Valorizando o currículo: como conseguir o emprego dos seus sonhos na área de Informática

Se você for esperto e capaz de realizar atividades relevantes, já tem meio caminho andado para preparar um currículo capaz de conseguir a vaga desejada.

Os artigos anteriores sobre currículos aqui no Efetividade.net tratavam especificamente dos aspectos técnicos da confecção do currículo: como contruir o visual de um bom modelo de currículo, o que escrever nele, como se preparar para a entrevista (esta série ainda está em andamento), e outros detalhes sobre o currículo enquanto documento.

Mas o profissional efetivo que percebe a tempo a questão da sua empregabilidade sabe que há um aspecto muito mais importante nos currículos: ter experiências, aptidões e objetivos para registrar nele.

E é neste sentido que um artigo de Dan Kegel, um desenvolvedor que já trabalhou em locais de prestígio como a Activision (nos bons tempos) e o laboratório de propulsão a jato da NASA, e já selecionou muito mais estagiários e funcionários do que eu provavelmente farei durante toda a minha vida, pode ajudar. Ele criou uma lista bastante curta e indo direto ao ponto sobre o que você pode fazer hoje para estar apto a encontrar o emprego de seus sonhos em TI, baseado em sua experiência com recrutamento e seleção.

Mas só por ser curta e direta, não significa que a lista é fácil de preencher - embora também não seja nenhuma lista de Trabalhos de Hércules. Vamos a ela.

Como ser contratado

Em primeiro lugar, por mais especialista que você seja, e por mais brilhante que tenha sido a sua carreira acadêmica, esteja disposto a demonstrar que você sabe o básico. Se o seu entrevistador pedir para que você construa um algoritmo, um programa que conte de 1 até 10 na tela, um script que renomeie com um prefixo todos os arquivos de um diretório ou um SELECT que retorne os primeiros 10 registros de uma tabela qualquer, saiba que não é nada incomum: muitos recém-egressos do mundo acadêmico não sabem ou não lembram dos conceitos mais triviais do mundo real, e ao pedir que os candidatos demonstrem habilidades tão simples, o entrevistador pode determinar rapidamente se está lidando com um destes (que pode ser muito valioso em determinadas áreas específicas, mas terá uma curva de aprendizagem pela frente em outras).

Os entrevistadores geralmente estão em busca de 2 características essenciais: pessoas espertas e capazes de realizações. É difícil descobrir se a pessoa é esperta, se ela "se vira". Mas a entrevista em geral tenta determinar isso. Claro que não basta ser esperto, e é por isso que o empregador procura no seu currículo: projetos completados, dificuldades ultrapassadas, criações concretas e evidência de brilho.

Portanto, pessoas que já tenham realizado coisas interessantes levam vantagem. Possuir experiência prévia que seja claramente aplicável à vaga que você está disputando é um trunfo muito difícil de ser superado por outros candidatos que não o possuam.

Assim, é muito difícil ser contratado para uma atividade que você nunca fez antes. Se a vaga é para desenvolver um sistema de comércio exterior em Java com Oracle, e você tem mestrado em inteligência artificial e ganhou prêmios internacionais por sistemas feitos em Delphi, você provavelmente entrará na fila atrás do cidadão que sabe de Java apenas o que aprendeu nas cadeiras introdutórias da faculdade, mas tem especialização em comércio exterior, e também da menina que nunca lidou com comércio exterior, mas já liderou o desenvolvimento de um sistema de controle de fluxo de caixa em Java com MySQL.

Como usar isto a seu favor

Agora que você já sabe o que os empregadores procuram, use isto a seu favor enquanto é tempo. Escolha a área em que você pretende um dia atuar (por exemplo, administração de redes, ou desenvolvimento de aplicativos), e trace um panorama de quais as experiências que serão necessárias para um bom candidato nestas áreas.

Aí é só usar seu coeficiente de viração própria para procurar obter estas experiências antes de chegar ao mercado de trabalho. Já contratei um desenvolvedor que obteve sua experiência em Java desenvolvendo em casa um sistema de controle para o estacionamento no qual trabalhava para pagar a universidade. Mas ele não se limitou a criar um "sisteminha": caprichou na portabilidade em relação a diversos SGBDs, usou conceitos de usabilidade de interface humana, criou documentação para desenvolvedores e usuários. Ou seja: ele sabia que estava construindo sua própria vitrine mesmo trabalhando em um singelo estacionamento, e quando terminou a faculdade estava em melhores condições de empregabilidade do que diversos de seus colegas que haviam estagiado em empresas bem maiores.

Por outro lado, todos os anos recebo candidatos a vagas de desenvolvedor recém-formados, cuja única experiência com tecnologias do "mundo real", como construção de consultas SQL ou desenvolvimento de sistemas nas linguagens mais populares, ocorreu no ambiente acadêmico, com os exercícios que o professor passava. Em uma situação assim, tendo de escolher um aluno nota 10 mas que nunca participou de um desenvolvimento de sistema, e o rapaz do estacionamento acima (mesmo supondo que a média de notas dele fosse 7,5), qual você acha que teria mais chances para uma vaga na área de desenvolvimento de sistemas hoje?

E você não precisa trabalhar em um estacionamento para se dar bem. Se você quer ser desenvolvedor, que tal contribuir com algum projeto de código aberto, a ponto de ter seu nome mencionado nos créditos do mesmo? Se quer administrar redes, que tal passar um semestre indo uma vez por semana como voluntário em uma escola pública, mantendo em operação a colcha de retalhos de equipamentos doados que elas muitas vezes têm, e dando um jeito de conectá-las em rede local e à Internet usando um gateway configurado integralmente por você? Se quer trabalhar com bancos de dados, que tal desenvolver algum website interativo que envolva funções de cadastramento e consultas diversas, e mantê-lo em operação cuidando não apenas do software em si, mas também dos backups e outros aspectos operacionais?

O resumo da ópera é usar o tempo a seu favor, aproveitando as oportunidades de agregar experiências interessantes ao seu currículo - sem deixar de enriquecê-lo das formas tradicionais, como a participação em palestras relevantes ou a escrita de artigos. Em qualquer vaga de emprego interessante, você certamente vai estar um passo à frente do que aquela sua colega que vai em todo seminário e palestra e memorizou todos os conceitos que o professor ensinou, mas nunca construiu nada.

Para saber mais: How To Get Hired -- What CS Students Need to Know, por Dan Kegel.

Aprenda a não depender das suas apresentações em Powerpoint na hora de expor suas idéias

E não basta trocá-lo pelo OpenOffice ;-)

Você é um dependente das apresentações de slides quando precisa expor um projeto ou idéia? "No reino do Power Point - Recurso da informática tornou-se vício entre executivos e homens públicos em apresentações de planos de ação". Esta é a chamada de um artigo publicado na Isto É Dinheiro desta semana, falando do uso crescente das apresentações de slides preparadas em computador como recurso básico de palestras e exposições por executivos e autoridades, e do perigo de este apoio virar dependência, quando o palestrante não consegue mais explicar e convencer se não puder contar com o recurso que deveria ser apenas um coadjuvante.

O artigo cita como exemplo uma recente exposição de um plano do governo federal, apresentada pelo Ministro da Fazenda, que não pôde começar enquanto um técnico não resolveu um problema nos slides. O Ministro massacrou a platéia com 84 slides em 40 minutos, muito além do que se recomenda quando o objetivo é transmitir e fixar um conjunto de idéias durante uma apresentação breve.

E o trecho crucial do artigo é o que pergunta o que aconteceria se o Powerpoint (ou qualquer outro programa usado para criar e exibir os slides) falhasse:

E se o Power Point falhasse? O que fariam os dois ministros de Lula? Deixariam a exposição para outra oportunidade? Evidentemente, não. Seriam forçados a fazer o que sempre se fez nos tempos em que não havia o recurso eletrônico. Teriam de convencer pelas palavras e não pelas imagens. Em dias não tão distantes, a clareza vinha das idéias, e não das telas computadorizadas. E nem por isso os executivos, públicos ou privados, tinham dificuldade em apresentar suas estratégias e seus planos de ação.

Mas justiça se faça à informática: as apresentações com powerpoint são mais convincentes. Em slides coloridos, o planejamento fica menos etéreo. Ganha mais solidez. O efeito positivo só não acontece quando o expositor se limita a repetir o que está demonstrado na imagem. Aí, a impressão é de que se procura convencer o espectador a golpes de repetição. As palestras, então, tornam-se monótonas e aborrecidas. E o moderno Power Point, um recurso inútil e irritante.
Que não se faça juízo errado: não foi esse o caso das exposições de Guido Mantega e Dilma Rousseff.

A pergunta, de qualquer forma, fica no ar: é possível viver sem a ajuda do powerpoint?

A resposta depende de cada um, mas é recomendável que todo palestrante esteja preparado para prosseguir sem apoio dos slides, no mínimo para não evaporar no dia em que a lâmpada do projetor queimar ou o computador do auditório não funcionar.

E mesmo quando tudo funciona, 84 slides em uma apresentação de 40 minutos é dose para leão... Quando for criar uma apresentação com ênfase em transmitir e fixar idéias, não faça como o Ministro: aproxime-se o mais que puder da regra dos 10-20-30.

Leia também:

Como arrumar malas, parte 3 - Dicas complementares para o viajante efetivo

Nos artigos anteriores nós vimos como escolher a melhor mala e seus acessórios, e também como melhor arrumar a mala propriamente dita, caprichando na seqüência de inserção. Hoje vem o complemento, com dicas adicionais para o viajante efetivo. Compartilhe as suas, ou debata as minhas, nos comentários!

  1. Nada de sapato novo na bagagem, quem viaja sempre caminha mais do que planejou e precisa de sapato confortável, já amaciado. E pergunte a qualquer soldado que já saiu em campo sobre a importância de meias limpas e secas...
  2. Líquidos de higiene pessoal (xampus, desodorantes, etc) devem ir em frascos pequenos e rígidos.
  3. Viajantes experientes dizem que devemos levar na bagagem roupas suficientes para uma semana ou para a duração da viagem + 2 dias, o que for mais curto. Nas viagens de mais de uma semana, vale mais a pena usar os serviços das lavanderias do seu caminho. Várias peças de roupa podem ser lavadas no banheiro do hotel e secam no quarto - procure no supermercado ou em uma loja de conveniência por um detergente líquido para lavagem de roupas, e leve consigo um cordão resistente e alguns prendedores.
  4. Leve seu óculos reserva como precaução. Não esqueça também dos remédios de uso contínuo (leve junto uma receita) e, dependendo de para onde você for, mais analgésico, antitérmico, antigripal, antialérgico, digestivo, repelente, protetor solar, colírio, acessórios para lentes de contato e pastilha para dor de garganta, além dos produtos de higiene pessoal.
  5. Se for para um lugar frio, ao invés de levar o casaco mais pesado do seu guarda-roupa, leve 2 casacos, um mais fino e outro um pouco mais pesado, que você possa usar separadamente (escolhendo o melhor para a temperatura de cada dia) ou em conjunto quando o frio realmente "pegar".
  6. Faça uma lista ou tire uma foto do conteúdo da mala, para facilitar a conferência na hora de arrumá-la para a volta, para ajudar a compor o álbum da viagem (se for turismo) e para ajudar a compor a reclamação em caso de extravio. E atenção para a gestão do conhecimento: guarde a lista ou a foto para ajudar na hora de arrumar a mala da sua próxima viagem!
  7. Aparelhos eletrônicos e objetos sensíveis devem ir todos na bagagem de mão, exceto se o regulamento não permitir. Verifique antes, porque o responsável pela inspeção vai te dar 2 opções: abandonar o objeto irregular, ou sair da fila e ir até o balcão da companhia para despachar. Ferramentas e itens cortantes ou perfurantes, por exemplo, devem ir todos na bagagem despachada.
  8. Tenha um plano geral do seu itinerário completo, mesmo se for uma viagem a passeio e você esteja disposto a flexibilizar todas as datas e destinos. Saber as principais rotas, estradas, hotéis, companhias aéreas, locadoras de carros, etc. do seu roteiro é algo que você descobre rapidamente via internet, não ocupa espaço na bagagem e pode fazer toda a diferença.
  9. Atenção para o peso da bagagem e para a segurança dos fechos dela, e para a possibilidade de abrir e fechar a mala a qualquer momento sem traumas. Você que vai carregá-la para cima e para baixo (sem rodinhas, nas escadas e nas calçadas menos regulares), e terá que lidar com o problema caso o zíper arrebente ou trave, ou se algum órgão de fiscalização resolver abri-la na sua presença. Não exagere na lotação da mala. As companhias aéreas podem cobrar o sobrepeso, o zíper pode não aguentar, e você terá que fazer muito mais força. Se for essencial levar tudo o que você separou, mas não está cabendo na mala com facilidade, não use truques - pegue uma mala maior (ideal), ou uma segunda mala. Em geral o passageiro pode levar 20 kg de bagagem na classe econômica e 30kg na executiva, mas nas linhas regionais o limite cai: 10 kg em aviões com até 20 assentos e 20 kg em aviões com mais assentos.
  10. A checklist de malas de viagem do efetividade.net - este item justificaria um artigo inteiro só para ele! Não esqueça de verificar se você vai precisar de: pilhas para tudo o que for eletrônico, câmeras, filmes ou cartões de memória adicionais, um baralho, um livro bom e leve, bloco e caneta, cartões de visitas, telefone celular, lanterna, canivete, informações sobre câmbio, hotel, passagens e aluguel de carro, documentos e cópias, dinheiro, ferro de passar e secador de cabelo (se você não vive sem), bloco, caneta, pente, escova de dentes, barbeador, desodorante, óculos escuros, capa de chuva ou guarda-chuva compactos, chaves, pijamas, relógio com despertador, transformadores, carregadores, adaptadores de tomadas, extensões, ferramentas, roupas de dormir, roupas para compromissos profissionais, roupas de baixo, roupas de lazer, roupas de frio, roupas de praia, calçados.

Leia também:

  1. Como arrumar a mala com efetividade – parte 1 de 3
  2. Como arrumar a mala, parte 2: a seqüência de inserção
  3. Como arrumar malas, parte 3 – Dicas complementares para o viajante efetivo

A efetividade das máquinas de fazer pão

Num dos capítulos da lista de sugestões de presentes que eu publiquei aqui no final do ano passado, eu incluí um presente que eu mesmo ganhei: uma máquina de fazer pão. Eis a descrição que escrevi na época:

Pão quentinho programado para ficar pronto na hora que você acorda, ou quando chega do trabalho. Muito fácil de preparar: é só colocar os ingredientes e programar. A máquina de pão se encarrega de bater, descansar a massa e assar na hora certa. Faz pão de até 900 gramas, com ajuste até da cor: mais claro, médio ou mais escuro. A forma é revestida de material antiaderente que facilita a limpeza. Após o término do preparo, o pão permanecerá quentinho por 60 minutos dentro da máquina, mas sem esquentar a parede externa. Acompanha xícara, colher de medida e - o essencial - um livro de receitas.

Uma vez eu consegui surpreender o professor de TGA e acabar com a monotonia da aula de calouro de administração ao mencionar (e sustentar) uma boa feijoada como um exemplo ideal de sinergia, onde o todo é bem mais do que a mera soma das partes. E no mesmo estilo a máquina de pão é um bom exemplo de efetividade: se bem usada, em geral ela pode ser tão eficaz quanto comprar o pão na padaria ou assá-lo no forno comum (ao final do processo bem-sucedido, você terá o pão que escolheu, disponível na hora que planejou), pode ser até menos eficiente do que estas alternativas (eventualmente você não produzirá pães em volume suficiente para compensar o investimento no equipamento ao longo de sua vida útil), mas é incrivelmente efetivo, como a maior parte das famílias não-completamente-preguiçosas que têm acesso a uma delas pode atestar: ela transforma para melhor o hábito de comer pães, agrega valor a ele e ainda dá a vantagem de ter pão quentinho na hora que você programar, mesmo que você chegue da aula só 23:30, horas depois de a última padaria já ter fechado.

O Eduardo Habkost tem uma máquina dessas há bem mais tempo que eu, e também é um apóstolo da boa nova trazida pela Britânia ;-) E ontem ele escreveu em seu blog:

É curioso, mas alguns dos posts mais visitados e comentados neste blog são os posts em que falo da máquina de pão que compramos há pouco mais de 1 ano. A maioria dos comentários é de gente perguntando onde encontrar mais receitas para a máquina.

O interesse gerado me fez criar uma lista de e-mail para usuários e simpatizantes da máquina. A lista começou devagar, ficou muitos meses com tão pouco movimento, que achei que a lista ia morrer, mas nos últimos dias a quantidade de membros começou a crescer bastante, e agora há movimento na lista praticamente todo dia. :)

Houve sugestões de catalogar as receitas que são trocadas no grupo. Para isso, eu e a Kátia criamos o blog maquinadepao.com, com receitas para máquina de pão. Além das receitas publicadas, há links para outros lugares onde é possível encontrar mais receitas e dicas.

Boa parte dos comentários nos meus posts era de gente que nem mesmo leu os outros posts, onde já havia ponteiros para a comunidade no Orkut e para o manual da máquina da Britania. A idéia é que as pessoas que antes encontravam os posts no meu blog e não sabiam onde encontrar receitas, agora encontrem o material no maquinadepao.com, junto com os ponteiros para os outros lugares onde é possível encontrar mais informação.

É isso aí. Desejo sucesso, e eu mesmo já anotei algumas receitas para experimentarmos aqui em casa ;-)

Como arrumar a mala, parte 2: a seqüência de inserção

No artigo anterior nós vimos como escolher a melhor mala e seus acessórios. Hoje vem a parte crucial: como arrumar a mala propriamente dita, aproveitando bem o espaço e amassando as roupas o mínimo possível.

Vamos às dicas:

  1. Não deixe para arrumar a mala no dia da viagem, mesmo que você tenha o dia livre e só vá viajar à noite. A memória e o subconsciente têm mecanismos delicados, e ao longo de uma noite de sono você terá condições de descobrir espontaneamento algo que tenha esquecido ou deixado de considerar ao arrumar a mala. Arrume e feche as malas na véspera, prevendo 5% de espaço para preencher com os esquecimentos - e você verá que serão vários. Aproveite e vá tomando nota das coisas que você só poderá colocar na bagagem na hora de sair, para poder conferir na hora certa.
  2. Não arrume direto na mala. Como em tudo o que é feito de modo racional, planeje antes. Coloque em cima da cama todos os itens que deverão ser levados na mala, para ter idéia das quantidades e do equilíbrio. Agora revise e ajuste, levando em conta pesos, volumes, possibilidade de combinação e a demanda por cada uma das peças de roupas. Resista à tentação de incluir roupas para todas as contingências do tipo "mas e se...?". Lembre-se de que você pode precisar de roupa de dormir, de roupa de praia, e que geralmente "gasta" mais camisetas do que calças e bermudas. Revise de novo. Só então é a hora de começar a colocar na mala.
  3. Escolha sempre roupas versáteis, como camisetas que podem ser usadas durante dia ou noite, e peças de um mesmo grupo de cores, para poder combinar de maneiras diferentes. O viajante efetivo prefere as roupas feitas leves e resistentes, feitas de tecido que não amassa, como as microfibras, linha e algumas malhas.
  4. Comece a mala pelas calças jeans, que devem ser colocadas no fundo, com as pernas completamente para fora da mala. Quando terminar a mala, coloque as pernas das calças jeans para dentro, "abraçando" as demais roupas - assim elas ficam com menos marcas de dobra.
  5. Em seguida armazene os calçados, aproveitando os cantos. Coloque as meias dentro dos sapatos para aproveitar melhor o espaço e evitar que eles amassem com o peso da mala. Se ainda couber, coloque outras peças pequenas dentro de pequenos sacos plásticos dentro dos sapatos também. Cada par de sapatos deve por sua vez ser colocado em um saco plástico (ou de flanela, muito mais chic) para não sujar ou manchar as outras roupas, nem ser arranhado por fivelas e botões. O viajante efetivo leva na mala um sapato social, quando viaja de tênis, ou um tênis, se viaja de sapato social. Mais do que isso, em termos de calçados, só se estiver indo para a praia e quiser levar um par de sandálias.
  6. Agora as jaquetas, bermudas e outras peças mais volumosas ou resistentes. Minimize o número de dobras, posicione os itens mais pesados próximos ao fundo, e prefira peças de microfibra ou outros tecidos que não ficam amarrotados.
  7. Neste momento a mala já terá uma série de cantos e outros espaços não aproveitados. Preencha-os com roupas e acessórios miúdos, como peças íntimas, cintos, luvas, cachecóis, lenços, gravatas enroladas. Se tiver camisetas para usar informalmente, enrole-as bem (vai evitar marcas de dobra) e coloque-as também. Tente formar uma base uniforme e resistente, para receber a próxima camada.
  8. Agora é a vez das camisas, camisetas e outras roupas que amassam. Abotoe todos os botões, dobre o mínimo possível, e distribua uniformemente. Para evitar dobras "retas", que ficam mais marcadas, você pode tentar fazer a dobra ao redor de algum outro item macio, como uma camiseta enrolada - ao custo da eficiência no uso do espaço.
  9. Mesmo que você não seja um gênio da moda, escolha calças, casacos, bermudas, camisas, cintos e sapatos que combinem todos entre si. Se estiver indo para algum lugar em que a aparência seja fundamental, escolha cores sóbrias (brancos, pretos, cáquis) para as roupas mais volumosas, e deixe a personalidade para as camisas e os acessórios (gravata, etc.)
  10. Se tiver que colocar um paletó em uma mala comum, deixe-o por último. Vire-o do avesso e dobre em 4, colocando-o por cima dos demais itens da mala.

Leia também: Como arrumar malas, parte 3 - Dicas complementares para o viajante efetivo, Como arrumar a mala com efetividade - parte 1 de 3.

Leia também:

  1. Como arrumar a mala com efetividade – parte 1 de 3
  2. Como arrumar a mala, parte 2: a seqüência de inserção
  3. Como arrumar malas, parte 3 – Dicas complementares para o viajante efetivo

Como arrumar a mala com efetividade - parte 1 de 3

A experiência conta muito, e quando mais você viajar, menor será a sua mala. Mas aprender com a experiência alheia vale muitos pontos, e faz a viagem ser melhor aproveitada!

Nesta primeira parte (veja também: "parte 2 - como colocar os itens na mala" e "parte 3 - dicas adicionais") da série especial sobre como arrumar malas que o Efetividade.net publica esta semana, veremos um aspecto importante desta atividade: a preparação. Veja como dimensionar e escolher os equipamentos e acessórios!

Vamos às dicas:

  1. Quantidade: se for viajar acompanhado com pessoas da família, prefira ter uma mala por pessoa, mas divida as roupas de cada viajante entre as malas do grupo. Assim, se uma mala se extraviar ou atrasar, ninguém vai ficar completamente desguarnecido. Se for viajar sozinho, adapte a dica: tente levar uma muda das roupas essenciais na sua bagagem de mão.


    Mala Cygnus

  2. Se você tem a felicidade de poder escolher qual mala levar, escolha no tamanho certo para poder levar apenas uma mala por pessoa, com rodinhas e puxador retrátil ("telescópico") para transporte. A mala ideal é leve, resistente e expansível, ou seja, tem aquele recurso moderno que permite, através de um zíper, desfazer uma dobra e aumentar em 20% a capacidade de carga. Arrume a mala antes da viagem de ida com este zíper fechado, e você terá espaço suficiente na volta para incluir os itens que adquiriu, e para acomodar as roupas sujas, que tendem a ocupar mais espaço. Essa da foto é uma mala Cygnus, boa candidata: é expansível, tem alça telescópica com 3 estágios, 2 bolsos externos frontais e 1 traseiro, rodinhas, bolsos internos e alça para fixar as roupas.
  3. Se for para uma feira de negócios ou outro tipo de evento com grande possibilidade de receber vários catálogos, literatura e brindes, leve dentro da mala uma mochila dobrável e resistente , fácil de comprar em lojas de artigos de viagem, para despachar com segurança os itens adicionais na volta. E sempre leve consigo grandes sacos plásticos resistentes, para separar a roupa suja dentro da mala.
  4. Sua mala foi produzida em série, e é provável que haja várias iguais a ela em cada esteira de aeroporto e saguão de hotel. Para casos de extravio, identifique-a de forma clara e evidente, por dentro e por fora, com seu telefone, pessoa de contato em casa, nome do hotel em que vai se hospedar e período. Coloque um item de cor vibrante (por exemplo, uma fita, flâmula resistente ou adesivo) amarrado nas alças também, de modo a chamar a atenção na hora certa de alguém que esteja prestes a pegá-la por engano na esteira.

  5. Cadeados de malas não costumam ser resistentes, mas a razão é simples: geralmente o ladrão não leva a mala embora, ele quer abri-la, tirar algo de valor e sair discretamente. Você estará sempre em ambientes com múltiplas malas, então o ladrão irá tender a tentar roubar quem não toma este cuidado básico. Prefira um cadeado de segredo, para evitar o grave dilema entre deixar a chave no hotel (reduzindo a segurança) ou levá-la consigo (e correr o risco de perder). Mas escolha um segredo que você não vá esquecer, e não seja 1234 e nem 9999!


    Cinta interna para dinheiro

  6. Por falar em segurança, marcas especializadas em acessórios de viagens, como a Primícia, vendem barato cintas especiais para levar dinheiro e documentos. As mais interessantes lembram uma pochete fina, mas devem naturalmente ser usadas por dentro da roupa.
  7. Tenha também consigo uma cópia dos documentos essenciais: passagens (se for o caso), passaporte, identidade, lista de contatos e algum dinheiro em espécie (na moeda local) armazenados com segurança e longe dos originais e demais valores, para o início das providências em caso de imprevistos mais sérios.
  8. Se for viajar longos trechos de avião ou de trem, vale a pena (após cuidar da segurança) ter uma daquelas máscaras de dormir (tem para vender em toda loja de artigos de viagem) e tampões de ouvido, além de um suprimento de chicletes para lidar com as alterações de pressão na cabine do avião.
  9. Frasqueira não é (só) coisa de frutinha! Você deve precisar levar pasta de dente, remédios, possivelmente um shampoo ou outros produtos de higiene. Escolha uma frasqueira "chata" para aproveitar melhor o espaço, e tão rígida quanto possível - tudo o que você NÃO deseja é que o shampoo ou a pasta de dente vazem por causa da pressão interna da mala. Se não tiver uma à mão, um bom tupperware pode substituir, mas vede bem. Já foi comum sugerir que a frasqueira viaje na bagagem de mão, mas com a paranóia crescente no transporte aéreo, colocar na bagagem (no ALTO da mala, e não nos bolsos externos) é a melhor opção. Se você for paranóico ou previdente, pode optar por colocar os frascos de líquidos dentro de plásticos vedados com elásticos, para reduzir ainda mais o risco de um vazamento atingir suas roupas.

  10. Para a bagagem de mão prefira uma mochila pequena, mas espaçosa e resistente, com vários compartimentos. A mochila ideal para notebooks também é excelente para levar bagagem de mão, e se converte em "day pack" durante a viagem. Se couber, leve na mochila uma garrafinha com água e algumas barras de cereal que resistam bem ao calor - quantas vezes em viagens você já se viu com sede ou fome e sabendo que teria de aguardar algumas horas até chegar a algum lugar onde haja lanches? Se você tiver um daqueles travesseiros infláveis que se ajustam ao redor do pescoço, leve sempre consigo também, e repouse no ônibus, trem, avião ou mesmo no banco de trás do carro com muito mais conforto. Em vôos domésticos é permitido levar bolsa de mão, maleta ou equipamento com peso máximo de 5 kg e com dimensões (soma de altura+largura+profundidade) de até 115 cm. A bagagem deve caber embaixo do assento ou nos compartimentos acima das poltronas e não podem incomodar os demais passageiros, nem ameaçar a segurança do vôo.

Leia também:

  1. Como arrumar a mala com efetividade – parte 1 de 3
  2. Como arrumar a mala, parte 2: a seqüência de inserção
  3. Como arrumar malas, parte 3 – Dicas complementares para o viajante efetivo

Artigos recentes: