Cartão de visitas: como fazer

Há algumas semanas venho acompanhando a odisseia de uma amiga perfeccionista que está às voltas com a confecção de um cartão de visitas para a sua atividade profissional, que é autônoma e relacionada à produção de vídeo.

E eu entendo a razão do drama dela, afinal quando o cartão de visitas é de uma empresa estabelecida e não há aquele interesse em tratá-lo como uma mídia inovadora, a decisão do que fazer constar  nele é bem simples,  não fugindo muito do feijão com arroz:

  • Identidade visual e identificação básica da empresa (ou, na ausência, o nome da empresa, logo, slogan e URL)
  • Nome da pessoa e cargo
  • Endereço, telefone, e-mail

Mas quando o cartão é pessoal, ou de um profissional autônomo, freelancer ou trabalhador de home office, a coisa não é tão simples, especialmente porque falta a moldura (metafórica, claro) que normalmente é dada pela identidade da empresa, e ficam aquelas dúvidas:

  • Estou fazendo um cartão da minha pessoa, da minha atividade profissional, ou das duas coisas?
  • Devo tentar responder no cartão a todas as possíveis dúvidas de quem o receber, ou me limitar ao essencial?
  • Devo fazer um cartão tradicional, ou inovar no formato?
  • Etc., etc., etc.

Responder a todas elas depende de cada caso, mas vou oferecer minha resposta pessoal e conto com as suas opiniões nos comentários, ok?

O formato do cartão de visitas

Naturalmente há espaço para variação e criatividade neste ponto, mas se o interesse de distribuir o cartão de visitas for o de gerar contatos profissionais agora e no futuro, há vantagem em escolher um formato padronizado: isso facilita que um cliente organizado consiga colocar  o seu cartão no porta-cartões (em forma de pasta, fichário, de bolso ou tantos outros) e localizar você quando a demanda surgir.

Se for pequeno demais, grande demais, com formato irregular ou se a informação vital estiver no verso, é preciso contar com muita mais sorte na hora de ser encontrado.

Se você não tiver um formato previamente definido, as dimensões definidas na norma ISO 7810, sobre cartões de identificação, podem ser uma boa referência – especialmente o formato ID-1 (85x54mm), que é comum em cartões de visita mas também serve de referência para cartões de banco e documentos de identidade, portanto cabe em qualquer arquivo do gênero.

O cartão é da pessoa ou do profissional?

Na minha opinião, enquanto você tiver esta dúvida, deve possuir 2 cartões diferentes, e levar ambos consigo onde for, distribuindo-os apropriadamente.

Não há nada de errado ou de incomum nisso: quem vive uma realidade de mais de uma atividade profissional já faz isso com naturalidade, e a mesma regra se aplica a quem pensa em usar cartões para contatos não profissionais em paralelo com os dos contatos profissionais.

O conjunto das informações que constarão em cada um dos cartões vai variar, claro: por exemplo, um contato no Facebook ou no MSN cabem muito bem num cartão pessoal, ao mesmo tempo em que o seu ramo de atuação não deve faltar jamais no cartão profissional.

O que deve constar no cartão?

As informações básicas para o cartão profissional de quem trabalha em home office ou de forma autônoma são:

  • Nome
  • Contato (e-mail, fone, site ou o que for apropriado)
  • “O que você faz”

A definição sobre “o que você faz” varia, mas é bom não inventar um nome de empresa de fantasia ou um logotipo copiado de algum lugar – se você atua profissionalmente mas como pessoa física, é melhor assumir isso do que fingir algo diferente.

Um pouco de especificidade vai bem: se o seu negócio é dar manutenção em redes de computadores, tentar se posicionar no cartão como o genérico “Soluções em informática” pode atrair algum contato interessado em algo mais que você faça (o que é possivelmente bom), mas também pode complicar que o cliente diferencie o seu cartão dos outros similares que ele recebeu do cara que dá manutenção em hardware, do que desenvolve sistemas e do que vende equipamentos...

O santo graal dos cartões de visita, que está ao alcance de muitos de nós quando há um pouco de estratégia envolvida, é um diferencial, apresentado na forma de um slogan ou de um atributo que ofereça distinção aos seus serviços.

Não é preciso ir muito longe na criatividade. Tenho exemplos bem básicos aqui no meu arquivo de cartões: o instalador de telas de proteção escreveu “Pontualidade e segurança” – e realmente ele foi muito pontual, ao contrário de seus concorrentes que não cumpriram nem o prazo do orçamento. O eletricista escreveu “Atendemos até 22h e nos finais de semana”, e isso praticamente garante que ele seja sempre o primeiro a ser consultado.

Entendeu a ideia? Se o seu serviço tem um diferencial e ele pode ser descrito em uma frase curta, isso cabe muito bem no seu cartão. Por outro lado, se você está começando em um ramo e ainda não desenvolveu seu diferencial, pode ser mais vantajoso ficar no genérico e rever o cartão quando isso mudar.

Outras dicas para seu cartão de visitas

  • Faça na gráfica: por melhor que seja a sua impressora, por mais fina que seja a serrilha do formulário de impressão que você encontrou no mercado, não vale a pena: não vai ficar igual à impressão e recorte profissionais, e passa uma primeira impressão de amadorismo.
  • Cartões especiais: se você vai palestrar em um evento em que estarão presentes muitos clientes em potencial, que tal produzir uma série especial de cartões que faça referência à ocasião e ao tema da palestra? Ninguém que conhecer você lá vai esquecê-lo quando visitar o arquivo de cartões... A mesma técnica vale para outras situações especiais, incluindo viagens de prospecção de negócios.
  • Reimprima sempre que algo mudar: nada de ficar corrigindo informações com sua caneta, com um sorriso amarelo – “ah, peraí, o telefone mudou, hehe”. Se mudou, reimprima!
  • O truque do celular: se você não fizer constar nenhum número de celular no seu cartão (mas tiver nele um número de telefone fixo), poderá fazer uso de uma das raras ocasiões em que complementar o cartão com a caneta na hora de entregá-lo é visto como algo positivo: quando quiser passar o número do celular, mencione ao cliente que normalmente não repassa aquele número, mas tendo em vista a situação especial dele, ele pode usá-lo.
  • O truque da oportunidade de negócio: se você está passando o cartão para alguém que entrou em contato casual (ou seja, não em uma reunião agendada) em um evento em que este possível cliente vai estar em contato com muitas outras pessoas do mesmo ramo, e neste contato tratou sobre alguma oferta ou oportunidade específica, pode ser uma boa ideia anotar esta oportunidade no verso do cartão na hora de entregá-lo, para que ele possa melhor diferenciá-lo depois. Mas se for mencionar algum detalhe específico (preços, promoções, etc.), mencione também uma data de validade para a oferta, para que ele não queira expor você a um “compromisso” meses depois.
  • Menos é mais: a não ser que haja um profissional do design gráfico envolvido, cuidado com os exageros de forma: variações tipográficas, cores vivas, fundos extravagantes, materiais incomuns, texturas, recortes, etc. são recursos valiosos só quando usados com critério. O mesmo vale para o conteúdo. Colocar a tabela da copa, o calendário lunar e os fones de emergência só serve bem para a mercearia, que quer que o cartão fique exposto na cozinha por alguns meses, e não disponível no arquivo por alguns anos.

Para completar: cuide bem dos seus cartões. Leve-os em um estojo adequado, não os amasse, risque, molhe, nem deixe o papel mudar de tonalidade. Se algo de errado acontecer com eles, descarte-os e substitua, afinal cartões são um instrumento que ajuda a compor a primeira impressão sobre você!

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Errando em direção ao sucesso: aprendendo a falhar melhor

Só não erra quem não tenta, e muitas vezes o medo excessivo de falhar é um grande obstáculo ao desenvolvimento de soluções criativas.

Hoje é a Páscoa, data que simboliza a renovação e enseja um bom momento de refletir sobre renovar os projetos pessoais em andamento que não estão atingindo os resultados esperados. Será que eles devem continuar? Será que você está se permitindo pensar criativamente em soluções, ou o medo de falhar está limitando as suas iniciativas?

Em um processo já estabelecido e bem definido, não se pode mesmo deixar espaço para a ocorrência de falhas: a eficiência e a qualidade passam a ser norma. Não há desculpa para a situação abaixo: uma falha em um projeto para o qual existem métodos conhecidos que conduzem ao acerto:

Mas é necessário deixar de fazer a situação acima, que ocorre (indevidamente, é claro) em situações planejadas e estabelecidas, nos levar a confundir toda falha com a derrota e com a ineficiência. Quando ainda se está desenvolvendo uma solução, errar faz parte do processo criativo, e frequentemente o estudo do erro é o elemento que permite colher o conhecimento importante para acertar na próxima tentativa.

Thomas Edison, inventor da lâmpada incandescente, testou centenas de outras alternativas antes de chegar à sua luminosa solução definitiva baseada em um filamento de carbono em uma câmara de vácuo. Quando perguntado por um repórter sobre como tinha sido a sensação de falhar nas outras 700 tentativas que não conduziram a uma lâmpada funcional, Edison teria respondido "Eu não falhei nenhuma vez. Eu descobri centenas de maneiras que não funcionam. Eliminando as maneiras que não funcionam,eu me aproximo de conhecer as que funcionam" - e a cada vez tomou notas, registrou novos conhecimentos, e se aproximou mais do seu alvo.

Embora o exemplo acima seja apenas uma questão de atitude, quase motivacional na sua essência, Edison também não era alguém isento de errar: entre suas tentativas que não chegaram ao sucesso estiveram um plano para passar a construir com cimento e em larga escala a mobília e vários utensílios domésticos (até pianos!), um modelo inicial de cinema com áudio, e um modo de automatizar a mineração do ferro no qual investiu grande parte do que obteve vendendo suas ações da General Electric.

Cada uma das 3 tentativas falhadas acima, considerando o esforço e os recursos empregados nela, poderiam ter sido os fracassos que marcaram uma vida. Mas Edison sabia que errar mais é muitas vezes o requisito para poder também acertar ainda mais, e assim ele é lembrado por sucessos muito maiores e que mudaram a civilização e a cultura, como a lâmpada elétrica e o fonógrafo.

Henry Ford, outro visionário que mudou o mundo ao colocar em prática suas ideias sobre a produção em massa e assim revolucionou o setor de transportes, também teve seus fracassos (um deles localizado no meio da nossa floresta amazônica), mas também sabia usá-los como impulso para acertar mais, e é dele a frase que quero destacar neste post:

"Falhar é simplesmente a oportunidade de começar de novo, dessa vez mais inteligentemente" - Henry Ford

Claro que nada disso é desculpa para ser descuidado, agir sem planejar ou mesmo exigir menos de si: a falha é positiva quando ocorre em um processo criativo e é aproveitada como um instrumento de melhoria.

Depois de falhar, portanto, faça um bom diagnóstico, descubra a razão da falha, qual o seu grau de responsabilidade sobre ela, e o que você sabe agora que não sabia antes de ter falhado - e use essa informação para planejar sua próxima experiência, sempre com a intenção de falhar menos.

A falha e o erro se convertem em fracasso quando você para de tentar. Na prática, entretanto, muitas vezes um tropeço evita uma queda muito maior, e as tentativas falhadas oferecem conhecimento que não estaria disponível de outra forma, como bem observou Thomas Edison.

Errar geralmente faz parte do desenvolvimento de uma solução inovadora. Se você investir (nos recursos, na motivação, na credibilidade) para se permitir errar mais, terá condições de acertar mais também, sem tratar cada tentativa e experiência como se ela fosse a última bala do revólver.

E conforme for aprendendo a importância de uma falha estrategicamente posicionada, lembre-se das palavras do dramaturgo Samuel Beckett: "Sempre tentaste, sempre falhaste. Não importa. Falhe de novo. Falhe melhor."

E é neste contexto que desejo aos leitores do Efetividade que saibam falhar cada vez melhor. Feliz Páscoa!

Hospedagem web para seu blog: cupons de desconto para o Dreamhost

Que tal aproveitar o feriadão para colocar o seu projeto web pessoal em uma hospedagem com mais recursos?

Vários provedores comerciais oferecem isso, neste post eu menciono pelo menos 3 deles, mas para um deles (do qual sou cliente) eu voltei a dispor de convites que dão um bom desconto na assinatura, e eles estão à disposição de vocês ;-)

Hospedagem de sites em provedores comerciais costuma ser uma boa opção para quem tem um projeto pessoal na web e pretende vê-lo se desenvolver - afinal há limites relativamente estreitos para o que se pode fazer em hospedagens gratuitas, e quando se sobe ao próximo degrau na escala e se passa ao modelo econômico de hospedagem em servidores compartilhados (em que um provedor lhe oferece uma parcela dos recursos, e uma área exclusiva, em um servidor web gerenciado por ele), as oportunidades se multiplicam e seu site pode crescer mais (até chegar a precisar subir o próximo degrau, sucessivamente).

E a quantidade de alternativas para quem busca uma hospedagem web comercial chega a assustar. Mas é possível recomendar várias delas, e quero começar o artigo sublinhando uma indicação para a Via Hospedagem, que tem planos pagos em reais, limites que atendem à maioria das necessidades dos blogueiros e criadores de sites, e atendimento classe A.

Mas minha opção é diferente: eu "me viro" bem com as tecnologias da web, não encontro grande dificuldade com paineis de controle em inglês e desde 2005 hospedo meus projetos pessoais em crescimento (e o Efetividade.net já foi um deles, migrando para opções mais avançadas do Dreamhost enquanto crescia, até alcançar cerca de 25.000 visitantes diários e precisar mudar pra um esquema maior) no Dreamhost, um provedor de hospedagem web barato e que tem os requisitos que procuro - e que até para os meus testes é bem mais cômodo do que rodar meu próprio servidor Apache em um computador de casa...

Atualmente o meu projeto em desenvolvimento é o BR-Mac.org, no ar desde fevereiro, ainda bem pequeno (com picos que não ultrapassam os 4.000 visitantes diários), e hospedado com tranquilidade no Dreamhost.

Minha opinião sobre o Dreamhost

O Dreamhost permite que você hospede um número ilimitado de sites, domínios e usuários, e estes usuários (e você) podem ter acesso via SSH e FTP, contas de e-mail (POP, IMAP, SMTP e Webmail), hospedar um número ilimitado de bases de dados MySQL, e muito mais.

A hospedagem web também é bem completa, com itens como

  • PHP, Perl, Python, CGI, Ruby on Rails, SSI, MySQL 5
  • Mail (IMAP, POP, SMTP, webmail, listas)
  • Instalação facilitada do WordPress
  • acesso completo à shell dos usuários (os servidores rodam Debian),
  • cron,
  • repositórios SVN e CVS para o seu site,
  • e muito mais.

Além disso, o usuário ganha grátis o registro de um domínio (.com, .net ou .org) ao contratar a hospedagem, e há instaladores automatizados para aplicativos populares como o WordPress, Gallery, ZenCart, Joomla, Moodle, dotProject, MediaWiki, Trac e outros que podem servir como a base para o seu projeto web.


Painel de controle da hospedagem - clique para ampliar

O espaço ocupado pelo site e a transferência gerada por ele são ilimitados, mas não entenda isso do jeito errado: há limites quanto ao uso de CPU e memória (que muitas vezes "pegam" quem erra a mão na hora de ativar plugins ou scripts em seu site) e fiscalização bem estrita quanto a uso indevido (por exemplo, violação de direitos autorais ou uso para outros propósitos que não a hospedagem de suas páginas web).

Ou, como definiu o Marcos Elias:

Hospedagem compartilhada é tudo igual: se seu site crescer (e consequentemente consumir muitos recursos) uma hora ou outra te chutarão, quase sempre sem avisar, ou seja, vc pode peder visitas e dinheiro.

Cuidado pra não se iludir com os “ilimitados”, porque na prática é como aqueles planos de internet 3G ilimitada com limites que não divulgam (no caso de hospedagem, limite de tempo de processamento e memória).

Nunca passei pela experiência de ser "chutado" como disse o Marcos (nem quando tinha mais de 20.000 usuários por dia no Dreamhost), mas ficar de olhos abertos é bom: a partir de determinado limite de uso, o modelo compartilhado deixa de ser a melhor opção.

Os termos de uso do Dreamhost são bem claros quanto ao que não é aceito: conteúdo ilegal, arquivamento e backups (exceto os 50GB explicitamente destinados para este uso), scripts que façam uso intensivo de CPU (por erro ou por características da própria aplicação - exemplo: clientes BitTorrent, proxies e bots de IRC, spamdexing, etc.), entre outros - recomendo a leitura atenta dos Termos de Serviço se você tem dúvidas sobre a natureza da sua aplicação em relação a eles - mas serviços baseados em aplicativos conhecidos (como o WordPress, MediaWiki, Joomla, Moodle e similares) ou em páginas HTML geralmente não precisam de muita preocupação, a não ser que o número de usuários diários seja contado na casa de vários milhares.

Minha experiência pessoal é bem positiva: o Efetividade.net esteve hospedado por lá até atingir cerca de 25.000 visitantes diários, usando o plano mais básico e depois ainda passando mais alguns meses por lá em um plano avançado, migrando para o MediaTemple (saindo assim do modelo compartilhado para o modelo dedicado virtual) quando passou a ter 45.000 usuários por dia - felizmente é possível mudar de hospedagem quando necessário.

Mesmo tendo migrado "os grandes" para o MediaTemple, ainda hoje mantenho sites no Dreamhost, e imagino que o farei por um bom tempo: tem recursos mais do que suficientes para manter no ar o recém-inaugurado BR-Mac já mencionado, o augustocampos.net e o meu site de paródias de relatos absurdos ("realismo fantástico"), o Intolerância (feito em WordPress), entre outros projetos em andamento.

É por isso que me sinto, na condição de afiliado, bem à vontade para recomendá-lo a quem esteja envolvido em projetos pessoais na web: recomendo porque uso e gosto.

O fato de poder abrir um SSH no servidor para mim faz grande diferença, e não sinto falta do suporte em português e atento aos interesses do usuário (se sentisse, provavelmente estaria usando a Via Hospedagem, que recomendo a quem valoriza esses critérios) - o suporte do Dreamhost é em inglês e se limita aos serviços básicos oferecidos por eles.

De modo geral, eles deixam o servidor web rodando para você (tive 6 quedas de serviço registradas em 6 anos de uso - a mais recente foi no mês passado, durou pouco menos de 1h e o serviço retornou ao ar sozinho, antes mesmo de eu abrir um chamado de suporte - nada que tenha me assustado), mas colocar o conteúdo lá e fazer este conteúdo funcionar é por conta do usuário, que para isso usa a interface de administração via web (aquela da imagem acima).

As opiniões de outros usuários

Posts anteriores sobre o Dreamhost permitiram coletar opiniões variadas nos comentários, e reproduzo trechos de algumas delas para ajudar a comunicar meu ponto de vista.

O Augusto Carlson descreveu o ponto de vista de quem mantém sites de pequeno porte:

Utilizo os serviço da Dreamhost desde 2007 e nunca tive problemas. As poucas vezes que necessitei do suporte fui prontamente atendido. No entanto, os sites que hospedo possuem poucos acessos e alguns tem o e-mail no google apps.

O Márcio Quadros descreveu a similaridade que vê entre hospedagem em servidores compartilhados de grandes provedores e as operadoras de telefonia celular:

Acho que provedor de hospedagem compartilhada é parecido com operadora de telefonia celular no Brasil: no fundo, nenhum atende realmente bem, mas os clientes ficam migrando entre as opções existentes até chegar em uma na qual tenha a sorte de não ver os problemas delas se manifestarem.

Hospedagem compartilhada é barata porque é assim mesmo, o provedor disponibiliza os recursos compartilhando com um monte de outras pessoas, aí o desempenho flutua mesmo, e o atendimento fica despersonalizado.

Eu sou cliente do Dreamhost a mais tempo que o Augusto, minha conta é de 2004. Já administrei sites de clientes e colegas que ficam em outros provedores do mesmo porte e faixa de preço (muitos com cpanel, argh), e o que vi neles nunca me fez lamentar a minha escolha. Mas claro que tive problemas esporádicos, só que não vou ficar pulando de galho em galho cada vez que tiver um problema inerente à natureza do serviço.

A Luana Oliveira compartilha a experiência de quem achou o desempenho insuficiente (não é meu caso) e migrou para um modelo mais avançado (trocou o servidor compartilhado pelo servidor virtual privativo):

Tive uma breve experiência com a Dreamhost há dois meses. Achei o servidor lento (o que é normal, por ser compartilhado), mas o atendimento ao cliente é rápido e eficiente. Fizeram uma promoção de Halloween (...) então isso deixou tudo ainda mais lento e não pude continuar com meu site hospedado lá.

Testei muitas outras hospedagens gringas como Media Temple, Webfaction (todas compartilhadas) e tive a mesma decepção quanto a velocidade de acesso SSH, FTP e MySQL. Foi então que optei por uma VPS na Linode e estou muito satisfeita.

Mas claro que tudo varia com a necessidade e exigência de cada um. Só sei que shared hosting nunca mais.

Já o Diego complementou com uma experiência positiva:

Eu utilizo a Dreamhost faz alguns anos e sou muito satisfeito. Comecei a utilizar depois da primeira vez que o Augusto indicou no Br-Linux :) Tive uma breve experiência com o serviço não compartilhado deles, que é bem bacana, mas encareceu muito pro meu padrão de uso e acabei voltando para o compartilhado. O Painel da Dreamhost é uma mão na roda, gosto bastante.

Assinatura com descontão do Efetividade

O argumento que me fez optar pelo Dreamhost, em 2005, foi o longo período de garantia de devolução do dinheiro: todo usuário tem 3 meses (mais precisamente, 97 dias) para receber de volta em seu cartão de crédito todo o dinheiro que pagou ao contratar o Dreamhost - basta encerrar a conta usando a própria interface de gerenciamento, e o reembolso é automático. Mesmo após este prazo, o reembolso acontece automaticamente caso o usuário tenha pago um plano anual (ou de mais de 1 ano) e usado menos do que o período contratado (mas neste caso o reembolso é só relativo aos meses não utilizados, claro).

E faz sentido pagar anualmente ou por períodos maiores (minha opção foi pagar a cada 2 anos), pois os descontos são enormes (quase 20%, no meu caso): pagando mensalmente, o plano sai por US$ 10,95, mas se você pagar o ano inteiro (US$ 119,40), o custo mensal passa a ser de US$ 9,95 - e se pagar 2 anos inteiros (US$ 214,85), o custo mensal é de $8,95.

O período de reembolso permite que você teste e compare, até mesmo para descobrir se o modelo de hospedagem "em massa" serve para você, ou se você prefere o atendimento personalizado que pode ter em bons provedores brasileiros como a Via Hospedagem.


Desconto de US$ 100 não é todo dia!

Mas se você gostar do Dreamhost, assim como eu gostei, eu tenho algo a lhe oferecer: assim como aconteceu em 2008 e no final do ano passado, ganhei 5 convites promocionais para indicar usuários para o Dreamhost, todos eles oferecendo 2 alternativas de desconto:

  • desconto de US$ 15 no ato da inscrição se o seu primeiro pagamento for anual
  • desconto de US$ 100 no ato da inscrição se o seu primeiro pagamento for de 2 anos

Já passei 1 deles para um amigo que estava procurando serviços de hospedagem, mas tenho 4 sobrando, e eles estão à disposição de vocês - basta entrar em contato pedindo, e me dizendo qual o primeiro site que você pretende colocar no ar em sua nova conta no Dreamhost (só uma descrição geral, não precisa me contar nenhum segredo de negócios!).

Mas atenção: só tenho 4 convites, e eles serão fornecidos em ordem de chegada - quem pedir antes, leva, e eu darei um prazo para fazer uso. Se ao final do prazo o convite ainda não tiver sido usado, eu receberei um relatório automático e passarei o mesmo convite a quem estiver na lista de espera, ok?

Além disso, não custa deixar bem claro: o contrato será entre você e o Dreamhost, eu não faço parte do acordo e nem me proponho a prestar suporte nem intermediar nada. Mesmo assim, como eu ganho uma comissão caso você faça uso do convite e mantenha o contrato após o período de garantia, pode ficar à vontade para enviar eventuais dúvidas sobre a natureza dos serviços da Dreamhost, e eu responderei se souber (mesmo que você não tenha certeza se quer contratá-los).

E vale a pena pesquisar antes: se eu fosse você, consultaria os seus amigos que têm sites na web. É raro encontrar alguém plenamente satisfeito com os serviços de algum provedor, e é fácil encontrar posts on-line criticando qualquer provedor que se esteja pesquisando - mas certamente os seus amigos terão suas próprias experiências e indicações para compartilhar e facilitar a sua comparação.

10 ações para melhorar sua vida nos próximos 7 dias

Na hora de identificar oportunidades de melhoria na sua vida, não dá para ficar só no desejo por recursos e disponibilidades: é necessário pensar nas pequenas ações que você pode tomar hoje e modificarão favoravelmente a sua vida (afetiva, profissional, familiar, etc.).

Não é necessário ser ambicioso demais na hora de começar: é importante pensar grande, mas não há nada de errado em começar pequeno e crescer com segurança nos seus planos.

Assim, preparei uma lista de 10 ações, com complexidade variada, que você pode analisar, refletir durante o final de semana e escolher 3 itens que colocará em prática na semana que vem. Depois nos conte como foi!

Os candidatos: 10 itens que você pode colocar em prática na próxima semana

2 - Limpe e organize seu escritório ou quarto usando a tática da terra arrasada: eu tendo a preferir a tática blitzkrieg de organização de ambientes, em que se avança rapidamente (e repetidamente, se necessário) pelo cômodo resolvendo os problemas mais evidentes, sem tocar no que já está certo, até acabar com todos, mais ou menos como o exército germânico fez através da França no início da Segunda Guerra. Mas o método da terra arrasada, similar ao que o exército imperial russo fez para vencer Napoleão, (e que exige muito mais esforço na execução), tem uma vantagem: ele se baseia em primeiro esvaziar o ambiente, e depois ir recolocando os itens lá, como se fosse uma mudança – permitindo assim identificar tudo o que você guarda no fundo do armário e não usa há anos, e assim pode doar ou reciclar, liberando o espaço.

4 – Faça algo muito legal e surpreendente para a sua cara-metade: sabe aquele programa que a namorada (ou esposa, ou namorado, ou esposo) adora e você não dá valor? Surpreenda convidando! Ou resolva alguma situação pendente há meses. Conserte algo que fez errado no ano passado. Geralmente a dinâmica dos relacionamentos reage de forma elástica e multiplicadora a esse tipo de estímulo.

6 – Monte ou atualize seu orçamento: viver “da mão para a boca” é uma forma ineficiente de gerenciar seus recursos. Conhecer seu fluxo de caixa (mesmo que a primeira versão seja aproximada, arredondada e estimada) é importante para ter uma ideia razoavelmente precisa de quanto se recebe, quanto se gasta, e em que, e assim se motivar a gastar melhor, ou realmente se esforçar para encontrar formas de ganhar mais ou finalmente sair das dívidas.

9 – Experimente uma “lista de 30 dias” para combater as compras por impulso: As listas de 30 dias estão entre as ferramentas mais simples para ajudar a vencer o excesso de compras por impulso. E funcionam bem porque são simples: basta uma folha de papel (ou um arquivo no computador) em que você se compromete a registrar cada impulso de compra não-planejada: o nome do objeto, o preço e a data. Após 30 dias da data de registro, se a vontade permanecer (e houver recurso...), a compra estará liberada. Assim aquela sensação de “oportunidade” ou de “satisfação com o desembolso” que motiva boa parte das compras desnecessárias terá tempo de se atenuar, e se o desejo de comprar persistir após 30 dias, ele é mais que um impulso.

10 – Organize o pagamento das faturas (e dos débitos automáticos): quase todo responsável pelas despesas de um lar ou de uma família precisa estar atento a uma série de pagamentos. Alguns deles podem ser automatizados (débito em conta e similares mais modernos), outros precisam ser pagos em algum caixa específico. Alguns vêm com contas detalhadas que você nem lê, e poderia ver no site. Outros não têm alertas e você frequentemente esquece de pagar em dia. Que tal gastar 2h resolvendo tudo isso? Entre em contato com os prestadores de serviço e cancele as faturas em papel que forem além do detalhamento necessário, cadastre débito em conta para o que precisar, procure os credores para tentar combinar novos dias de vencimento mensal para as contas que você esquece, agende pagamentos no home banking para os próximos meses de tudo o  que puder, e estabeleça um ou 2 dias do mês para fazer a revisão, acompanhamento e arquivamento periódico dos registros de todas as contas, inclusive as que são processadas automaticamente.

12 – Inicie seu fundo de reserva pessoal: condomínios e sociedades têm fundos de reserva e provisões legais, porque não podem se dar ao luxo de onerar seus integrantes a cada vez que uma despesa irregular ou imprevista surge. Você provavelmente também não dispõe de uma fonte inesgotável de recursos à qual recorrer quando surge o eventual gasto obrigatório inesperado, então é bom poder contar com uma fonte de economia própria (que não pode se confundir com os seus investimentos ou com a poupança que está sendo feita para adquirir algo, por exemplo). A parte mais complicada é a motivação. Veja mais detalhes em “Como poupar: Criando um fundo de reserva pessoal”.

14 – Use um meio de transporte alternativo, um dia por semana: Essa vale especialmente para quem se desloca de carro: que tal encontrar uma maneira de, um dia por semana, usar o transporte coletivo, combinar uma carona, ir de bicicleta, ou até mesmo substituir o deslocamento diário por um dia de home office? Claro que não está ao alcance de todos, mas não é menos meritório por isso.

16 – Cancele um cartão de crédito que você não usa: ou um que você até usa, mas não precisa. Cartões de crédito e contratos de cheque especial são ferramentas de conveniência, e você acaba nem percebendo o custo delas em tarifas – ou porque eles se diluem ao longo do tempo, ou porque empalidecem diante dos juros que você paga (quando é o caso). Ter cartão de crédito e contrato de cheque especial pode ser uma conveniência bem-vinda (se muito bem controlados e usados), mas ter vários e não usá-los bem raramente se justifica. Que tal revê-los, estudar as vantagens e custos de cada um, e cancelar os menos interessantes?

17 – Faça uma pergunta inteligente a alguém que lhe inspira: não precisa ser um “guru transcendental”. Todos nós temos personalidades cujos atos ou palavras ajudam a nos guiar, e em 2011 nem é mais tão difícil entrar em contato com elas: às vezes o mais difícil é conseguir passar pelo filtro das assessorias. Que tal pensar em algo que você gostaria muito de perguntar a alguma delas, e encaminhar a pergunta, ainda que seja pelo Twitter ou pelo link de contato do site dessa pessoa? Só pensar na pergunta já pode inspirar boas ideias. Mas é o "risco" de receber uma boa resposta que faz valer a pena!

21 – Atualize seu currículo: o curriculo profissional e acadêmico não é algo que você deve olhar só quando estiver procurando emprego: atualizá-lo regularmente serve como um excelente exercício de auto-avaliação da empregabilidade, e permite encontrar situações que você precisa resolver preventivamente antes de ser tarde demais. Aproveite e melhore o visual do seu currículo, também ;-)

Talvez você tenha ficado curioso com os números salteados adotados na lista acima, mas eles têm uma razão de ser: é para preservar a identidade com itens similares da lista que consta no post “24 Quick Actions You Can Do Today That Can Change Your Financial Life Forever”, do site Man Vs. Debt. Achei a ideia ótima, mas um pouco desperdicida ao manter o foco apenas no aspecto financeiro.

Assim selecionei só alguns dos itens e preservei um pouco do espírito deles, mas defini minha própria descrição, com o meu foco em Efetividade.

Espero que você possa escolher alguns deles e praticar nos próximos 7 dias, para chegar rapidamente ao item 24 da lista do Man Vs Debt: colocar-se em uma situação em que se permita perceber que está mais feliz ;-)

 

Produtividade pessoal: 12 dicas para começar hoje mesmo

por Wagner Mancini*, autor convidado

Como lidar com várias reuniões, centenas de email na caixa de entrada e uma infinidade de informações no dia a dia.

Vivemos um paradoxo no mundo moderno, onde a tecnologia, principal aliada para poder processar informações mais rapidamente, também criou uma cruel realidade, assoberbando os profissionais com toneladas de informações e pendências. Recebemos centenas de emails, participamos de várias reuniões, presenciais e virtuais, conference calls e estamos expostos a uma quantidade enorme de informações que, para a maioria dos profissionais, torna sua vida um caos, em meio a, cada vez mais, pendências e coisas para serem feitas.

A maioria das pessoas nem se dá conta disto, e segue sua vida, invariavelmente dedicando-se cada vez mais horas, na difícil tarefa de dar conta de tudo o que tem pra ser feito, e, muitos se frustram, pois se vêem em meio a problemas “urgentes”, que tem que ser resolvidos aqui e agora, e novas pendências, que hoje estão na categoria de “importantes”, virarão os problemas “urgentes” do amanhã, e assim a roda viva parece não ter fim.

Só há uma solução para isto: mudar nossas atitudes, nos disciplinarmos, aprendermos a dizer “não” e assumir apenas os compromissos que podemos realmente cumprir, e, em paralelo, nos organizarmos, definirmos claramente nossos objetivos pessoais e profissionais e planejarmos nosso dia a dia em função dos mesmos, utilizando a tecnologia a nosso favor, tornando-nos mais produtivos pessoalmente, mais equilibrados e mais felizes.

 

12 dicas para ser mais produtivo, equilibrado e feliz

  1. Tenha em mente que organização é uma habilidade como outra qualquer e pode ser aprendida com um pouco de persistência e disciplina;
  2. Registre sempre! Não dependa de sua mente lembrar o que você deve fazer. Use as listas de tarefas do MS Outlook, IBM Lotus Notes ou do Google Tasks, ou as ferramentas de tarefas preferidas dos leitores do Efetividade;
  3. Defina claramente seus objetivos pessoais e profissionais e use-os para priorizar o que fazer, bem como para criar e organizar todas as suas informações;
  4. Seu dia tem um limite de horas! Organize seu calendário para conter seus compromissos importantes, atrelados a seus objetivos profissionais e pessoais;
  5. Evite interrupções e aprenda a dizer “não”, educando as pessoas ao seu redor, para que elas saibam que isto não é uma ofensa pessoal, mas sim uma necessidade para se trabalhar com foco e ser produtivo;
  6. Comprometa-se somente com aquilo que puder cumprir;
  7. Planeje antecipadamente as atividades de seu dia;
  8. Reserve dois ou três curtos períodos durante o dia para ver e responder emails. Evite ficar o tempo todo acompanhando emails, exceto em casos urgentes ou situações onde esta seja a principal função de seu cargo;
  9. Tenha seus contatos sempre organizados e atualizados, facilitando o acesso às pessoas e informações e fomentando o networking;
  10. Tenha um smartphone, com as informações sincronizadas com seu computador, para poder acessar as informações rapidamente, onde e quando precisar;
  11. Revise semanalmente suas pendências e planeje a semana seguinte.
  12. Cuida de sua vida pessoal: família, filhos, lazer, saúde, finanças, espiritualidade, vida social. Dedique tempo para aquilo que quer construir em sua vida.
* O autor convidado Wagner Mancini recebeu treinamento em produtividade pessoal ministrado por David Allen, criador do método GTD, e atua como diretor de marketing da OmRá Tecnologias para uma vida melhor.

Qual a receita de um bom blog?

Apesar dos "visionários" que afirmam que o blog morreu (e com isso ganham grande audiência em seus blogs) e da concorrência saudável com mídias mais recentes, acredito que ainda há muito a se escrever no formato blog.

Gosto muito de tropeçar em um novo blog que mereça ser seguido ou guardado nos favoritos, mas isso é cada vez mais raro.

Ao mesmo tempo, todos os dias muitas ideias boas chegam a este formato pelas mãos de autores criativos e preparados mas que infelizmente recebem e seguem conselhos errados, como fixar-se inicialmente em cativar os robôs dos sites de busca (SEO, monetização, etc.), guiar-se pelos números desde o princípio ou imitar o que já está sendo bem feito em outro blog (embora alguma atenção às duas primeiras dicas sejam úteis após um certo momento de maturidade).

Uma visão pessoal

Eu estou nesta estrada desde 1996 (antes mesmo do termo blog se consolidar) com o BR-Linux que, somado ao Efetividade consegue, num bom dia, atrair cerca de 50.000 visitas - e continuo acreditando que o que atrai o leitor é o conteúdo, e não a embalagem ou a tecnologia usada na exibição.

Quando estava criando o Efetividade, há cerca de 5 anos, contei com os conselhos de Merlin Mann, criador do blog 43 Folders (que me inspirou a criar este blog que você está lendo), que um pouco depois publicou uma pequena lista dizendo o que faz um bom blog, na opinião dele - e não era nada sobre SEO ou sobre reproduzir modelos, mas sim sobre servir de canal para a curiosidade do próprio autor e estabelecer uma relação positiva com o leitor.

Na época eu também publiquei uma versão adaptada da lista, mas agora que estou investindo algum esforço em um novo blog - o recém-inaugurado BR-Mac.org, resolvi revisitar a minha própria lista para calibrar minhas próprias ações, e percebi que em linhas gerais continuo achando tudo que já achava naquela época, embora alguns pontos merecessem revisão, e tivesse alguns pontos a acrescentar.

Assim como foi útil para mim, espero que sirva para vocês também - e se alguém for aproveitar os critérios abaixo em algum blog interessante, não deixe de me informar para que eu possa conhecê-lo também!

Note que a lista a seguir não é necessariamente uma pauta que eu siga integralmente - são os atributos que os bons blogs que eu acompanho possuem. Nem todos os bons blogs reunem todos os atributos, e nenhum deles pode possuir todos eles em grau máximo simultaneamente. Mas eles compõem bem o mix de cada um deles, e você também pode fazer o mesmo.

Vamos portanto à nossa lista renovada, e conto com seus comentários!

Os ingredientes de um bom blog

  1. Opinião e posicionamento: Você pode concordar - ou discordar! - do que está sendo dito em um blog bem escrito. Mas basta ler o primeiro parágrafo para perceber que aquele texto publicado contém a opinião de quem escreveu, não se limitando a narrar e listar os aspectos objetivos consensuais. A face está exposta e a voz do autor está ali, clara, com todas as suas tonalidades e timbres - não é aquela coisa neutra, sem cor, sem alma e sem graça. Para procurar a tal "neutralidade jornalística", sabemos onde ir (e nem sempre encontraremos), mas não é ali.

     

  2. Fruto de uma obsessão: Um bom blog passa claramente a imagem de que o seu conteúdo é sobre um assunto (ou conjunto deles) que interessa profundamente aos seus autores. Um tema que eles dominam, ou ao menos acompanham com paixão (ou no mínimo uma insaciável curiosidade), e querem compartilhar com quem desejar ler.
     

  3. Blocos ordenados de texto: Os melhores blogs usualmente apresentam basicamente texto, organizado em parágrafos, que lemos de cima para baixo e da esquerda para a direita, pulando as partes que não nos interessam, como faríamos com uma revista preferida. Seus autores podem até não ser grandes prodígios da escrita, mas ao menos se esforçam para redigir com clareza, usando as maiúsculas na hora certa, acentuação, pontuação e alguma atenção à gramática.
     

  4. Formatos alternativos: Ocasionalmente, um bom blog quebra a regra acima, e é composto primariamente de imagens, ou de slides, ou de listas de itens, ou mesmo de links. Mas, como se percebe nos melhores tumblrs e similares, o conteúdo é tão interessante, o tema é tão original, e o conjunto é tão funcional (ou harmonioso), que ele consegue atrair e manter a atenção mesmo assim. Mas essa regra é tão freqüentemente abusada por autores que têm preguiça de escrever, que acaba sendo um obstáculo até para os talentosos.
     

  5. Autenticidade: Além de expressar a sua posição, o bom blog não tenta disfarçá-la. Por exemplo, se ele está fazendo uma propaganda comercial em seu texto (os chamados "publieditoriais", ou "posts pagos"), ele deixa isso claro, e o leitor pode aceitar ou não. Se ele é a favor de um determinado partido, ele não se finge de politicamente neutro. E assim, quando ele emite uma opinião a favor de uma idéia ou produto, você não tem dúvida de que é o que o autor realmente pensa, e não algo que ele foi pago para lhe mentir.
     

  6. Paciência: Mesmo que ocorram várias explosões de audiência, as probabilidades indicam que não é na primeira semana que a sua iniciativa pessoal vai conseguir destaques, parcerias, audiências diárias de 5 dígitos, etc. Isso não é razão para desanimar, mas sim para redobrar os esforços de chegar aos públicos interessados, até conseguir um crescimento sustentado que o leve ao nível de audiência que o seu tema merece!

  7. Seu diferencial: Mesmo quando está cobrindo o buzz ou a grande notícia do dia, o texto dele tem algo que vai além do que os outros blogs do mesmo campo de atuação, e com acesso ao mesmo conjunto de fontes, puderam oferecer. Ou chega mais cedo, ou é mais amplo, ou tem opiniões mais balanceadas, uma expressão mais refinada, ou uma análise mais específica, ou inclui links para mais fontes interessantes, ou a ilustração é fora do comum, ou tantas outras formas de se destacar pela qualidade.
     

  8. Você às vezes discorda deles: Isso é uma conseqüência do primeiro item: o bom blog expressa opinião. E por isso às vezes você discorda do que ele diz sobre seu software preferido, sua empresa dos sonhos ou sobre uma ou outra técnica que recomenda. Mesmo assim, você continua a ler, porque até a discordância é interessante, e as fontes dele merecem ser consideradas. E se o blog for bom mesmo, você pode até se motivar a dialogar com o autor, não para algum dos 2 mudar de opinião, mas porque a discussão enriquece a experiência.
     

  9. Ele não fica tentando discordar dos outros pra agradar você: Quando o autor nunca se arrisca a dizer nada que ele genuinamente acredite, por medo de desagradar a uma parte da sua audiência, seu produto pasteurizado passa a ser embalado e colocado no freezer, e não consumido em grandes doses. Ter voz e provocar discordância ocasional é bom. Mas o extremo oposto também é chato: passar os dias inventando maneiras de provocar ou ofender determinadas classes do público, porque sabe que isso dá audiência, pode até dar resultado para o autor que está mais atento aos números do que ao conteúdo, mas não faz um bom blog.
     

  10. Você quer dar continuidade aos assuntos: Os posts de um blog bem escrito deixam o leitor com vontade de continuar acompanhando, além de espalhar e discutir o assunto, levando-o ao seu próprio blog, ao Twitter, encaminhando para o e-mail dos colegas, ou mesmo colocando o assunto em pauta na mesa do almoço ou do bar. Ou mesmo com aquele velho hábito, hoje em extinção, de comentar no próprio blog em que o texto foi publicado ;-)
     

  11. Ele erra de vez em quando. E assume. Para fazer o que não foi feito ainda, qualquer empreendimento tem que contar com a disposição de arriscar, e eventualmente errar. Um bom blog de vez em quando lança alguma novidade que não atrai interesse nenhum, cria uma promoção que é um fracasso, tenta fazer algo que acaba não decolando. Mas ele não varre nada disso para baixo do tapete: o assunto é exposto, discutido, e serve para que os envolvidos aprendam e evoluam, e acertem mais na próxima vez.
     

  12. Ele dá crédito generosamente: Generosamente no sentido de ir além da mera obrigação. Num bom blog, se uma idéia é inspirada no trabalho alheio, isso é mencionado claramente e com todas as letras. As fontes das novidades são referenciadas e linkadas apropriadamente. A colcha de retalhos é formada com peças cuja origem é conhecida e divulgada.
     

  13. Ele tem ritmo: Os leitores sabem o que esperar: um post por semana, 10 posts por dia, posts ilustrados, posts sérios, posts com fina ironia, etc. Um bom blog estabelece seu próprio ritmo, e depois o segue.
     

  14. Ele sabe quando quebrar as regras: Eventualmente o autor faz um post fora do seu tema central, se engaja em uma campanha alheia, publica um link ou imagem sem contexto, deixa de expressar sua opinião, conta com a capacidade do leitor ler o contexto. Ele sabe quando fazer isso, o faz de forma ética, e sem interromper o fluxo usual.

E você?

Naturalmente, o que está exposto acima é a minha opinião, e a minha voz. Você pode discordar, e está convidado a expor nos comentários a sua própria voz sobre o que faz um bom blog!

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