Tool Logic SL3: o canivete que é uma brasa

No domingo passado iniciei a nova série de artigos temáticos do Efetividade.net: análises de multi-ferramentas, aquele tipo de produto que inclui os clássicos canivetes suiços e muitas outras soluções que em geral cabem no seu bolso ou mochila e resolvem grande quantidade de situações.

O primeiro brinquedo novo produto a ser analisado foi a Swisstech Utili-key, um discreto kit de ferramentas que se prende ao seu chaveiro como se fosse a chave-reserva de um Fusca 78. Eu aprovei o produto, e já tive oportunidade de usá-lo na prática, como escrevi na análise.

Mas a análise de hoje é de um produto que eu não pretendo ter demanda de usar, mas que (a julgar pelo sucesso do artigo anterior sobre go-bags, aquelas mochilas sempre preparadas para serem levadas e usadas quando você tem que sair de casa às pressas devido a uma emergência) deve atrair a atenção dos leitores.

Tool Logic SL3 Fire

À primeira vista, o SL3 Fire é um canivete. Ao contrário de seus discretos primos da Victorinox, ele tem uma única lâmina, e seu tamanho é suficiente para dificultar seu uso no bolso, no dia-a-dia urbano. Mas ele não é feito para uso urbano (o que explica a ausência de chaves philips e outros acessórios similares), e sim para aquelas situações que a maioria das pessoas raramente enfrenta, e que alguns encaram sempre que podem, como lazer: os momentos longe do asfalto.

Com certeza o aspecto que é mais usado em uma ferramenta como esta é a lâmina, e a da SL3 é grande o suficiente para ser usada como substituta de uma faca, quando você não pode levar as duas coisas: é uma sólida lâmina de 7,5cm, bastante afiada, com metade de sua extensão serrilhada, e abertura usando apenas uma mão. Quando totalmente aberta (180 graus), a lâmina é travada mecanicamente, e só pode ser fechada se você destravar manualmente.


O bastão de "Firesteel" fora de seu compartimento
 

Mas o grande diferencial da SL3 são os recursos que ela oferece além da lâmina, e que fazem os catálogos das lojas de produtos de camping dos EUA chamarem-na de "faca de sobrevivência", com aquele ar de algo que será útil quando a revolução chegar e você tiver que fugir para as montanhas.

Assim como outros produtos da Tool Logic, o corpo da SL3 tem um tubo ao longo de toda a sua extensão, onde fica instalado um bastão de Firesteel, uma liga de magnésio que, quando friccionada contra um chanfro na base da lâmina da SL3, produz uma intensa chuva de faíscas para iniciar uma fogueira. A reação que gera as faíscas é forte o suficiente para funcionar mesmo quando ambas as partes estão molhadas, portanto funciona até mesmo em casos em que os fósforos ou o seu isqueiro Bic estiverem fora de combate (desde que você encontre lenha e folhas secas para fazer a fogueira...).

Além disso, a extremidade do cabo da SL3 é um apito com silvo alto e agudo. Eu nunca estive em uma situação em que precisasse acender uma fogueira sem fósforos, mas já me aconteceu mais de uma vez, em pescarias e outros eventos nada urbanos, de ter uma pessoa desgarrada do grupo em locais sem visibilidade e com grande absorção sonora (como o interior de um manguezal). Nestes casos, dispor de um apito adequado (você já notou que alguns dos melhores coletes salva-vidas incluem um apito preso no seu exterior?) pode facilitar em muito a orientação, localização e comunicação. Eu nunca lembrei de levar um apito nestes casos, mas se ele estiver em uma ferramenta que você já irá levar, ele estará à sua disposição quando for necessário.


Lanterna Maglite Solitaire (não incluída)

Para completar, o tubo onde fica armazenado o bastão de Firesteel tem as dimensões exatas (intencionalmente, é claro) para levar uma lanterna Maglite Solitaire - aquelas lanternas importadas com foco variável e pilha AAA, "de bolso", que você encontra em quase toda loja de presentes que vende também os canivetes da Victorinox. Eu já tinha uma dessas, preta, e pude comprovar que o encaixe é perfeito na SL3 - e com isto ela se torna uma ferramenta muito mais urbana. A foto abaixo mostra a SL3 com a Maglite incorporada, na forma como eu a estou transportando em minha mochila (afinal, a chance de eu precisar de uma lâmina ou de uma lanterna é bem maior do que a de eu precisar fazer uma fogueira).


A SL3 com minha lanterna Solitaire incorporada
 

Externamente a SL3 tem ainda um clipe de aço inox para prendê-la no bolso ou cinto, e um orifício para prender uma argola tipo chaveiro. A minha veio em uma bela embalagem metálica. Ela pesa 75g (com o bastão), e embora seja grande o bastante para não ser prática de carregar em ambiente urbano (imagine ter de explicar para o guarda na blitz ou o segurança do banco), pode ser levada no bolso sem maior desconforto quando você estiver no mato.

Mas nem pensar em levá-la consigo na sua bagagem de mão em vôos comerciais! Se o seu avião cair na ilha de Lost, você terá de procurá-la no compartimento de bagagens antes de pensar em fazer fogo com ela...

Onde encontrar: A Tool Logic não tem representante oficial no Brasil, mas já vi vários de seus produtos à venda em lojas de presentes importados, e também em lojas e serviços on-line como o eBay. Seu preço nos EUA é ao redor dos US$ 30.

Para mais detalhes, veja o site oficial da Tool Logic SL3.

Planejamento de reuniões: 10 dicas para começar e terminar reuniões na hora marcada

Manter os horários marcados nem sempre é possível, mas você pode e deve transformar isto em uma meta da sua equipe com estas 10 técnicas simples.

Quando uma reunião atrasa para começar, as pessoas que chegaram na hora estão perdendo seu tempo. E se ela se prolonga além do horário marcado, todos os presentes ficam prejudicados em seus outros compromissos.

As dicas a seguir podem ajudar você a aumentar a produtividade da sua equipe, no que diz respeito a reuniões internas. Aplique as que puder, e comente sobre as que não são possíveis na sua organização, ou sobre alguma dica adicional que você tenha empregado com sucesso.

  1. Só realize reuniões relevantes: nada de "cumprir tabela", nem de chamar a equipe inteira para um assunto que poderia ser resolvido em um grupo de 3 pessoas, com as decisões comunicadas posteriormente. Se o assunto for relevante, as pessoas se sentirão motivadas a estar presentes na hora certa e pelo tempo necessário.
  2. Sempre agende a reunião com antecedência, marcando horário de início e término: para quem já tem este hábito, parece óbvio. Mas quem nunca foi chamado para uma reunião em cima da hora, ou não teve de sair de uma reunião porque foi chamado em outra reunião que não foi agendada previamente? Urgências são urgências, mas deixar de planejar e acertar as datas e horários é um desrespeito pelo tempo alheio e pela produtividade do grupo.
  3. Peça ao secretário do grupo para controlar o relógio e anunciar os horários-chave: Scott Berkun, autor do livro The Art of Project Management, sugere que devem ser anunciados 3 momentos-chave para os participantes da reunião: quando ela completa seus primeiros 20 (ou 15) minutos, para que as pessoas percebam que já chega de introduções e preliminares; quando falta 15 minutos para o horário previsto para seu término, para que as discussões finais (ou de fechamento) se iniciem; e quando faltam 5 minutos para o término, para que se inicie a revisão do que foi decidido, próximos passos e quem é o responsável por o que. Se tiver como, combine com o secretário para tentar fazer a reunião terminar formalmente 5 minutos antes do previsto.
  4. Procure não chamar "figurões" para reuniões operacionais: Se você convidar o vice-presidente ou o representante regional, a reunião passa a ser um Evento, sua data e horário estarão sujeitos a alterações devido à conveniência do convidado VIP, e a reunião só começará quando ele chegar e fizer a sua abertura. Não misture as coisas, reuniões da equipe devem ser diretas, simples e sem a presença da realeza.
  5. Faça sua parte como o responsável pela reunião:
    • Prepare a pauta/temário e divulgue-a já no momento em que fizer o agendamento.
    • Coloque a pauta em um flip chart ou quadro na sala de reuniões, e vá marcando os pontos discutidos e a conclusão sobre eles (o que será feito, por quem e quando).
    • Use sua autoridade para impedir que algum dos participantes monopolize o tempo ou desvie a atenção de alguns dos participantes formando um subgrupo.
    • Use sua autoridade para fazer com que questões secundárias ou externas à pauta sejam resolvidas fora da reunião. Ofereça-se para agendar nova reunião sobre estes temas, se for o caso.
    • Faça com que a sala de reuniões esteja disponível e pronta no horário agendado.
    • Chegue no horário certo, e respeite o horário de término!

Saiba mais:

- Dicas simples para reuniões mais produtivas
- 7 dicas para tomar notas de aulas, apresentações ou reuniões com efetividade
- How to start meetings on time (the honest version) (fonte de várias das dicas acima)

Falar bem em público: Como transmitir a idéia certa sobre você em apresentações e reuniões

Ser inteligente não basta: veja como transmitir a impressão de inteligência e confiança ao fazer apresentações ou falar em reuniões.

Profissionais especializados em ensinar as pessoas a usar com efetividade a sua capacidade de comunicar não são novidade. No Brasil temos um exemplo bastante conhecido para quem é "do ramo": Glorinha Beuttenmüller, a fonoaudióloga que praticamente moldou o padrão de expressão do telejornalismo brasileiro.

E eventualmente estes profissionais compartilham seus segredos com o público em geral. É o caso de Patricia Fripp, uma profissional (certificada) dos discursos, que compartilhou em um breve artigo uma seqüência de dicas para quem quer moldar sua forma de expressão para ajudar a passar uma impressão a seu público ou interlocutores.

Lembre-se de que passar a impressão certa não basta: para ser efetiva, a impressão transmitida precisa corresponder à realidade. Mas todos nós já vimos apresentadores e palestrantes que dominam seu assunto mas não conseguem transmitir uma boa imagem sobre si próprios, o que acaba impedindo que eles comuniquem adequadamente a sua mensagem.

Para evitar passar por esta mesma situação, veja algumas das dicas do artigo:

  • Para soar inteligente: diminua um pouco o ritmo da sua fala, para permitir-se selecionar as melhores opções de vocabulário ao mesmo tempo em que passa a imagem de reflexão.
  • Para demonstrar polidez: nunca responda perguntas com apenas "sim" ou "não". Forme frases completas: "Sim, eu o conheci em uma visita anterior", "Não, os dinossauros não coexistiram com o homo sapiens".
  • Para soar mais articulado: faça um esforço para pronunciar todos os fonemas de cada palavra, com atençao especial ao final de todas elas.

Veja as dicas completas e links para vários outros artigos sobre o tema em Plan B: Sound intelligent, powerful, polished, articulate, and confident.

O artigo do Lifehacker sobre este mesmo tema acrescenta uma série de sugestões dos leitores, incluindo:

  • Evitar usar mal palavras como "coisa" e "tipo..."
  • Falar "hum", "éééé...", "bem" ou "né?" onde deveria haver apenas pausas
  • Evite gírias e palavras "da moda"
  • Entenda as demandas de sua audiência, e satisfaça-as.
  • Domine o assunto sobre o qual irá falar (é óbvio, mas quanta gente desobedece essa?)

As duas últimas provavelmente são as mais importantes de todas. Sozinhos, nenhuma técnica ou modelo são capazes de garantir um bom discurso, apresentação ou participação em reunião, mas todo mundo pode aperfeiçoar seus métodos, e aprender com as experiências dos profissionais do ramo.

Qual a sua dica? Compartilhe nos comentários.

Leia também:

Como você e sua empresa lidam com ausências por doença?

Pode ser uma gripe mais forte, uma indisposição no aparelho digestivo e seus arredores, uma conjuntivite ou outra doença cuja gravidade às vezes é um pouco mais difícil de estimar ou verificar. O que você faz? E a sua empresa?

O Revolução Etc. publicou hoje um comentário e uma breve tradução da política do Google sobre funcionários doentes. E ela é ao mesmo tempo bastante liberal e fundamentada em princípios da produtividade: é melhor que o funcionário fique em casa e se recupere mais rápido, voltando com 100% de sua produtividade, do que forçá-lo a ficar no ambiente de trabalho sem ser produtivo, eventualmente contaminando outros colegas com seus vírus ou mesmo com seu abatimento. Claro que isso só pode dar certo onde as demais políticas da empresa (seleção, avaliação, entre outras) não permitam desequilíbrios e abusos desta liberalidade.

Isso me leva à pergunta que faço a cada um de vocês: você tenta não faltar ao trabalho mesmo quando está com febre, dor de garganta, labirintite e conjuntivite ao mesmo tempo? E sua empresa (ou seu chefe) espera de você este tipo de comportamento, ou estimula a consulta a um profissional e a recuperação?

Leia também: Conselho Google: Está doente? Vá pra casa…

3 dicas de produtividade com o Gmail

Otimização do uso do Gmail é o tema de muitos artigos, mas poucos deles são escritos com tanta autoridade quanto este de Matt Cutts, que trabalha no próprio Google, na área de qualidade.

E ele não vai muito longe, limitando-se a compartilhar 3 dicas simples que ele usa, e descrevendo-as em detalhes. São elas:

  1. Tirar automaticamente (via filtros) da caixa de entrada as mensagens de listas de discussão, eventualmente identificando-as com marcadores (labels).
  2. Instalar no Firefox a extensão Greasemonkey e o script Persistent Search, e usá-lo bem.

  3. Criar um marcador que identifique o e-mail externo - por exemplo, se você trabalha em exemplo.com, a regra de filtro para associar a este marcador seria "from: -exemplo.com". Você passa a poder fazer (e a salvar, se tiver seguido a dica 2) mais facilmente pesquisas que procurem por um determinado assunto ou palavra mas se restrinjam às mensagens de sua própria equipe, ou às mensagens externas.

Veja o artigo completo do Matt Cutts em Three solid Gmail productivity tips

Leia também outros artigos anteriores do Efetividade.net:

- Esvaziando a sua caixa de entrada de e-mails
- Organizando sua caixa de e-mail com efetividade

Swisstech Utili-key: parece uma chave comum, mas é um discreto kit de ferramentas

Uma das vantagens que um autor de blog sobre assuntos nos quais tem interesse pessoal leva é o fator "brinquedo novo", ou seja, ter freqüentes oportunidades de ter em mãos produtos e serviços legais para analisar.

E este é o caso da nova série que inicia hoje: análises de 4 multi-ferramentas, aquele tipo de produto que inclui os clássicos canivetes suiços e muitas outras soluções que em geral cabem no seu bolso ou mochila e resolvem grande quantidade de situações.

Já tive a oportunidade de escrever sobre este tipo de ferramenta antes aqui no Efetividade.net, em matérias como:

e isso me deu a oportunidade de procurar distribuidores nacionais e internacionais das ferramentas e conhecer melhor suas ofertas. Assim, as matérias desta série são todas baseadas em experiência própria com os produtos mencionados. Nem todos eles podem ser comprados com facilidade no Brasil, mas já vi todos os itens mencionados à venda em boas lojas de presentes e em sites que lidam com mercadorias importadas.

Swisstech Utili-key

O primeiro artigo da série sobre multitools é sobre a que mais se diferencia de todas as suas congêneres: a Utili-key, da Swisstech. Longe de adotar os tradicionais formatos de canivete, cartão, chaveiro ou alicate, a Utili-key adota o formato típico de uma chave de carro (com 7cm de comprimento total), toda em metal e fácil de prender em qualquer chaveiro, quando fechada, sem chamar a menor atenção.

Ao abrir a Utili-key, entretanto, ela se desprende do chaveiro e passa a oferecer uma série de funções úteis, incluindo:

  • lâmina lisa e lâmina serrilhada
  • chave philips pequena (#1)
  • 2 chaves de fenda - uma pequena (#1), e a outra micro, para óculos
  • abridor de garrafa

Durante minha semana de experiência com a Utili-key no meu chaveiro, tive oportunidade de usar todas as suas funções, exceto a chave de fenda para óculos. Por exemplo, ter um abridor de garrafa no chaveiro foi muito útil em um churrasco quando a tampa de uma garrafa long neck se recusou a sair girando.

O momento em que a ferramenta foi mais útil foi em uma situação inusitada: em uma volta de bicicleta pela Lagoa da Conceição, quando tentaram roubar o velocímetro da minha bike enquanto eu parei para comprar uma garrafa de água mineral. Acabaram não levando nada, mas estavam tentando tirar tudo: o sensor, o magneto que fica na roda, e o próprio velocímetro com seu suporte. Ao fugir, deixaram seu serviço inacabado: braçadeiras soltas, parafusos semi-desatarrachados, etc. Como eu estava com a ferramenta, pude simplesmente atarrachar os parafusos, cortar fora as braçadeiras que estavam encostando nos raios da roda, e continuar o passeio normalmente, com o velocimetro funcionando. Depois foi só colocar braçadeiras novas em casa e pronto.


Utili-key no chaveiro da bicicleta

As lâminas são super afiadas, e foram úteis também para abrir várias encomendas e envelopes. Como a Utili-key abre em 2 posições (90 e 180 graus), dá de escolher a melhor para cada tarefa e situação. E como ela se prende com naturalidade ao chaveiro, você tem a segurança de que ela sempre estará à mão.

A Utili-key pesa 14g e pode ser comprada por US$ 10 a US$ 15, aproximadamente. Se você conhece algum revendedor brasileiro regular, está convidado a mencioná-lo nos comentários.

Para saber mais

Visite o site do fabricante

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