Home Office: organizando como uma cabine de avião

Organizar bem a mesa de trabalho e o espaço ao redor dela no escritório é um dos nós da produtividade pessoal, ao mesmo tempo em que denota vários aspectos da personalidade de quem a planejou: há quem goste de deixar todas as ferramentas à vista, outros as reunem em pequenos grupos funcionais engavetados, há os que escolhem o que expor com com base na estética, e assim por diante.

É difícil oferecer uma solução pronta que sirva para todos, mas sempre há possibilidade de oferecer dicas gerais que servem tanto ao pessoal que gosta de armários e gavetas, quanto para o pessoal adepto de manter tudo exposto, e para todas as situações intermediárias.

E nossa dica de hoje é bem dessa categoria, além de ter outro ponto positivo: se baseia em uma imagem bastante fácil de visualizar: a de um cockpit de avião.

Note a quantidade de instrumentos e comandos

A foto acima é da cabine de um 737-800, tirada durante os preparativos para o pouso. Salta aos meus olhos a quantidade de instrumentos, mostradores, botões e comandos em geral, mas há algumas outras características que quero destacar:

  1. Cada elemento está ali por uma razão clara e conhecida
  2. O piloto sabe onde está cada um deles
  3. Eles estão agrupados por funcionalidade
  4. Os mais essenciais ficam próximos ao foco de atenção do piloto, mas...
  5. ...mesmo os menos essenciais estão permanentemente ao alcance

Tudo a seu alcance

David Allen, criador do já clássico método GTD de organização pessoal, já preconizava, com base em um exemplo bem prático: se você colocar o arquivo e a lixeira a uma distância que exija levantar-se da mesa para usá-los, já era: os papéis vão se acumular em pilhas sobre a mesa e, depois, na gaveta mais próxima.

Uma mesa em formato de bumerangue, com os instrumentos e controles distribuídos radialmente

A organização da cabine do avião, em oposição ao exemplo negativo acima, é muito mais adequada: tudo ao seu alcance, e os elementos mais próximos ao seu foco central (que para alguns é a tela do computador, e para outros geralmente é o tampo livre da mesa) são aqueles instrumentos cujo monitoramento é mais crucial, ou aquelas ferramentas e comandos mais frequentemente empregadas. Fora deste núcleo, os demais instrumentos e ferramentas são dispostos radialmente, com os mais usados ficando permanentemente acessíveis, e os demais em gavetas e armários ao seu alcance.

Alguns itens de mobiliário são melhor adaptados a maximizar o aproveitamento deste tipo de situação, tais como mesas com tampo em "L", gaveteiros embutidos, prateleiras suspensas sobre a mesa, e as cadeiras com rodinhas, capazes de ampliar bastante a sua noção intuitiva sobre o que está ao seu alcance sem se levantar - especialmente se o piso permitir deslizar bem.

Quando projetei meu home office atual, que já é o terceiro (após várias mudanças...), aproveitei para desenhar uma mesa em L menor do que as habituais, e um gaveteiro que não fica sob o tampo, como seria o usual - ele fica ao lado, e tem um tampo rebaixado onde cabe perfeitamente o meu arquivo de pastas suspensas e o triturador, pouco abaixo do nível da mesa, facilitando arquivamento e pesquisa (no arquivo) e uso e limpeza (do triturador). O piso permite que a cadeira deslize bem, e há bom número de prateleiras suspensas e gavetas ao meu alcance na estante.

Como fazer

A receita depende muito de suas preferências, e até mesmo dos compromissos que você está disposto a fazer - por exemplo, se você usa diariamente uma ferramenta feiosa e que ocupa um bom espaço na sua mesa, estará disposto a parar de guardá-la na gaveta todos os dias, e passar a fazê-la ocupar o lugar da mesa onde hoje está um charmoso livro ilustrado que você quase nunca abre? Talvez não, e não há problema quanto a isso, desde que seja uma escolha consciente.

Mas a idéia geral, para você começar a ir planejando agora e colocar em prática no final do expediente de hoje, ou no começo do de amanhã, é a seguinte:

  1. Abrir espaço: lance um bom olhar crítico sobre a superfície da sua mesa e o conteúdo das gavetas e prateleiras próximas, localizando o que você usa ou consulta raramente, e já removendo ou deslocando para algum lugar menos nobre. Aproveite para planejar maneiras criativas de criar mais espaço, trazendo uma mesinha de apoio, instalando uma prateleira aérea, ou mesmo reposicionando elementos existentes.
     

    O foco no meu escritório: um monitor com o editor de texto, outro com o site aberto, dois blocos, caneta, calculadora e telefone
     

  2. Classificar e posicionar os elementos principais: Entre os elementos que você usa com frequência, encontre os que precisam ficar mais próximos ao seu foco de atenção (no meu caso, mais próximos ao monitor), seja por necessidade de observá-los ou de tê-los ao alcance. No meu caso, o monitor é o grande astro, mas o telefone, o bloco de folhas soltas e a calculadora também desempenham papéis importantes, por isso ficam em destaque. Os demais elementos da mesa (caneteiros, grampeador, carimbos, spray para óculos, pastilhas, a bússola que me lembra diariamente da importância de seguir um rumo, o porta-controles-remotos, etc.) são usados com alguma frequência, mas são secundários e por isso ficam afastados.
     

  3. Garantir o espaço livre: É difícil a rotina de trabalho que não precise de algum espaço livre para o objeto ou documento que está sendo examinado ou mesmo criado no momento. Se a cada vez que você quer abrir um livro ou escrever em um formulário na sua mesa for preciso arranjar espaço deslocando o que estiver lá, algo está errado e precisa ser consertado!
     

    Na lateral, o gaveteiro que sustenta o meu arquivo e o triturador. Ao alto dá de ver a multifuncional.
     

  4. Classificar e posicionar os elementos periféricos: Se são importantes na sua rotina, não é por serem volumosos e menos usados que eles devem ficar longe. Nas fotos do meu escritório você pode ver a bandeja de entrada e a multifuncional localizadas em uma prateleira suspensa ao meu alcance, e o arquivo de pastas suspensas e o triturador de papel em uma mesa lateral de apoio, ao alcance de um giro da cadeira.
     

  5. Definir acumuladores: Mesas de trabalho têm um magnetismo astral que as faz atrair moedas, elásticos, carteiras, recibos, cabos USB, folhetos, chaves e uma infinidade de outros itens que, mesmo tendo outro lugar reservado para si, gravitam em direção ao centro do espaço disponível mais próximo. Gina Trapani, a legendária fundadora do site Lifehacker, usa outra metáfora de aviação para sugerir como lidar com este fenômeno: estabelecer uma pista de pouso, onde todos estes objetos aterrisarão sem ficar no caminho da sua produtividade. O problema básico destes acumuladores é que eles tendem a encher, porque vários dos objetos chegam a eles e nunca mais saem. É preciso estabelecer também uma rotina para esvaziá-los regularmente.
     

  6. Posicionar as distrações: distrações no ambiente de trabalho não são desejáveis (afinal Escritório em Casa não é Central de Entretenimento!), mas esta é uma área em que frequentemente há concessões a fazer: se você optou por aceitar a presença de um sofá em que outros habitantes da casa parem para um café e 2 dedos de prosa, ou mesmo da TV que lhe atualiza das notícias enquanto você trabalha, ao menos minimize o impacto deles: não os posicione de tal forma que para dar uma olhadinha na tela de TV, você precise ficar totalmente de costas para o trabalho, por exemplo. Fique atento também às distrações menos desejadas...

Com estes 6 passos você irá longe! E não se preocupe: é normal ir adaptando o modelo com o passar do tempo, e não há pontos extras para quem prefere ser radical - a não ser que os recursos e tempo disponível sejam infinitos, o melhor é pensar grande e começar pequeno!

Rapidinha Efetiva #11: Evitando a ressaca, promoções funcionais, como recusar propostas de amizade em redes sociais

Na semana que está se encerrando eu passei algumas horas participando de um curso de liderança, em Floripa, o que me deu algumas idéias para posts futuros. Mas enquanto eles não vêm, segue nossa já costumeira Rapidinha Efetiva, tratando de temas que variam desde um método alternativo para lidar com o cabeamento até o curso de liderança que a Patrícia Wolff (autora convidada da nossa a série de artigos sobre Competências) vai promover em SP.

Evitando a ressaca - cientificamente

Segundo informa o Slashdot, 2 pesquisadores de uma universidade coreana chegaram a uma conclusão interessante: bebidas alcoólicas com bolhas de oxigênio (e não é o caso das que vêm na sua cervejinha ou champanhe hoje) permitem que seus consumidores fiquem sóbrios mais rapidamente e reduzem os efeitos colaterais (incluindo a ressaca) sem diferença significativa nos efeitos do álcool durante o consumo.

Original

Vamos ver se a coisa evolui, e em uma próxima quarta-feira de cinzas teremos menos gente com cara de ante-ontem graças às bolhinhas de oxigênio.

Moderação e bom senso também são boas receitas, e quando eles faltam, recomendo o artigo anterior "Ressaca: como sobreviver ao dia seguinte.

Cabos: se não pode sumir com eles, decore-os

A minha estratégia no que diz respeito aos cabos (do PC, do monitor, dos HDs externos, do roteador, da TV e tantos outros que vivem ao redor da minha escrivaninha) é procurar mantê-los suficientemente organizados e acessíveis, mas longe da minha vista - para isso desenvolvi há alguns anos um organizador feito com uma grelha e 2 grampos, fixado atrás da escrivaninha sem danificá-la (já foi até tema de post no Lifehacker), que continua me atendendo bem, mesmo considerando que o número de cabos por aqui só aumenta.

Você faria algo assim?

Mas há situações especiais em que não é trivial fazer desaparecer um componente do cabeamento, especialmente quando é um único cabo de conexão que precisa percorrer uma razoável distância exposta - por exemplo, até a tomada que fica no meio da parede, ou ligando o home theater às caixas traseiras, em ambientes que não oferecem os recursos básicos para escondê-los. E é aí que entra a idéia de fazer o oposto: colocá-los em evidência (com alguma harmonia, claro) com ajuda de acessórios específicos para isso, como as da foto acima, que vi no Gizmodo Brasil.

Eu não faria, mas ao menos achei criativo, e de repente é exatamente a solução que algum de vocês estava procurando ;-)

O caso dos "promovidos em série" - a que eles atribuem o sucesso?

Não é tão comum assim, mas todos sabemos que a possibilidade de galgar todos os degraus da pirâmide organizacional, começando da própria base e escalando eticamente, por seus próprios méritos, às vezes acontece - e é fácil encontrar exemplos destacados deste fenômeno.

Escalando

Na minha opinião, um requisito essencial é dispor do conjunto certo de competências ao longo de todo o período - e os requisitos certamente variam de organização para organização, e mesmo dentro de uma mesma organização, ao longo do tempo - e para saber mais sobre isso a série de artigos da Patrícia Wolff vem bem a calhar. E claro que precisamos também levar em conta o Princípio de Peter, sobre o qual comentamos anteriormente no artigo "Promovido no emprego? Evite o mal da incompetência súbita".

Mas o G1 foi além, e localizou um conjunto de pessoas menos notórias e que compartilham entre si a característica mencionada acima: começaram como atendentes ou recepcionistas em empresas e, hoje, são gerentes, diretores e superintendentes. Perguntados sobre qual o principal fator de sucesso, eles não se furtaram a responder (gostar do que faz parece ser o ponto em comum entre as respostas), e talvez a leitura possa provocar em você uma reflexão interessante!

SP, 8 e 9 de abril: Programa de Liderança para Média Gerência

E já que falamos sobre o a série de artigos sobre Competências que a Patrícia Wolff está publicando aqui no Efetividade como autora convidada, aproveito para avisar: chegou ao meu conhecimento que ela vai realizar um curso de Liderança direcionado à Média Gerência, no inicio de abril em São Paulo.

O objetivo é capacitar os participantes (que exercem funções de gerência e desejam desenvolver a liderança) a identificar e desenvolver habilidades necessárias para se tornarem lideres efetivos. São 2 dias de workshop (16 horas) com teorias sobre gestão e comportamento humano, acompanhadas de casos, filmes, discussões em grupo e reflexões individuais. Ao final do workshop cada participante elabora o seu plano de desenvolvimento, baseado em ações e prazos para atingir suas metas.

Você pode obter o programa do evento e maiores informações via contato@keypeople.com.br, contato@quantasconsuting.com.br ou pelo fone (11) 3511-3833.

A regra de ouro para quem estuda em ambientes inóspitos

Tudo sempre pode ser pior, e se o ambiente que está disponível para você estudar regularmente não é acolhedor a esta atividade, você tem poucas opções, sendo que talvez as melhores delas incluam promover a melhoria deste ambiente, ou planejar-se para poder ter acesso a outro que seja melhor.

Ambiente barulhento

Mas às vezes não dá para fazer nenhuma das duas coisas imediatamente, e a pessoa acaba se vendo tentada a simplesmente não estudar para a prova, ou não se preparar para a apresentação, porque a situação do ambiente está muito longe do ideal. A tentação pode ser forte, mas o post da Euzébia Noleto (em seu blog sobre Simplicidade) nos lembra de uma frase que é ao mesmo tempo simples e verdadeira, e pode servir para motivar uma situação de meio termo que geralmente é bem melhor do que simplesmente desistir. Sou adepto da mesma tese, e já a apliquei em muitos ônibus mal iluminados e pátios barulhentos ;-)

Vale lembrar, também, do nosso recente artigo "Como estudar melhor: volta às aulas com Efetividade

Etiqueta em redes sociais: como recusar "propostas de amizade"?

Publicar em alguma "rede social" ou sistema on-line de gerenciamento de perfis e contatos informações que você não gostaria de ver chegar amplamente a qualquer pessoa que possa conhecê-lo ou ter interesse em você (como colegas de trabalho, potenciais empregadores, etc.) não é, em si, uma boa idéia - se você deseja se expor, no mínimo precisa estar disposto a arcar com este tipo de consequência.

"Posso te adicionar como amigo?"

Mas quem acredita em um meio termo (a tal "exposição controlada") pode se ver em saias justas quando alguém que não faz parte dos grupos seletos que você considera aptos a entender as fotos e mensagens do seu perfil pede para "ser seu amigo" em alguma rede social.

Como dizer não, ou como aceitar apenas parcialmente, sem ofender? Eis um dilema do qual eu não padeço (minha técnica é simplesmente não aceitar, quando não quero - mas também sigo a técnica de não publicar nada em redes sociais que minha mãe, meu chefe e a Madre Teresa não devessem ver), mas parece que bastante gente tem, e este artigo do G1 oferece algumas respostas (Facebook-cêntricas).

Vivendo de forma assertiva

por Patricia Wolff, autora convidada para a série "Competências"

“Há três abordagens possíveis para se conduzir as relações interpessoais. A primeira é pensar apenas em si mesmo e passar por cima dos outros. A segunda é sempre pôr os outros à frente de si mesmo e a terceira é a ideal – a pessoa se coloca em primeiro lugar, mas leva os outros em consideração” (Joseph Wolpe)

Afinal, o que é assertividade? Simples: dizer a coisa certa, da forma certa, na hora certa, para a pessoa certa no local certo. Parece fácil, não? Mas por que na hora de colocar em prática o simples se torna complicado?

Na maioria dos casos isso acontece por dois grandes motivos:


  • O comportamento assertivo não é um comportamento natural, como por exemplo uma reação instintiva de luta (confrontar ou agredir) ou fuga (evitar ou reprimir). Ele requer um processo de aprendizagem e muita prática para tornar-lo espontâneo.
  • A sociedade acaba nos estimulando para dois extremos: excesso de individualidade ou de socialização. Para este último aspecto Freud em seu livro ‘O mal estar na civilização’ (1929) já dizia que socializar-se é reprimir-se. Exceder na socialização nos leva a dizer não para algumas necessidades nossas e sim para as necessidades do outro, sacrificando nossos desejos em prol dos desejos alheios. Ao exceder na individualidade optamos por impor nossos desejos, mesmo que para isso seja necessário invadir o território do outro.

Qual seria então a melhor alternativa de comportamento diante deste contexto?

Antes de responder vamos entender as diferenças entre os 4 tipos de comportamentos:


  1. Passivo: Caracteriza-se principalmente pela fuga diante do conflito. Faz-se de tudo para evitar a briga. O individuo não expressa suas necessidades, pensamentos e sentimentos, permitindo que os outros as determinem. Vive muito preocupado com a opinião dos outros a seu respeito. Evita abordagem direta, cede facilmente e, conseqüentemente, se sobrecarrega pois tem dificuldade em dizer não. Pensamento típico: “O que quer que eu pense não é importante”.

  2. Agressivo: Seu comportamento, diante do conflito, é de luta, seja por suas idéias, interesses ou poder, é uma guerra que sempre terá um ganhador e um perdedor. Mais preocupado com os próprios desejos do que com os dos outros. Critica as pessoas e não seu comportamento, interrompe com freqüência e é autoritário. Pensamento Típico “O que quer que o outro pense não é importante. É um absurdo ele pensar de uma forma diferente”.

  3. Passivo/agressivo: Tem um comportamento misto, com elementos de agressividade (quando acredita que precisa vencer o outro) e passividade (quando não tem coragem de confrontar as pessoas). Tem um jeito sedutor e manipulador de usar as pessoas para atingir resultados. Sua linguagem é indireta, consegue deixar as pessoas confusas quanto a sua real intenção e às vezes demonstra um humor irritante. Pensamento Típico: “Suponho que eu mesmo terei que digitar o relatório ... da próxima vez que me pedirem algo, que esperem”.

  4. Assertivo: É capaz de expressar suas necessidades, opiniões e sentimentos, confiante de que não está dominando, explorando nem coagindo o outro a agir contra a sua vontade. Busca defender seus desejos, sem ignorar os dos outros. É direto na abordagem de assuntos e problemas, mas demonstra respeito pelo chefe ou colega de trabalho, ouvindo e procurando entender sua perspectiva. Aceita acordos e soluções e foca no ganha-ganha. Fala Típica: “Concordamos que o relatório deveria estar pronto às 12hs e agora são 14hs. Está com algum problema?”

Respondendo a pergunta acima, o comportamento assertivo, sem dúvidas, é uma boa alternativa, pois proporciona melhores chances de conseguir um resultado que satisfaça ambas as partes.

Algumas causas para o comportamento não-assertivo:

  • Medo de magoar o outro
  • Ter dificuldade em controlar as emoções.
  • Acreditar que o outro é mais importante ou tem mais poder do que ele próprio.
  • Não conseguir se colocar no lugar do outro.
  • Desvalorizar a própria capacidade de resolver problemas.
  • Escutar seletivamente.
  • Ter necessidade de ser apreciado.

Para o comportamento assertivo aparecer, precisamos da soma de algumas habilidades:

  • Ser flexível
  • Ter empatia
  • Saber ouvir
  • Ser transparente
  • Ser objetivo
  • Ter boa auto-estima
  • Estar de bem com a vida

Resumindo, para sermos assertivos precisamos de essencialmente dois ingredientes:

  1. Ter mais autoconsciência: conhecer a pessoa que você realmente é, gostar dela e ser responsável por ela;
  2. Fazer escolhas: além de escolher a palavra certa, precisamos ficar atentos ao tom, a entonação, o volume da voz, expressões faciais e gestos.

Agora, antes de prosseguir com a leitura, faça uma reflexão sobre como anda a sua assertividade, e anote suas respostas lembrando que só você terá acesso a elas:

  • Que situações lhe causam problemas? E quais você enfrenta com mais facilidade?
  • Como você se sente sobre a sua capacidade de se expressar? Em geral se sente bem fazendo isso?
  • Sua assertividade está à altura da sua posição que você ocupa? Em que aspecto você poderia melhorar?
  • Pense em uma pessoa que você conhece que possua comportamento assertivo. Como essa pessoa se comporta, o que ela faz que te leva a concluir que ela é assertiva? Quais desses comportamentos você poderia começar a treinar?

Analise as suas respostas e escolha apenas uma situação para aplicar as dicas a seguir.

Como fazer isso muito bem?

(adaptado do livro: Desenvolva sua assertividade)

  • Seja direto. Afirme o que você sente, pensa ou precisa. Não presuma que a pessoa saiba que se passa dentro de você. Situação :“Estou aborrecido porque...”, “Sinto-me frustrada porque ...”
     

  • Ataque o problema e não a pessoa. Parece sutil mas é de grande importância distinguir a identidade da situação. Situação :“Você sempre coloca a toalha molhada em cima da cama !” de “Por favor, não deixe a toalha molhada em cima da cama pois me incomoda deitar na cama molhada”.
     

  • Seja específico, não generalize. Não acuse, apresente fatos. Em vez de “Você está sempre atrasado” por “Por que você se atrasou novamente hoje?”
     

  • Não se desculpe nem se justifique em excesso. Uma vez é o bastante para se desculpar se for feito com sinceridade, de forma direta, precisa e segura sem maiores delongas. Tome cuidado pois, às vezes, presumimos que estamos protegendo os sentimentos da outra pessoa quando na realidade podemos estar confundindo ou aborrecendo. Ao invés de dar uma longa explicação para justificar o porquê você não pode cuidar do cão do seu amigo, diga “Tenho alergia a pelo de cães, portanto não posso cuidar do Bob no final de semana.”
     

  • Assuma a responsabilidade por sua mensagem. Use frases na primeira pessoa para expressar os seus pensamentos, sentimentos e necessidades. Ao invés de “Estou certo que você concordaria que a única coisa sensata a fazer é uma fusão” prefira “Eu acho que a melhor opção é a fusão.”
     

  • Seja franco. Com você mesmo, com suas necessidades e sentimentos como eles são e não como as pessoas acham que deveria ser. Sua vida não pode ser pautada pelos “poderia”, “deveria”, pois são julgamentos de valor e podem despertar sentimentos de culpa. “Sim eu assumo as responsabilidades de mãe seriamente, mas meu trabalho também é importante para mim.”
     

  • Seja claro nas suas instruções e pedidos. Diga o que você de fato quer. Ao invés de “Você gostaria de colocar o lixo para fora para mim?, que além de tudo você pode receber uma resposta muito educada do tipo: “Não, obrigado.” Diga “Por favor, você colocaria o lixo para fora para mim?.”
     

  • Lembre-se dos seus direitos. Não é necessário qualificar-se para obtê-los como: ser avaliador dos próprios pensamentos, comportamentos e emoções; expressar seus desejos e como se sente; ser ouvido; ser imperfeito (como qualquer outra pessoa).

A fim de entender a aplicação do conceito de assertividade e sua implementação, experimente fazer o seguinte exercício:

Considere a seguinte situação: Você está na reunião de departamento em que apresentará um projeto de novo produto que poderá trazer ótimos resultados para a empresa. Porém, mais uma vez a reunião está sendo dominada por Paulo, seu par, um profissional obstinado com opiniões inflexíveis e que tem resposta para todas as perguntas.

  1. Descreva para você mesmo, qual é o seu comportamento espontâneo para esta situação?
  2. Você o caracteriza como agressivo, passivo, passivo-agressivo ou assertivo?
  3. Como você poderia tornar esse seu comportamento mais assertivo?

É importante ressaltar que não existe resposta certa ou errada, afinal não existe uma única resposta 100% assertiva e sim um progresso gradual de seu comportamento rumo ao seu desenvolvimento.

Contribua comentando o que você pretende fazer e/ou fez para aumentar sua assertividade.

Um abraço até o próximo post que será bem interessante e útil, sobre Construção de Relacionamentos (network).

Patrícia Wolff

Para saber mais:

Seja Assertivo!
Vera Martins
Editora Campus, 2005
http://www.livrariacultura.com.br/scripts/cultura/externo/index.asp?id_link=7020&tipo=2&isbn=8535215905
 


Desenvolvendo sua assertividade
Sue Bishop
Clio Editora, 2008
http://www.livrariacultura.com.br/scripts/cultura/externo/index.asp?id_link=7020&tipo=2&isbn=8578310047
 


Assertividade
Terry Gillen
Nobel, 2001
http://www.livrariacultura.com.br/scripts/cultura/externo/index.asp?id_link=7020&tipo=2&isbn=8521309996
 

A autora convidada da série de artigos sobre Competências, Patrícia Wolff, atua como coach executivo e de equipe, conferencista em Desenvolvimento Humano e é diretora da Quantas Consulting.
 

Agenda Ambiental: Como fazer

Agenda ambiental é um plano de desenvolvimento e interação que diagnostica e propõe soluções para uma população reduzir os impactos negativos que suas intervenções causam sobre o meio-ambiente.

Agenda Ambiental

A conservação do meio-ambiente e o desenvolvimento sustentável são temas cada vez mais frequentes, e uma das consequências comuns sentidas por organizações e coletividades é a expectativa crescente - por parte dos clientes, dos parceiros, do poder público ou de outros interessados - do desenvolvimento e execução de uma Agenda Ambiental, conceito alinhado ao da célebre Agenda 21 proposta (com escopo mais amplo) na conferência Eco 92, mas que pode ser implementado em variados âmbitos: a agenda ambiental de um país, de uma empresa, de um município, de uma escola, de um órgão público, de uma família, etc.

A efetividade das agendas ambientais existentes pode ser debatida a partir do seu conteúdo, ou mesmo dos resultados realmente alcançados por elas. Mas mesmo quando a redução dos impactos ambientais negativos é de pequena monta, é frequentemente empregado o argumento de que o próprio processo de construção e divulgação da agenda ambiental de um grupo ou organização contribui para a conscientização sobre a importância da sustentabilidade e tem efeitos secundários positivos.

Mas debater a efetividade das agendas ambientais está fora do nosso escopo de hoje, pois a intenção deste artigo é bem mais modesta: apresentar um modelo simplificado de como fazer agenda ambiental, para você empregar na sua organização ou coletividade - preferencialmente com o apoio de uma consultoria versada em ISO 14000 ou de alguma organização voltada à promoção da sustentabilidade.

Elementos básicos de uma Agenda Ambiental

Alguns elementos precisam estar presentes e bem definidos para que possa ser construída uma Agenda Ambiental. Entre os essenciais sob o ponto de vista do processo, incluímos:

  1. A coordenação: é indispensável definir objetivamente quem responde pela criação da Agenda Ambiental, pela sua execução e pela avaliação e apresentação dos resultados. Pode ser uma pessoa, um departamento, um grupo de trabalho, ou o que fizer mais sentido na sua organização. Com sorte, serão voluntários e profundamente comprometidos com o tema, e a atribuição de responsabilidade será apenas uma formalidade. Em qualquer caso é desejável que o grupo responsável pelo planejamento e execução seja multidisciplinar, com a presença de especialistas nas diversas áreas de conhecimento usualmente necessárias: biólogos, educadores, comunicadores, engenheiros, gestores, etc. Este grupo tem que ter clareza sobre quais os recursos à sua disposição, o horizonte temporal e outras variáveis que servirão como parâmetros para suas ações e para o produto gerado.
     

  2. O público: é necessário identificar quem é o público atingido pela agenda, bem como o público interessado. A participação do primeiro é crucial para o sucesso não apenas da construção da agenda, mas também para a sua execução; já o segundo precisa ser bem conhecido, pois muitas das ações da agenda serão dirigidas a ele, ou irão considerá-lo como co-partícipe ou envolvido na implementação.
     

  3. O escopo territorial: uma agenda ambiental tem um âmbito de atuação, idealmente sob controle ou jurisdição da organização proponente do projeto. Os limites deste escopo precisam ser definidos com clareza - por exemplo, se for a agenda ambiental de uma escola, é preciso saber se seus efeitos pretendidos se restringem ao que ocorre no ambiente escolar propriamente dito, ou se expandem até as casas dos alunos e professores, ou mesmo à comunidade no seu entorno.
     

  4. O horizonte temporal: a agenda ambiental deve ser ajustada periodicamente, mas usualmente é produzida com um "prazo de validade" explícito, ao final do qual é necessário repetir o processo, com novo diagnóstico completo, pois os ajustes pontuais deixarão de ser eficazes para manter suas relevância.
     

Os produtos de uma Agenda Ambiental

O processo de construção de uma agenda ambiental é rico em vantagens possivelmente difíceis de confirmar ou mensurar, como a conscientização produzida nos envolvidos e atingidos, as mudanças em processos inspiradas pelo próprio processo de avaliação, o conhecimento produzido ou transferido, etc.

Em nossas mãos

Mas há 2 produtos principais que podem se constituir em entregas reais e possuem maior potencial de serem percebidos como "resultado" do processo construtivo do plano, ainda que o resultado real seja o efeito que eles ainda deverão produzir. São eles:

  1. diagnóstico: o levantamento objetivo da situação existente quanto aos impactos (sócio-)ambientais das atividades praticadas, identificando e classificando problemas e até mesmo elencando (sem detalhamento) alternativas de soluções possíveis, quando couber.
     

  2. plano de ação: o detalhamento das soluções aprovadas para as situações identificadas no diagnóstico, listando os projetos e atividades que serão iniciados em resposta a elas para corrigir, prevenir ou mitigar impactos ambientais negativos.
     

Como elaborar sua agenda ambiental: plano simplificado

O processo de elaboração deve ser adequado às práticas de sua organização, e às limitações de recursos, prazo e outras que estiverem em vigor, e que devem ser consideradas pelos responsáveis no momento de planejar suas atividades e delimitar o que será produzido.

Como referência, os 9 passos e a ordem abaixo indicam um modelo básico com base no que foi praticado no Ministério do Meio Ambiente:

  1. Comunicação e sensibilização: a direção da organização proponente do processo de construção da agenda ambiental deve comunicar, pelos meios usuais e adequados a cada público (interno e externo), a decisão de implementá-la. O plano deve considerar a realização preliminar (antes dos demais passos que necessitem de participação do público) de iniciativas de capacitação, sensibilização e conscientização que forem necessárias e interessantes no contexto. Depois que a construção da agenda ambiental tiver sido iniciada, e mesmo após a sua ativação, é usual que o plano de comunicações inclua participação em eventos que congreguem outras organizações passando pelo mesmo processo, para que possam trocar experiências e aperfeiçoar seus processos;
     

  2. Definição da equipe: é a instalação formal do grupo de trabalho, ou a atribuição formal da responsabilidade a um departamento ou órgão. Idealmente a composição da equipe deve ser representativa dos diversos segmentos da coletividade abrangida pela agenda.
     

  3. Delimitação do âmbito de atuação: é a definição formal do escopo territorial e do horizonte temporal já aludidos acima. Por exemplo, uma empresa pode optar por uma agenda que se limite a tratar interações que ocorrem dentro de suas próprias instalações, mas também pode estender seu escopo para incluir as comunidades no seu entorno, as residências dos colaboradores, as influências sobre as atividades dos seus fornecedores, as consequências do uso de seus produtos pelos clientes, etc.
     

  4. Identificação dos públicos: só pode ser feita após a conclusão do passo acima, pois define quem são as pessoas direta ou indiretamente envolvidas nas ações que serão objeto do plano.
     

    Diagnóstico
     

  5. Diagnóstico: é um dos principais produtos do processo, e é um documento amplo, que descreve detalhadamente os terrenos e instalações da organização (prédios, móveis, veículos, equipamentos, etc.), sua população, as plantas e animais presentes e ao redor, características do ar, da rede de esgoto e outros efluentes, do uso de energia elétrica e combustíveis, água, matérias-primas e outros consumíveis, acessos, produção sonora, impacto visual, geração de tráfego e outros elementos relevantes a uma análise de impacto ambiental, já identificando e classificando aspectos negativos.
     

  6. Levantamento de propostas: é a consequência propositiva do diagnóstico, elencando (com pouco detalhamento) propostas de potenciais soluções ou ações de redução de dano ambiental.
     

  7. Criação do plano de ação: a partir das propostas levantadas, selecionar as que serão colocadas em prática, detalhando-as na forma de um Plano de Gestão Ambiental. Aqui não deve haver espaço para definições vagas: cada ação deve ser acompanhada de um descritivo de como deverá ser executada, parâmetros de avaliação, prazos, responsáveis, metas de curto, médio e longo prazo, meios e recursos. Uma vez publicado, começa a execução, por parte dos responsáveis indicados.
     

  8. Acompanhamento e avaliação: é o núcleo da atividade de gestão do plano de ação. Deve haver um plano (e suporte informatizado, se for o caso) para coleta e análise dos dados sobre a execução, permitindo o monitoramento e a verificação da efetiva execução (e dos resultados) das ações previstas. Por sua própria natureza esta atividade compete à direção da organização proponente da agenda (que usualmente a delega a uma Comissão de Acompanhamento com as mesmas características representativas da equipe que produziu o plano), e inclui a verificação do atingimento das metas e até mesmo a execução de ajustes delas.
     

  9. Revisão anual: não há necessidade de repetir todo o diagnóstico e o levantamento de soluções anualmente, mas é importante reunir todos os envolvidos (no sentido amplo) em um evento anual de avaliação, divulgando resultados, apresentando pendências e ajustando metas (ou mesmo procedimentos) para o ano seguinte.
     

Focos iniciais comuns

As versões iniciais de agendas ambientais frequentemente usam uma abordagem ampla das interações sócio-ambientais no âmbito das organizações a que se referem, sem deixar de lado também a atenção a medidas cuja efetividade é percebida mais pelos ganhos em conscientização.

Um foco inicial bastante comum (que serve igualmente a indústria, comércio e serviços, públicos e privados) é a simples eliminação ou redução do desperdício de recursos como: matérias-primas, insumos, material descartável, combustível, energia elétrica, água, calefação, refrigeração, conectividade, material de escritório e similares.

O tratamento de "lixo" também é um foco inicial comum, com iniciativas de reuso e reciclagem, coleta seletiva, etc.

Em indústrias, principalmente, mas também onde haja frotas e outras fontes comuns de poluição visível, o tratamento de esgotos, outros efluentes, fumaça, poluição sonora, visual, eletromagnética e eletrônica também precisa estar em destaque desde a primeira versão do plano. Uma alternativa que tem se tornado comum (e cuja efetividade desconheço) é o plantio de árvores para compensar a emissão de gases poluentes.

O bom uso da água, especialmente nos grandes centros urbanos, é uma preocupação constante, e frequentemente é tratado à parte da redução do desperdício dos demais recursos, especialmente por haver grandes oportunidades de ganho neste quesito, com ações simples (mas nem sempre fáceis) como a adoção de descargas inteligentes, torneiras temporizadas, eliminação de vazamentos, reaproveitamento de água servida, estações de tratamento de efluentes, etc.

As ações de conscientização também costumam receber bastante atenção nas versões iniciais dos planos, com iniciativas como palestras, concursos diversos, exposições de arte feita com materiais reciclados, publicações, etc.

Iniciativas diversas e voltadas a temas correlatos, tais como a medicina do trabalho, a saúde mental, o tráfego urbano, o reflorestamento de encostas, a limpeza de rios e áreas costeiras, a prevenção de inundações, as hortas domésticas e muitos outros também tem sido incluídas frequentemente em agendas ambientais.

Exemplos de agendas ambientais

Alguns links para exemplos e mais informações:

Atualizar seu currículo é uma oportunidade de auto-avaliação da empregabilidade

Manter atualizado o seu currículo é um excelente exercício de auto-análise e uma forma de manter os olhos abertos para o que está acontecendo com a sua empregabilidade.

O modelo de currículo campeão do Efetividade

Mesmo estando plenamente satisfeito com minha situação de trabalho atual, eu costumo atualizar o meu próprio currículo duas vezes por ano, e o faço de uma forma que me permite ter uma visão bem pragmática sobre quais os conhecimentos e habilidades (lembrou da nossa série sobre Competências?) que estou agregando, e o que o ambiente profissional (no sentido mais amplo) em que atuo valoriza.

Eu fiz minha auto-avaliação e atualização de currículo no início do ano, e atualizei até mesmo a versão resumida em um único parágrafo (40 palavras) que mantenho no cabeçalho do meu site pessoal. O processo de revisão foi bastante proveitoso, e por isso compartilho com vocês a idéia de fazê-lo.

Por que é bom atualizar sempre o currículo?

Porque é uma ótima maneira de perceber o seu status profissional e compará-lo com a sua própria expectativa de desenvolvimento profissional, e com o que o mercado de trabalho vem valorizando. E, claro, planejar atitudes corretivas, ou ajustar as expectativas, quando necessário.

Esta razão é difícil de explicar detalhadamente, mas fácil de ser percebida com base no exemplo contrário: ao longo de minha vida profissional (que já passou por empresas que fecharam subitamente, estatal que foi privatizada, etc.), já vi vários casos de profissionais que eram bons na posição em que estavam mas foram "pra rua" de repente, e aí subitamente perceberam que não faziam nenhum curso há 12 anos, não eram especializados em nada, não tinham experiências profissionais dignas de menção - em resumo: sua empregabilidade estava baixa, seu currículo iria para o fim da fila em processos seletivos, e o momento era péssimo para que eles pudessem fazer algo a respeito.

Fila de emprego

E infelizmente a lógica dos processos seletivos mais frequentes, em que há excesso de candidatos qualificados concorrendo a poucas vagas reduz bastante a chance de quem precisa passar pela pré-seleção (baseada em currículo e geralmente sem oportunidade de entrevista) mas não consegue apresentar exatamente os atributos que estiverem sendo buscados pelo mercado, mesmo que tenha fartura de outros mais raros e caros.

Etapa 1: Atualizando o currículo

Um bom currículo profissional é objetivo, e se torna melhor quando é feito pensando exatamente nas competências e características que devem ser destacadas para concorrer a uma vaga específica. Quando se está preparando um currículo geral, entretanto, a objetividade deve ser preservada, mas a seleção e classificação das informações fica um pouco mais ampla e solta.

Mesmo assim, a idéia de caber em tudo em uma face de uma folha A4 (e haja poder de síntese!) sem atulhá-la continua sendo um bom referencial da objetividade exigida - na hora de usar seu currículo para falar com você, jamais conte com o interesse de algum avaliador em ler mais do que a primeira folha!

Veja o que não pode faltar nesta página tão importante:

  • informações de contato atualizadas (talvez o item mais crucial!)
  • uma caracterização breve sobre você (escolhendo só o que for relevante. Dependendo da ocupação, pode ser nome completo, data de nascimento, cidade onde mora, estado civil, se tem filhos)
  • dados sobre as experiências profissionais recentes: empregos, projetos, estágios – incluindo período e atividade desempenhada em cada um deles, no mínimo, mas idealmente abordando as realizações mais relevantes entre eles também.
  • formação acadêmica: com detalhes apenas sobre as formações e cursos mais relevantes e recentes
  • outras atividades e fatos que possam ajudar a definir você como profissional: participação em eventos, atividades como instrutor, atividades comunitárias, domínio de idiomas, aptidões adicionais (exemplo: dirigir, ter carro próprio…)
  • outros itens tidos como relevantes no seu mercado ou para a vaga pretendida

Para ajudar, temos 10 dicas de conteúdo para currículos que podem orientar na busca e seleção das informações, lembrando que deve sempre ser mantida a coerência interna, bem como o alinhamento em relação aos objetivos do currículo sendo produzido.

Nosso modelo de currículo em destaque na matéria da Veja - os erros foram inseridos por eles!

Depois de levantar as informações necessárias, identificar as mais relevantes e aceitar que o resto deve ser extirpado (ou ao menos guardado para uma segunda versão mais ampla e biográfica), chega a hora de cuidar da formatação do currículo.

Existem muitas maneiras de formatar o currículo, mas se você ainda não tiver adotado a sua, recomendo o modelo de currículo profissional simplificado do Efetividade, no ar desde 2007 e que já foi até mesmo destaque na Veja.

Mas não há por que parar por aí: aqui mesmo no Efetividade há um artigo explicando como melhorar o visual do seu currículo, apresentando 5 modelos de currículos alternativos construídos a partir do nosso modelo básico - bem mais bonitos, e usando formas variadas de atrair atenção para os aspectos que você gostaria de ver destacados.

Etapa 2: Avaliando o seu currículo

A subjetividade da tarefa geralmente impede que você veja seu próprio currículo com os mesmos olhos que um avaliador, e é relativamente raro podermos contar com um profissional da área para fazer a avaliação de forma isenta.

Exemplo de anúncio de emprego

Mas existe uma maneira de avaliar o conteúdo do seu currículo com um grau um pouco maior de objetividade: fazer uma lista dos requisitos que vem sendo solicitados em contratações para as posições às quais você gostaria de concorrer, e aí compará-las com o que você tem no seu cabedal. O ponto fraco do método é a comparação em si: tente não ser muito generoso ou elástico na interpretação, para não criar uma conclusão excessivamente positiva.

Para boa parte das vagas e profissões mais comuns, é fácil encontrar fontes sobre estes requisitos: são os anúncios em jornais, em revistas especializadas, em sites de bancos de vagas, os editais de concursos públicos, e talvez até o histórico de contratações recentes na sua própria empresa.

O processo é simples: identifique tudo o que aparece como requisito ou como diferencial nos anúncios e editais, se possível pontuando (pelo número de menções, ou por outro critério que faça sentido no seu contexto), e depois compare com o que está presente no seu currículo.

Mais um dos modelos de currículo originais do Efetividade.net
 

A longo prazo (após vários anos adotando a mesma prática, e guardando os resultados), esse processo vai permitir uma visão objetiva sobre a evolução das suas competências e mesmo da sua empregabilidade.

Mas é a curto prazo que ele se torna mais útil (mesmo já a partir da primeira vez que você o executar), porque permite identificar quais são as competências e características que o mercado procura (ou valoriza) e você ainda não oferece, para que você tenha a chance de buscar desenvolvê-las antes que elas sejam necessárias - porque se deixar para fazê-lo só quando precisar procurar emprego, pode ser tarde demais...

Claro que isso deve ocorrer sem correria. Após conhecer a natureza da diferença existente, coloque os aspectos em ordem de prioridade, ignorando os irrelevantes, decidindo o que fazer com os inatingíveis no momento, e fazendo um plano para alcançar os demais (nominalmente ou a fundo, dependendo do caso) ao longo de um prazo razoável, classificando também de acordo com o grau de disponibilidade - usar os acessos recomendados para enriquecer o currículo de quem não tem experiência, ou para quem está querendo voltar ao mercado de trabalho, pode ajudar.

Soluções criativas, como buscar experiência gerencial atuando como voluntário em uma ONG, podem ser tão úteis quanto as mais comuns (como fazer cursos e obter alguma certificação) - tudo depende do caso, da pressa e do tamanho da diferença existente.

Etapa 3 - Aproveitando o momento

Já que você vai fazer uma auto-análise com foco em empregabilidade, aproveite a oportunidade para pensar em outros aspectos também - nem todos eles aparecem no currículo!

  • Como anda sua postura profissional? Que imagem de profissional você passa às pessoas que interagem com você? Existem vários comportamentos e atitudes que podem fazer você não ser levado a sério, e isso pode ser um grande obstáculo à empregabilidade e à possibilidade de promoções ou oportunidades profissionais.
     

    Chega de desculpas! Assuma sua postura e seja levado mais a sério
     

  • E a reserva para momentos difíceis? Ter uma fonte adicional de recursos, ou mesmo um fundo de reserva pessoal ou familiar, é algo que pode facilitar em muito a absorção de golpes do destino, como uma demissão súbita - e aumenta sua capacidade de dizer não quando a situação profissional exigir.
     

  • Sem esquecer do diferencial...: Além de não haver garantia de que as vagas do futuro exigirão apenas os requisitos das vagas do passado recente, não esqueça que o ideal não é ter *apenas* o que os anúncios de recrutamento exigem - você precisa ter um diferencial, e também precisa desenvolver as habilidades que agradam a você mesmo. Enriqueça seu currículo permanentemente, aumente seu círculo de contatos e faça seu nome aparecer positivamente quando o empregador um dia pesquisar por ele no Google. Na sua comunidade, participe do centro comunitário, de alguma ONG ou de iniciativas que possam tirar proveito das suas aptidões, e nas quais você possa desempenhar algum papel que faça a diferença (como bônus, assim você também pode aumentar seu networking, além do óbvio benefício de contribuir com a sua comunidade). Academicamente, faça cursos de extensão, aprenda algo que o mercado valoriza (como um idioma, informática, estatística, técnicas de vendas, resolução de conflitos, matemática financeira, ou o que for) ou dê um jeito de obter uma graduação ou pós-graduação – hoje dá para fazer isso até via Internet. Em paralelo, participe ativamente de grupos ou comunidades relacionados à sua profissão, busque contribuir com revistas ou sites da área, faça seu nome aparecer.

    Networking
     

  • Como está a sua lista de contatos profissionais? O chamado networking funciona bem, mas só para quem se dedica a ele também quando não está precisando, e para quem não o usa como se fosse outro nome para falsidade e interesse. Manter contato é fácil e pode ser até bastante espontâneo. Fazer cursos e participar ativamente da sua comunidade local e profissional são maneiras de expandir seu círculo de contatos, mas não pense que simplesmente obter uma lista com os telefones e e-mails de todos eles ao final da reunião já conta a seu favor - é necessário cultivar ativamente os relacionamentos. Assim, você não vai se ver na situação chata de se ver sem ter a quem recorrer para obter indicações e dicas na hora em que precisar procurar trabalho, e nem vai fazer aquelas ligações que ninguém gosta de receber, de pessoas que não nos procuram há 20 anos, e só surgem quando têm um problema.
     

  • Acompanhe ativamente o seu mercado de trabalho! acompanhar passivamente, lendo as notícias e mantendo-se informado, é positivo, mas não é suficiente. O ideal é acompanhar ativamente, buscando fortalecer contatos com pessoas da mesma profissão que atuem em outras empresas (do mesmo ramo ou não), parceiros, fornecedores, consultores. Se possível, seja voluntário de alguma organização de ensino ou aprendizado da sua profissão, escreva artigos para as publicações da área ou da imprensa local, participe de eventos e vá às reuniões do seu conselho ou associação profissional. Um sábio conselho, que ouvi há tempo e acredito, é que a melhor forma de obter um bom emprego é ter amigos bem empregados.

Para completar

Os 3 passos acima já foram temperados com diversos links para artigos anteriores aqui do Efetividade que podem ser úteis, mas a lista a seguir tem alguns itens a mais, e pode ajudar:

Google Marketing, 3a. edição - e evento de lançamento em SP

detalhei para vocês minha opinião bastante positiva sobre a segunda edição do livro Google Marketing (em 2008), e hoje venho aqui mais brevemente apenas para contar que está saindo a terceira edição.

Recebi um exemplar da nova versão, por cortesia da editora Novatec (sempre muito gentis - obrigado!), e embora eu ainda não tenha começado a ler, vou cometer o pecado de descrever apenas o aspecto externo do livro, que já me chamou muito a atenção antes mesmo de abrir: é um alentado volume de 651 páginas (a anterior, que ficou entre as 5 mais vendidas de 2008 na área de marketing, tinha 480) e capa dura. A descrição na editora tem mais detalhes, mas já adianto que não é um "guia de receitinhas de SEO" - é de fato um livro sobre marketing na Internet.

E a razão de eu estar contando isso pra vocês em um mini-post, ao invés de esperar pela próxima Rapidinha Efetiva, é que recebi um aviso que interessa aos leitores de São Paulo que gostam do tema: na semana que vem haverá evento de lançamento e palestra do autor, na Fnac da Av. Paulista.

Detalhes no release, que reproduzo integralmente:

Livro brasileiro de marketing mais vendido do país tem nova edição com 650 páginas e capa dura trazendo estratégias de geração de valor para empresas por meio da internet.

Com foco em criação e implementação de estratégias de marketing digital visando aumento de receita e lucratividade, além de geração de valor para marcas e empresas, o livro Google Marketing 3ª edição, do publicitário e palestrante de marketing digital, Conrado Adolpho, chega às livrarias reunindo um conteúdo denso, prático e inovador. A obra descreve como as empresas dos mais diversos portes e segmentos devem utilizar a internet para construir marcas vencedoras em um mundo cada vez mais dominado pelos bits.

O lançamento do livro ocorrerá no dia 24 de fevereiro, às 19h, na Fnac da Av. Paulista, em São Paulo, com uma palestra homônima do autor. As vagas são limitadas e por ordem de chegada.

A terceira edição do livro, totalmente atualizada e ampliada, ensina a criar inteligência competitiva por meio da web, aumentar a quantidade de prospects de uma empresa de serviços ou produtos, melhorar o relacionamento com clientes, fornecedores e outros stakeholders, mensurar resultados de ações on-line e off-line, estimular o marketing viral e outras ações vitais para o crescimento de qualquer empreendimento.

O publicitário e autor do livro, Conrado Adolpho, comemora o lançamento de mais uma edição do livro, que já se tornou um Best-seller no mercado – tendo sido premiado, em 2009, pelo Jornal do Comércio. Em vista disso, trouxe uma nova versão mais robusta e incluindo, com exclusividade, uma metodologia de marketing e vendas para a web: "A metodologia '8 P’s do Marketing Digital', desenvolvida depois de anos de observação e de experiência em marketing para a internet à frente de minha agência, fez com que essa edição do livro traga algumas soluções há muito esperadas pelos empresários e dá um norte para agências e departamentos de marketing sobre como trabalhar corretamente com marketing digital. São técnicas claras de como gerenciar um negócio na internet, o que pedir para sua equipe ou como mensurar os resultados de uma campanha de forma eficiente” explica.

Passe lá!

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