Auto-controle: como produzir
Muitas vezes uma reação impulsiva ou imediata pode colocar toda uma situação a perder.
Mesmo sabendo disso, pode ser muito difícil resistir a tomá-la mesmo assim. E quando conseguimos (ou quando a reação desejada não está ao alcance), pode ser ainda mais difícil livrar-se do impulso, que acaba dominando toda a nossa atenção e impedindo que avancemos na agenda – ou na vida.
Mas algumas pessoas parecem naturalmente dotadas de um grau maior de auto-controle, que permite a elas resistir à tentação da reação impulsiva, deixar uma solução para depois e ainda lhes dá o bônus de conseguir pensar em outra coisa e continuar com seus projetos.
Este artigo da revista Scientific American trata de 2 pesquisas interessantes sobre o auto-controle: um que verificou as reações de crianças quando expostas à situação de receber a oferta de um doce mas ter direito de receber uma quantidade maior depois se não pegassem o primeiro, e outra que analisou as correlações entre o grau de auto-controle de indivíduos e o seu sucesso em 3 âmbitos: financeiro, de saúde e de segurança pública.
Neste segundo, a conclusão do estudo aponta para a direção previsível: indivíduos com maior auto-controle observado na infância demonstraram, 30 anos depois, melhores situações nos 3 âmbitos – e o estudo controlou para evitar desvios por outras variáveis, como situação social e QI.
Mas é no primeiro estudo que encontramos a conclusão de maior interesse prático para quem deseja ampliar seu grau de auto-controle: é possível observar que os indivíduos mais capazes de resistir a aceitar imediatamente a tentação do primeiro doce foram os que conseguiram desenvolver estratégias mais eficazes para se distrair, ou seja, para dirigir sua atenção a outro lugar.
Isso não quer dizer exatamente que conseguir se distrair é a solução, mas indica que exercitar a capacidade de se distrair, e cultivar um pequeno acervo de pensamentos prontos para recorrer quando é necessário mais do que simplesmente contar até 10, é um passo que conduz a poder de de fato ir fazer outra coisa, não relacionada, nos momentos em que precisamos resistir ao impulso de agir.
Más decisões tomadas por impulso são lamentáveis e às vezes trágicas, portanto cada nova ferramenta que possamos agregar para evitá-las é um ponto a nosso favor. No próximo momento em que estiver prestes a cometer um ato impulsivo, considere ir dar uma volta, fazer um lanche ou abrir uma revista, e se possível prosseguir fazendo algo produtivo (e não relacionado ao impulso) logo em seguida.
Assim, distraídos venceremos!
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