Thinking with Type: Você sabe por que chamam as maiúsculas de "caixa alta"?
Entenda como o uso que fazemos das fontes no dia-a-dia pode melhorar se entendermos a herança de Gutemberg e seus sucessores
Tipografia é o nome que se dá à arte e à técnica de compor e imprimir com uso de tipos, ao conjunto de procedimentos artísticos e técnicos que abrangem as diversas etapas da produção gráfica na imprensa. Como técnica, para a maioria dos efeitos práticos, podemos assumir que ela teve início com Gutenberg, mas a arte da composição das letras para formar palavras, frases e texto sobre o papel ou outros materias começou muito antes dele.
Não sou tipógrafo nem designer, mas as técnicas da tipografia sempre me chamaram a atenção, especialmente porque são uma ferramenta a serviço da comunicação clara e direta. Já escrevi antes sobre tipografia aqui no Efetividade.net, sempre com foco nos documentos digitais: escolha de fontes, entrelinhamento, margens, marcadores e outras características tipográficas aplicadas a páginas web, folders, currículos, etc.
E este interesse me levou a um livro que ainda não terminei de ler, mas a julgar pelo número de leitores que se interessaram pelos artigos anteriores sobre tipografia por aqui, sei que vai ser incluído na lista de leitura de muitos vocês. O nome dele é Thinking with Type, e foi escrito por Ellen Lupton, uma artista da tipografia que se cansou de dar aulas sobre o assunto sem dispor de um livro prático o suficiente para apoiá-la, e resolveu escrever o seu próprio.
Atualizado a ponto de incluir exemplos de websites recentes, e ricamente ilustrado com tipologias e exemplos de textos antigos contando a história e a evolução de diversas das famílias de tipos que conhecemos hoje, o livro se divide em 3 grandes temas: letra, texto e grid. O aspecto histórico ilumina e ilustra as discussões técnicas, e a cada página virada não se sabe se encontraremos a revelação de que uma fonte moderna foi batizada em homenagem à amante de um tipógrafo do século XVIII, ou uma diferenciação detalhada entre fontes apropriadas para impressão ou para exibição na tela, comparando a Times Roman com a Georgia.
Claro que o tema não se reduz às letras e tipos em si, e os capítulos sobre colunas, títulos, margens, marcadores e outros aspectos tipográficos também são um show de clareza e consistência, completamente práticos mas ilustrados com exemplos históricos.
Eu recomendo a leitura! Não encontrei em livrarias brasileiras (se alguém souber de uma, comente!), mas comprei meu exemplar na Amazon.com. Você pode ver mais detalhes no site do livro
A propósito, as letras maiúsculas são chamadas de caixa alta (e de upper case, em inglês) porque nas oficinas manuais de composição tipográfica os tipos ficavam armazenados em estojos, similares a gavetas - e a gaveta de cima guardava as maiúsculas. Fotos destas caixas (tanto a alta quanto a baixa) ilustram a introdução do livro.
Atualização: o leitor Ricardo Seiji indicou nos comentários que é possível comprar o livro no Brasil, na Livraria Cultura. Mas eles não têm em estoque, e vão importar (previsão de entrega em 6 semanas). Via Amazon o meu exemplar chegou em 12 dias. Se você não tem cartão de crédito internacional, importar via Cultura pode ser uma ótima opção.
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