Planejamento e Motivação: preparando-se para evitar 5 arrependimentos comuns

Em um post de 2007 que continua muito visitado até hoje, vimos que é possível aplicar os princípios do Planejamento Estratégico à vida pessoal, conduzindo de forma mais segura à plena realização do que se deseja alcançar, por identificar de forma objetiva a sua missão pessoal e o que seria a visão de sucesso.

Um dos requisitos para um bom planejamento estratégico é a análise do ambiente, incluindo a questão das ameaças. Infelizmente, entretanto, a pressão do aqui e agora  dificulta uma visão objetiva sobre o que realmente importa a longo prazo – nos preocupamos em identificar ameaças operacionais (desemprego, acidentes, doenças) e as realmente estratégicas, que impedem a realização plena a longo prazo, ficam ocultas.

Perguntando a quem já contabilizou

Bronnie Ware trabalhou por vários anos com Cuidados Paliativos, definidos pela Organização Mundial de Saúde em 2002 como uma abordagem ou tratamento que melhora a qualidade de vida de pacientes e familiares diante de doenças que ameacem a continuidade da vida.

Nas palavras dela, bem mais cruas, talvez fique mais fácil de entender: “Meus pacientes eram aqueles que haviam voltado para casa para morrer”.

Não tenho dúvida de que o desgaste emocional de lidar profissionalmente com pessoas em estágio terminal de suas doenças, que sabem que o fim da vida é iminente, deve ser avassalador.

Mas além do exercício da compaixão, Bronnie também colheu outra oportunidade em sua profissão: a de ouvir o que essas pessoas tinham a dizer após aceitarem sua condição, fazerem as pazes com a realidade, identificarem o que realmente importa na hora do balanço final, e compartilharem como vêem a vida após estarem despidos de quase tudo o que atrai e desvia a nossa atenção no dia-a-dia.

O saldo fica mais visível no balanço final

Sempre podemos aprender com a experiência alheia, e Bronnie sem dúvida aprendeu. Uma das questões que lhe chamaram a atenção foi a dos arrependimentos, pois o “maior arrependimento” da vida de seus pacientes frequentemente era mencionado ao longo dos seus cuidados.

Na análise dela, há um conjunto de 5 arrependimentos que se repetiram com grande frequência.

Conhecê-los pode oferecer uma perspectiva adicional sobre a direção na qual sua vida está sendo conduzida, portanto reproduzo e comento abaixo a lista, ao mesmo tempo em que recomendo visitar também o post original da Bronnie para conhecer os comentários que ela também acrescentou.

Os 5 arrependimentos mais comuns

Queria ter tido a coragem de ser fiel a mim mesmo, e não às expectativas dos outros. Este é o arrependimento mais frequente: sonhos e aspirações ficaram “para depois”, enquanto a pessoa se curvava ao que percebia como sendo o que os outros esperavam dela.

Só que, quando o tempo se esgota, percebe-se que o “para depois” na verdade significava “para trás”, pois nunca mais chegará. Gerenciar as expectativas dos outros é importante, mas também é importante saber quais são as suas próprias, e não deixar um conjunto sobrepor completamente o outro.

 

Queria não ter trabalhado tanto. A ética do trabalho conduz a muitas oportunidades de felicidade, mas em alguns casos é abordada de forma disfuncional.

O fruto do trabalho é essencial para a maior parte das realidades, mas quando o trabalho em si se transforma em meta ou em fuga, as interações e atividades que ele parece estar substituindo podem ser fonte de grande arrependimento mais tarde, ao perceber que não substituiu nada, e o que foi perdido não pode ser recuperado.
 

Queria ter tido coragem de expressar meus sentimentos. Suprimir seus próprios sentimentos para “manter a paz” com o vizinho ou a família limita o potencial de felicidade e tem efeitos negativos para quem pratica e também para as pessoas que, na intenção de quem praticou, estariam sendo “poupadas” de ouvir o que ele tinha a dizer.

Dizer o que se sente conduz a 2 oportunidades de vitória: resolver o problema que o incomoda, ou remover os contatos que não o satisfazem. Guardar silenciosamente o que se sente mantém o problema e o mau contato.

 

Gostaria de ter mantido contato com meus amigos. As pressões e urgências do dia-a-dia muitas vezes não deixam espaço para o que é importante, incluindo as amizades.

É relativamente fácil fazer um novo amigo, mas geralmente é impossível fazer um velho amigo a curto prazo – e são os velhos amigos que realmente contam, no saldo geral.

 

Gostaria de ter me permitido ser mais feliz. Pode parecer piegas, mas geralmente se observa que não ser feliz pode ser uma escolha.

Manter-se conscientemente em padrões e hábitos infelizes vistos como confortáveis e seguros é comum, e impede a acumulação de um saldo de vida muito importante: o de sorrisos genuínos.

Agir agora para não se arrepender depois

As experiências relatadas por Bronnie Ware são com pessoas que já tinham chegado ao ponto em que era tarde demais para consertar os efeitos de suas escolhas.

Dificilmente poderemos contar com a certeza de chegar ao final da vida sem arrependimentos, mas para os 5 exemplos acima, que são bastante comuns, certamente podemos tomar uma atitude preventiva.

E se você olhar bem, perceberá que há até mesmo interconexões entre alguns deles.

Então que tal colocar agora na sua agenda dos próximos meses vários lembretes para entrar em contato com amigos que não vê há tempos, ou mesmo promover um encontro entre vários deles? Colocar na agenda permitirá que os compromissos de trabalho não sobreponham esses reencontros!

Pense também em algo que gostaria de ter dito a alguém próximo e não disse, e dê um jeito de corrigir a situação, ainda que isso vá ferir as expectativa deles.

A felicidade é difusa, mas a realização pessoal depende da sensação de ter cumprido sua própria missão, e isso está ao alcance de quem planeja. Comece planejando pequenas ações, você verá que é assim que os hábitos se formam!

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