Compra coletiva no comércio eletrônico: poder de barganha para economizar
Que tal se reunir com outros consumidores interessados em comprar on-line os mesmos produtos que você, e assim conseguir melhores condições e preços mais baixos?
Com as notícias recentemente divulgadas sobre a concentração do faturamento do comércio eletrônico brasileiro (a parte maior do bolo fica na mão de uma única empresa, a B2W, que controla Submarino, Americanas.com e Shoptime), senti alguma preocupação com este rumo, pois este tipo de concentração nunca é bom para o consumidor - embora eu seja um cliente satisfeito das 3 marcas.
Mas iniciativas como o Compra3 podem ser uma boa estratégia para conviver com essa realidade. A descrição oficial ajuda os que ainda não ouviram falar: "serviço gratuito que proporciona ao usuário comprar com os melhores preços, nas mais renomadas lojas da web. Isso só é possível devido ao inovador sistema que organiza, com cada loja parceira, as compras de cada consumidor em grupos de compra. (...) Comprar pelo Compra3 é comprar na hora, os melhores produtos, com os melhores preços, nas melhores lojas".
Não estou ganhando nada pra falar sobre o serviço deles, e até estou curioso para saber se alguém da audiência já experimentou (eu vou fazê-lo na minha próxima compra on-line). Por enquanto, entrei em contato com os responsáveis e pedi uma descrição que me permitisse entender melhor, em linhas gerais, qual é a idéia.
Fui prontamente respondido, e compartilho a resposta recebida por e-mail:
O Compra3 fica em Curitiba, grande parte da equipe fica por aqui, exceto alguns profissionais parceiros que colaboram de acordo com demandas conosco de São Paulo.
Esse projeto do Compra3, nasceu o princípio da Inteligência Coletiva, que Pierre Levy fala bastante. Foram anos de pesquisas de mercado, autores, testes, projeto piloto e etc. Hoje temos pouco mais de dois anos oficializados e por enquanto o que veio sustentando a empresa foi um grupo de investidores. Voltando a idéia de Inteligência Coletiva, na internet as pessoas tem inúmeras possibilidades de interagir, e realmente o fazem. A partir dessa interação as pessoas comuns começaram a ganhar poder, (os blogs são exemplo disso), e então os consumidores ficaram mais conscientes, mais participativos, mais exigentes.
Percebendo tudo isso o Compra3 organiza o processo de compra e venda, valorizando a interação dos grupos de consumidores. Em grupo cada indivíduo é mais forte. O Compra3 então não é uma loja, trabalhamos com o e-commerce, mas reunindo pessoas para que elas possam comprar “com uma melhor experiência”. Que na grande maioria das vezes os descontos e melhores preços são o desejo de quem compra.
De outro lado estão as lojas, que através do Compra3, podem vender ao invés de um produto por vez, baratear o custo desse produto e vender para um grupo de cada vez.
Voltando aos princípios da Cibercultura em que acreditamos tanto, o Portal Compra3, ou as Ferramentas de Compra Coletiva são uma forma interativa de unir os participantes do processo de compra e venda, resultando em benefícios para ambos os lados. O que só é possível na prática devido à internet. É uma revolução na forma de pensar negócio na web 2.0. Muitas empresas estão girando em torno da mesma prática de negócios, mas é rara a companhia que permite um grupo de pessoas interfira diretamente nos preços dos produtos e ainda comentar, fazer resenhas de produtos e impactar o mercado. O Compra3 nesse aspecto se posiciona como parceiro do consumidor, pois nós negociamos diretamente com as lojas para que esse “poder ao consumidor” seja realmente praticável.
Acredito que a idéia por trás do compra3 é essa, não é nada muito complicado, só é novo.
Me lembrou bastante os conceitos que quem andou lendo recentemente o Wikinomics ou a Cauda Longa (recomendo muito ambos, para qualquer pessoa interessada em entender como se ganha dinheiro na Internet! - veja também minha apresentação introdutória) vai reconhecer logo de cara - e por isso me agradou.
Se o Compra3 vai ter sucesso já é outra história - os consumidores são bichos ariscos em relação a qualquer intermediário visível, e isso pode atrapalhar. Mas me dá a impressão de que o serviço deles agrega valor, e para mim é muito bem-vindo como alternativa.
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