Como começar um dia efetivo: aos poucos ou pela tarefa mais difícil?

A dúvida clássica sobre qual a melhor forma de começar o dia pode ser resumida pelos pontos positivos de cada alternativa:

(1) começar pela tarefa mais difícil aproveitando a energia do início do dia e gerando ao completá-la um sentimento de satisfação que vai motivar as demais, ou

(2) começar por tarefas mais leves ajudando a tomar impulso enquanto fazemos a transição entre repouso e trabalho, e construindo aos poucos um sentimento de satisfação que vai motivar na hora de encarar as tarefas mais difíceis.

Não vou desconsiderar que em tempos recentes tenho visto em publicações do ramo da produtividade pessoal a sugestão frequente de uma terceira possibilidade, mas a mim parece algo a fazer antes do início propriamente dito (que continua a ter as 2 alternativas básicas mencionadas acima), embora seja boa ideia mesmo assim: antes de olhar a lista de tarefas, cuidar com atenção de construir sua energia para o dia, tratando da alimentação, um exercício adequado, informação, tudo permeado de reflexão sobre os objetivos do dia.

Nem sempre dá para escolher como começar o dia de atividades, mas é uma pena quando deixamos de fazê-lo bem pelos motivos errados. E veremos a seguir como escolher entre as 2 alternativas mencionadas.

Existe hora boa para engolir um sapo?

Estamos lidando com avaliações subjetivas, e até a definição do que é "a tarefa mais difícil" varia para cada pessoa.

Mas algo não muda: todos os dias temos algumas tarefas mais fáceis do que outras, e algumas que preferiríamos não encarar. São os sapos da nossa lista de pendências, que até quem trabalha com o que gosta precisa engolir regularmente como parte de uma dieta produtiva.

Deixar uma tarefa desagradável para depois não é procrastinar se teremos melhor condição prática de resolvê-la mais tarde. Quando chega o momento de encarar uma das 2 alternativas acima (que se resumem a engolir o sapo logo no início do dia ou deixá-lo para algumas horas depois) há aspectos práticos a considerar, baseados na sua forma de digerir o sapo.

O primeiro aspecto é a sua energia: se você começa o dia com mais disposição do que terá ao longo dele, é uma razão forte para optar por se livrar logo da tarefa mais difícil da sua lista. Mas se você começa sonolento e só depois pega embalo, dedicar a hora inicial às tarefas mais simples é uma forma de ir acordando enquanto faz algo útil ao seu alcance no momento.

Além da questão da energia, considere também o humor: quem começa o dia ranzinza fará bem se escolher como primeira tarefa algo tão simples e isento de contato humano quanto possível.

Já quem começa o dia tranquilo e vai se estressando conforme as atividades se desenrolam deve levar a sério a ideia de encarar suas tarefas mais difíceis enquanto ainda não ultrapassou seu limite, ou seja, no começo do dia.

O sapo à espreita

Na minha rotina pessoal, uma situação se repete com frequência, em especial no início do dia quando não tive o controle consciente de por onde começar: um stress crescente sem relação com o que estou fazendo no momento.

No momento em que a ficha cai, tudo fica claro: a causa é uma pendência importante e complicada que eu estou deixando para o fim da fila sem perceber – e, conforme o tempo passa, ela vai ficando mais iminente e ameaçadora.

Pode ser aquele telefonema que eu preferiria não fazer, um relatório que preciso escrever com dados que não serão fáceis de obter, uma burocracia necessária mas claramente inútil, ou alguma tarefa doméstica chata, como limpar a geladeira.

Num caso como este, a pendência já foi identificada antes, talvez até anotada, não poderá ser deixada para amanhã, mas mesmo assim eu percebo que estou adiando.

No momento em que percebo isso, a solução para salvar o resto do dia é simples: mover esta tarefa para que vire a próxima da fila (ou para ser a primeira do dia, quando percebida a tempo).

Depois que eu faço isso, e resolvo a pendência, o sapo terá sido engolido, estarei livre, e a partir daí é como se o resto da agenda ficasse mais leve: simples e acessível.

Não comece pelo e-mail

A não ser que sua lista de pendências esteja vazia, que suas prioridades não sejam definidas por você ou que os seus resultados sejam avaliados primariamente pelo fator "tempo de resposta", eu sugiro não começar o dia lendo o e-mail (ou qualquer meio de comunicação pelo qual novas tarefas e pendências chegam a você).

A razão é simples: considerando que você tem uma lista de pendências registradas (e revisadas regularmente), é provável que você já tenha identificado na última revisão (no final do dia anterior ou antes de começar o novo dia) algumas prioridades que podem se beneficiar do período de foco no início do dia, antes de as interrupções se intensificarem.

Aproveite o momento, e não provoque você mesmo o início das interrupções e da distração: escolha tarefas que não seriam prejudicadas por algo que possa estar na sua caixa de entrada, confie que algo urgente será comunicado a você por outro meio, e deixe para fazer a primeira leitura de e-mail do dia uma hora depois, após ter tomado impulso, para tornar mais fácil resistir à distração das comunicações.

Os sapos da sua dieta

O que descrevi acima é a minha solução, mas não existe uma resposta certa única: a literatura sobre produtividade pessoal tem conselhos conflitantes, todos válidos em seus contextos.

Alguns autores recomendam iniciar pela tarefa com resultado mais importante, outros sugerem começar pela tarefa inadiável mais indesejada ou difícil, e outros ainda sugerem começar por tarefas fáceis e rápidas, para “ganhar impulso” e se motivar.

Se tudo o mais falhar, lembre-se do critério universal (e meio mecânico...) de seleção da próxima tarefa descrito no capítulo do Processamento no método GTD de David Allen: considerando que não há razão específica (hora marcada, prioridades, etc.) para escolher uma tarefa determinada, corte o esforço de reavaliar tudo antes de começar cada nova tarefa, e simplesmente pegue sempre a primeira da pilha, até esvaziar a pilha inteira ツ

Leia também: What Successful People Do With The First Hour Of Their Work Day, para saber o que várias pessoas produtivas fazem no início de suas atividades diárias.

Engarrafamento: como reduzir o stress e ganhar produtividade... no trânsito

Se os engarrafamentos são inevitáveis na sua rotina, que tal dedicar um pouco de planejamento e esforço a torná-los mais toleráveis, por meio de algumas providências simples?

Os problemas de mobilidade urbana afetam muitas cidades do nosso país, e não são nada raras as pessoas que gastam horas todos os dias em deslocamentos entre sua residência e os locais de suas atividades.

Algumas encontram condições melhores para isso, outras estão sujeitas a bem menos conforto, mas todas compartilham entre si algum nível de stress, e o eventual desejo de (enquanto não conseguem se livrar do problema) aproveitar este tempo para realizar algo positivo que vá além da contemplação, meditação e reflexão, sempre bem-vindas.

Pessoalmente passei por uma mudança de endereço há poucos meses justamente para trocar cerca de 90 minutos diários de deslocamento engarrafado (ou, raramente, 35 minutos de trânsito livre) por breves 10 minutos de caminhada, mas antes de poder fazer isso pratiquei a maior parte das dicas a seguir.

Passageiros: o paralelo com as salas de embarque

Para quem transita nos engarrafamentos como passageiro, seja em transporte coletivo ou individual, muitas das dicas que já tratamos anteriormente ao falar sobre o que fazer no caos das salas de embarque e vôos a serviço se aplicam, especialmente no que diz respeito à redução do stress por meio de entretenimento e distração.

É saudável, ainda que de modo paliativo, usar essas oportunidades para se manter em dia com as pendências, mas em alguns momentos é interessante dispor de uma alternativa que conduza ao relaxamento e à distração – mesmo quando você não deseja, ou não pode, tirar uma sonequinha.

Quando é carona em carro próprio, dá até pra pensar em economizar para colocar um DVD ou media player (quem sabe um suporte para tablet que se prende ao encosto do banco dianteiro?) no banco de trás e passar a ter um aproveitamento cultural maior a cada deslocamento, mas nem sempre é necessário ir tão longe: há inúmeras alternativas de entretenimento que você pode levar consigo em qualquer lugar, sendo que possivelmente a mais portátil delas é um bom livro ou revista, que eu recomendo. Pode ser até uma revista de passatempos, como um Sudoku ou palavras cruzadas, se o transporte for compatível com sua escrita...

Acredito que esta seja a maior razão da popularidade dos jogos portáteis, especialmente para quem se desloca usando transportes suficientemente seguros. Eu costumava recorrer ao PSP para uma partidinha ou outra, mas já faz uns 2 anos que o celular engoliu completamente essa fatia do mercado por aqui.

O celular também é a minha escolha atual para levar uma seleção de músicas, e eventualmente até algum filme ou seriado na memória. Basta estar em um transporte suficientemente seguro, colocar os fones de ouvido (ligando ou não a atenuação de ruídos externos, dependendo da ocasião), e relaxar, tentando esquecer do desconforto e do stress do trânsito ao meu redor.

Quem anda em transporte coletivo que não ofereça o mesmo grau de segurança ao patrimônio individual vê suas opções de forma mais restrita, mas além da boa e velha música em aparelhos de MP3, e dos audiobooks que mencionaremos mais além, a Internet nos traz uma variada gama de opções de podcasts e outros conteúdos em áudio, alguns educativos (incluindo cursos de idiomas), outros informativos (incluindo atualizações diárias de notícias sobre os mais variados temas), vários opinativos, e outros de entretenimento. É só lembrar de baixar e copiar para o player antes de sair de casa.

Sempre que puder, leve também uma garrafa de água e algum alimento: barras de cereal, biscoitos, frutas, ou o que você puder consumir enquanto se desloca, sem correr o risco de vazamentos, derretimentos ou outros acidentes alimentares causados pelas condições ambientais.

E se a sua mochila não tiver um compartimento externo adequado para levar (e prender bem) a garrafa de água, volto a recomendar o versátil porta-garrafas de R$ 5 que encaixa no gargalo das garrafas PET e prende na sua mochila.

Como você pode notar, as mesmas dicas valem também para quem se desloca a pé, ou de bike. Mas cuidado com a segurança, fones de ouvido podem ser um fator de risco no ciclismo ou mesmo nas calçadas.

Para concluir, para mim a ferramenta suprema para esquecer que estou em deslocamento pelos engarrafamentos da cidade é um bom livro (ou revista atualizada) ou, na ausência deles, um celular com bom acesso à Internet. Mas o primeiro é compatível com bem mais ambientes!

E o motorista?

O motorista precisa, em primeiro lugar, respeitar a legislação de trânsito, o bom senso, a segurança da sua condução e dos demais.

Quando isso tudo estiver resolvido, às vezes sobra uma oportunidade para entretenimento ou cultura. A mais básica delas costuma ser o aparelho de som do próprio carro, que pode tocar seus CDs (ou pen drives, ou conexões bluetooth, etc.) prediletos, ou a programação musical e de notícias das emissoras de rádio.

Cidades que contam com jornalismo especializado no trânsito dão ao motorista uma opção extra muito efetiva, porque podem inclusive ajudá-lo a evitar pontos de congestionamento e ficar menos tempo no trânsito.

Pessoalmente prefiro ouvir minha própria coleção de músicas, um eventual podcast, e de vez em quando variar com o rádio - às vezes com noticiário, outras com humor e variedades, mas geralmente com música.

Uma alternativa que uso com frequência me dá oportunidade de abstrair as quentes filas do asfalto florianopolitano são os audiobooks (ou audiolivros). Agora é fácil encontrar, nas livrarias ou online, vários títulos em português – gostei bastante da biografia do Tim Maia ("Vale Tudo") narrada pelo autor Nelson Motta, por exemplo. Para uma variedade de títulos em inglês, recomendo procurar na Audible.com.

Quando o trânsito pára mesmo, e eu chego a desligar o motor, aí recorro (mantendo alguma atenção) às mesmas opções que os passageiros têm: joguinho ou internet no celular, livro, revista ou qualquer coisa que tire minha mente do stress ao meu redor.

Ser produtivo não muda

O que muda são as ferramentas, demandas e oportunidades. Há quem não sinta falta de produzir algo no tempo que gasta em deslocamento, seja porque há tempo suficiente em outras situações melhores, seja porque reconhece a necessidade da higiene mental praticada durante os deslocamentos, ou mesmo porque não deseja se transformar em uma máquina de produzir.

Simpatizo com estes argumentos, e longe de mim querer me transformar em uma máquina de produção - como eu já disse, o que eu quero mesmo é ganhar eficiência para que sobre mais tempo para jogar videogame ツ Minha abordagem no trânsito, como geralmente sou o motorista, é a da higiene mental e entretenimento, embora às vezes eu lembre de repassar alguma lista de pendências antes de sair de casa, para ir pensando em alternativas de algum projeto, ou compondo mentalmente algum documento ou relatório enquanto espero os engarrafamentos andarem. Funciona muito bem, especialmente porque é um processo não totalmente consciente, e sem foco nos detalhes específicos.

Só que às vezes algum detalhe específico surge, e é necessário registrá-lo. Já aconteceu com você de um carro de um prestador de serviço que você precisava mas não conseguia encontrar parar na sua frente, e você não ter como anotar o telefone dele, exposto na lataria? Comigo acontecia sempre, e parou de acontecer depois que eu me habituei a lembrar que o celular tem gravador de voz justamente para este tipo de situação.

Aí só preciso memorizar o telefone (ou a idéia que tive, ou o que for) até a primeira oportunidade em que seja seguro e legal fazer uso deste recurso e gravar a informação, e quando chego ao meu destino, basta transcrever a nota verbal para o local adequado.

Se o gravador de voz do seu celular for bom em captação e em memória (e se você andar sozinho!), dá pra ir além: se precisar compor um documento ou uma apresentação, pode deixar o app de gravador ligado no banco do carona, e ir falando, falando, falando, falando... Quando chega ao final do engarrafamento, já terá registrado todos os principais pontos do documento, e aí é só aguardar a oportunidade de ouvir e completar com os dados e a redação.

Outro recurso usado tradicionalmente é o de aproveitar para se informar. Quem precisa ler jornais ou relatórios no começo do dia pode fazê-lo no trânsito, se não estiver dirigindo. Mesmo o motorista frequentemente pode contar com emissoras de rádio especializadas em noticiário.

Os notebooks e tablets com 3G e mesmo os smartphones também permitem cada vez mais oportunidades de produtividade móvel a quem tem acesso a eles, e ao seu uso seguro quando em deslocamento. Já escrevi muitos artigos (alguns integralmente) enquanto estava em trânsito, mas acharia torturante viver em uma situação que me obrigasse a isso diariamente.

E, claro, os passageiros sempre podem ter acesso às suas agendas, blocos de anotações, materiais de referência e tudo o mais que quiserem levar consigo!

Melhor é evitar

Como estamos falando de efetividade, não podemos deixar de mencionar que muitas vezes o melhor a fazer é evitar o obstáculo, ao invés de ficar tentando encontrar maneiras de sofrer menos com ele.

Alternativas como home office, teletrabalho e escritório remoto são cada vez mais procuradas, e uma das razões é a redução ou eliminação dos deslocamentos constantes.

Quando está ao alcance, mudar os horários dos deslocamentos também pode ajudar a reduzir o impacto, mas é necessário pesar os demais inconvenientes da decisão. Mas mesmo quando não podemos mudar o horário regular, às vezes vale a pena encontrar alternativas.

O bom é que aí dá pra ser mais produtivo em casa ou no escritório mesmo, ao invés de ficar procurando alternativas na rua ツ

E você, tem dicas adicionais? Compartilhe conosco nos comentários!

Programa de trainees do Citibank para 2013

Um programa de trainees em uma empresa conceituada pode ser uma das melhores alternativas para resolver o dilema de quem resolveu bem a sua formação acadêmica mas se preocupa com a empregabilidade imediata devido a não ter experiência (como vimos em "Emprego sem experiência? Existe solução").

De vez em quando publico notícias sobre programas de trainees aqui no Efetividade, e em geral as situações unem 2 características: o programa em si parece bom, e a empresa em questão tem interesse suficiente a ponto de atrair a minha atenção para a demanda dela por divulgar a oportunidade, e é o caso.

O programa de trainees do Citibank no Brasil para 2013, cujas inscrições já estão abertas (e vão só até 20 de setembro), valendo para quem se formou há no máximo 2 anos (de 12/2010 em diante), ou se forma até o final de 2012, e fala inglês fluentemente.

O programa de trainee é em São Paulo, tem início marcado (para os selecionados, claro) para janeiro de 2013 e deve durar um ano, composto basicamente por 1 mês de treinamento e depois 4 rotações por áreas do banco, realizando projetos acompanhados por tutores.

Haverá várias peneiras no processo seletivo, incluindo testes online, dinâmica em grupo, entrevistas individuais (uma com o RH, outra com gestores) e mais. Os aprovados (entre 30 e 40 pessoas) reberão – além da preparação para desempenho de função gerencial – 14 salários de R$ 4.700,00, além dos benefícios que o banco oferece aos funcionários.

O programa de trainees do Citibank tem 42 anos de história, e já foi a porta de entrada de diversos executivos da empresa. Mesmo para quem não prossegue com o banco após o término do programa, trata-se de uma oportunidade valiosa de enriquecer o currículo com experiências e capacitação.

Esse tipo de oportunidade costuma ser bastante concorrido, e não sem razão. Prepare-se e faça surgir a sua chance!

Como escolher a fila certa no supermercado

Depois que o carrinho está cheio de itens bem escolhidos (sem deixar o supermercado nos enganar com suas armadilhas!), normalmente ainda restam 3 passos potencialmente chatos: aguardar na fila para sair, levar as compras até em casa, e desempacotá-las.

Para todos eles há maneiras de aumentar a eficiência (ou simplesmente diminuir a chatice), mas hoje o nosso tema irá se concentrar no primeiro: a fila.

Comecemos pelo aspecto da natureza da chatice envolvida: além da insatisfação de, após já ter passado por todas as escolhas de produtos, ser obrigado a aguardar para poder consumar a compra e a despesa, temos que lidar com o fator tédio.

Os fatores que agravam a chatice da espera em uma fila costumam incluir o tédio que ela provoca, a incapacidade de perceber que ela está andando, a incerteza sobre se ela vai continuar andando num bom ritmo até chegar a nossa vez, e a dúvida sobre ter pego a fila mais rápida ou não.

Despachando o tédio

Para se aproveitar do tédio (ou, às vezes, da mera sensação de estar desperdiçando tempo que poderia ser dedicado a algo prazeroso ou útil) que induz, o supermercado normalmente nos oferece itens do interesse dele: guloseimas, revistas de variedades e outros itens com margem de lucro elevada.

Note que usei a palavra induz: o supermercado não tem o poder de provocar o tédio, apenas de criar as condições gerais para que ele ocorra. Você pode impedi-lo (sem recorrer às revistas da semana passada que estão ali à venda) de muitas formas, e eu pratico várias delas para tornar menos inútil ou reduzir o desprazer daquela espera forçada:

  • Repassando e complementando (mentalmente, no papel ou no celular) agendas e pendências do dia seguinte
  • Aproveitando para realizar alguma outra tarefa chata para a qual nunca temos tempo, como fazer uma limpa na agenda de contatos, ou fazer aquele telefonema necessário mas indesejado para alguém
  • Lendo algo à minha escolha no celular (notícias, se tiver conexão, ou um ebook instalado nele para essa finalidade, nos demais casos)
  • Ouvindo uma música à minha escolha, com fones de ouvido que eu estrategicamente levei comigo [afinal a música suave do supermercado não está lá para nos fazer sentir satisfeitos]
  • Se tudo o mais falhar, repassando mentalmente algo que desejo fazer, ou alguma história vivida - qualquer coisa que remova a minha mente daquele estado de espera indefinido e fora do meu controle.

Peguei a fila certa?

Além do tédio, os outros 3 fatores de chatice mencionados são relacionados à escolha da fila, ou à reanálise contínua sobre a escolha de fila já realizada.

Vamos começar isolando situações em que isso não é exatamente um problema:

  • Quando você sabe um lado da loja em que as filas são menores ou mais rápidas
  • Quando você tem um caixa preferido
  • Quando você consegue ver todas as filas de uma só vez e se julga em condições de ter certeza sobre qual a melhor delas
  • Quando todas as filas são suficientemente curtas

Algumas das situações acima podem ter sua probabilidade aumentada já no ato de escolher o supermercado ou a data/horário das compras, e outras estão completamente fora do nosso controle, mas quando alguma delas ocorre, a escolha da fila torna-se natural e até óbvia.

Mas quando a escolha não é óbvia e desejamos realizá-la objetivamente, às vezes ela é também um problema mais complexo do que julgamos à primeira vista, pois há diversas variáveis envolvidas: o número de pessoas na fila, a agilidade dessas pessoas, a quantidade de itens nos seus carrinhos, a natureza destes itens (se podem ser apenas contados ou precisam ser pesados, se exigirão embalagem especial, ...), etc.

Algumas delas são fáceis de estimar, outras não. E há mais um fator contra-intuitivo: o ato de pagar a compra, depois de totalizado, demora um tempo desproporcional ao tamanho do carrinho de cada pessoa, e que dificilmente pode ser estimado a priori.

Por exemplo, aquela jovem atlética que só tinha 4 iogurtes naturais e um pacote de rúcula na cestinha pode querer fazer o pagamento com um cheque que ela demorará a preencher e o caixa terá que verificar com a supervisora, enquanto o senhor com cara de distraído e um carrinho cheio de legumes para pesar no caixa pode ter pago com um cartão refeição (e lembrado da senha imediatamente).

A conclusão é: embora possamos identificar parte dos fatores que fazem uma fila demorar, a ideia de que podemos avaliar qual fila demora menos, ou qual está andando mais rápido, geralmente é uma ilusão, uma peça que nossos sentidos e impressões nos pregam, e que nos geram insatisfação porque queremos otimizar tudo.

Com base nisso, minha sugestão é: a não ser que você tenha alguma razão para sair percorrendo todos os caixas em uma avaliação que gera mais esforço e gasto de tempo (e sem garantias de, ao concluir que deve retornar a uma das primeiras filas verificadas, ela ainda não terá crescido), você pode simplesmente escolher (pelos critérios da sua preferência) a mais promissora entre as que estão perto de você.

E depois que tiver escolhido, a não ser que algo inesperado (como a abertura de um caixa novo ao lado, ou problemas no seu) aconteça, resigne-se: a sensação de que as outras estão andando mais rápido geralmente se baseia em informações incompletas, e mesmo se corresponder à realidade, não é garantia de que continuarão assim.

Para completar, além de relembrar das dicas acima para combater o tédio, cuidado com a insatisfação que surge de uma expectativa geralmente infundada: de que o tempo que você pode ganhar escolhendo a fila perfeita ou trocando de fila durante o trajeto será gigantesco. Raramente é.

E se o tempo que você pode ganhar investindo esforço adicional na escolha da fila realmente for considerável no seu caso, a minha sugestão seria que você aplicasse o mesmo critério de racionalidade para escolher outro local, horário ou situação para fazer suas compras no futuro ツ

Hospedagem web: hospedo meus blogs no Dreamhost e no MediaTemple (dica: desconto especial!)

Hospedagem de sites em provedores comerciais costuma ser uma boa opção para quem tem um projeto pessoal na web e pretende vê-lo se desenvolver – afinal há limites relativamente estreitos para o que se pode fazer em hospedagens gratuitas, e quando se sobe ao próximo degrau na escala e se passa ao modelo econômico de hospedagem em servidores compartilhados (em que um provedor lhe oferece uma parcela dos recursos, e uma área exclusiva, em um servidor web gerenciado por ele), as oportunidades se multiplicam e seu site pode crescer mais (até chegar a precisar subir o próximo degrau, sucessivamente).

E a quantidade de alternativas para quem busca uma hospedagem web comercial chega a assustar. Mas é possível recomendar várias delas, e quero começar o artigo sublinhando uma indicação para a Via Hospedagem, que tem planos pagos em reais, limites que atendem à maioria das necessidades dos blogueiros e criadores de sites, e atendimento classe A, em português.

Se eu estivesse começando hoje, consideraria hospedar na Via, mas entrei nesta estrada há mais tempo e minha opção foi diferente, ate porque eu “me viro” bem com as tecnologias da web, não encontro grande dificuldade com paineis de controle em inglês, e não me incomodo de pagar preços em dólares para serviços prestados no exterior.

Minha opção para projetos iniciantes, por US$9 ao mês

Desde 2005 hospedo meus projetos pessoais em crescimento (e o Efetividade.net já foi um deles, migrando para opções mais avançadas do Dreamhost enquanto crescia, até alcançar cerca de 25.000 visitantes diários e precisar mudar pra um esquema maior) no Dreamhost, um provedor de hospedagem web barato e que tem os requisitos que procuro – e que até para os meus testes é bem mais cômodo do que rodar meu próprio servidor Apache em um computador de casa…

O caçula entre os meus sites é o BR-Mac, no ar desde fevereiro do ano passado e hospedado no Dreamhost desde o primeiro dia. Hoje ele costuma ter cerca de 12.000 visitantes por dia, com picos ocasionais de 15.000, e o servidor (e o WordPress, e os outros sistemas envolvidos na hospedagem) nem soluça.

O Dreamhost tem planos de hospedagem compartilhada e de servidores virtuais "dedicados", e seus planos funcionam de uma maneira comum a vários outros provedores: não existem grandes limites de espaço ocupado (desde que seja por arquivos do site, e não por backups, repositórios, grandes arquivos hospedados para download, etc.) nem de transferência, mas se o seu servidor gerar picos de ocupação de memória ou processamento, sairá rapidamente do ar. Nada que preocupe a quem roda um WordPress bem configurado, mas pode ocasionar problemas em outras situações.

Ele permite que você hospede um número ilimitado de sites, domínios e usuários, e estes usuários (e você) podem ter acesso via SSH e FTP, contas de e-mail (POP, IMAP, SMTP e Webmail), hospedar um número ilimitado de bases de dados MySQL, e muito mais - sendo que boa parte das configurações são feitas por meio do painel de controle via web do Dreamhost.

A hospedagem web também é bem completa, com itens como

  • PHP, Perl, Python, CGI, Ruby on Rails, SSI, MySQL 5
  • Mail (IMAP, POP, SMTP, webmail, listas)
  • Instalação facilitada do WordPress
  • acesso completo à shell dos usuários (os servidores rodam Debian),
  • cron,
  • repositórios SVN e CVS para o seu site,
  • e muito mais.

Além disso, o usuário ganha grátis o registro de um domínio (.com, .net ou .org) ao contratar a hospedagem, e há instaladores automatizados para aplicativos populares como o WordPress, Gallery, ZenCart, Joomla, Moodle, dotProject, MediaWiki, Trac e outros que podem servir como a base para o seu projeto web.

Os termos de uso do Dreamhost são bem claros quanto ao que não é aceito: conteúdo ilegal, arquivamento e backups (exceto os 50GB explicitamente destinados para este uso), scripts que façam uso intensivo de CPU (por erro ou por características da própria aplicação – exemplo: clientes BitTorrent, proxies e bots de IRC, spamdexing, etc.), entre outros – recomendo a leitura atenta dos Termos de Serviço se você tem dúvidas sobre a natureza da sua aplicação em relação a eles – mas serviços baseados em aplicativos conhecidos (como o WordPress, MediaWiki, Joomla, Moodle e similares) ou em páginas HTML geralmente não precisam de muita preocupação, a não ser que o número de usuários diários seja contado na casa de vários milhares.

Minha experiência pessoal é bem positiva: o Efetividade.net esteve hospedado por lá até atingir cerca de 25.000 visitantes diários, usando o plano mais básico e depois ainda passando mais alguns meses por lá em um plano avançado, migrando para o MediaTemple (saindo assim do modelo compartilhado para o modelo dedicado virtual) quando passou a ter 45.000 usuários por dia – felizmente é possível mudar de hospedagem quando necessário.

Não é um recurso à prova de balas: eu diria que a cada 2 ou 3 meses percebo que o meu serviço lá fica inacessível (por 30 minutos a 2h) por algum problema, e geralmente volta ao ar sozinho quando eles mesmos reestabelecem a situação. Nada que me incomode, mas se você deseja mais disponibilidade do que isso, não sei se é possível encontrar garantias na faixa de preço dos US$ 10 ao mês...

Minha opção para projetos mais exigentes

Quando meus 2 sites mais antigos (o BR-Linux e o Efetividade) chegaram perto dos 25.000 visitantes diários, o Dreamhost não conseguia mais me atender com a qualidade que eu esperava, e eu mesmo tomei a iniciativa de movê-los para um provedor mais robusto: um plano DV (dedicated virtual) no MediaTemple.

Lá as opções são em outra faixa de preço, bem diferente da do Dreamhost: o plano DV mais barato no MediaTemple custa US$ 50/mês. Em compensação, os recursos que você adquire (no caso, 512MB de RAM, 30GB de disco e 1TB de transferência mensal) são melhor separados e assim ficam mais à sua disposição.

No MediaTemple o painel de controle via web é o Plesk, e você também pode configurar seu servidor via ssh, se souber o que está fazendo.

De modo geral, o que eu faço no MediaTemple é o que eu faria no Dreamhost, apenas em escala maior, e usando ferramentas diferentes. Ele também tem ferramentas de gerenciamento dos e-mails, instalador de aplicativos web, etc., etc.

Diferentemente do (barato) Dreamhost, o MediaTemple não fica fora do ar com frequência. Mas problemas acontecem, e nos últimos 3 anos tive no mínimo 4 ocasiões com os sites fora do ar sem ser por responsabilidade minha. Mas se eu não me preocupo com as quedas trimestrais do Dreamhost, não serão essas quedas raras do MediaTemple que me tirarão o sono ツ

Descontos por indicação

Se você seguir qualquer um dos links para o Dreamhost que constam aqui neste artigo, a sua adesão em um plano anual terá desconto de US$ 30, e a adesão em um plano de pagamento por 2 anos terá desconto de US$ 50.

Já se você seguir algum link para o MediaTemple aqui neste artigo, sua adesão terá um crédito a seu favor de US$ 25.

Em ambos os casos, eu também ganho algum valor do provedor (dependendo do que você contratar, claro). Se por alguma razão você preferir contratar sem gerar valor para mim, também pode, bastando seguir estes 2 links: 1, 2.

Além disso, não custa deixar bem claro: o contrato será entre você e o provedor, eu não faço parte do acordo e nem me proponho a prestar suporte nem intermediar nada. Mesmo assim, como eu ganho uma comissão caso você faça uso do convite e mantenha o contrato após o período de garantia, pode ficar à vontade para enviar eventuais dúvidas sobre a natureza dos serviços, e eu responderei se souber (mesmo que você não tenha certeza se quer contratá-los).

E vale a pena pesquisar antes: se eu fosse você, consultaria os seus amigos que têm sites na web, e leria os depoimentos de usuários do Dreamhost neste post anterior. É raro encontrar alguém plenamente satisfeito com os serviços de algum provedor, e é fácil encontrar posts on-line criticando qualquer provedor que se esteja pesquisando – mas certamente os seus amigos terão suas próprias experiências e indicações para compartilhar e facilitar a sua comparação.

Carregando o celular com pilhas comuns

Um carregador de celular que funciona a partir de 3 pilhas AAA ("palito") comuns pode resolver muitas situações ツ

Quem tem um cordão umbilical preso ao celular compartilha a preocupação com o fim da sua bateria antes do retorno possível a um carregador, ou com um descuido que leve o aparelho a estar descarregado na hora de sair de casa.

Indesejado ou não, às vezes este cordão umbilical se desenvolve devido a compromissos profissionais e familiares, e outras vezes devido a aspectos relacionados ao simples desejo de conforto, comodidade e até segurança oferecidos por determinados recursos do aparelho.

Eu raramente chego a isso, mas entendo perfeitamente o sentimento que o amigo Jânio (que é proprietário de uma empresa de hospedagem de sites, ramo de atividade em que estar acessível é importante) expressou no final de semana: "uma tristeza: ter que esperar pra sair de casa porque o celular está sem carga na bateria".

Uma solução bem simples, entretanto, há anos faz com que dificilmente eu passe pela mesma tristeza, quando ao sair de casa percebo que a carga do celular está abaixo do que seria necessário para me manter acessível - e talvez ela possa servir também para você:

É um carregador para iPhone (existem modelos similares para outros aparelhos) que não precisa ser previamente carregado: basta colocar pilhas alcalinas novas nele, conectar ao celular e pronto, a carga começa.

A opção por carregar o celular a partir de pilhas comuns, e não do acendedor do carro ou de uma bateria que precise ser previamente carregada, nasce de constatar que assim, além da independência em relação a tomadas nessas horas, você tem uma solução à mão quase em qualquer horário nos centros urbanos, pois pilhas são produtos fáceis de encontrar até no posto de gasolina 24h mais próximo.

O meu carregador eu comprei em 2010, em uma banca de revistas de aeroporto, e usei bastante desde então. Com 3 pilhas novas ele frequentemente levou o meu iPhone até o dia seguinte, e já aconteceu de as pilhas se esgotarem e eu prorrogar o uso simplesmente comprando mais 3 pilhas.

Como ele é bem leve, dá para levar sempre na mochila, comprando pilhas (proporcionalmente bem mais pesadas) quando necessário. Claro que quando a possível oportunidade de usá-lo se apresenta com antecedência, também não custa já colocar uma embalagem de pilhas junto com ele no mesmo compartimento.

Não é difícil encontrar similares em lojas de eletrônica, ou mesmo na web. Veja este genérico chinês com uma porta USB para conectar o cabo do seu aparelho de quase qualquer marca, e que já vem com adaptadores para vários conectores comuns, por exemplo. Aproveite e veja também este modelo da Duracell que exige carga prévia (não aceita pilhas) mas é fácil de encontrar no Brasil.

Carga pesada: indo além do smartphone

Os carregadores baseados em pilhas comuns, como apresentados acima, são uma solução adequada para a maioria dos smartphones, mas inadequados como solução planejada para carregar tablets como o iPad ou outros aparelhos mais exigentes em termos de carga.

Para estes casos – se você tiver a demanda de carregar em deslocamento – além das soluções mais baratas (por exemplo, simplesmente levar consigo o carregador original e plugá-lo em uma tomada onde estiver, ou achar uma porta USB), um bom kit para manter a tranquilidade em deslocamentos sem ocupar muito espaço na bolsa pode envolver uma seleção entre os seguintes itens:

  • um carregador de parede portátil, preferencialmente de 2,1A, para usar onde estiver
  • um carregador veicular pequeno, preferencialmente de 2,1A
  • um cabo carregador curto compatível com seu aparelho
  • uma bateria externa compatível com seu aparelho

Os 2 primeiros itens, mais versáteis por providenciarem uma corrente de 2,1 ampères, carregam praticamente qualquer aparelho que possa ser conectado a uma porta USB (e carregarão mais rapidamente os aparelhos pouco exigentes) sem aumentar o risco de você esquecer em outro lugar o carregador que precisa ter em casa.

O terceiro item da lista é o que vai garantir que você possa conectar seu aparelho a eles, e o quarto item (que pode até vir na forma de uma capa - pesada - para o aparelho) é o que vai permitir que uma pessoa organizada e disposta a mantê-lo carregado e ao alcance possa ter um plano B mesmo na ausência dos 3 primeiros.

É possível comprá-los pagando caro em lojas "de griffe" de informática, ou encontrá-los de forma bem mais barata em lojinhas de eletrônicos, camelôs ou no DealExtreme. A qualidade pode variar, claro.

Mas, independente da solução técnica, recomendo: também é bom buscar alternativas que permitam a paz de espírito mesmo longe do celular ツ

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