Usando como proxy a sua conta no provedor de hospedagem

Conheça uma forma fácil de usar o acesso SSH dado pelo seu provedor de hospedagem (como o Dreamhost ou o MediaTemple) como um proxy SOCKS, com criptografia e muito mais flexibilidade que os mais conhecidos (e limitados) túneis SSH - e sem instalar seu próprio servidor proxy (squid e similares).

O que fazer quando suspeitamos que nossa navegação está sendo monitorada? Quando os bytes deixam o seu computador e passam a trafegar em redes públicas (incluindo a do seu provedor, seu condomínio, sua empresa e sua escola), nunca se sabe o que pode acontecer com eles, ou quem vai interceptá-los ou monitorá-los.

Soluções definitivas e com alto grau de segurança geralmente envolvem o estabelecimento de redes virtuais privadas (VPNs) e investigações profundas de políticas de acesso.

Mas se tudo o que você quer é ter certeza de que os vizinhos do condomínio dos seus pais, durante uma visita que você fez a eles, não estão bisbilhotando os seus acessos à web, criar uma solução rápida para enviar um arquivo de forma mais segura que o usual, ou superar com urgência algum bloqueio errôneo na rede da sua faculdade, que tenha sido feito em desacordo com a política de segurança dela mesma, as soluções temporárias e com grau de efetividade razoável também existem, e estão ao alcance de usuários de Linux, Mac ou Windows.

A sua conta SSH no provedor de hospedagem pode ser providencial para a solução, como veremos a seguir.

Como funciona essa solução?

O básico é assim: você precisa dispor de um computador no qual você confie, permanentemente conectado à Internet e acessível remotamente.

Esse computador, que chamaremos de remoto (e pode ser o da sua conta SSH no provedor de hospedagem) vai mediar todas as suas conexões feitas a partir da rede em que você não confia, ou em que seu acesso estiver sendo incorretamente limitado. A conexão entre o computador em que você estiver e o computador remoto será criptografada, para aumentar a segurança.

Isso ocorre usando componentes simples e insuspeitos (como os populares OpenSSH e PuTTY - se você não os conhece, investigue!), que fazem com que todos os seus acessos locais passem a ser mediados (de forma criptografada) por este computador remoto.

Mas os túneis SSH também não fazem isso?

Sim, fazem o que eu descrevi acima, mas não vão muito além disso, nem oferecem grande flexibilidade - em geral você acaba precisando fazer um túnel para seus acessos web, outro para e-mail (POP3, IMAP ou SMTP), outro para FTP, e assim por diante. Dependendo do que você tem em mente, pode ser necessário instalar seu próprio servidor proxy para fazer uso dos túneis, também.

Para quem nunca ouviu falar no assunto: uma alternativa bastante conhecida para o problema do acesso seguro é a criação de túneis usando o serviço SSH, algo que pode ser feito com bem menos que meia dúzia de comandos - em junho de 2005 eu escrevi um pequeno artigo explicando como fazer.

Qual a vantagem de usar uma proxy SOCKS, então?

Na verdade são várias. Para começar, os softwares mais usados para criar os túneis SSH (o OpenSSH e o PuTTY, mencionados acima) também servem para fazer a proxy SOCKS.

E, quando o objetivo é o mencionado, uma proxy SOCKS é justamente a ferramenta certa, uma vez que elas foram criadas justamente para essa finalidade - levar sessões de protocolos diversos entre 2 pontos, de forma flexível e segura, usualmente atravessando uma firewall ou um filtro de pacotes.

E onde eu arranjo um computador permanentemente conectado?

Dependendo do caso, pode ser o seu computador de casa, conectado via banda larga - depende do tipo de conexão e dos termos de serviço do seu provedor, basicamente. De modo geral, basta você garantir que ele tenha, com segurança, o serviço SSH rodando com privilégio suficiente. Dá para fazer isso com vários sistemas operacionais, mas este tipo de configuração é basicamente a default de várias distribuições de Linux, por exemplo.

Mas, como você já viu no título do artigo, eu prefiro usar para isso a conta SSH de que já disponho em meu provedor de hospedagem. E é bem fácil!

Antes de prosseguir, um alerta: todo o tráfego que você gerar será contabilizado no seu limite estipulado pelo provedor, e você precisa olhar os seus termos de serviço e política de uso antes de testar - mesmo quando o provedor não bloqueia este tipo de acesso, ele pode ser contra os seus termos de uso, e levar a suspensão e até bloqueio da conta.

Como fazer para criar a conexão que servirá como proxy

Vamos imaginar, por exemplo, que eu tenha o domínio "meublog.com" hospedado no provedor MediaTemple, que meus termos de serviço lá permitam o uso planejado, e que eu tenha acesso SSH lá, com o usuário "augusto".

Usar um proxy SOCKS nessas condições é relativamente simples, envolvendo a criação do proxy em si, e a configuração do seu navegador (ou cliente FTP, ou programa de e-mail, bate-papo, jogo, etc.) para usá-lo.

A primeira parte, se você for usuário do OpenSSH (no Linux, Windows, Mac OS X ou outro sistema suportado), se resume a digitar o comando:

ssh -c 3des -D 10081 augusto@meublog.com

onde o parâmetro -c 3des define o tipo de criptografia, o -D 10085 define a porta local que será usada pelo seu proxy, e augusto@meublog.com correspondem ao nome de usuário e domínio para conexão ssh ao servidor hospedado no provedor.

Após completar o comando acima e se autenticar, o seu túnel já deverá estar no ar e pronto para uso pelos aplicativos, enquanto durar a sua sessão SSH. Se der erro, tente usar o parâmetro adicional "-v", antes do "-c", para aumentar a quantidade de informações de diagnóstico exibidas.

E se não gostar de fazer as coisas pela linha de comando, você pode fazer o mesmo via janelinhas, veja como fazer isso usando o PuTTY. Mas, para mim, complicado por complicado, a opção via linha de comando é mais fácil.

Como configurar o aplicativo para usar o proxy SOCKS

Cada aplicativo é diferente, e você terá que procurar nas configurações dele. No caso do Firefox que eu estou usando hoje, é nas preferências.

Antes de prosseguir, anote bem as suas configurações originais, para que saiba voltar a elas quando não quiser mais usar o proxy.

Veja como fica a tela já configurada para usar o proxy SOCKS:

E é realmente bem simples: como você vê acima, basta clicar em "Manual Proxy Configuration", preencher (sempre) 127.0.0.1 no campo "Socks Host", e no campo "Port" ao lado dele, preencher o número que você usou no parâmetro "-D" do comando que criou o seu proxy (no nosso caso, 10081). A opção "SOCKS v5" também precisa ser selecionada.

Em outros aplicativos que suportem SOCKS, os dados serão os mesmos: 127.0.0.1 e o número da porta - a questão é saber onde preenchê-los, e isso você vai ter de procurar.

Como posso ter certeza de que funcionou?

Se a navegação funcionar (teste isso visitando sites que você tenha certeza de que não estão no cache do navegador), simplesmente encerre o comando que criou a conexão criptografada com o seu provedor. O efeito natural é que a navegação pare de funcionar imediatamente, e assim você saberá que funcionou. Aí é só rodar o comando de novo, e usar.

Outra alternativa é usar o parâmetro "-v", como visto acima: quando ativado, ele mostra na tela cada nova conexão iniciada, embora não informe o endereço ou outros detalhes sobre ela.

E os riscos, perigos, problemas e aspectos legais e jurídicos?

Eu só posso afirmar que a solução acima funciona para mim. Cabe a você verificar se ela atende sua necessidade e não viola os termos de serviço de seu provedor de acesso, de hospedagem, da rede da sua empresa, da sua escola ou do seu condomínio, nem vai esgotar sua cota de acesso, de transferência, de CPU ou causar qualquer outro efeito adverso.

Note que esta não é uma solução com foco em alto grau de privacidade ou anonimato. Se você precisar de algo assim, procure saber mais sobre o sistema TOR.

Note também que nem todas as redes permitem a passagem de conexões SSH. Se a sua estiver bloqueando, os passos acima não funcionarão. Existem soluções (minha simpatia vai para o Ping Tunnel e para o DNS Tunneling), mas você vai ter de pesquisar um pouco mais.

Se precisar de suporte, entre em contato com os fornecedores das respectivas ferramentas ou serviços, e verifique se eles oferecem o apoio necessário, ou se indicam quem possa fazê-lo para você.

Onde posso saber mais sobre o funcionamento do SOCKS?

Tente este artigo da Wikipedia! Se quiser entender um pouco melhor como funcionam os túneis SSH, leia também este meu outro artigo.

Você levaria seus e-mails no pen drive?

Minha opinião pessoal é em favor dos clientes de e-mail on-line, modernos sucessores dos webmails. Embora eu ainda receba e armazene localmente os e-mails de algumas das minhas contas, para propósitos de arquivamento e backup, hoje 100% do meu uso de correio eletrônico é feito em clientes on-line, acessíveis de onde eu estiver conectado.


Um prato cheio para quem precisa de acesso off-line e não tem portátil?

Mas o Jonas pensa diferente, e para uma necessidade específica sua, desenvolveu o hábito de levar sua caixa de entrada em um pen drive, no qual também tem instalado o Thunderbird e uma série de outros aplicativos, que usa nos 3 contextos diferentes em que acessa computadores diariamente (doméstico, profissional, acadêmico).

No seu post "E-mails no pen drive", ele trata dos PortableApps, que já analisamos anteriormente aqui no Efetividade.net, e explica como usou o Thunderbird distribuído pelo projeto para colocar em prática seu plano.

O que atrai na alternativa descrita é justamente a facilidade maior de trabalhar quando off-line - por exemplo, dentro do avião. Como diz o Jonas,

"podemos salvar nossos e-mails no pen drive e levá-lo a qualquer lugar! Podemos ler os e-mails off-line, respondê-los e quando tiver acesso a internet, enviá-los. Tudo muito prático e acessível de onde você estiver."

Não satisfeito, ele escreveu ainda um segundo artigo, intitulado "Aplicações no pen drive", em que fala um pouco mais sobre sua experiência com os e-mails, e acrescenta detalhes sobre o Portable Apps e como ele ampliou as funcionalidades do sistema.

De qualquer modo, eu não levaria meus e-mails no pen drive. Mas para quem precisa do acesso offline e não dispõe de computador portátil, pode ser um prato cheio.

Aproveite e leia também: 24 Killer Portable Apps For Your USB Flash Drive, incluindo diversos softwares livres que eu uso diariamente ;-)

Discurso com efetividade: como escrever e apresentar para ser entendido

Discurso pode deixar de ser um fantasma. Com algumas dicas práticas, seus discursos e apresentações podem ficar muito mais vivos e ricos em conteúdo - passando melhor a mensagem em formaturas, cerimônias ou mesmo nos palanques políticos.

Nesta época eleitoral, em que milhares de candidatos a prefeituras e câmaras de vereadores do Brasil inteiro disputam a atenção dos eleitores em discursos (seja em eventos públicos, ou mesmo pela televisão), a demanda por bons discursos só aumenta, e a qualidade geral do que ouvimos mostra o quanto todos teríamos a ganhar se os autores e apresentadores destes discursos (sejam eles políticos, paraninfos, homenageados, pais de noivas ou tantos outros discursantes do dia-a-dia) dominassem melhor a arte de comunicar claramente uma idéia.

Usualmente se diz que um bom discurso se identifica por 3 fatores, que devem estar presentes em grau suficiente e adequado ao tema e à circunstância:

  1. brevidade
  2. leveza
  3. repetição

É isso mesmo: os critérios tradicionais não incluem a clareza ou a empatia. O discurso tradicional muitas vezes é escrito pensando em garantir que o público vai escutá-lo (associado ao conceito de eficácia), e não com a meta maior, que seria garantir que o público vai se convencer após ter entendido a mensagem que o autor desejava passar (que seria a idéia associada ao conceito de efetividade).

E é por isso que muitas vezes terminamos de ouvir o dicurso com a sensação de que não houve nenhuma novidade, e que a pessoa falou, falou e nada disse.

Já para um discurso efetivo, que leve o público a compreender e se convencer da mensagem, há duas condições essenciais, segundo Dan Pink - que foi redator-chefe dos discursos de Al Gore, famoso por saber se comunicar bem com as mais variadas audiências. São elas:

  1. Identificar claramente qual a mensagem que queremos passar
  2. Saber explicar por que essa mensagem é importante para o público

Parece simples, não? Mas a maioria dos discursos que ouvimos são gerais, sem foco, não têm um argumento central, e muito menos uma indicação clara de sua importância. Se você conseguir reunir as duas condições acima antes de escrever seu discurso, portanto, você já estará à frente da maioria de seus concorrentes e pares.

E é por isso que vamos aproveitar a experiência do redator de Al Gore (e de outros autores do mesmo ramo) para reunir uma série de dicas para discursos efetivos, que você lê a seguir.

Como escrever seu discurso

Não existe uma fórmula única, mas os 4 princípios gerais abaixo permitem planejar e estruturar seu discurso. Não deixe que os princípios o engessem: em comunicação informal, a maior parte das regras deve ser quebrada de vez em quando. Siga apenas de modo geral, adaptando-os à sua realidade.

Vamos às dicas:

  1. Encontre o início, o meio e o final: na hora de escrever e de apresentar, você pode se permitir fazer saltos, mudar a ordem das coisas, e desempenhar seu papel de forma criativa. Mas na hora de planejar o discurso, você precisa ter muito claramente o que será o princípio, o meio e o final do texto, para permitir que estes indicativos o guiem, evitando a inclusão de "cacos" desnecessários e digressões que não contribuam para o andamento.
  2. Acerte a composição dos ingredientes: Um bom discurso técnico sobre resultados financeiros não pode fugir de apresentar muitos e muitos números, taxas, indicadores e outros itens indigestos, certo? Mas um bom autor saberá como combiná-los a exemplos, histórias, ilustrações, projeções, conseqüências e outros elementos que facilitem a absorção da informação pelo público. Mas cuidado com os "cacos" e peças soltas que possam prejudicar a engrenagem: só inclua elementos adicionais que não prejudiquem a narrativa, e dê preferência aos que se integrem perfeitamente a ela.

  3. Corte 20% antes de começar: Li em um livro sobre apresentações ("Presentation Zen", que eu recomendo, assim como o clássico " Como Falar Corretamente e Sem Inibições", de Reinaldo Polito) que os japoneses têm um adágio que diz: "Coma só até estar 80% cheio". Estar satisfeito não significa necessariamente estar repleto, e muito menos ter comido todos os pratos que havia no menu. Não massacre sua audiência: ao planejar seu discurso, após ter mapeado todos os temas que gostaria de abordar, faça um exercício de priorização, e corte 20% dos temas.
  4. Não é a sua experiência que conta: o público pode até estar interessado em ouvir sobre a opinião, os motivos e os interesses do palestrante. Mas o que realmente os atrai são as suas próprias opiniões, motivações e interesses. Escreva pensando na perspectiva do público que irá ouvi-lo - e isso inclui leveza, brevidade e objetividade, mas inclui especialmente a empatia, a capacidade de colocar-se no lugar das pessoas da audiência e entender quais são suas necessidades e desejos naquele momento. O foco não deve ser "Votem em mim", e sim "Vejam o que farei de bom por vocês, o que eu já fiz de bom recentemente, e o que me diferencia dos meus concorrentes."

Como apresentar o discurso

Muito já se escreveu sobre isso (até mesmo aqui no Efetividade.net - veja no final uma lista de links), e não vou repetir tudo. Mas vou compartilhar os 2 conselhos que considero essenciais, e que giram ao redor da conhecida máxima da web: o conteúdo é o rei:

  1. O público é tolerante e aceita os maus apresentadores. O que eles não perdoam é uma mensagem falsa, ou insuficiente. Se a sua mensagem for nova, verdadeira e interessante, a sua cota de cacoetes de apresentação (falar "Hum" e "Ah" o tempo todo, gaguejar, ler transparências, etc.) aumenta bastante (mas não abuse, claro). Mas se você for o rei dos apresentadores, e seu discurso não trouxer novidade, for percebido como falso, ou não despertar interesse, toda a sua técnica pode ser insuficiente. Em síntese: para resultados duradouros, entre o conteúdo e a técnica, prefira investir no conteúdo, sempre.
  2. Seja autêntico: quando tiver o microfone em suas mãos, não tente emular o Sílvio Santos, o Enéas ou a Xuxa: se você tiver talento como apresentador, use-o. Caso contrário, simplesmente prossiga, consciente de suas limitações, e com atenção à dica acima: o público tolera as suas falhas como apresentador, mas não reage bem a um mau discurso.

Quais os erros mais comuns que você pode evitar

Dan Pink lista 3 erros graves:

  1. Não se dar conta de que discursar é um privilégio: Muitas pessoas não se dão conta de que todo mundo na platéia e audiência deixou de dar atenção a outras coisas para ter tempo de ouvi-las. Pelo contrário: elas partem do princípio de que sua posição ou condição lhes dá o direito de estar ali falando, e que de alguma forma o público é obrigado a ouvir e prestar atenção. Não é assim que funciona: você pode obrigar o cavalo a ir até a beira d'água, mas não há como obrigá-lo a beber; o máximo que você pode obrigar uma platéia livre a fazer é estar presente e fingir atenção. Saiba fazer com que a opção dela por ouvi-lo valha a pena.
  2. Esquecer da "regra de Lamott": Anne Lamott narrou em um livro as suas experiências com um editor, que costumava cortar longas passagens dos seus artigos. Um dia ela foi reclamar com ele sobre os cortes, e ele respondeu a ela: "Não é porque algo ocorreu a você que deve ser considerado interessante". Você não precisa contar tudo que lhe vem à cabeça; concentre-se no que precisa ser dito.
  3. Não fazer seu dever de casa: Nem sempre dá para reaproveitar discursos antigos, ou usar um mesmo discurso para vários públicos. É essencial se dar ao trabalho de entender melhor os anseios, necessidades e desejos de cada um dos seus públicos, e dirigir-se a eles diretamente, da maneira que eles melhor entendam e - sempre que possível - recorrendo a exemplos e contextualizações que façam sentido especificamente para eles. Faça seu dever de casa, e prepare um discurso adequado para cada platéia.

As ferramentas essenciais

Para fazer um bom discurso, você precisa de um meio para escrevê-lo e depois memorizá-lo.

Papel e caneta funcionam bem, fichas pautadas (tamanho 3x5, à venda em qualquer papelaria) podem ser ainda melhores, se você escrever um parágrafo ou tema por ficha - aí fica fácil reordená-las, descartá-las, juntá-las, complementá-las (tende a sobrar espaço em cada ficha) e manipulá-las como você quiser.

Se estiver trabalhando com discursos tradicionais (e não apresentações de slides), um editor de textos como o Writeroom (do Mac OS), que ocupa a tela inteira e não deixa espaço para distrações, pode ser uma boa opção também. Existem alternativas sem custo de aquisação, como o PyRoom. Lembre-se de que em um discurso que será apresentado exclusivamente de forma verbal, as marcações típicas de processadores de texto (variação de tamanho de fonte, negrito, itálico, etc.) têm bem menos demanda.

Ao praticar e ensaiar seu discurso, um bom cronômetro com números bem grandes (para você poder ver mesmo a alguma distância, sem esforço mental que o distraia) pode ser uma aquisição a considerar. Na falta dele, até mesmo o seu relógio de pulso, ou a tela do seu computador, podem ser usados para esta finalidade. Mas é essencial saber quanto tempo o seu discurso leva, na prática, e quais as partes dele que tomam mais tempo. Se você perceber que as partes acessórias tomam muito mais tempo que a principal, reescreva!

Um espelho e um bom gravador de voz também podem fazer muito em prol da melhoria do seu discurso! Você pode até mesmo recorrer a um MP4 player com gravador de voz, ou a um daqueles microgravadores com fita cassette, ou até mesmo ao gravador do seu celular ou PDA, mas o ideal deve ser um moderno gravador digital de voz, fácil de controlar e de usar. Veja a si próprio no espelho, ouça e re-ouça a gravação, pratique, e vá melhorando.

O essencial é que a sua platéia não seja a primeira a ouvir o seu discurso. Você mesmo, e seus assessores e apoiadores, já devem tê-lo ouvido várias vezes (melhorando continuamente) quando chega o momento de apresentá-lo pela primeira vez ao público.

Leia também:

  1. Falar bem em público: Como transmitir a idéia certa sobre você em apresentações e reuniões
  2. Falar em público: várias modalidades de ensaios para ajudar a superar o medo
  3. Comunicação efetiva: Saiba como ler discursos e pronunciamentos em público
  4. Quer ser mais ouvido? Experimente falar menos!
  5. Como estar preparado para sua apresentação em sala de aula
  6. Reunião mais produtiva: como preparar, executar e encerrar com efetividade
  7. Apresentações e discursos: mais meia dúzia de dicas

Em especial, leia também o post From Al Gore’s Chief Speechwriter: Simple Tips for a Damn Good Presentation (Plus: Breakdancing), no blog de Tim Ferriss, por intermédio do qual eu vim conhecer as idéias de Dan Pink.

Assinante compulsivo? Veja 7 dicas para maior efetividade na leitura de feeds RSS

O leitor Rafael Rezende (rafaelsrcΘgmail.com) entrou em contato sugerindo um artigo sobre como organizar melhor o acompanhamento e leitura de feeds de blogs e sites, por ter enfrentado recentemente esta demanda. Na ocasião, ele descreveu:

Recentemente enfrentei um sério problema com a leitura das minhas notícias por meio de feed. Como sou um "assinador compulsivo" minha lista, mesmo que dividida e organizada, estava enorme, o que impossibilitava completamente a leitura, ainda mais com o meu tempo reduzido. Outro problema era a ordem de leitura, sempre começava pelas notícias amenas e acabava não tendo tempo para ler o que realmente me interessava profissionalmente.

Então resolvi dar um jeito e reduzir ou melhor, tornar essa ferramenta produtiva. Tanto restringindo o número de assinatura como adotando uma certa disciplina na forma de leitura começando sempre pelas profissionais.

Como ele havia acabado de resolver o seu próprio problema (que, tenho certeza, muitos outros leitores também já enfrentaram, eu inverti o sentido da solicitação, convidando ele próprio para escrever o artigo, descrevendo sua solução, para publicação aqui no Efetividade.net.

Ele aceitou meu convite e estruturou seu texto na forma de 7 dicas ou sugestões, que você confere a seguir.

Organizando a leitura de feeds RSS

por Rafael Rezende (rafaelsrcΘgmail.com), blogueiro convidado

Aqueles que já estão acostumados com a leitura de notícias e acompanham sites por meio de RSS já devem ter se deparado em algum momento com uma certa compulsão por cadastrar endereços em seus leitores.

De nada adianta poder ler notícias em tempo real se você possui uma lista interminável de fontes, a ponto de chegar oa dilema: ou você se torna muito improdutivo para dar conta de todas ou não lê nenhuma.

Esta é mais uma lista de como "organizar e racionalizar" e claro, inclui o princípio básico de todas as listas, planejamento.

1 - Definir prioridades, planejar: Se você não é colecionador de carros antigos em miniatura, não vai ser importante para você assinar um blog ou fórum sobre o assunto. Definir prioridades significa escolher o que é importante para você, o que gira em torno da sua vida e será realmente útil. Jogue fora tudo que é mera curiosidade, ou melhor, nem tudo, aguarde o item 3.

2 - Evite duplicatas: Ao se cadastrar em muitos endereços, você pode ler a mesma notícia várias vezes. Procure pelo site que faz a melhor seleção sobre o assunto, ou o blog que mais lhe agrada. Os outros você pode guardar como favoritos (item 3), visitando-os se precisar de mais informações sobre o assunto.

3 - Use os favoritos, guarde os menos relevantes. Uma conseqüência do primeiro e segundo itens. Usar os favoritos significa ter um lugar para aqueles endereços que podem lhe ser úteis no futuro, mas só valem um acompanhamento eventual.

4 - Organize, separe. Uma inscrição sobre informática normalmente teria uma pasta com esse nome ou como tecnologia, ou os mais entusiastas teriam várias pastas para esse tema. Na verdade um tema relacionado poderia ter utilidade acadêmica, profissional ou somente como diversão. Separe seus endereços em pastas com assuntos relacionados com o seu "dia-a-dia", como: Profissional, Acadêmico, Diversão, Pessoal... Essa forma de divisão é importante para o próximo passo, disciplinar sua leitura.

5 - Tenha um padrão de leitura, discipline. Se você dispõe de pouco tempo deve organizar sua leitura por horários disponíveis ao longo do dia. Defina aqueles que você deve ler integralmente, aqueles que podem ser lidos posteriormente e os que podem ser descartados. Dê preferência aos tópicos de assuntos profissionais ou acadêmicos, deixe por último aqueles sobre "hobbies" ou "entretenimento". Estes últimos, por serem leituras "mais fáceis", podem atrapalhar os que são mais importantes. Mesmo que você tenha muito tempo, até para ler as notícias em tempo real, não se engane, você pode estar deixando de fazer algo importante ou de ser mais produtivo para acompanhar suas notícias. Se organizá-las, só precisará de algumas visitas para estar atualizado com tudo que precisa.

6 - Não acumule, descarte. Se você ficar dois dias sem internet é provável que, quando volte, seja impossível dar conta de todas as atualizações. Acumular notícias não lidas vai atrapalhar sua leitura futura, de notícias importantes, em algum ponto pode te fazer desistir da ferramenta. Leia o que for importante, se sobrar algum tempo leia as outras notícias, se notar que não dará conta, marque como lidas.

7 - Escolha um bom leitor. Pode ser um programa leitor específico, leitor de e-mails e até mesmo o menu de favoritos do seu navegador. Escolha um que tenha uma interface agradável e bem organizada, tenha uma política de segurança e não seja pesado. Para mim, a melhor opção é usar um leitor online como o Google Reader ou o Bloglines que permitem a leitura de qualquer computador, o armazenamento online de notícias importantes e compartilhamento.

Ao fim, a idéia mais importante é que a leitura das notícias deve ser confortável, mesmo ao retornar após dias sem acesso.

(por Rafael Rezende (rafaelsrcΘgmail.com), blogueiro convidado)

A arte de mandar e-mails que merecem resposta

Uma das melhores maneiras de descobrir a resposta de alguma questão é perguntar a quem sabe. Certo? Sim, não há dúvida. Mas em alguns casos - especialmente em ambientes acadêmicos, profissionais e on-line - a pessoa que sabe, e poderia lhe responder, não tem condições de responder a todas as perguntas encaminhadas a ela, e assim faz triagem, ou mesmo deixa de dar atenção máxima a boa parte das questões que recebe.

Mesmo assim, em geral essas pessoas respondem a uma parte das perguntas que recebem. Portanto o seu desafio, se quer perguntar algo a elas, é conseguir passar pelos filtros que elas adotam, e assim chegar a ser respondido.

O fator humano está envolvido, portanto não existem indicações absolutamente corretas neste campo. Sugiro começar lendo as dicas do artigo anterior "Como enviar e-mail para receber melhores respostas", que explica o que fazer para aumentar a chance de a sua mensagem chegar a ser lida, se você enviá-la on-line.

Depois de a mensagem chegar a ser lida, entretanto, a questão passa a ser ter uma pergunta que chegue a ser respondida. Portanto, vamos abaixo a algumas dicas para melhorar as chances a seu favor.

Como fazer perguntas que merecem resposta

  1. Seja breve e vá direto ao ponto. Um assunto por mensagem. 10 linhas ou menos. Construa a questão de forma que a resposta a ela possa ser objetiva: “Sim”, “Azul”, “3,14″ ou “Julho”.
  2. Não tente transferir seu problema. Os comentários do nosso post anterior sobre planos de negócios estão cheios de exemplos sobre o que não fazer: "Preciso fazer um plano de negócios para uma academia de ginástica como trabalho de aula, por favor me envie um", ou "Vou abrir uma padaria e preciso de um plano de negócios, por favor me envie um". Se você tem uma necessidade complexa, dificilmente alguém vai simplesmente se encarregar de realizá-la completamente para você. Um pedido muito mais razoável seria: "Por favor, me indique guias e modelos sobre como fazer o meu plano", ou "Onde posso aprender a fazer um plano de negócios deste tipo?"
  3. Faça seu dever de casa antes de pedir ajuda. Antes de perguntar, pelo menos pesquise no Google, no dicionário ou mesmo no material publicamente disponível de autoria da pessoa a quem você estiver se dirigindo. Perguntas de quem não se deu nem mesmo ao trabalho de realizar uma pesquisa rasteira merecem poucas respostas.
  4. Seja específico sobre a sua dúvida. Nos comentários do artigo sobre a multifuncional HP C3180 podemos encontrar vários exemplos do que não fazer neste quesito: a pessoa quer ajuda, mas não tenta explicar em que, mais ou menos assim: "Liguei minha multifuncional e não consigo scannear. O que fazer?" Quem vai conseguir responder a algo assim sem antes fazer mais meia dúzia de perguntas? O que será que a pessoa já tentou? Ela consegue imprimir? Já conseguiu scannear anteriormente? Com este mesmo micro? Aparece alguma mensagem de erro? Qual o procedimento que foi tentado? Em resumo: ao perguntar, dê detalhes suficientes que permitam a análise necessária.
  5. Pergunte à pessoa certa. Não adianta muito vir aqui no Efetividade.net para perguntar por que você foi banido no fórum de outro site, ou (e eu recebo essas perguntas freqüentemente) como enviar e-mails para o programa do Gugu, ou onde encontrar peças de reposição para helicópteros radiocontrolados. Claro que as pessoas que fazem essas perguntas não lerão este artigo, mas vale a dica para você: certifique-se de estar enviando sua pergunta para a pessoa certa.
  6. Se for propor algo, deixe claro o que ambos os lados têm a ganhar. Para exemplificar, recebo muitas propostas de "parceria" ou pedidos de inclusão de material aqui no Efetividade. Embora eu colabore e contribua com prazer em muitas iniciativas, e nunca aceite nenhuma compensação por incluir conteúdo aqui no site (com ou sem referência a outros sites), muitas vezes recebo propostas que não chegam a merecer resposta, por deixar muito claro que o autor só pensou em seu próprio ganho, sem incluir qualquer referência ao que os leitores do Efetividade teriam a ganhar caso eu aceite o que ele está propondo. Portanto, se for pedir ou convidar a colaboração ou contribuição de alguém, deixe claras as intenções e possibilidades desde o princípio. O artigo anterior “Tio, me dá um link?” tem mais alguns detalhes.

O artigo "How To Ask Questions The Smart Way" tem um detalhamento bem mais profundo sobre como dominar a arte de fazer perguntas que merecem ser respondidas. Recomendo a leitura!

Se você tiver mais sugestões, está convidado a compartilhar com os demais leitores nos comentários!

Prepare-se para ser demitido hoje - e você não será

A demissão pode ser uma preocupação constante de quem trabalha sob regimes jurídicos tradicionais (usualmente, empregado pela CLT), mas para todos os efeitos práticos (embora aí sob outras denominações e categorias jurídicas), aflige qualquer relação não-estável de trabalho, incluindo contratados sob regime de pessoa jurídica e até mesmo os servidores públicos comissionados. Mesmo os empreendedores estão sujeitos a ter subitamente negada a continuidade do seu negócio.

A frase que dá título a este artigo é do Max Gehringer, e embora ela seja um pouco exagerada em sua promessa, encerra em si muito valor, já que preparar-se direito para ser demitido aumenta a sua empregabilidade, e assim aumenta a chance de o seu empregador atual permanecer interessado em você.

Você busca se preparar para estar demitido? Devia, pois tudo pode mudar de repente, e a forma como você vai prosseguir não dependerá de mais ninguém. Mesmo o funcionário mais exemplar da empresa pode se deparar com situações em que uma falência, fusão, aquisição ou fechamento de filial levem ao desaparecimento do seu emprego atual.

E o alvo aqui não é estar apto a não depender em nada do seu emprego atual. Estamos falando de medidas relativas, que reduzam o choque após uma eventual demissão, e facilitem a busca de uma nova colocação.

Eu tenho em minha mesa de trabalho um pequeno quadro, com moldura e vidro, que traz a imagem de algumas engrenagens e a frase: "Só porque você é necessário, não significa que você é importante", e isso me ajuda a lidar com a ilusão de que algum profissional possa ser insubstituível.

Por isso, convido: veja abaixo as dicas do Efetividade.net para que você possa dormir mais tranqüilo, com menos preocupação com uma possível demissão.

Demissão: como estar preparado

Seguindo os passos abaixo, você aumenta sua empregabilidade e a também a tranqüilidade pessoal e familiar. Mas o mais interessante é que você também pode aumentar o seu rendimento e capacidade de assumir riscos no trabalho, resistir a conflitos éticos e ao assédio moral, e desenvolver várias outras características que podem ajudar seu atual empregador a manter-se interessado em você.

Tudo isso demanda tempo, esforço e economia, mas são investimentos em você mesmo, e na sua família. E o que é melhor: são inalienáveis, pois ninguém pode tirar de você o seu desenvolvimento pessoal, uma vez alcançado. Dificilmente alguém consegue fazer tudo, a não ser que seja um super-homem ou não faça mais nada na vida (o que também não é desejável), mas você pode escolher e priorizar de acordo com suas aptidões e disponibilidades.

Vamos aos passos, começando pelo essencial:

  1. Tenha uma reserva financeira: Para este tipo de situação, investimentos de baixa liquidez (como terrenos, por exemplo) não ajudam muito. O ideal é ter condições de ter imediatamente disponíveis, ou facilmente conversíveis, recursos em dinheiro equivalentes a 3 meses do seu salário líquido, para ter segurança de que as contas continuarão sendo pagas normalmente no primeiro mês, e que um eventual aperto de cintos posterior possa ser feita com razoável grau de controle. Se você tem investimentos sem liquidez, pense em futuramente converter uma parte deles para uma alternativa como a descrita acima, mesmo que renda bem menos. Se você não tem nenhuma poupança, essa pode ser uma razão a mais para começar o fundo de reserva.
  2. Mantenha atualizado seu currículo: E não é pelo motivo que você pensou: sair distribuindo currículos imediatamente no dia seguinte ao da demissão nem é algo que você deveria fazer. A razão de manter atualizado o seu currículo é que assim você fica sempre sabendo quais são seus diferenciais e o quanto você é um profissional atualizado. Tenho visto recentemente vários casos de profissionais que subitamente precisaram procurar emprego, e só aí percebiam que não faziam nenhum curso há 12 anos, não eram especializados em nada, não tinham experiências profissionais dignas de menção. Começar a manter atualizado o currículo pode evitar esta surpresa na hora errada, pois estimula a encontrar o que mencionar.


    É fácil melhorar o visual do currículo, também.

     

  3. Enriqueça permanentemente o seu currículo: continuando a dica acima, você precisa ter o que dizer no seu currículo. No trabalho, procure se envolver em projetos e atividades que mereçam ser mencionados. Na sua comunidade, participe do centro comunitário, de alguma ONG ou de iniciativas que possam tirar proveito das suas aptidões, e nas quais você possa desempenhar algum papel que faça a diferença (como bônus, assim você também pode aumentar seu networking). Academicamente, faça cursos de extensão, aprenda algo que o mercado valoriza (como um idioma, informática, estatística, técnicas de vendas, resolução de conflitos, matemática financeira, ou o que for) ou dê um jeito de obter uma graduação ou pós-graduação - hoje dá para fazer isso até via Internet. Em paralelo, participe ativamente de grupos ou comunidades relacionados à sua profissão, busque contribuir com revistas ou sites da área, faça seu nome aparecer. Em suma: use os mesmos truques que quem está iniciando na carreira pode usar para dar brilho ao currículo.
  4. Fortaleça vínculos e expanda seu círculo de contatos: o chamado networking funciona bem, mas só para quem se dedica a ele também quando não está precisando. Manter contato é fácil e pode ser até bastante espontâneo, envolvendo lembrar do aniversário dos amigos e mandar mensagens pessoais (nada de cartões enlatados do Orkut!), um telefonema ocasional, um e-mail a cada 3 ou 4 meses, e uma agenda de contatos bem organizada. Fazer cursos e participar ativamente da sua comunidade local e profissional são maneiras de expandir seu círculo de contatos, mas não pense que simplesmente obter uma lista com os telefones e e-mails de todos eles ao final da reunião já conta a seu favor - isso seria o equivalente a voltar do supermercado com um envelope de sementes, que só servirão para alguma coisa se você cultivá-las. Assim, você não vai se ver na situação chata de se ver sem ter a quem recorrer para obter indicações e dicas na hora em que precisar procurar trabalho, e nem vai fazer aquelas ligações que ninguém gosta de receber, de pessoas que não nos procuram há 20 anos, e só surgem quando têm um problema.

  5. Acompanhe ativamente o seu mercado de trabalho: acompanhar passivamente, lendo as notícias e mantendo-se informado, é positivo, mas não é suficiente. O ideal é acompanhar ativamente, buscando fortalecer contatos com pessoas da mesma profissão que atuem em outras empresas (do mesmo ramo ou não), parceiros, fornecedores, consultores. Se possível, seja voluntário de alguma organização de ensino ou aprendizado da sua profissão, escreva artigos para as publicações da área ou da imprensa local, vá às reuniões do seu conselho ou associação profissional. Um sábio conselho, que ouvi há tempo e acredito, é que a melhor forma de obter um bom emprego é ter amigos bem empregados.
  6. Envolva-se em atividades comunitárias na sua empresa: Se sua empresa tiver CIPA (comissão interna de prevenção de acidentes), brigada voluntária de incêndio, clube do livro ou outras atividades não-remuneradas e voluntárias, procure participar, e se possível integrar a diretoria - especialmente se não houver fricção política contra a administração da empresa. Se você fizer bem-feito e com foco na sua carreira, isso faz o seu nome aparecer localmente, abre caminhos e oportunidades, e ainda pode ser um item a mais no seu currículo.
  7. Tenha uma fonte de renda adicional na família: Existem muitas possibilidades: aluguel de um imóvel, prestação de serviços, o salário de outro familiar, revenda de produtos, dividendos e tantos outros. Nenhum é fácil de obter, mas são fatores importantes de segurança profissional, e podem ser o pára-quedas necessário na hora do aperto. Na hora de escolher seus investimentos, considere este fator quando for definir seu mix.
  8. Produza, mas também fique atento às suas atitudes no trabalho: na hora fatídica em que seu superior for chamado a reduzir em 25% a sua força de trabalho, ele não vai considerar apenas a produção de cada um, ou o quanto é importante a tarefa que cada um desempenha. Se ele for bom nisso, ele vai parar para pensar na qualidade da interação do grupo após a saída dos demais, e aí são as atitudes e a forma de se relacionar com os colegas que contam. Não é necessário se destacar como um líder, mas você deve evitar ser apagado ou detestado.
  9. Invista em uma carreira paralela: e, se possível, autônoma. Existem muitos cursos e práticas que você pode buscar para aprender a atuar profissionalmente e de forma independente da empresa que lhe emprega. Mas, faça o que fizer, não permita que a empresa o veja como um potencial concorrente, nem misture os dois mundos - o da sua "carreira solo" e o da empresa -, senão o feitiço pode acabar se voltando contra o feiticeiro, e a sua busca por segurança em uma eventual demissão pode acabar se transformando na causa dela.

  10. Cuidado com o medo: o medo da demissão às vezes leva o profissional a tomar as decisões erradas. Cautela sempre é bom, mas você precisa saber calcular riscos e assumir responsabilidades. Quem lidera precisa fazer muitas escolhas, mas quem atua em equipe também faz as suas. Esquivar-se delas, fugir à responsabilidade e buscar apenas as alternativas isentas de risco torna você um integrante preferencial na lista dos que serão descartados em qualquer corte, pois sua ausência fará pouca diferença ou falta. É melhor correr um pouco mais de riscos, bem calculados, e assim poder ser visto como peça-chave.

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