Audiolivros brasileiros: ouvindo livros no engarrafamento e na academia

Que tal ouvir o texto integral de livros atuais, em português, no seu carro, no ônibus, na academia ou em qualquer lugar em que você tenha controle sobre o aparelho de som?

Eu já havia ouvido podcasts e audio books importados dos EUA (e em inglês), e há muito tempo torcia para que surgisse um equivalente nacional destes últimos. Gosto muito de ler, e já deixo claro desde o princípio: ouvir um áudio-livro não dá a mesma satisfação. Mas a praticidade de fazê-lo nos momentos em que há sobra de nossos recursos mentais - por exemplo, nos engarrafamentos da vida - e especialmente quando não seria prático usar um livro tradicional é um fator motivador para o seu uso.

Assim, quando vi recentemente em uma livraria alguns títulos em áudio da editora brasileira Plugme, a preços razoáveis, comprei. E não me arrependi. Os livros vêm gravados na forma de uma sucessão de dezenas de pequenos arquivos MP3, arranjados em seqüência. Não tem DRM ou proteções malucas (pelo menos nos da editora Plugme!), portanto você pode copiar com tranquilidade para o MP3 player se quiser ouvir lá. O som do meu carro toca CDs de MP3, então foi só inserir e ouvir.

Dando uma de crítico áudio-literário, para exemplificar: terminei de "ler" na semana passada o Vale Tudo, a interessante biografia do Tim Maia escrita pelo Nelson Motta. O audiolivro, nesse caso, é narrado pelo próprio autor, do começo ao fim, e assim temos a garantia de uma interpretação fiel. Felizmente não há música ou ruídos de fundo, e há um efeito interessante quando são reproduzidos diálogos do Tim Maia, e um ator o representa, ou dubla, com qualidade.

A "leitura" ocorria basicamente nos meus deslocamentos profissionais, 20 a 30 minutos de cada vez. Mas a história é tão envolvente, e a narração é tão competente, que durante 3 semanas eu deixei de odiar ter de fazer estes deslocamentos, e até partia e chegava mais feliz. Ouvi também uns trechos da crônica urbana contemporânea de Alô Chics, também narrado pela própria autora, e tive a mesma impressão positiva.

Só que a qualidade não é homogênea. Comprei, amarradão, um exemplar de "As mentiras que os homens contam", do Luís Fernando Veríssimo, cuja qualidade literária no seu gênero já é mais do que comprovada. E concluí: as versões em áudio das crônicas do gaúcho, narradas sem grande ânimo por um carioca, e com dublagens irritantes nos diálogos, só podem ser recomendadas aos inimigos.

A variedade existente é animadora: a seção de audiolivros do Submarino inclui títulos de sucesso recente como Marley e eu e O Monge e o Executivo, literatura jurídica, livros de História e até mesmo livros religiosos.

De modo geral, eu ouvi no carro, no trânsito urbano. Mas, uma vez ou outra, ouvi enquanto fazia as tarefas domésticas, e até enquanto trabalhava, sem prejuízo da produtividade (claro que depende da atividade) nem do prazer da "leitura", ou da compreensão do conteúdo. Parece ser uma grande opção também para caminhadas, viagens, exercício e até para lagartear no sol.

Eu experimentei, gostei e recomendo!

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