Falar em público: prepare-se como os profissionais usando Talking Points

Por mais que você prepare sua apresentação, discurso ou jantar para conhecer o sogro, existe uma parte da experiência que é difícil de antecipar: quando há a abertura ao diálogo, debate e perguntas do público.

Você já notou que muitos palestrantes bem-sucedidos convencem em suas respostas mesmo dando a impressão de que começam fugindo do tema? Frequentemente isso é fruto do bom uso dos talking points, tópicos de discussão previamente preparados (e muitas vezes ensaiados) que permitem simultaneamente fazer surgir a oportunidade de destacar um aspecto que favoreça ao seu objetivo, e ter tempo para encontrar um "gancho" que conduza mais diretamente ao que foi questionado.

Apesar do potencial de mau uso, a ferramenta em si é muito útil e versátil, servindo até para o dia de conhecer os sogros em um jantar, para um almoço de negócios com desconhecidos, além das apresentações, debates, entrevistas e discursos do dia-a-dia.

Os talking points podem ser empregados de maneira inofensiva, simplesmente para evitar "claros" em uma conversação. É como eu costumo usá-los, principalmente ao participar de podcasts e outras conversações transmitidas ao vivo: preparar antecipadamente um conjunto de informações relevantes ao tema da conversa, reduzi-los a frases curtas, memorizar 2 ou 3 deles, e ter à mão uma forma de consultar mais 2 ou 3.

Assim, na hora em que dá aquele "branco" na discussão, ou que um assunto morre ou precisa ser cortado, sempre tenho engatilhado um outro assunto para encaixar. Raramente acontece de precisar de mais do que 3 ou 4, mas também raramente deixo de usá-los.

Uma forma menos inocente de usar talking points (e que eu não recomendo) é usá-los para fugir de uma pergunta ao mesmo tempo em que se aproveita a atenção do público para passar a sua mensagem. Além de prejudicial ao debate, essa forma exige grande habilidade para não despertar a antipatia do público.

Preparar seus talking points pode ser tarefa para profissionais da comunicação, mas se você mesmo for praticá-los, aqui vão algumas dicas:

1. Limite a quantidade: o ideal é memorizá-los, portanto uma página pode ser demais. Pense em quantos itens pode precisar usar, e não exagere.

2. Limite o comprimento: mais do que uma linha por tópico é demais, pela mesma razão. Um bom talking point é uma frase de efeito curta a partir da qual você pode elaborar em direção ao ponto que deseja alcançar quando a necessidade surgir. Se necessário, defina (poucos) sub-pontos.

3. Coloque em ordem de relevância: memorize-os e procure usá-los nessa ordem. E não tente encaixar todos: use com moderação!

4. Antecipe possíveis perguntas: talking points bem planejados para debates podem ser usados de maneira tão eficaz que servem como respostas legítimas.

Em eventos nos quais normalmente se fala "de improviso", os talking points previamente preparados frequentemente são mais do que um elemento de apoio: por serem sucintos e terem sido lapidados bem antes da pressão do debate, muitas vezes são eles que acabam virando o destaque da cobertura do evento.

Por outro lado, os profissionais do ramo também se acostumam a reconhecê-los e desconfiar dos contextos em que são empregados. Portanto... use com cuidado!

Vença a procrastinação hoje com UMA dica - e bem curta

Geralmente o que diferencia as pessoas eficazes é que elas costumam entregar o produto ou o serviço que se espera delas. Quando são especialmente competentes, elas ainda se caracterizam por entregar no custo, prazo e nível de qualidade combinados.

Procrastinar é o ato de deixar as coisas para depois, e quem tem este hábito tem maior dificuldade em ser eficaz porque adia indefinidamente as tarefas necessárias a fazer o que precisa ser feito.

Para eles, segue a dica do autor do ZTD (o método de produtividade que eu pratico), bem curta para que você não deixe para ler depois:

Segundo o autor do ZTD, a maior dificuldade do procrastinador não é completar as tarefas, mas sim dar início a elas, bem como resistir à tentação de interrompê-las imediatamente após começar.

Ele recomenda, e eu assino embaixo: se você identificar qual a entrega mais importante que tem para fazer hoje, e concentrar toda a sua força de vontade em dar início ao primeiro passo que conduz a ela, e durante os 2 minutos iniciais conseguir resistir ao impulso de parar tudo e ir ler a nova página do Efetividade no Facebook "só por um minutinho", a sua chance de vencer a tarefa inteira é grande.

Ele descreve com mais detalhes a natureza dos impulsos e tentações que surgem, mas o essencial é: COMECE. E depois que começar, PERSISTA por 2 minutos. Depois que você pegar embalo, tudo fica mais fácil.

Leia também: Como ser produtivo mesmo sendo um procrastinador assumido: 3 dicas simples.

Como ser produtivo mesmo sendo um procrastinador assumido: 3 dicas simples

Procrastinação é o ato ou hábito de deixar as coisas para depois, adiar, delongar, postergar.

O hábito normalmente é visto como um grande inimigo da produtividade, e frequentemente é mesmo, pois interfere num componente essencial do conceito de produtividade, que é a quantidade de produto ou serviço produzido (que, quando deixado para depois, pode frequentemente se aproximar de zero), sem interferir no outro, que é o conjunto de recursos concretos que estavam à disposição para que a produção ocorressem.

Se você já tentou lidar com o impulso frequente de deixar para depois, continue tentando, e procure toda a ajuda que puder encontrar. Assim como em casos de dificuldade de atenção, concentração e foco, muitas vezes trata-se de problemas que merecem apoio especializado, e as consequências práticas também podem ser bem similares.

Mas enquanto você se identificar com o adjetivo procrastinador, não deixe para depois a leitura das 3 dicas abaixo, que o Wall Street Journal publicou a partir dos estudos de John Perry, doutor em Filosofia e autor do livro The Art of Procrastination, e que acredita que os procrastinadores podem ser produtivos quando encontram uma maneira de refinar suas táticas de deixar para depois. Será?

Vamos começar admitindo que para muitos indivíduos a tendência a deixar para depois pode ser atribuída à vontade (ganhando nomes como preguiça, desinteresse e similares), e nestes casos uma mudança pode estar a seu alcance também por meio da vontade ou motivação.

Para outros, entretanto, o hábito de procrastinar pode ser uma reação a fatores com os quais não conseguem lidar eficazmente, e assim a procrastinação se torna uma condição crônica e difícil de superar sem mudar condições externas, mas que eventualmente pode ser absorvida de um modo a reduzir as consequências negativas para si e para os demais.

Você sabia que Albert Einstein era considerado preguiçoso? Ele é um exemplo de que as mudanças externas podem remover este tipo de característica, mas hoje trataremos de quem permanece com ela.

O artigo do Wall Street Journal diz (e eu acredito, por conhecer exemplos) que há pessoas que claramente são procrastinadoras e mesmo assim produzem bastante, chegando a ser reconhecidas pela sua capacidade de produção.

A mesa deles não é organizada, eles vivem correndo atrás de pendências que deixaram atrasar, e geralmente compensam isso com outros atributos valiosos, como criatividade, aptidão para relacionamentos e... entregas valiosas.

O que os distingue dos procrastinadores improdutivos é que geralmente eles praticam a procrastinação de alguma maneira estruturada: ao deixar de fazer algo importante, eles estão criando outra coisa também importante, ou criando a condição de depois retornar a este problema (agravado pelo atraso) com uma solução superior.

Obviamente nem todo mundo atua em situações onde este tipo de comportamento é aceitável, mas as 3 dicas a seguir podem fazê-lo se tornar gerenciável.
 

1) Aprender a causar menos dano às pessoas ao redor. A sua atitude em relação aos prazos e ao valor do adiamento, da última noite e da última hora raramente é compartilhada pelas pessoas que dependem da sua produção. Assuma que é um problema, que é algo além do seu controle, e evite ao máximo gerar expectativas que você não vai cumprir a tempo: combine para cumprir, e pratique até o seu limite as atitudes profissionais que permitam que os outros lhe levem a sério.

Isso não resolve muitas situações práticas, mas negar o problema, agravá-lo com desculpas tardias ou assumir voluntariamente compromissos em termos que sabe que não irá cumprir, deixando a bomba na mão de quem aceitou, são ’’soluções’’ ainda piores.
 

2) Cuidado com os conselhos que tentam reduzir as suas opções. É verdade que para um procrastinador se sentir menos pressionado, o ideal é que ele aceite menos compromissos, defina prazos mais elásticos, e tome outras atitudes que no limite correspondem a férias permanentes (às vezes contra a vontade...). Mas isso também é o desejo de boa parte das pessoas, e raramente os leva muito longe em termos de produção.

Assim como nos casos de problemas com a atenção e o foco, reduzir as suas opções pode não ser a solução certa. Pode até ser o contrário: ao procrastinar algo, você não está sinalizando que não quer fazer nada, só que não quer fazer aquela coisa – e ter outra coisa para fazer pode ser uma solução. Mantenha uma boa lista de pendências, e procure organizar seus dias de modo a ampliar as possibilidades de escolhas entre elas, para que não aconteça o cenário pior: não fazer nada.
 

3) Menos encolhimento, mais ferramentas. Se a tendência a procrastinar atrapalha sua vida, não se renda a ela: procure ajuda e, enquanto não resolver, se ajude.

Conte com a ajuda da natureza. Por exemplo, se aquela "olhadinha no Facebook" sempre se converte em 45 minutos de distração, acostume-se a iniciá-la só quando já estiver com fome (ou próximo do intervalo do almoço), para haver um limitador natural. Aproveite e siga o Efetividade no Facebook e me ajude a divulgar o conteúdo, para tornar mais produtiva essa escapadinha ツ

E para ajudar a lembrar de "voltar à realidade" quando você decidir dar uma olhadinha em outra coisa, um simples timer de cozinha pode fazer maravilhas, desde que você não deixe para depois acioná-lo.

O mesmo timer de cozinha, por meio da Técnica Pomodoro, pode ser a solução para dividir um dia (difícil de gerenciar) em várias fatias de 20 minutos (fáceis de gerenciar).

Uma dica adicional do artigo é abrir mão do perfeccionismo. Isso não significa deixar de valorizar a perfeição das entregas, mas sim esquecer a fantasia de que todas as suas entregas serão perfeitas (leia-se "excederão os requisitos necessários"), porque esta fantasia é um fator a mais que faz as tarefas ficarem para depois, uma vez que se tornam mais complexas na sua mente do que deveriam ser na realidade.

Acredite: de modo geral, quem vai receber o resultado do seu trabalho prefere recebê-lo no prazo, no nível de qualidade ajustado, ao preço certo e com todos os elementos que foram combinados, do que receber 2 semanas depois uma obra-prima que excedeu o orçamento.

Fecho com uma confissão pessoal: eu não me descreveria como um grande procrastinador, mas no meu escritório tenho um timer de cozinha bem simples, e lembro de dar corda nele em 2 situações: quando decido fazer uma pausa no que estou fazendo, ou quando lembro que preciso fazer algo em seguida, mas não pode ser imediatamente. E já faz tempo que pratico a arte de deixar para depois o que para mim não tem pressa nem compromisso mas atrapalha o que precisa mesmo ser feito!

Comunicação: 3 dicas simples para aprender a manter a conversa fluindo

Estabelecer e manter uma conversação é essencial para o bom andamento de negociações, para apresentar uma proposta, levantar informações e tantas outras necessidades do dia-a-dia profissional e pessoal.

Para muitas pessoas trata-se de uma habilidade natural, um talento que facilita o desenvolvimento das competências relacionadas à comunicação.

Para outras tantas, manter a conversa fluindo para estabelecer empatia até chegar ao ponto em que o interesse comum possa ser encontrado e adequadamente tratado (nas situações em que não se deseja ir diretamente a ele, claro) é um desafio constante, que requer atenção e técnicas especiais até que seja internalizado e vire algo natural, pronto para ser colocado em prática quando uma oportunidade de conversa importante surge inesperadamente.

Não há regras definidas, mas o que "mantém a conversa andando" é similar tanto na conversa no corredor na firma, quanto na mesa de bar, quanto no começo de um almoço de negócios: ambas as partes precisam estar atentas, acrescentando elementos continuamente, seguindo em direção ao seu objetivo mas sem desconsiderar o que ouvem, nem colocar a outra pessoa em uma situação que a bloqueie de prosseguir em direção ao interesse comum.

Conhecer técnicas que facilitem o processo é interessante e pode conduzir a melhoria nas comunicações, e assim separei as 3 dicas a seguir, nascidas de orientações dadas aos atores de teatro de improviso (aqueles que recebem uma situação absurda, como 'um sapateiro e um dentista vendendo enciclopédias em uma aldeia esquimó' e a desenvolvem ao vivo, sem combinação prévia), para manter o fluxo da conversação:

1. Diga sim. Mesmo que você considere que há erros no que foi afirmado, se o seu interesse for manter a conversação fluindo (para mais tarde poder voltar a este ponto numa abordagem mais positiva), rejeite a tentação de negar ou corrigir (que leva a outra pessoa a cruzar os braços, fechar a cara e começar a se defender, e não à continuidade do desenrolar), e procure encontrar algo de positivo para dizer a seguir, com foco nos pontos em comum e relacionado ao que foi dito – mas cuidado para não confirmar, sem querer, que concorda com o ponto que você rejeita.

2. Acrescente algo. Não pare no Sim, diga "Sim, e...", e aí acrescente algum elemento novo à conversa. Um exemplo favorável, um caso que confirme o seu ponto de vista, uma exceção curiosa, uma hipótese, uma dúvida... não importa. Uma conversa que flui não é um protocolo rígido em que uma parte apresenta e a outra confirma ou nega, mas sim uma construção contínua em que ambas as partes acrescentam elementos, que individualmente não precisam ser relevantes (nem curiosos, engraçados, etc.), mas sim conduzir ao ponto que se busca discutir.

3. Pergunte menos, afirme mais. Uma conversação saudável não é um interrogatório, e enquanto você estiver criando as condições para chegar à parte objetiva da negociação, é positivo evitar fazer perguntas diretas que forcem a pessoa a expor algo específico ou literalmente fugir de uma questão que preferem não responder no momento. Para obter fatos, uma alternativa é começar contando algo sobre a sua própria situação, e depois acrescentar sua questão de forma ampla, tipo "e vocês lá, como lidam com isso?"

Um complemento importante às 3 regras acima é essencial para quem se sente inseguro em conversações sem estrutura formal: assim nos palcos como nos diálogos, não existe uma forma certa unificada de prosseguir, e as pessoas que conversam de maneira natural tratam eventuais erros e dificuldades de comunicação como um assunto a mais, usando-os como oportunidade para enriquecer e tornar mais pessoal a conversa.

Imite-os, e você acabará se tornando um deles!

Eu conheci as 3 regras acima por meio do livro "Bossypants", autobiografia da comediante (entre outras atividades) Tina Fey, cuja versão em audiobook (narrada pela própria autora) eu ouvi entre um engarrafamento e outro e recomendo!

Leia também:

Como ser promovido preparando-se para ser demitido: 5 dicas

As oportunidades aparecem para quem está preparado, e precaver-se para uma situação indesejada como uma demissão muitas vezes envolvem reforçar as suas características que podem impulsionar sua próxima promoção ou o surgimento de uma nova vaga de seu interesse.

Muitas das situações que levam a uma demissão estão além do poder de influência de qualquer empregado - dificilmente dá de evitar perder o emprego quando a empresa fecha as portas, por exemplo. Mas na maioria das outras, algum gestor acaba tendo de fazer a terrível escolha: quem vai para a rua primeiro?

Existe uma série de características que você pode buscar e que podem afastá-lo do topo da fila do facão, ao menos sob o ponto de vista de boa parte dos gestores éticos e responsáveis. E o melhor: a maioria delas também coloca você em posição de vantagem para procurar nova oportunidade, ou para promoção caso a crise não se confirme.

As medidas propostas são mudanças de comportamento, e só terão efeito preventivo se surtirem efeito (e forem percebidas) a tempo. E se você pensa que isso não é grande consolo na situação internacional corrente, pense no quanto é pior a situação de quem vai concorrer na mesma fila contra essas pessoas que têm algum diferencial a seu favor.

Como não estar no caminho do facão

Mesmo o funcionário mais exemplar da empresa pode se deparar com situações em que uma falência, fusão, aquisição ou fechamento de filial levem ao desaparecimento do seu emprego atual.

O alvo das 5 dicas a seguir não é estar apto a não depender em nada do seu emprego atual. Estamos falando de medidas relativas, que reduzam o choque após uma eventual demissão, e facilitem a busca de uma nova colocação – com o bônus adicional de que elas podem ampliar suas oportunidades de promoção.

1. Capriche na postura profissional

Lembre-se de que existem comportamentos que ajudam você a ser levado mais a sério como profissional.

Mantenha a palavra, cumpra o que anuncia, saiba o limite entre a vida profissional e pessoal (sua e da equipe), não dê desculpas esfarrapadas, mantenha a atitude. Desenvolva a sua influência, sem recorrer à autoridade, e saiba como não ser vítima da política do seu escritório.

Na hora fatídica em que seu superior for chamado a reduzir em 25% a despesa dele com pessoal, ele não vai considerar apenas a produção de cada um, ou o quanto é importante a tarefa que cada um desempenha.

Se o gestor for bom nisso, ele vai parar para pensar na qualidade da interação do grupo que restará após a saída dos demais, e aí são as atitudes e a forma de se relacionar com os colegas que contam. Não é absolutamente necessário se destacar como um líder, mas por motivos óbvios você deve evitar ser apagado ("não fará falta pra ninguém") ou detestado ("vão até comemorar").

2. Fortaleça e expanda seu círculo de contatos - antes de precisar

Um sábio conselho, que ouvi há tempo, acredito e pratico, é que a melhor forma de obter um bom emprego é ter amigos bem empregados.

O chamado networking funciona bem, mas só para quem se dedica a ele também quando não está precisando, e desde que não o use como se fosse outro nome para falsidade e chatice por interesse.

Manter contato é fácil e pode ser até bastante espontâneo, envolvendo lembrar do aniversário dos amigos e mandar mensagens pessoais (nada de mensagens enlatadas no Facebook!), um telefonema ocasional, um e-mail curto e original a cada 3 ou 4 meses, e uma agenda de contatos bem organizada.

Fazer cursos e participar ativamente da sua comunidade local e profissional também são maneiras de expandir seu círculo de contatos, mas não pense que simplesmente obter uma lista com os telefones e e-mails de todos ao final da reunião já conta a seu favor. É preciso usá-la tratando cada integrante individualmente.

Assim, você não vai se ver na situação terrível de se ver sem ter a quem recorrer para obter indicações e dicas na hora em que precisar procurar trabalho, e nem vai fazer aquelas ligações chatas que ninguém gosta de receber, de pessoas que não nos procuram há 20 anos, e só surgem quando têm um problema.

O ideal também é acompanhar ativamente os eventos (mesmo online) da profissão em que você atua, buscando fortalecer contatos com pessoas da mesma atividade que atuem em outras empresas (do mesmo ramo ou não), parceiros, fornecedores, consultores.

No caso das organizações maiores, é possível fazer isso até internamente. Se sua empresa tiver CIPA (comissão interna de prevenção de acidentes), brigada voluntária de incêndio, clube do livro ou outras atividades não-remuneradas e voluntárias, considere esta razão a mais para participar, e se possível integrar a diretoria - especialmente se não houver fricção política contra a administração da empresa. Se você fizer bem-feito e com foco na sua carreira, isso faz o seu nome aparecer localmente, abre caminhos e oportunidades, e ainda pode ser um item a mais no seu currículo.

3. Mantenha atualizado seu currículo

E não é pelo motivo que você pensou: sair distribuindo currículos imediatamente no dia seguinte ao da demissão nem é algo que você deveria fazer.

A razão de manter atualizado o seu currículo é que assim você fica sempre consciente sobre quais são seus diferenciais e o quanto você é um profissional atualizado. Recomendo revisões trimestrais!

Tenho visto recentemente vários casos de profissionais que subitamente precisaram procurar emprego, e só aí foram perceber que não faziam nenhum curso há 12 anos, não eram especializados em nada, suas experiências profissionais dignas de menção eram sobre práticas há muito descontinuadas, e as habilidades que os levaram a ser contratados para o seu emprego anterior hoje têm pouco valor.

Começar a manter atualizado o currículo pode evitar esta surpresa na hora errada, pois estimula a encontrar o que mencionar.

Para ter o que dizer no seu currículo, além de procurar se envolver em projetos e atividades profissionais relevantes, você pode participar do centro comunitário, de alguma ONG ou de iniciativas que possam tirar proveito das suas aptidões, e nas quais você possa desempenhar algum papel cujo valor seja evidente num contexto profissional (como bônus, assim você também pode aumentar seu networking, além do óbvio benefício de contribuir com a sua comunidade).

Em complemento, procure fazer cursos de extensão (mesmo que online e gratuitos, mas registre provas de sua participação, e prefira os de instituições reconhecidas), aprenda algo que o mercado valoriza (como um idioma, informática, estatística, técnicas de vendas, resolução de conflitos, matemática financeira, ou o que for) ou dê um jeito de obter uma graduação ou pós-graduação - hoje dá para fazer isso até via Internet.

Em paralelo, para que seu nome apareça no Google associado a algo profissional, uma forma simples é participar ativamente de grupos ou comunidades relacionados à sua profissão, ou buscar contribuir com revistas ou sites da área.

4. Pé de meia: Forme sua reserva financeira

Quem tem reservas que permitam reduzir o baque financeiro da interrupção dos salários amplia sua capacidade de assumir riscos no trabalho, resistir a conflitos éticos e ao assédio moral, e desenvolver várias outras características que podem ajudar seu atual empregador a manter-se interessado em você.

Para este tipo de situação, investimentos de baixa liquidez (como terrenos, por exemplo) podem não ajudar muito. O ideal é planejar a longo prazo para sempre ter condições de tornar imediatamente disponíveis, ou facilmente conversíveis, recursos em dinheiro equivalentes a 3 meses do seu salário líquido, para ter segurança de que as contas continuarão sendo pagas normalmente no primeiro mês, e que um eventual aperto de cintos posterior possa ser feita com razoável grau de controle.

Se você tem investimentos sem liquidez, pense em futuramente converter uma parte deles para uma alternativa como a descrita acima, mesmo que ela renda bem menos que o restante.

Se você não tem nenhuma poupança, essa pode ser uma razão a mais para começar o fundo de reserva, e dessa vez a sério.

Buscar ter uma fonte de renda adicional na família também conta a favor do mesmo objetivo. Há várias possibilidades: aluguel de um imóvel, prestação de serviços (que não concorram nem interfiram no do empregador!), o salário de outro familiar, revenda de produtos, dividendos e tantos outros. Nenhum é fácil ou rápido de obter, mas são fatores importantes de segurança profissional, e podem ser o pára-quedas necessário na hora do aperto. Na hora de escolher seus investimentos, considere este fator quando for definir seu mix.

Se a crise chegar, abrace os momentos difíceis

Resiliência é o nome dado à característica dos profissionais que mantêm seu desempenho e capacidade de operar, mesmo nos momentos de crise.

Um traço que eles têm em comum é que não vão para o canto e ficam reclamando que isso é injusto, é errado, não devia ser assim, etc. Eles encaram a mudança e buscam adequar seu papel (e suas habilidades e pontos fortes) a ela.

Se sua empresa estiver passando por um momento muito complicado, e especialmente se a responsabilidade por isso não for sua, sua filial subitamente tiver que receber a carga de trabalho de outra que fechou, ou subitamente diversos recursos deixarem de estar disponíveis, e a carga de trabalho de todo mundo aumentar, não seja um dos que vão para o canto resmungar - reveja seu papel e abrace a novidade, já que ela é um fato real.

E, independentemente de sua posição no organograma, busque oportunidades de encontrar o seu caminho e até de liderar nos momentos difíceis.

o medo da demissão às vezes leva o profissional a tomar as decisões erradas. Cautela sempre é bom, mas você precisa saber calcular riscos e assumir responsabilidades. Quem lidera precisa fazer muitas escolhas, mas quem atua em equipe também faz as suas.

Esquivar-se delas, fugir à responsabilidade e buscar apenas as alternativas isentas de risco torna você um integrante preferencial na lista dos que serão descartados em qualquer corte, pois sua ausência fará pouca diferença ou falta.

É melhor correr um pouco mais de riscos, bem calculados, e assim poder ser visto como peça-chave na hora em que alguém for escolher onde o facão vai passar!

Wunderlist 2: nova versão do melhor app para gerenciar minhas tarefas e pendências

Nova versão trará os recursos do Wunderkit e outros solicitados pelos usuários do Wunderlist original.

Atualização: o WunderList 2 já foi lançado. Veja os detalhes!

A lista de tarefas e pendências é o elemento central da minha estratégia de produtividade pessoal, e o Wunderlist é o meu aplicativo preferido para mantê-la: é leve, sincroniza automaticamente entre o computador, a web, o tablet e o telefone, tem todas as funcionalidades que eu preciso (e pouco mais do que isso), e ainda por cima é grátis.

Há alguns meses descrevi como uso o Wunderlist e o método ZTD para capturar, processar, planejar e executar as minhas pendências, em um dos artigos cuja escrita me deu mais prazer em todo o ano: não apenas por compartilhar uma prática pessoal minha que funciona bem, mas também pelo retorno positivo que este texto tem recebido dos leitores desde então.

A soma do método ZTD (ou do GTD) com a ferramenta Wunderlist permitem manter com facilidade os 2 focos essenciais à execução das tarefas: uma visão completa (e priorizada) de todas as pendências, e outra visão complementar e específica das que são "Pra Hoje", que são as que convertem planos em realidade.

Para saber em detalhes como eu faço isso (e continuarei fazendo na próxima versão, detalhada a seguir), leia "Na prática: como eu uso o ZTD e o Wunderlist para ter mais produtividade pessoal".

Um interlúdio descompassado: Wunderkit

Mas poucas semanas após a publicação da notícia acima, recebi uma notícia que me deixou dividido: os autores do Wunderlist lançaram e anunciaram que passariam a dar ênfase a outro app para a mesma função: o Wunderkit, que não era grátis, suportava menos plataformas mas oferecia alguns recursos extras, como separação das tarefas em projetos e a integração de atividades executadas por grupos de pessoas.

Na ocasião prometi um review completo da ferramenta, mas não cumpri: satisfeito com a simplicidade e versatilidade do Wunderlist, resolvi continuar a usá-lo enquanto fosse possível, e aí avaliar se o meu futuro seria o Wunderkit mesmo, ou a ferramenta de algum concorrente.

Wunderlist 2 vem aí

Mas na semana passada tudo mudou de novo: os 36 integrantes da equipe anunciaram que iam desistir do Wunderkit e voltar a dar ênfase ao Wunderlist.

A razão é essencialmente simples: não fui o único fã do Wunderlist que não migrou. Eles tiveram a amarga surpresa de descobrir que o seu segundo produto conseguiu atrair a atenção de quem havia gostado do primeiro, mas não o seu interesse: o Wunderkit foi "app da semana" em uma série de sites e mercados, os usuários instalaram mas... não usaram.

Mas a constatação amarga foi parcialmente adoçada pelo fato de que o número de usuários do Wunderlist, seu primeiro produto, continuava a ser contado na casa dos milhões.

O tempo passou e eles acabaram tomando a decisão difícil: o Wunderkit é que precisava ser abandonado, e agora seu foco é criar uma versão evoluída do Wunderlist, para atender à base de usuários que eles já têm, ao invés de se esforçar para criar uma nova ou deslocá-la.

E o Wunderlist 2 promete: além de incorporar as funcionalidades que nasceram no Wunderkit e outras solicitadas pelos usuários, estão mapeadas melhorias (ainda não reveladas) em áreas como simplicidade, usabilidade e confiabilidade – exatamente os pontos fortes do produto.

O Wunderlist 2 deve sair para Web, iOS, Mac, Windows e Android, e uma versão beta deve ser disponibilizada em breve. Aguardaremos atentos!

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