Você odeia reuniões?

Reuniões indesejadas, assim como as apresentações em slides com textos grandes e gente que atende o celular em momentos impróprios, são males inevitáveis do mundo moderno.

Já tratei do tema muitas vezes aqui no Efetividade (veja a coleção de links para os artigos), mas ele sempre volta à baila, e na semana corrente foi bastante discutido entre meus colegas de trabalho - o que já seria razão mais do que suficiente para eu tratar do assunto brevemente por aqui.

Mas há outro motivo: o Freakonomics (blog de um dos meus livros preferidos da década) publicou um post sobre reuniões (tratando inclusive do ódio contra as reuniões) que merece ser lido e debatido.

Se você manda bem no inglês, corra pra ler o post deles, e também o post do Paul Graham que deu origem ao tema por lá.

Ou, para quem preferir, segue meu resumo adaptado:

Reuniões, gestores e técnicos

Uma razão pela qual os técnicos em geral (e as pessoas cujo trabalho envolve produzir ou criar coisas, em particular) odeiam tanto as reuniões é que os cronogramas deles são diferentes dos das demais pessoas - e por isso as reuniões custam bem mais a eles.

O cronograma dos gestores absorve muito melhor as reuniões, porque a atividade deles é baseada na tomada de decisões. As comunicações diretas e reuniões são ferramentas essenciais para eles, e a agenda deles, dividida na prática em pequenos blocos (às vezes realmente com a duração de uma hora, como vemos nas agendas de papel) comporta muito melhor este tipo de compromisso, e permite mudar de atividade muitas vezes ao longo do dia. Marcar uma reunião ou uma discussão acaba sendo algo muito mais próximo da simplicidade teórica de arrumar um horário, um local e ir lá.

Geralmente (mas nem sempre), os detentores do poder em uma organização trabalham neste tipo de cronograma, e naturalmente esperam (até por não perceber a existência de diferença) que toda a equipe se adeque.


Um stand-up meeting, previsto em metodologias ágeis de projetos

Mas os técnicos (em sentido amplo: escritores, programadores, pesquisadores...) funcionam de outro jeito: a atividade essencial deles demora para engrenar, e quando engrena, precisa de continuidade. A "agenda natural" deles é dividida em blocos maiores, de 3 ou 4 horas, devido a essa latência inicial (o período que demora até a atividade técnica ou criativa engrenar), e ao ganho de produtividade que vem em seguida.

É difícil escrever ou programar bem em períodos de 1h de cada vez. Pessoalmente, para escrever, eu me dou muito melhor com períodos mais longos, demorando uns 45 minutos até alcançar a velocidade de cruzeiro, e às vezes escrevendo vários artigos por vez, para aproveitar o nível de produtividade alcançado. Ter de interromper isso devido a uma reunião ou contato é um fato da vida, mas realmente é bastante custoso para a produtividade e motivação - ainda mais quando a necessidade da reunião não é aceita ou percebida.

Minha atividade diária me coloca em uma agenda de gestor, e aí realmente é natural parar tudo para participar ou coordenar uma reunião, ou para receber algum contato. Neste contexto, não é nada custoso, pois eu já estava no modo de cronograma adequado.

Mas quando entro em alguma atividade que me coloca no modo de cronograma de técnico, aí as interrupções realmente começam a custar caro, e às vezes a presença de uma reunião em um período chega a inviabilizar o bom uso das demais horas daquele período para as atividades que eu inicialmente havia planejado.

E na prática?

Claro que isso não é uma tradução fiel do artigo original, cuja leitura eu recomendo - minha versão tem interpretações e opiniões bastante pessoais. Mas é algo que eu vivo no meu dia-a-dia profissional (inclusive porque vario entre os 2 modos de cronograma), e nunca havia percebido assim, de forma tão objetiva.

Entender a natureza dos desafios da nossa administração do tempo ajuda a resolvê-los de maneira mais efetiva, e não tenho dúvida de que a compreensão destes fatores pode ajudar, no mínimo, a escolher melhor os métodos (como o stand-up meeting, da foto lá de cima), datas e horários das reuniões das equipes técnicas, para evitar o desperdício desnecessário do seu potencial. E não vejo limite máximo para as melhorias de produtividade e resultados que o uso otimizado das reuniões pode trazer. Afinal, ele traz vantagens pelos 2 lados: o melhor aproveitamento do potencial da equipe, e as vantagens que a comunicação efetiva (nterna, com parceiros, fornecedores, clientes, etc.) trazem por natureza.

E já que estamos tratando do assunto, leia também "Reunião mais produtiva: como preparar, executar e encerrar com efetividade" e "Ganhe produtividade sabendo lidar com as interrupções no trabalho" - depois compartilhe conosco suas impressões!

Central de entretenimento: Uma vida nova - e multimídia - para seu teclado portátil de celular

Faz bastante tempo que eu tenho um teclado Bluetooth portátil para usar com celulares, PDAs e smartphones (e até já escrevi sobre isso, quando tinha um modelo anterior).

A utilidade natural dele é algo que valorizo bastante: permitir escrever com maior conforto e praticidade quando estou distante de computadores mas não posso deixar o relatório ou post para depois.


O teclado do E71 tornou semi-obsoleto - por algum tempo - o meu teclado portátil Bluetooth

Mas desde que adotei como celular um Nokia E71, graças ao seu diminuto mas bem executado teclado QWERTY, a questão da praticidade ao escrever tornou-se menos complexa, e a necessidade de recorrer ao teclado externo foi ficando mais esporádica (só no caso de textos realmente longos), a ponto de ele praticamente ter passado a residir na gaveta de gadgets, e não mais na mochila.


O teclado bluetooth acabou ficando alguns meses na gaveta de gadgets...

O meu teclado portátil é um Nokia SU-8W, mostrado (aberto) na foto acima. Fechado ele fica pouco maior que a minha carteira, e assim podia ser transportado sem problemas no bolso da mochila. Mas depois de um bom tempo sem ter de usá-lo, a aposentadoria foi natural - e acredito que este seja o caso dos teclados de bastante gente que já era heavy user de tecnologias móveis antes da popularização da geração atual de smartphones com soluções mais engenhosas para entrada de texto.

Entra em cena a central de entretenimento

Já faz algum tempo que instalei junto à TV de casa um computador (no meu caso, um Mac Mini - mas também poderia ser um notebook velho) após reconhecer quanto tempo eu gastava convertendo os mais variados conteúdos para assistir no conforto da tela grande - com o computador ligado lá, assisto a estes materiais diretamente em seu formato original, e ainda tenho a oportunidade de fazer uso de diversos outros recursos de entretenimento em que os micros saem na frente do aparelho de DVD (também já toquei no assunto anteriormente).


O menu principal do meu Media Center

Mas um ponto fraco desta instalação era a questão do teclado. Para o uso ocasional, o teclado virtual do Mac OS X até resolvia bem, mas quando chegava a hora de digitar de verdade, eu tinha que recorrer a um teclado USB que realmente não era bem-vindo naquele ambiente. Grande demais para manter lá, atraindo poeira, com cabos e conectores adicionais - tudo o que não precisamos na sala aqui de casa. E ficar buscando e guardando a cada vez era uma solução bem menos do que ótima.

Um casamento perfeito

A idéia de testar o teclado da Nokia junto ao computador da sala ocorreu em uma dessas viagens ao armário do escritório para pegar o teclado. Periféricos Bluetooth costumam seguir um padrão básico que permite boa interoperabilidade entre dispositivos de origens diferentes, então antes mesmo de pesquisar (e confirmar) no Google eu já imaginava que as chances estavam a meu favor, pois sabia que o Mac Mini tinha suporte a Bluetooth.

Mais tarde tive oportunidade de testar o mesmo recurso em um PC comum (o Zumo também fez o mesmo, e detalhou mais), usando um adaptador Bluetooth como o da imagem acima, comprado na loja da esquina, portanto posso confirmar que a mesma dica serve em ambas as plataformas (e provavelmente também em videogames como o Playstation 3 e seus concorrentes).

O procedimento não tem nada de complicado, ainda mais se você já tiver passado pela experiência anterior de configurar um teclado Bluetooth em qualquer plataforma: usa-se o recurso do sistema operacional para procurar por dispositivos Bluetooth nas proximidades, ele encontra o teclado e pede que digitemos uma determinada série de números nele, para confirmar a conexão. A partir daí é só alegria.

Google, Youtube e Wikipedia na televisão da sala

Como o tecladinho é alimentado por duas pilhas palito, cabe em qualquer canto e não acumula poeira (porque pode ser fechado), foi fácil encontrar um bom lugar para deixá-lo no nicho em que ficam os controles remotos e o controle do videogame, e aí na hora de usar é só esticar o braço.

Com isso, na hora em que surge a necessidade de recorrer ao Google ou à Wikipedia para solucionar algum debate ou confirmar alguma aposta, é só dar pausa no show que estiver tocando, e enquanto o navegador abre, o teclado entra no ar e pode ser usado para digitar com conforto suficiente.

Se eu recomendo que eu compre um teclado deste tipo para esta finalidade? Não, a idéia é que quem já tem um periférico assim possa dar um novo uso a ele. Se você está planejando uma central de entretenimento para a sua casa, existe grande variedade de teclados (tamanho normal ou não - e alguns projetados especificamente para isso) sem fio que você pode avaliar e escolher.


O valente Mac Mini

Mas se um modelo portátil fizer sentido para você, avalie os teclados Bluetooth para celular - muitos deles são até mesmo certificados para PC e Mac, confira na caixinha e ganhe funcionalidade extra sem cabos e espaço adicional.


O tecladinho RF com trackball da DealExtreme

E se você estiver mesmo pensando em comprar algo, e quiser procurar alternativas incomuns, procure em seu fornecedor favorito um destes tecladinhos Bluetooth feitos especificamente para uso com PCs (com um conjunto de teclas físicas mais completo), ou mesmo um mini-teclado com trackball embutida, para substituir também o mouse - mas este não é bluetooth, e sim RF. Mas faça isso inteiramente por sua conta e risco, e depois conte pra gente os resultados ;-)

Fazendo acontecer: O que podemos aprender com Adams Óbvio

Obvious Adams, traduzido no Brasil como Adams Óbvio, é um personagem de ficção que eu vim a conhecer ainda na adolescência, devido a uma jogada de marketing brilhante da Souza Cruz, que encartou a sua história (na forma de livreto) nas principais revistas brasileiras, para ajudar a promover o conceito do cigarro Free - em uma época em que as leis contra o tabagismo ainda eram bem menos severas do que hoje.

A campanha não me transformou em um fumante, mas a história de Adams Óbvio (juntamente com a "Mensagem a Garcia", que abordarei em outra ocasião) me deu diversas dicas que até hoje me inspiram na hora de realizar escolhas complicadas ou de procurar o fio da meada de problemas complexos.

(alerta de repost!) Escrevi e publiquei o artigo abaixo originalmente no final de 2006, mas trago-o de volta à capa hoje em homenagem à quantidade de soluções complicadas que tenho visto surgir para os problemas simples do dia-a-dia, e em atenção ao contingente de leitores que começou a seguir o Efetividade.net mais recentemente.


Capa de uma edição recente

Em meados de 2006 comprei uma reprodução da edição original do livro em inglês (datado de 1916), e acredito que os leitores do Efetividade.net gostarão de saber que existe uma tradução completa (e legalizada, acredito) do livro disponível para livre acesso na Internet. Não vou reproduzi-la aqui, mas compartilho meus comentários sobre o que podemos aprender com Adams Óbvio, e os links para onde o texto integral pode (ou podia) ser encontrado.

Quem é Adams Óbvio

"Adams Óbvio" é a biografia ficcional de Osborne Adams, que trabalhava para a Oswald Advertising Agency, em New York. O livro foi um sucesso instantâneo quando foi publicado - um fenômeno comparável ao de "Como fazer amigos e influenciar pessoas", nos anos 70, ou "A terceira onda" nos anos 80.

É um livro bastante curto, com estilo que trai seus mais de 90 anos de idade, que você pode ler tranquilamente em menos de 1 hora, e eu recomendo - mas muito mais pelo potencial de inspiração do que pela possibilidade de aprender alguma lição prática.

Consta que sucessivas edições se esgotaram durante anos a fio, inclusive porque executivos tinham a prática de presentear suas equipes com exemplares do livro, na esperança de inspirá-los a seguir o exemplo de Adams, por mais óbvia que a sua história seja ;-)

Todas as pequenas "parábolas" da história de Adams Óbvio acabam demonstrando a razão do seu sucesso: fazer o óbvio. Mas não aquele óbvio que salta aos olhos, que freqüentemente é a razão do insucesso de quem não analisa suficientemente suas questões - Adams sabia que o óbvio nem sempre é evidente, e ia até o cerne, não se deixando desviar dos fatos, nem cedendo à tentação de analisar apenas a parte mais interessante da amostra.

Olhar objetivamente os fatos, analisá-los, chegar a uma conclusão clara, e agir de acordo com ela, é a receita da maioria das vitórias. Ainda assim, muitas vezes estas vitórias nem chegam a ser reconhecidas como tal, devido ao sherlockiano efeito de considerar simples um problema complexo, uma vez que a solução seja apresentada.

Necessário, mas insuficiente

É claro que a atitude de Adams não é suficiente para levar ninguém ao sucesso, pois da direção dele não surgem as estratégias surpreendentes que acabam sendo o diferencial ou o ponto de vantagem em relação a outras empresas ou organizações que tenham a mesma competência. Mas os resultados do exemplo de Adams são um exemplo a ter em mente para quem atinge menos do que ele por duas razões básicas:

  1. Por não dedicarem atenção suficiente à análise, acabam fazendo menos do que o óbvio; ou
  2. Por desejarem se destacar mais do que desejam resolver o problema, deixam de fazer o óbvio.

Na minha opinião, toda equipe bem-sucedida deseja ter pelo menos um Adams Óbvio, e todo líder de sucesso deve saber quando seguir o exemplo de Adams, e quando fugir dele.

E não tenho dúvida de que todo mundo em busca de um avanço em sua carreira não pode deixar de ler e refletir sobre a história de como Adams obteve seu primeiro emprego em publicidade.

E quem lida com chefes ou equipes que têm dificuldades em remover a neblina que esconde o óbvio deve recomendar especialmente o trecho em que Adams descobre como aumentar a lucratividade da filial da loja de calçados.

Para ler a história completa, veja a tradução oficial disponibilizada on-line e gratuitamente por uma agência de marketing chamada... Óbvio.

Ao final do texto traduzido, há um anexo escrito pelo autor, anos depois da publicação, explicando 5 maneiras de testar o óbvio, e 5 caminhos criativos para reconhecê-lo. Eis os caminhos, mas para saber a explicação e os exemplos do autor você terá que ler lá ;-)

  1. Não se impressione como a coisa sempre tenha sido feita ou como outras pessoas gostariam de fazê-la.
  2. Imagine como seria divertido se tudo pudesse ser completamente invertido. (O fato de uma coisa ter sido feita ou construída de um certo jeito, por vários séculos, significa, possivelmente, que chegou a hora de questioná-la.)
  3. Será que você conta com a aprovação e com a participação do público no seu projeto?
  4. Quais oportunidades estão passando desapercebidas porque ninguém se importou de examiná-las?
  5. Quais são as necessidades específicas do caso?

Os exemplos são bastante ilustrativos, mas também são um testemunho da idade do livro: a invenção dos carros-leito em ferrovias, a caneta esferográfica, os supermercados (o conceito do "pegue e pague"), os queijos Kraft. Todas estas idéias parecem óbvias hoje, e não dão a idéia de serem uma grande aplicação de tecnologia. Mas elas certamente não eram óbvias antes de serem inventadas!

O resumo da ópera: fazer apenas o óbvio não é receita de sucesso, mas fazer menos do que isto, ou deixar de fazê-lo, é sempre um caminho arriscado.

Como entrar em forma para o verão: 8 dicas de motivação para sair do sofá

Entrar em forma para o verão é um desejo comum. Mesmo acreditando que muitos leitores compartilham comigo a característica de ser mais sedentário e menos atlético do que gostaria, entretanto, eu preciso começar com uma ressalva: deixar para entrar em forma só quando o verão se aproxima não é a forma mais saudável de lidar com a situação, não importando se a motivação é estar apto para as atividades físicas das férias ou uma preocupação adicional com a estética.

Mesmo assim, bastante gente começa a sentir o impulso do exercício quando o inverno começa a acabar e a primavera desponta. Se isso puder levar você a uma vida mais saudável, entretanto, não há razão para evitar, desde que de forma comedida e segura, ou seguindo a orientação de um profissional habilitado.

Como fazer, que atividade praticar, e com que intensidade e frequência, eu deixo para você escolher com a ajuda de quem estiver habilitado a falar sobre o assunto (uma dica é dar uma olhada nestes 3 estágios para entrar em forma). O que eu quero falar é sobre a motivação para começar e continuar com os exercícios, assunto relacionado mais de perto à temática aqui do Efetividade - para os demais detalhes.

Entrar em forma para o verão pode não ser TÃO saudável

Entrar em forma para o verão pode ser, em si, uma prática pouco efetiva, a não ser que você cuide da sua condição física durante todo o ano, e no verão busque apenas um brilho adicional.

Como diz o Nuno Cobra, em "Entrar em forma no verão: o erro mais comum":

O corpo não é uma máquina que se liga na tomada e já entra em 220, como a gente vê por aí todos os dias. Há que se ter a noção concreta da fragilidade desse corpo. Principalmente, para quem se descuidou durante anos e anos a fio. É necessário, portanto, desenvolver esse controle emocional e entender definitivamente que o trabalho saudável com o corpo, requer muita paciência e aceitação do baixo nível físico do momento. Tudo deve ser feito de forma absolutamente gradativa, com muito critério e bom senso.

Ou seja: avance aos poucos, atento aos seus limites e sem perder de vista os objetivos. E não pare depois que o verão chegar, e acabar ;-)

Como se manter motivado

Fazer a primeira sessão de exercícios já é custoso (acaba sempre ficando pra semana que vem, que nunca chega...), mas quando chega a acontecer, abre as portas de novos desafios: chegar à terceira sessão, à terceira semana, ao segundo mês, etc. As tentações que surgem no caminho da pista ou da academia são muitas, assim como os obstáculos, na forma de chuvas, frentes frias e de cobertores quentinhos que convidam a ficar mais 45 minutos na cama.

Motivação é algo que não vem de fora: ela está (ou não) dentro de nós. Mas ela pode ser estimulada, inclusive por nós mesmos - e a motivação para se exercitar, quando não vem dos objetivos em si (a forma física, a saúde, a preparação para alguma prova, etc.), é algo que precisa ser permanentemente renovado, porque as tentações e obstáculos mencionados acima também se renovam sem parar.

Na minha opinião, o primeiro passo é ter um plano razoável, exequível e alinhado aos seus objetivos, e estar disposto a segui-lo. No meu caso, o exercício praticado é o ciclismo (ou os passeios de bicicleta, para não dar a impressão de que eu sou mais atlético do que a realidade), e eu defino previamente o número de vezes que quero andar por semana, e a quilometragem mínima a alcançar. O plano deve ter o grau de flexibilidade adequado: no meu caso, por exemplo, chuvas (no inverno) e temperaturas abaixo de 10 graus cancelam o compromisso.

Mas ter o plano não motiva - é apenas um requisito. Para realmente manter a motivação do exercício regular, já encontrei na literatura muitas sugestões, e posso listar as que funcionam bem para mim. Vamos a elas!

As 8 dicas para manter a motivação dos exercícios

Equipamentos são recompensas! Comece com o básico que você já tem, investindo inicialmente apenas nas necessidades essenciais de segurança. Não saia comprando o melhor tênis e o melhor traje ao seu alcance na primeira semana, nem faça com que isso seja a condição para que os exercícios comecem: inverta o jogo e use isso para se motivar! Associe a busca dos equipamentos ao seu plano (veja a dica abaixo sobre metas), e vá adquirindo os equipamentos melhores ao seu alcance conforme for alcançando os resultados definidos. Para mim, no começo da minha retomada, pedalar alguns quilômetros a mais ficava mais fácil quando isso estava associado como condição para comprar um fone de ouvido melhor ou um pára-lamas para a roda traseira.

Defina e registre métricas do seu rendimento: acompanhar os exercícios com base nos resultados (redução do peso, da cintura, da pressão arterial, etc.) pode ser suficiente para algumas pessoas, especialmente quando a coisa funciona bem. Mas para manter a motivação antes de a rotina engrenar, registrar indicadores de execução pode ser bem mais eficaz. Escolha o conjunto de métricas mais adequado aos seus objetivos, e passe a anotar em uma tabela o resultado de cada sessão. Eu tenho um velocímetro e odômetro na bicicleta, mas registro só a quilometragem diária, as condições climáticas de cada sessão e o número de sessões por semana. Dependendo do objetivo do exercício, poderia ser interessante registrar também velocidade média, por exemplo. As métricas escolhidas devem ser condizentes com o seu plano, é claro.

Acostume-se a consultar a série histórica: a cada vez que registro os indicadores do dia, comparo com os anteriores. Ainda estou em uma retomada de condicionamento, após um longo período de inatividade, portanto ainda é especialmente agradável perceber que a cada dia ando mais do que no anterior, já que o condicionamento vai chegando aos poucos. Ando de 50 a 90min por sessão, e quando comecei completava 8km por sessão, agora já passei do dobro: estou em 17km. Logo vou chegar ao limite do conforto, e o gráfico vai ficar mais próximo de uma reta, mas vai continuar fazendo sentido consultar a série, especialmente porque eu registro as condições climáticas, e posso comparar o efeito que um dia de vento mais forte, ou de temperatura mais alta, ou mais baixa, causa sobre o meu desempenho.

Fixe metas de execução, e não de resultado: os resultados sempre demoram mais para aparecer, e seu ritmo pode não ser constante. Fixar metas baseadas apenas neles ("perder 3kg no primeiro mês", por exemplo) é uma forma pobre de acompanhar seu desempenho, e um risco ao seu sucesso. Defina metas alcançáveis, claramente quantificadas e com prazo, mas baseie-se na execução, e não no efeito: por exemplo "pedalar 15km em 1 hora até o final do segundo mês". As metas motivam com base no desafio, e quando se trata de alcançá-las, competir consigo mesmo é um desafio constante.

Nada de pressa: atenção aos seus limites: vá aumentando suas metas aos poucos, e com base no seu rendimento real. Ter metas irreais desmotiva, quando não conseguimos alcançá-las, e é um risco à saúde e ao condicionamento, quando de fato tentamos. Acabar com um estiramento muscular ou tentado a recorrer a aditivos químicos com fortes efeitos colaterais e que podem acabar comprometendo os objetivos do exercício não vale a pena. Encontre seu ritmo aos poucos.

Pratique um exercício que lhe agrada e esteja ao seu alcance: se o esporte que você gostaria de praticar não estiver ao seu alcance, esta é uma boa razão para não praticá-lo por lazer. Mas quando se trata de exercícios para manter a forma, às vezes é preciso estar disposto a abrir mão do luxo da escolha. Eu gosto de bicicleta e aqui perto de casa dá para andar, então não é difícil para mim praticar. Por outro lado, não aprecio corridas e caminhadas, e só recorreria a elas se não houvesse outra opção. Mas esta condicional pode ser a chave: as escolhas são limitadas aos exercícios que estão ao nosso alcance, mas neste contexto o conjunto do que está ao nosso alcance é amplo: há quem acorde de madrugada para ter tempo de se exercitar, há quem pratique séries de abdominais, apoios e halteres dentro de casa, e há até mesmo quem consiga usar esteiras e bicicletas ergométricas em casa sem deixá-las em um canto já na segunda semana, transformando-as em cabides ou acumuladores de poeira.

Saiba se preparar: Aquecimento, alongamento, alimentação adequada e cuidados com a segurança são fundamentais. Se for pedalar de noite, por exemplo, tenha atenção especial com os refletores (ou recorra a lanternas e faroletes adequados). Se preferir uma modalidade com riscos maiores, como os esportes de aventura que o Stulzer cobre lá no Transpirando.com, ou como a natação oceânica que o meu pai pratica, equipe-se adequadamente, e tenha o apoio necessário. E faça da preparação uma parte importante e interessante do exercício!

Marque na agenda: a idéia de que você não tem tempo para se exercitar fica pior quando você deixa esta atividade fora da sua agenda. Se você é sério em relação ao objetivo de se exercitar regularmente, e se o tempo para isso existe, assuma isso como um compromisso tão sério quanto os demais que você tem, agende-o da mesma forma, e cumpra. Provavelmente você já tem itens bem menos importantes e úteis na sua agenda! ;-) Eu pedalo segunda, quarta e sexta, e levo esse compromisso bem a sério.

Para mim, as 8 dicas acima funcionam bem. Quais são as suas?

Belkin Cushtop: um suporte para notebook que passa no teste do sofá

Suportes para notebook são produtos que já passaram em grande número pelas minhas mãos (até já avaliei 2 deles aqui para o Efetividade.net), mas sem exceção eles funcionavam melhor sobre uma escrivaninha, como ferramentas para transformar o notebook temporariamente em um desktop, geralmente dependendo de um teclado e mouse externos para cumprir melhor a sua função.

Mas aos preços atuais os laptops estão cada mais presentes também nas casas, e aí o uso onde o nome indica (laptop significa, em tradução livre, "sobre o colo") se torna mais desejável - afinal, nem todo mundo vive a atmosfera de home office, e é comum os notebooks funcionarem como ferramenta de entretenimento, estudo ou lazer - e aí nada mais natural que usá-lo na poltrona ou sofá.

E aí surgem oportunidades para muitas empresas que se dedicam a oferecer acessórios de informática para nós, consumidores finais de tecnologia. E no que diz respeito aos suportes de notebook, eu testei realmente vários, e nenhum deles havia passado com sucesso no teste do uso casual na poltrona ou sofá - ou são desajeitados, ou não oferecem bom apoio, ou lhes falta firmeza ou - horror dos horrores - colocam obstáculos no caminho do trackpad ou do teclado.

Eis que surge aqui na área o Cushtop, da Belkin: um suporte para notebook projetado especificamente para o uso no colo, seja no sofá, no colchão ou mesmo no chão.

Feito com interior rígido e cobertura acolchoada, a abertura central permite inserir a fonte de alimentação e o mouse, na hora de guardá-los. As duas faces do produto não têm a mesma área: uma delas tem dimensões apropriadas para um notebook de até 15 polegadas, e a outra é um pouco maior, caso você tenha um desses notemonstrengos de 17 polegadas.

A espuma acolchoada é projetada para não contribuir com o superaquecimento do notebook, e a capa de microfibra permite que você limpe o produto quando necessário.

O modelo que temos aqui em casa foi comprado no Submarino, e está em uso constante desde o final de 2008, sem desgaste visível. O notebook fica firme, sem escorregar, sem superaquecer e sem esquentar o colo de ninguém. O compartimento para o mouse externo e a fonte é uma grande sacada (onde cabe até o HD externo eventual), e contribui para a redução do potencial de bagunça causado pela mobilidade informatizada doméstica.

Recomendamos!

Melhorando o café da sua cafeteira elétrica

Você usa cafeteira elétrica? Eu já tive o hábito, mas sou fã do sabor do café, e hoje aqui em casa só sai café produzido à moda antiga, com água fervida no fogão (e filtros descartáveis). Só que durante algum tempo fomos vítimas diárias de uma cafeteira elétrica, e acabamos nos acostumando a uma realidade que é a de muitos usuários deste dispositivo perverso: o primeiro café do dia (justamente o mais importante) nunca saía com a mesma qualidade dos demais.

E o pior é que quem só faz café uma vez por dia pode até mesmo levar anos consumindo um produto de qualidade bastante inferior ao potencial do seu aparelho, sem perceber nem descobrir. Mas é para isso que o Efetividade.net está aqui, e vem em seu resgate com a dica que pode resolver a questão.

No nosso caso, doar a cafeteira a quem precisava dela, e aí adotar o café à moda antiga, resolveu completamente o problema do café da manhã da casa. Mas há casos - como em copas de escritórios, por exemplo - em que a cafeteira elétrica é a melhor alternativa disponível, e neste caso a dica que veio da Newsweek via Lifehacker pode significar um enorme salto de qualidade na sua dose diária de cafeína.

Efetividade no café de cafeteira

E a dica é muito simples: o primeiro café do dia não sai com a mesma qualidade dos demais porque -- exceto nas melhores cafeteiras do mercado (não basta apenas ser de "marca boa"!) -- a capacidade térmica da cafeteira não é suficiente para garantir, no começo da operação, que a água passe por todo o processo na temperatura adequada. Ela começa o ciclo, ainda no reservatório de água pura, na temperatura certa, mas esfria no caminho, e isso acaba prejudicando bastante a qualidade da solução que pinga na jarra refratária.


Uma cafeteira italiana (moka) também produz uma alternativa saborosa

Mas resolver isso é simples, e é algo que muitas pessoas experientes já fazem, abrindo mão de um pouco da pressa e da eficiência energética do aparelho em nome de mais qualidade para o produto final: basta encher o reservatório com um pouco mais de água do que o habitual e colocar a cafeteira para fazer um ciclo completo sem colocar o filtro (nem o pó de café, naturalmente). Quando acabar, esvazie a água quente da jarra refratária diretamente dentro do reservatório de novo, e aí comece outro ciclo - dessa vez com filtro e pó de café.

Com a temperatura uniforme, a infusão também vai ganhar qualidade, e o produto final que você beberá estará mais próximo do sabor esperado - desde que você o tome logo, e não o deixe ali sobre a chapa por um longo período.

O mesmo efeito pode ser alcançado aquecendo a água antes em uma chaleira ou em alguma outra fonte de calor mais rápida e eficiente, mas eventualmente o grau de esforço (e a multiplicação de aparelhos que precisarão ser limpos depois) deixarão de compensar, e você vai acabar percebendo que vale mais a pena recorrer a outro método - foi o que aconteceu aqui em casa.

Ou você vai se resignar e tomar aquela infusão semelhante a café que a cafeteira elétrica libera ao final de sua operação inicial a frio - que se não é o melhor que ela pode fazer, também não é tão ruim a ponto de ser desprezada por quem não tem estes minutos a mais para gastar.

E se tudo o mais falhar, você sempre pode considerar a possibilidade de tomar o café na padaria da esquina do trabalho até chegar o dia em que poderá comprar a sua própria máquina de café espresso ;-)

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