medi-la apenas pela quantidade de saídas produzidas - sem considerar o custo ou o possível esgotamento dos meios e insumos, que - especialmente no caso dos empreendedores individuais e gestores - muitas vezes incluem em grande parte da capacidade do próprio agente em realizar seu esforço criativo.

As 3 armadilhas que veremos hoje, parecidas entre si mas com elementos diferenciais importantes, são grandes vilãs não apenas quanto a - após um período de aparente eficiência redobrada - impedir a obtenção continuada dos resultados desejados e também conduzir ao esgotamento ou burnout dos profissionais e empreendedores envolvidos.

Abraçar o mundo

Tentar abraçar o mundo e resolver ao mesmo tempo mais problemas do que se é capaz de gerenciar é uma receita de fracasso e esgotamento em qualquer contexto, mas se torna especialmente lamentável quando ocorre como resposta a uma demanda de ampliar a produtividade pessoal dos envolvidos.

Defrontar-se com um conjunto de tarefas que exceda a sua capacidade de produção é uma razão comum para buscar um ganho de produtividade, mas raramente - ao menos no sentido da produtividade pessoal - uma solução real e com qualidade permitirá de fato abraçar todos os problemas, pessoalmente e simultaneamente, realizando um esforço heroico e gerando satisfação a todos os clientes, com entregas no prazo e com qualidade.


Demarque seu limite

Pelo contrário: grande parte do que se exige de um profissional aspirante ao sucesso é saber dizer não ao invés de aceitar tarefas e demandas que não acresçam aos objetivos da organização, que atrapalhem outras tarefas mais importantes ou urgentes, ou que poderiam ser executadas com mais eficiência de outra maneira.

Quando alguém tenta ir além da sua própria capacidade real de produção, usualmente tem sucesso nisso durante um período inicial de aceleração, enquanto equilibra toda a carga e ainda consegue continuar avançando.

Mas logo começa a ser necessário fazer malabarismos, descumprindo alguns prazos, renegociando outros sem apresentar o motivo real, entregando resultados com menos qualidade, deixando de lado algum cliente importante (ou a família, ou as atividades pessoais) - acreditando que nenhum deles está percebendo.

Mas na prática todos, ou ao menos os mais importantes, estarão percebendo sim. E quando o limite de tolerância deles se esgotar e eles tomarem alguma atitude, possivelmente o efeito será pior (e menos reversível) do que se você tivesse adequado seu volume de trabalho desde o princípio, mesmo dizendo não a alguém sem desejar.

Não delegar

Delegar, no sentido mais comum em ambientes corporativos, é transferir a outra pessoa uma tarefa ou projeto, e passar a compartilhar com ela a responsabilidade pelo resultado.

Saber delegar é uma habilidade importante, mas envolve vários desafios, tais como:

  • quem delegou ter consciência de que retém a responsabilidade pelo resultado;
  • quem recebeu a delegação entender que compartilha esta responsabilidade;
  • transferir juntamente com a tarefa o poder de decisão necessário para executá-la;

e muitos outros. Mesmo quando você sabe delegar, um desafio sempre presente é dispor de pessoas a quem delegar com confiança.

 

A delegação ocorre em estágios ou níveis, sendo que o desejável usualmente é dispor de pessoas às quais você possa delegar no estilo "eis a tarefa - vá em frente, entregue o resultado, me comunique quando tiver concluído".

Mas é raro dispor de uma equipe contendo pessoas assim que já chegam prontas - você precisa formá-las, começando pelo nível mais básico de delegação, que é o estilo "eis a tarefa, vamos ver isso juntos; me traga as informações e eu lhe orientarei passo a passo".

O artigo "Delegação: Uma Auto-análise", do GuiaRH, apresenta um modelo progressivo de 6 níveis de delegação que podem ajudá-lo a desenvolver este potencial na sua equipe.

Quando você não delega, ou delega só parcialmente, acaba retendo para si muitas tarefas repetitivas e menores que lhe tiram a possibilidade de dedicar mais tempo às tarefas mais importantes que contribuiriam muito mais para o resultado desejado.

E isso é muito mais triste quando ocorre pela preocupação oposta, que é a de que haja perda de produtividade se a tarefa não for concentrada integralmente em suas mãos.

No caso dos empreendedores individuais, a delegação propriamente dita pode ser impossível, mas da junção das 2 armadilhas ("não delegar" e "abraçar o mundo") podemos tirar uma solução unificada: saiba fazer parcerias estratégicas ou reconheça que é melhor contratar de terceiros os serviços auxiliares cuja execução lhe tomaria parte valiosa do tempo que você faria melhor em dedicar ao núcleo de suas atividades.

O que, inclusive, nos leva à terceira e última armadilha:

Ser o homem dos 7 instrumentos

Em inglês existe um adágio que não tem similar nacional: "Jack of all trades, master of none", que se aplica às pessoas que "conhecem" várias ferramentas, mas não dominam nenhuma delas.

Trabalhando com TI, muitas vezes encontrei este tipo de sujeito, que chega dizendo que "conhece de PHP", "conhece de Java", "já viu Oracle", aí você pergunta o que ele sabe fazer, e ele responde: "tudo". Aí pede pra ele fazer um aplicativo simples de cadastramento, dar manutenção num PC que não está dando boot, ou corrigir um erro de macro numa planilha de faturamento, e ele falha nos 3 testes, porque o conceito de "tudo" de quem pede e de quem oferece muitas vezes é diferente...


Essa seria sua escolha para fazer parte da sua orquestra?

Não há nada de errado em conhecer, acompanhar ou mesmo dominar múltiplas ferramentas, mas quando alguém que quer solicitar algo em que você tenha interesse for lhe perguntar o que você sabe fazer, é preciso haver uma resposta específica e que interesse a quem perguntou.

Mais importante do que isso, é preciso haver o domínio real das competências e ferramentas e necessárias para realizar esta atividade que está sendo proposta.

Ser generalista não é incompatível com isso, pois se refere muito mais à visão ampla ou ao entendimento dos diversos componentes de uma realidade, do que à capacidade de operar e realizar as atividades associadas a eles.

Há espaço no mundo para os homens dos 7 instrumentos, mas no que se refere à produtividade e ao desenvolvimento pessoal, todos saem ganhando quando eles atuam em projetos que exigem mais de um instrumento (metafórico, claro) ou técnica que eles realmente dominem, e aí chamem outras pessoas que dominem os demais 6 instrumentos.

Conclusão: Misturando tudo

A realidade, como de hábito, é mais difusa e imprecisa que qualquer descrição objetiva.

Considere o seguinte cenário e as alternativas abaixo, que se baseiam num exemplo real que conheço - mas no exemplo real, felizmente, os executivos em questão não caíram nas armadilhas, e souberam escolher alternativas que maximizaram o aproveitamento de suas habilidades:

Dois executivos, recém-saídos de uma grande empresa de distribuição de combustíveis, percebem a oportunidade de desenvolver um serviço on-line de cálculo de rotas para distribuição de cargas.

Um deles, que anteriormente atuou como Diretor Financeiro, fica responsável por nos próximos 30 dias obter financiamento bancário para a ideia, visitar as grandes empresas de logística da região para prospectar clientes, registrar uma empresa em nome de ambos, e desenvolver nome, marca, logotipo e website corporativo.

O outro, que foi Diretor de Engenharia, ficou responsável pelo desenvolvimento do serviço, e para isso comprou um servidor e um no-break, contratou a instalação de uma conexão dedicada em sua casa, e enquanto aguarda a entrega e instalação dos equipamentos e da linha, se dedica a aprender a gerenciar servidores Linux, administrar bancos de dados MySQL e programar em PHP, para poder começar a delinear seu aplicativo.

Em quais das armadilhas da produtividade os 2 personagens acima caíram?

a) Abraçar o mundo
b) Não delegar
c) Ser o homem dos 7 instrumentos

Acertou quem respondeu "as 3" - considerando a questão da delegação como ela foi mencionada acima em relação a empreendedores individuais, claro.

Muitas vezes é difícil encontrar os limites entre as armadilhas. Eles não estão claramente demarcados, mas procurar por eles pode ser desnecessário - o importante é saber que as armadilhas estão no seu caminho e, como o folclórico canto da sereia, sabem disfarçar-se de forma atrativa, levando o marujo incauto a aproximar demais das rochas o seu barco.

Desviar delas requer conhecimento de suas próprias habilidades, investimento em desenvolver competências específicas, atenção ao foco e aos objetivos, e muita disciplina. Mas vale a pena: a persistência geralmente se traduz em resultados melhores, redução de desperdício (especialmente de esforço) e mais qualidade de vida para você!

Quer ser mais criativo? Então desacelere...

por Patricia Wolff, autora convidada para a série "Competências"

“As mentes são como pára-quedas: só funcionam se estiverem abertas.” (Ruth Noller – Pesquisadora da Universidade de Buffalo)

Você está satisfeito com sua criatividade?

O que você faz quando precisa ser mais criativo?

Foto (c) 2005 Felipe T. Marques

A revista NewScientist publicou, no último dia 30 março, um estudo que avalia o funcionamento cerebral de 72 voluntários. Ele sugere que quanto mais lenta a comunicação entre algumas áreas do cérebro, mais criativa uma pessoa se torna. Esse ritmo mais lento permite conexões entre ideias muito diferentes.

Em uma entrevista ao jornal Folha de São Paulo, Rex Jung, professor do departamento de Neurocirurgia da Universidade do Novo México (EUA), um dos autores desta pesquisa, disse:

“A ideia criativa é normalmente descrita como algo vindo de um processo lento (ao tomar banho, ao acordar de um sonho, etc.). Parece que esses pensamentos mais lentos permitem que mais ‘nós’ do cérebro sejam conectados em formas mais novas e úteis, em contraste com o processo rápido de raciocínio que permite a alguém ter rapidamente uma resposta ‘certa’: a que já é conhecida”.

Para entendermos como isso funciona na prática, basta olharmos para uma criança. Eu tenho um filho de seis meses, e esta semana brincando com ele no chão da sala observei quando ele viu o jornal que estava em cima do sofá. Imediatamente ele engatinhou, ou melhor rastejou, pois ainda não sustenta o peso do corpo nos joelhinhos, e esticou o braço direito para alcançá-lo mas perdeu o equilibrio e caiu. Logo comentei com meu marido, que assistia a cena, “Ele acha que irá pegar o jornal, vê se pode? ...” . Ele tentou uma, duas, três vezes sem sucesso, até que na quarta vez descobriu que esticando o braço esquerdo, que estava apoiado no chão, o direito poderia alcançar o jornal, e assim o fez.

O que pude aprender com essa situação foi:

  1. Para sermos criativos devemos ter claro o que queremos atingir.
  2. A necessidade fornece impulso positivo para o desenvolvimento de soluções criativas.
  3. Temos que ter muito cuidado com nossas crenças (Ele acha que irá pegar o jornal ...), pois as irracionais podem duvidar da capacidade de se atingir o objetivo e “cortar” o fluxo criativo do pensamento.
  4. Criatividade tem a ver com explorar o desconhecido, e para isso precisamos ter em mente que frequentemente podemos errar. Tentar e errar faz parte do processo criativo.

O que acontece é que muitas vezes pelo receio do fracasso, nós adultos, acabamos não insistindo diante uma falha, ou pior, às vezes nem tentamos.

Só que cada vez que temos um resultado malsucedido, mais enriquecemos nossa percepção pois estabelecemos mais ligações de causa e efeito e mais identificação de correlações. Thomas Edison dizia: “Eu não fracassei, apenas encontrei 10.000 maneiras que não funcionaram”.

Alguns obstáculos para a criatividade:

  • No ambiente competitivo e aceleradíssimo em que vivemos hoje, temos a tendência de ficar no piloto automático para decidir, quase tudo, de forma mais rápida;
  • Dificuldade em lidar com a frustração de errar antes de acertar;
  • Sair da zona de conforto se está tudo bem com meu trabalho. O ser humano tem a tendência de poupar toda e qualquer energia para se preservar.
  • Somos educados para não sermos criativos, ao longo de nossa vida, nos diversos ambientes ao nosso redor, nos deparamos com muitos bloqueios mentais que podem inibir a nossa criatividade: família, escola, empresas, etc

A boa notícia é que da mesma forma que fomos educados para não sermos criativos, podemos nos propiciar um caminho inverso. Para isso é importante que nos desafiemos continuamente e estejamos preparado para quebrar alguns paradigmas (e eventualmente a cara)...

De acordo com o professor Richard Florida, da Universidade de Carnegie Mellon, em Pittsburg na época atual a capacidade de realizar as tarefas corretamentes não é mais a mercadoria que os empregados vendem às empresas. Na era criativa, diz Florida, as pessoas vendem, acima de tudo, sua capacidade de pensar.

Então, vamos para a prática.

Como posso desenvolver mais a criatividade em meu dia a dia?

  • Seja curioso: evite reproduzir tarefas mecanicamente, isto faz parte dos papéis e responsabilidades de uma máquina. Busque as causas, os porquês, as implicações.
  • Dedique-se a algo para o qual não foi treinado. Fale com pessoas que não pertençam a seu círculo profissional para abrir seu ângulo de visão. Identifique uma habilidade extra-profissional que ajudará muito a interpretar as oportunidades de maneira diferente.
  • Questione. Não existe inovação sem as perguntas: Por que ? Por que não ? E se ?. Peter Drucker já dizia que o importante não é ter as respostas certas mas saber fazer as perguntas corretas.
  • Bom humor ajuda a olhar os problemas de maneira diferente
  • Seja ousado. Pense naquilo que deve ser feito para satisfazer as causas dos problemas e não no que é permitido ser feito. As conciliações, adaptações e concessões fazem parte de uma segunda etapa.
  • Invista em ter ideias: associe, combine, modifique, adapte, aumente, diminua, substitua, reorganize, inverta as ideias que você têm. As combinações são infinitas. Steve Jobs costuma falar “Criatividade é conectar as coisas”
  • Faça outra coisa quando as ideias de esgotarem. Um café, uma caminhada, um banho relaxante favorecem a mudança de foco, a busca de outra perspectiva.
  • Nunca se contente com a primeira ideia que lhe ocorrer. Busque outras, outras e muitas outras e escolha a melhor.
  • Estimule seu cérebro também nas horas de lazer. Leia bastante, frequente cinema, teatro, exposições, toque um instrumento musical, viaje para conhecer outras culturas e tenha um hobby que exige atenção constante (esporte radical, jogos de computador, etc...).

Lembre-se, o núcleo do processo de aprendizado é a transformação de ações inefetivas em ações efetivas. Para isso é preciso encarar de frente uma situação insatisfatória presente para transformá-la em uma oportunidade de desenvolvimento e AGIR para transformá-la em satisfatória. Este é o círculo virtuoso que me trará mais tranquilidade, confiança e CRIATIVIDADE!

E você o que fará para aumentar sua criatividade no dia a dia?

Um abraço e conte com meu apoio !

Para saber mais:

A autora convidada da série de artigos sobre Competências, Patrícia Wolff, atua como coach executivo e de equipe, conferencista em Desenvolvimento Humano e é diretora da Quantas Consulting.
 

Estudante: seu currículo futuro depende do que você fizer agora

Currículo é um documento em que se reúnem dados relativos à identificação, formação, experiência profissional e atividades anteriores de um profissional ou candidato a uma oportunidade, e por natureza, ao menos na maioria dos casos, ele reflete com fidelidade algumas das principais realizações do histórico de uma pessoa, no que tange à sua empregabilidade.

Fila do emprego...

O Efetividade tem uma série de artigos explicando como fazer seu currículo, boa parte deles com modelos baseados na minha própria experiência da época em que eu selecionava pessoas para estágios e vagas de emprego, via processos seletivos que começavam pela coleta e análise de currículos.

Vi muitas barbaridades em currículos nessa época, e decidi fazer algo a respeito escrevendo meus próprios artigos sobre currículos e disponibilizando meus próprios modelos de currículo, que alcançaram certo grau de sucesso - incluindo aí o uso pela revista Veja em texto sobre o tema.

De vez em quando também algum leitor aprovado em processos seletivos aparece para agradecer, e é por aí que efetivamente meço o sucesso da iniciativa.

Tem outro lado

Mas há outro lado nessa história, como ilustra um recente comentário de um leitor em um artigo que escrevi para ajudar o pessoal que quer um curriculum para primeiro emprego.

O artigo apresenta o básico, com truques para evitar a aparência de folha vazia, e para valorizar a experiência acadêmica extra-curricular, como participação em eventos, envolvimento em empresa júnior e diretório, estágios e atividades voluntárias, na hora de ir ao mercado e tentar se diferenciar de outras pessoas batalhando as mesmas vagas. O mesmo artigo ainda apresenta um exemplo de preenchimento do mesmo currículo por uma pessoa que está cursando o segundo grau.

 

Note, entretanto, que o comentário a que me referi acima não desejava nada disso. Ele queria algo mais, e acredito que seja uma orientação que eu não acredito que alguém possa oferecer eticamente: um modelo de preenchimento que possa fazer com que pareça bom o currículo de alguém que tenha apenas se formado na área em que quer atuar, com pouca ou nenhuma experiência a relatar.

Existe algo que pode fazer um currículo destes parecer bom, e é simples de exemplificar: basta que haja um processo seletivo em que o requisito principal seja a formação na área, e não tenha aparecido número suficiente de outros candidatos formados.

Fora isso, o que ocorre é da natureza do processo: o currículo de quem não tem experiência ou formação complementar naturalmente parecerá mais vazio do que o de seus concorrentes que possam agregar alguma informação sobre realizações profissionais anteriores, ou mesmo sobre realizações acadêmicas complementares.

Fica a dica

O que mais me surpreendeu no comentário a que me referi foi a natureza da indignação expressa pelo seu autor.


Este é o modelo em questão

Explico: ele não estava lamentando a sua própria situação de ausência do diferencial profissional que desejava possuir. Na opinião dele, o problema é que o modelo de currículo apresentado no artigo (e reproduzido na imagem acima) era de "um profissional com uma vasta formação e grande experiência".

Acredito mesmo que quando a pessoa descreve desse jeito alguém como o personagem daquele currículo (a "vasta formação" era a graduação completa e a "grande experiência" era ter feito 2 estágios), possa ser bem mais difícil escrever um currículo sem ficar com a sensação de "folha vazia".

Mas a solução pra isso é fazer a escolha de aproveitar oportunidades de experiência complementar durante a formação, ou em paralelo a outras atividades profissionais, mesmo que isso custe um alto preço em termos de horas dedicadas ao lazer ou a outras atividades mais prazerosas a curto prazo.

Nada de mentir no currículo

Se a escolha for outra, ou se for impossível colocar isso em prática (e às vezes é), não tem jeito: seu currículo precisa refletir a sua realidade.

As alternativas seriam o popular "encher linguiça" (que o recrutador logo percebe e avalia negativamente), auto-elogio sem evidências (que levam à pergunta: se este candidato é tão bom, como não consegue apontar nenhum exemplo do uso dessas qualidades que diz ter?), ou o pior pecado: mentir no currículo (como estas "top 5" mentiras de currículos, elencadas pela revista Info. Nada disso ajuda, e o melhor ainda será ficar com um currículo modesto e verdadeiro.

Como fazer para enriquecer um currículo

Se você é estudante, não deixe passar em branco nenhuma oportunidade de ter algo a inserir no seu currículo daqui a alguns anos para estar em posição de vantagem em relação a quem se limita a assistir aulas e fazer provas. Saiba que isso não garante vaga a ninguém, mas pode aumentar bastante a sua chance quando o processo seletivo for razoavelmente equilibrado.

Algumas das oportunidades às quais você deve dar atenção já foram mencionadas aqui: atuar em empresas-júnior ou empresas-modelo mantidas pela instituição de ensino, participar ativamente na gestão do diretório acadêmico, ser o tesoureiro da comissão de formatura, monitor/bolsista em laboratórios, participar de eventos relacionados ao seu mercado de trabalho, publicar artigos, realizar estágios e outras atividades que permitam que um futuro avaliador perceba que você tem iniciativa, sabe se virar, é esforçado e já teve alguma experiência de vida que permitiu aprender a trabalhar em equipe, comunicar-se e outros atributos que muita gente menciona no currículo, mas não consegue convencer (e nem chega a ser chamado a uma entrevista para poder demonstrar).

Um modelo de currículo do Efetividade.net

Outras alternativas (que valem também para quem não é estudante) foram mencionadas no nosso artigo "Emprego sem experiência? Existe solução" e permitem sair da situação paradoxal em que ninguém lhe dá oportunidade porque você não tem experiência, e você não consegue ter experiência porque ninguém lhe dá oportunidade. Todas elas exigem alguma dose de dedicação, portanto o melhor é começar cedo.

Finalmente, para quem já está no mercado de trabalho e busca melhorar a sua empregabilidade, mirando no avanço da carreira ou em uma possível recolocação futura, vale aproveitar o ensejo e consultar as nossas 12 dicas rápidas de estabilidade e empregabilidade - que também passam pela atenção ao que colocar no currículo.

Afinal de contas, a conclusão é simples: nenhuma dica de formatação pode ajudar a criar valor no currículo de quem não tem diferencial em relação a outros concorrentes. Como geralmente o único diferencial que está ao nosso alcance obter são a formação e a experiência, é nisso que podemos nos concentrar para ter uma reação positiva.

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