Trabalhe 4 Horas Por Semana: livro recomendado - mas com ressalvas

40 reais bem investidos: esse é o resumo da minha opinião sobre o livro "Trabalhe 4 Horas Por Semana", de Timothy Ferris.


Tente ignorar o "fator auto-ajuda" da capa

Eu não simpatizo com a atitude que o autor adota em seu discurso, e nem mesmo estou interessado em colocar em prática literalmente a proposta dele. Mas eu li recentemente a versão em inglês, e já a havia recomendado a alguns amigos, por isso fiquei feliz ao descobrir na semana passada, meio por acaso, que já saiu uma edição traduzida (e desconheço a qualidade da tradução).

O Ferris realmente narra como ele abandonou uma rotina de expediente de 8 horas por dia e foi reduzindo até chegar a 4 horas por semana, vivendo uma vida com os mais variados agitos internacionais, sem deixar de investir na sua própria aposentadoria - embora não da forma e proporção usual.

As técnicas que ele descreve são muito mais adaptadas a quem - como ele - ganha em moeda forte e gasta em moedas menos valorizadas, e atua em uma economia suficientemente estável. Na prática, não acho que a maioria das técnicas sobre como gerar receita descritas por ele possam ser aplicadas por muita gente aqui no Brasil de hoje, embora algumas sejam interessantes e de fato aplicáveis.

Só que não é pelas técnicas que eu avaliei bem o livro. É pela reflexão que ele provoca. Eu já havia escrito por aqui, recentemente (no artigo "Você usa bem o tempo que o seu ganho de produtividade libera?"), sobre a minha atenção constante quanto a não se limitar a "trabalhar por trabalhar".

Muitas vezes não faz sentido, sob o ponto de vista pessoal global (e não o do homo economicus), ganhar produtividade apenas para poder trabalhar mais. Para realmente valer a pena, você precisa ganhar algo com isso, e de preferência esse algo não deve se refletir *apenas* em um contracheque mais polpudo ou maior segurança no emprego.

Na ocasião, escrevi:

E creio que venho levando isso bem a sério: cada vez mais, venho aplicando em meu próprio benefício os ganhos de produtividade e eficiência que obtenho na minha “carreira solo”, mantendo bem clara a intenção de “tornar minha rotina mais agradável, com resultados que produzem os efeitos esperados, modificando o meu ambiente de forma positiva” - passando bem longe da cultura do “Karoshi”, termo japonês que significa “trabalhar até a morte” (no sentido literal, de morrer de tanto trabalhar), algo reconhecido juridicamente por lá desde a década de 1980, como visto num caso recente.

Isso corresponde também ao discurso moderno das negociações entre patrões e empregados: o aumento de eficiência alcançado pelos trabalhadores, com o seu aprendizado, adaptação a formas mais avançadas de automação, metodologias da qualidade, etc. não deve reverter *apenas* em benefício do empregador: uma parcela deve ser distribuída aos funcionários também, a título justamente de “ganhos de produtividade”.

E a primeira metade do livro do Ferris trata justamente disso, com grande número de exemplos bem-sucedidos, e uma narração bem coesa sobre os passos que o autor empregou para lidar com a questão.

Não é preciso recorrer a conceitos abstratos: mesmo relações bastante concretas, como o conceito de eficiência, ou o da produtividade, permitem verificar claramente que a meta não deve ser simplesmente trabalhar mais, e sim produzir um resultado mais valioso. Transformar uma parte deste resultado em melhoria palpável da qualidade de vida pode ser o fruto de uma decisão sua, se você realmente acreditar que isso não é algo reservado ou al cance apenas dos outros: todos os dias, alguém com um emprego como o seu, ou como o meu toma este tipo de decisão e passa a viver melhor.

E não precisa ser nenhuma viagem de 6 meses às Bahamas: mesmo a realização concreta de fazer o que for necessário para passar a tirar 2h por dia para ir à academia, ver um bom filme, fazer um curso, conviver com a família ou surfar podem mudar a sua vida para melhor. Não precisamos de Tim Ferris para nos lembrar disso, mas a reflexão que ele provoca pode ajudar a tomar a decisão certa mais cedo. E essa entrevista recente com ele pode ajudar você a entender melhor a idéia.

Assim como no caso do livro A arte de fazer acontecer, de David Allen, que forma a base do que se conhece como método GTD de produtividade pessoal, a minha opinião é que o maior valor do livro é a reflexão que provoca, e não as técnicas que apresenta.

Para mim valeu a pena, e "Trabalhe 4 Horas Por Semana" foi uma leitura bem leve e fácil, e uma das mais interessantes do ano até agora. Recomendo, embora com as ressalvas acima.

Economia doméstica: Está sobrando mês no fim do salário?

Gustavo Cerbasi, autor do livro Investimentos inteligentes - que eu li recentemente, gostei e recomendei - é também autor de uma dica interessante que está circulando por e-mail, sobre a percepção de que falta dinheiro, e maneiras de tentar mudar isso.

O Daniel Oliveira, vizinho ali do blog Torradeira.net, me encaminhou o texto, com a sugestão de que poderia ser do interesse dos leitores do Efetividade. Eu li e concordei, embora goste de manter estoques reguladores na despensa de casa, ao contrário do que o autor recomenda. Segue o texto na íntegra!

Será mesmo que falta dinheiro?
Por Gustavo Cerbasi

Depois de anos orientando centenas de famílias sobre o bom uso do dinheiro, cheguei a uma conclusão: a renda mensal da maioria dos brasileiros é suficiente para manter seu padrão de vida. Mesmo assim, a grande parte das pessoas das classes B, C e D está endividada.

Curiosamente, o dinheiro que falta na conta não foi verdadeiramente consumido. Em geral, costuma estar parado em algum tipo de estoque do endividado. Se você está entre os que de vez em quando entram no vermelho, faça uma experiência. Estime quantos reais existem parados em produtos na dispensa de sua cozinha. Some esse valor aos reais que estão parados no tanque de combustível de seu carro. Vá até seu guarda-roupa: quantas peças de roupas você nunca usou?Quanto elas custaram? E o que dizer de livros não lidos, DVDs não assistidos, eletrodomésticos nunca utilizados?

"Se você quer gastar menos, compre para usar, não para ter."

Temos no Brasil o hábito de comprar para ter, e não para usar. Aprendemos a estocar nos tempos de infl ação, mas a atual inflação não justifica esse comportamento! Se tivéssemos o costume de comprar com mais freqüência e em quantidades menores, estaríamos fazendo um favor para nosso bolso, evitando entrar no vermelho, e para o comércio, diminuindo a sazonalidade das vendas.

Outro importante hábito a ser conquistado é dar mais qualidade a nosso consumo. Pensar duas, três, quatro vezes antes de adquirir aquele item dos sonhos. Que tal entrar em um leilão virtual e vender aquela batedeira que você só usou uma vez? Em minha estatística pessoal, os aparatos campeões de ócio costumam ser cafeteiras, enciclopédias, kits para churrasco e as maravilhosas peças de decoração que ganhamos no casamento e que não cabem na cristaleira da sala. Que tal se desfazer dos estoques e dar um fôlego no orçamento, ou então usar o recurso da venda para se presentear com uma viagem?

A regra básica para enriquecer é gastar menos do que se ganha e investir com qualidade a diferença. Perceba que a regra começa com o verbo gastar. Gaste, portanto, com mais qualidade, para gastar menos.

Aproveite e leia também:

Chega de Bagunça: Conheça 4 segredos da Gestão do Tempo

A Paula, nossa vizinha ali do blog (e consultoria) Chega de Bagunça, simpaticamente escreveu para avisar sobre um post de lá que trata de tema típico aqui do Efetividade: a gestão do tempo.


O tempo voa

Separei um trecho, sem revelar quais são os 4 segredos identificados por ela:

Muita gente fica se martirizando por não ter tempo para fazer o que realmente importa ou gosta. Tudo isso em função das muitas coisas que não podem ser deixadas para trás. Mas será que tudo o que está na sua agenda é realmente necessário? Às vezes precisamos confiar em outras pessoas para a conclusão de projetos. Mas cuidado, você pode descobrir que não é necessário carregar todo o peso do mundo nas costas.

Leia o restante em "4 Segredos sobre Gestão do Tempo", no blog Chega de Bagunça.

E leia também os artigos relacionados aqui no Efetividade:

Bloqueador de celular: como comprar

Bloqueador de celular é um aparelho que emite ruído nas freqüências de rádio usadas para comunicação entre os aparelhos de telefone celular e as suas estações rádio-base (que ficam nas torres), impedindo o uso de celulares no seu raio de ação, que usualmente varia entre 3 e 75 metros. Existem bloqueadores para diversas tecnologias, como CDMA, GSM, 3G e outros, e muitos deles atuam em todas elas simultaneamente. Como se limitam a gerar ruído que impede a comunicação, geralmente o bloqueador não causa nenhum dano físico ao aparelho, e nem afeta o uso de celulares fora do seu raio imediato de ação.

Embora eu não conheça o status legal deste tipo de solução, visitei recentemente um cinema que instalou um bloqueador com raio de ação de 75 metros, e o liga no exato momento do início do filme, desligando quando terminam de rolar os créditos. Um funcionário me contou que muitos clientes ficam confusos quando uma ligação em curso é interrompida no momento em que o filme começa, e que alguns reclamam da ausência de sinal durante o filme, por estarem esperando uma ligação importante, ou estarem de plantão - e nestes casos o cinema se oferece para ficar com o celular do cliente, do lado de fora do filme, e chamá-lo discretamente caso o aparelho toque. Alguns aceitam, outros preferem simplesmente continuar vendo o filme silenciosamente. A platéia agradece, já que anos de trailers solicitando a todos a gentileza de desligar seus telefones não foram suficientes para civilizar todo mundo.

Salas de aula, salas de reunião, teatros, tribunais e ambientes controlados e restritos em geral poderiam ser lugares bem mais tranqüilos sem a constante interrupção dos celulares, especialmente se for de comum acordo entre todos, e se o responsável primeiro certificar-se da legalidade da solução que escolher - me parece que para operar legalmente no Brasil, estes aparelhos precisariam ter uma certificação da Anatel, e eu não pude determinar se eles a possuem.

O aparelho da imagem acima é um bloqueador de celular que pode ser adquirido na DealExtreme, uma loja virtual na China com a qual vários brasileiros informam terem tido sucesso nas suas compras. Eu não tenho qualquer afiliação com a loja, e nem posso afirmar em primeira mão sobre a qualidade de seus serviços. Aquele aparelho ali de cima custa pouco menos de US$ 85 e, segundo relatos de usuários, é eficiente no bloqueio de celulares CDMA, GSM e 3G nas suas freqüências mais comuns (listadas lá no site), em um raio de 40m.

Já o modelo acima, apesar do visual de eletrônica de fundo de quintal e do design que lembra uma metade de caranguejo intergaláctico cozido, afirma bloquear os sinais em um raio de 75m, e custa cerca de US$ 150. Mas lembre-se: geradores de ruídos não costumam ser muito precisos em suas freqüências de operação, e você certamente não quer interferir em comunicações de emergência, sinais de aeronaves, transmissões de rádio por emissoras autorizadas, aparelhos domésticos, etc. - não use este tipo de aparelho irresponsavelmente.

Mas há outras alternativas, como o modelo acima, um bloqueador de celular pessoal, de bolso. Se você se preocupa com os sinais de rádio que o seu celular comum emite, imagine este aparelho, cujo objetivo é transmitir ruído constante em uma série de freqüências... Segundo a loja, ele cria um círculo sem celulares em um raio de até 40m ao seu redor, suficiente para muitas salas de aula e escritórios, e para situações em que há preocupação com a privacidade.

Se o seu interesse neste tipo de aparelho for a questão da privacidade, talvez você se interesse também por um detector de câmeras escondidas, como aquele da foto acima. Detecta até a câmera escondida dos repórteres do Fantástico ;-) Seu uso não é nada discreto, mas tenho lido relatos de que funciona bem contra câmeras escondidadas comuns, incluindo as microscópicas. O princípio de funcionamento é simples, embora seu uso não seja nada discreto.

E se você não quiser esperar o prazo do envio direto da China, pode pagar um pouco mais e comprar seu bloqueador de celular no MercadoLivre, de uma série de vendedores que anteciparam esta demanda e já têm o produto no Brasil. Mas leia atentamente se a entrega é imediata, porque sempre tem os espertinhos que encomendam da China depois de já ter recebido o seu dinheiro. E cuidado para não comprar por engano um bloqueador de automóveis controlado por celular...

E fique atento: a interferência em faixas de freqüência que são objeto de concessão governamental é um assunto complexo. Antes de fazer experiências, convém consultar profissionais da área, bem como o seu consultor jurídico!

Assédio Moral

Assédio moral é a exposição de um subordinado ou parceiro a situações humilhantes e constrangedoras, repetitivas e prolongadas, no exercício de suas funções. O assédio moral geralmente acontece devido a abuso do poder pela autoridade, e pode provocar um cenário de discriminação dentro da organização, eventualmente culminando no fim da relação de trabalho e emprego.

O Bruno Sanches me escreveu avisando sobre seu blog Artigos.biz, que ele descreve como sendo sobre Desenvolvimento Pessoal e Sucesso Profissional.

Vários dos artigos tocam a temática usual aqui do Efetividade.net, portanto recomendo uma visita! Selecionei um deles, dedicado ao assédio moral, para que você possa ter uma idéia sobre o assunto. Segue, como de hábito, um trecho:

(...) Por definição, sacrificar-se é privar-se em benefício de outrem. Uma coisa é o esforço, o desafio, a outra é o sacrifício, o sofrimento; e em se tratando de relações trabalhistas, sofrer não deve ser condição nem muito menos conseqüência, ainda mais quando é resultado de situações de humilhação, constrangimento e submissão. Situações essas que caracterizam o assédio moral.

O conceito, bem como a idéia, não é tão recente assim. O assédio moral no trabalho é um fenômeno antigo, mas que vem recebendo destaque pela mídia nos últimos tempos devido a tendência de tornar as relações de trabalho mais transparentes e justas. É um fenômeno mundial, que consiste em degradar as condições de trabalho através de ofensas, pressão e críticas excessivas das autoridades sobre seus subordinados.

O assédio moral acontece devido ao abuso do poder, provocando um cenário de discriminação dentro da empresa.

O medo do desemprego é uma das principais causas desse fenômeno. Para garantir seu emprego, o funcionário sujeita-se a atitudes anti-profissionais; o chefe, por seu lado, transfere toda a insegurança para sua equipe através de atitudes autoritárias. ” Quando o funcionário está com a auto-estima rebaixada, ele não se reconhece como profissional, ficando predisposto a qualquer tipo de assédio” Mas essa situação só prolifera quando favorecida por ambas as partes, Chefes autoritários buscam funcionários submissos; e vice-versa. A situação só irá perpetuar se o funcionário permitir.” (...)

Recomendo a leitura: Artigos.biz.

Bafômetro: como comprar

Bafômetro é o equipamento que busca determinar se uma pessoa ingeriu bebida alcoólica, analisando o ar exalado dos pulmões. Com as recentes alterações na legislação de trânsito brasileira (a chamada Lei Seca), os aparelhos (também chamados de etilômetros) passaram a ser usados de forma intensiva pelos policiais, de modo a identificar motoristas infratores.

Os níveis de álcool tolerados em motoristas no Brasil passaram a ser mínimos, e o interesse em bafômetros pelos próprios motoristas e por donos de bares, restaurantes e hotéis cresceu, no interesse de identificar casos de infração e prevenir não apenas a autuação ou a multa, como ainda a ocorrência do risco causado por motoristas alcoolizados.

Não é difícil comprar bafômetros para uso pessoal, embora não haja garantia, em nenhum caso, de que as leituras deles serão precisas ou mesmo que serão idênticas às dos etilômetros adotados pelas autoridades policiais. O modelo da imagem acima é o bafômetro portátil SKU 2254, à venda por menos de 6 dólares na DealExtreme, uma loja virtual na China com a qual vários brasileiros informam terem tido sucesso nas suas compras.

Mas existem modelos mais avançados. Se você escolher comprar o bafômetro SKU 11353, poderá receber um modelo que mostra em um display digital o nível alcoólico (ou etílico), em g/l ou %BAC, a partir do sopro.

E se você não quiser esperar o prazo do envio direto da China, pode pagar um pouco mais (o modelo de US$ 6 é vendido no Brasil por cerca de R$ 40...) e comprar seu bafômetro no MercadoLivre, de uma série de vendedores que anteciparam esta demanda e já têm o produto no Brasil. Mas leia atentamente se a entrega é imediata, porque sempre tem os espertinhos que encomendam da China depois de já ter recebido o seu dinheiro.

Mas atenção: a legislação brasileira é rígida, portanto não use o bafômetro como um instrumento para tentar determinar se você tem chance de ser pego. Se você bebeu, não dirija, e assim deixe as estradas mais seguras para todos nós.

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