Emprego: agências de emprego na web podem ser armadilhas, e o Ministério Público ajuda a confirmar
Quando escrevi o artigo "Emprego: a vaga certa, sem pagar nada para agências e portais", já havia cantado a bola certa:
Infelizmente, assim como no caso do trabalho em casa, o mercado está lotado de empresas que baseiam seus negócios em obter pequenas quantias de desempregados desinformados que recorrem a elas na expectativa de obter o caminho para um bom emprego, mas recebem bem menos do que esperavam - muitas vezes na forma da inclusão de um mau currículo padronizado em um banco de dados que poucos empregadores consultam. Note que não quero dizer que toda agência de emprego é uma armadilha - algumas são sérias, e você até mesmo pode considerar recorrer aos seus serviços, como veremos a seguir.
Na época eu não citei nomes, e mesmo agora prefiro não fazê-lo, porque ultimamente parece que nossa liberdade de expressão é um direito tão frágil que acada sendo usado parcimoniosamente. Mas o site da Info não precisa se preocupar tanto com isso, e ao contar a história a seguir, de práticas inadequadas praticados por um dos maiores portais brasileiros de emprego, identifica claramente o portal envolvido, algo que vou evitar inclusive nos comentários desta notícia, porque minha vida já me dá trabalho suficiente sem me expor à potencial litigância alheia ;-)
O parágrafo de abertura da notícia faz sorrir pela fina ironia, mesmo considerando a gravidade do fato apontado. Segundo ele, o Ministério Público de SP e o portal "fecharam um acordo para garantir que o site da agência de empregos só exiba vagas que existam." Como assim, Bial?
Mas é isso mesmo! Além de exibir vagas inexistentes, segundo a cobertura da imprensa o portal acabava não deixando claro que uma gratuidade de participação oferecida aos usuários durava apenas 7 dias. Cito, mais uma vez:
"A empresa era acusada de adotar práticas comerciais inadequadas, como exibir mais vagas do que de fato possuía em seu banco de dados e não informar de forma clara o suficiente que o uso gratuito do serviço vale só por sete dias."
"Segundo a promotoria do MP-SP, o caso teve início após um funcionário da empresa denunciar um suposto esquema de vagas falsas. O caso despertou a atenção do Ministério Público que contou com o auxílio de agentes da Polícia Federal para investigar o caso."
O MP e a empresa fizeram um acordo, e desde que a empresa não repita os comportamentos acima, a questão está encerrada. Mas se ela voltar a praticá-los, será multada em R$ 10 mil por dia.
Eu não pagaria um tostão por este tipo de serviço, mesmo se não fosse objeto de investigações por práticas inadequadas, e nem recomendo - mas a presença da investigação e do acordo para ajustamento de conduta para mim serve como confirmação de minha opção.
Já as suas opções são algo que você mesmo deve avaliar. Fica a sugestão, entretanto: considere agir para aumentar sua chance de encontrar a vaga certa, sem pagar nada para agências e portais!
Leia também a matéria da Info.
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