Revista Info comenta a web 2.0 mas prefere errar o alvo

O crescente valor das informações presente no caótico conjunto dos blogs não é novidade para mim. Para você é?

Ao procurar na Internet análises e informações sobre produtos e serviços para meu próprio uso, prefiro analisar (e filtrar, claro) os resultados localizados em blogs do que os da "grande imprensa" on-line - se vários blogs estiverem falando sobre o produto, melhor ainda.

Atire o primeiro mouse quem nunca passou pela situação de procurar no google sobre um determinado produto, e ficar desapontado ao ver que a maioria dos resultados é de reviews patrocinados ou sites de revendedores! Para tentar escapar disso, muitas vezes recorro primeiro ao Google Blog Search.

E é neste sentido que estou clipando e criticando a notícia de hoje no site da Info: "Opinião de blogueiros vale mais, diz estudo". Segundo o texto (que não aponta links para suas referências, infelizmente), "O estudo [da E.LIFE] revela ainda que blogueiros e donos de comunidades têm elevado poder de disseminar informações, promover ou prejudicar a imagem de produtos e empresas." Algo com que muitos de nós concordamos, certo?

Na mesma linha, a E.LIFE se baseia em outra pesquisa da Forrester Research para concluir que as informações recebidas de amigos em redes sociais também tendem a ser absorvidas com maior valor pelos usuários do que dados divulgados em meios tradicionais.

Mas o foco do artigo fica claro quando surge a sua sugestão final: "Segundo o estudo, as ferramentas de web 2.0 representam grandes oportunidades de marketing viral para divulgar ações, idéias e produtos." - ou seja, a questão é vista como uma oportunidade para a turma do marketing, que pode assim alcançar mais efeito do que o obtido por suas ferramentas tradicionais, porque no momento tem mais credibilidade.

Eu penso diferente: o uso das aplicações on-line no estilo web 2.0 como se fossem simples extensão da comunicação unidirecional e puramente voltada à promoção de produtos, como está sendo proposta, ao longo do tempo dilui e até mesmo pode anular o potencial destas ferramentas para esta finalidade específica.

Enquanto isto - e mesmo nos casos em que a intenção é basicamente promover produtos e ganhar dinheiro, quem entende e domina as tecnologias e novos modos de relacionamento envolvidos na atual realidade on-line já atua de formas melhor adaptadas e voltadas às idéias de colaboração e entrelaçamento (e folksonomy, wikinomics, cauda longa...) típicos da nova geração de aplicativos on-line, aproveitando a credibilidade que os serviços on-line dissociados dos (ou menos associados aos) meios de comunicação de massa tradicionais vem obtendo, sem ficar naquela de tentar o tempo todo produzir um vídeo ou campanha "viral" que ninguém dissemina e o sujeito não entende por que.

É ao mesmo tempo evolução e revolução, e nem sempre dá de surfar estas ondas usando os métodos tradicionais de interação. Mesmo que a Info prefira não entender isso tão claramente ;-)

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