Material escolar

O material escolar é uma dolorosa fonte de despesas, e é preciso saber comprar bem, para evitar as armadilhas da temporada. Comprar para uso próprio ou para os filhos pode dar bastante trabalho, e raramente ficamos com a certeza de ter comprado pelos melhores preços, ou com a qualidade adequada.


Volta às aulas

E o pior é que muitas vezes questionamos a necessidade de adquirir a lista completa pedida pelas escolas. A variedade de materiais artísticos, por exemplo, chega a dar a impressão de que a criançada está matriculada por engano em um curso de iniciação para pintores ou grafiteiros ;-)

No caso dos estudantes mais próximos da idade adulta, dependendo do temperamento de cada um, a compra do material também pode ser um fator motivador a mais. Escolher boas canetas, cadernos legais, e outros materiais preferidos, quando estão ao seu alcance, pode ajudar a tornar menos dolorosa a transição das férias escolares (para quem tem este luxo) e o início das aulas.

Parênteses: material bom é aquele que melhor cumpre sua finalidade

Antes de escrever sobre como comprar bem o material escolar, quero registrar que pode valer a pena parar para repensar o ferramental que você usa em sala de aula, especialmente se já tiver completado o ensino médio. O uso de uma boa agenda para anotar compromissos acadêmicos (e planejar como melhor cumpri-los), ou da câmera do seu celular para registrar imagens do que o professor diagramou no quadro pode ser um excelente complemento ao material escolar tradicional.

Pessoalmente, desde o início do ensino médio, venho adotando uma abordagem menos ortodoxa. Por exemplo, até o final da graduação, mantive o uso dos cadernos (ou eventualmente fichários simples), mas apenas um por semestre, no qual anotava as informações de todas as disciplinas, preenchendo as folhas em ordem cronológica (sem divisões por matéria), e adotando um padrão para identificação, nas margens, da data, matéria e tema a que cada página se referia. Na hora da prova estava tudo lá, e não se desperdiçava peso e nem folhas. Mas outras pessoas preferem fichários mais avançados, cadernos divididos por matéria ou mesmo a adoção de métodos mais estruturados de anotação.

Hoje, nas pós-graduações, encontro uma situação mais confortável, podendo muitas vezes substituir com vantagem os cadernos pelo processador de textos ou mesmo uma planilha no Eee PC que carrego na mochila e que, graças à conectividade 3G, também serve como forma de consultar referências e realizar diversos tipos de comunicação que facilitam e ampliam o alcance de várias atividades acadêmicas.

Outra adição moderna ao material escolar - embora não acredite que seria tão bem recebida nas séries iniciais - é o smartphone, com as suas facilidades de gravar o áudio do que está sendo dado em sala, para estudar depois, transcrever ou até mesmo para ter certeza de que tudo que o professor falou sobre as condições de realização do trabalho de conclusão será registrado, e de tirar fotos do quadro, de slides ou mesmo de materiais de referência trazidos pelos colegas, também facilitando o posterior estudo ou transcrição - sempre obtendo antes as devidas autorizações, claro.

Material escolar: comprando com eficiência

Usar bem os recursos disponíveis, atingindo os melhores resultados possíveis com eles, é uma meta importante no momento de realizar uma despesa tão substancial.

Eventualmente isto significa gastar o mínimo possível para comprar uma lista de material, mas também pode significar comprar o melhor material que estiver disponível dentro de um determinado limite de orçamento que for estabelecido.

Antes de prosseguir, quero fazer um convite: não importa se você está tentando gastar o mínimo possível, ou comprar o melhor material possível dentro do seu orçamento: existem muitas pessoas que dispõem de menos recursos do que você, e que precisam (para si ou para seus filhos) de material escolar também nessa época. Que tal separar uma pequena parcela do seu orçamento (digamos 5%?) e montar um kit econômico com lápis, borracha, canetas coloridas, giz de cera, régua, tesoura sem ponta, caderno pautado e oferecer a estas pessoas? O custo é marginal, e o efeito total produzido é difícil de medir, mas pode fazer toda a diferença na vida de alguém.

Comprar de forma eficiente é uma técnica que varia pouco: exige pesquisa entre os concorrentes, escolha do melhor momento, eventual agregação de esforços (comprar em grupo, no atacado), e estudo aprofundado do que precisa ser adquirido, para eventualmente saber encontrar as melhores alternativas ou produtos substitutos.

Mas algumas dicas podem ser dadas de forma específica para a compra de material escolar, e vamos tratar delas a seguir, fazendo desde já o convite para que você agregue sua própria experiência ao final, nos comentários.

  • Crie sua própria lista: a partir da lista (eventualmente) fornecida pela escola, crie a sua própria, separando os produtos em categorias (o que se compra em papelaria, em livraria ou no hipermercado; o que pode ser comprado on-line; o que tem qualidade invariável e pode ser deixado para comprar depois, nas promoções e saldões, etc.). Deixe espaço para preencher, na mesma lista, o preço em cada um dos fornecedores que você consultar, facilitando assim a posterior comparação.
  • Aguarde os saldões - dos itens certos: Alguns dos itens escolares caem de preço até 15 ou 20% logo após o início das aulas. Tudo o que tiver graus de utilidade e qualidade homogêneos e não for de uso imediato ou urgente pode ser considerado candidato a aguardar os saldões. Jogue com a necessidade que os lojistas têm de se livrar do excesso de estoques e de espaço em mostruário logo após o término da temporada ;-)
  • Escolha onde pode haver supérfluos: dependendo da situação, a pressão para compra de produtos que incluem características além das necessárias (uma caneta de melhor qualidade, por exemplo, ou materiais com a marca ou tema da moda - seja da Barbie, do Hot Wheels ou o que for) pode ser grande. Mas ao invés de ceder completamente (e assim gastar mais na mochila, nos cadernos, no estojo, nas canetas, etc.), você pode delimitar quais os itens em que pode haver escolha baseada em critérios supérfluos, de acordo com a sua disponibilidade. Claro que a definição do que é necessidade e do que é supérfluo fica em poder de quem patrocina o projeto ;-)
  • Corte os demais supérfluos sem dó: a capa bonita, o desenho dos ursinhos no corpo da caneta, e a folha de adesivos de carrinhos que vem de brinde aumentam muito (chegam a triplicar) o preço dos itens. Depois de decidir quais são os supérfluos aceitáveis, é hora de se esforçar para comprar todo o restante baseado apenas na presença das características mínimas necessárias e no custo, sem ceder a tentações e nem a pressões ;-)

  • Verifique o inventário: nem todos os materiais escolares são consumíveis. Se a tesoura, o transferidor, o compasso, o estojo, o fichário, a mochila e 100% das canetas do ano passado não estiverem disponíveis para reuso, há algo errado com o processo, ou então o critério da eficiência não está sendo aplicado de forma homogênea entre todos os participantes. Mesmo no caso dos consumíveis, como giz de cera, colas diversas, papéis coloridos, etc., é possível que haja saldos reaproveitáveis. Reuna-se com todos os envolvidos, verifique, identifique e atualize a sua lista de acordo. E o desejável é que os livros didáticos do ano passado sempre possam ser reaproveitados por outros alunos.
  • Atacado: racionalidade econômica a seu favor: vender em maior quantidade para um único cliente reduz bastante diversos custos, e é por isso que vale a pena procurar comprar no atacado (e não apenas comprar em quantidades maiores - e com desconto também - em lojas de varejo). Juntar-se a outros 3 ou 4 amigos e comprar os lápis, canetas, colas, réguas, transferidores, papéis, cadernos etc. em caixas, depois dividindo os produtos e custos, pode gerar reduções de até 50% em alguns itens individuais, e com certeza leva a uma economia considerável. O mesmo raciocínio pode servir para a compra dos livros, mas eventualmente o que você conseguirá com maior facilidade é um bom desconto no varejo, e não a compra direta no atacado.

  • Sociedade da Informação: Visitar múltiplas papelarias e livrarias em busca do menor preço ou melhor desconto seria o ideal, mas isso tem um custo - não só o do deslocamento, mas também o da oportunidade, pois você deixa de fazer alguma outra coisa que poderia lhe ser tão ou mais vantajosa. Mas nessa época, é provável que os órgãos de defesa do consumidor e a imprensa da sua região estejam cobrindo o assunto - use as listas deles (que você talvez encontra on-line, inclusive) para reduzir o número de estabelecimentos que você irá visitar! A internet também pode ajudar de outra forma, com as promoções de lojas on-line como Kalunga, Gimba, Submarino, Americanas e tantas outras. Minha experiência pessoal comprando materiais diversos on-line na Kalunga é muito boa.
  • Análise financeira: as papelarias e livrarias (e seus fornecedores) eventualmente fazem uma grande ginástica financeira nessa época para conseguir ter em estoque todo o volume de material necessário para a explosão de consumo que ocorre no início do período letivo, e por isso acabam tentadas a incentivar bastante o pagamento à vista. Se você tiver como pagar à vista (especialmente se for em dinheiro vivo), negocie bem o seu desconto, especialmente se a compra for em grande volume. Faça bem a conta, porque dependendo do desconto oferecido, pode valer mais a pena comprar numa loja que não seja a mais barata à primeira vista ;-)

Para saber um pouco mais, incluindo alguns comparativos (apenas ilustrativos) de preços, leia esta matéria do UOL e esta do G1.

Agora é sua vez. Como você faz para garantir a eficiência na compra de material escolar? E que materiais você usa de forma criativa ou complementar para tornar mais efetivas (ou agradáveis) as horas passadas na escola?

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