Sobre pesquisas de popularidade na Internet e o míssil do Cancerman

Correndo o risco de encher o saco de vocês com o 5o. post no mesmo dia (sim, o dia dos blogs não termina à meia noite) , não consegui me conter e tenho de fazer um breve comentário sobre a análise do Cardoso sobre os rankings de blogs.

Não vou reproduzir os argumentos dele aqui (pra isso você pode simplesmente seguir o link acima), mas quero só acrescentar que na minha opinião ele está coberto de razão: é muito bom quando o seu blog aparece em rankings, também espero ainda aparecer em muitos (o BR-Linux de vez em quando brilha, mas o Efetividade ainda tem que comer muito feijão com arroz), mas o ranking em si não prova nem classifica nada além da opinião dos votantes diretamente, nem mesmo quando a diferença entre os premiados é tão grande quanto a que deu na categoria Blogs dos Tchananã Awards do sempre divertido Judão.

E qualquer estudante de pesquisa 2 ou de estatística que tenha passado de fase sem colar pode explicar a razão: compor uma amostra equilibrada é difícil, e os desvios grandes são quase impossíveis de conter e equilibrar quando a votação é voluntária e por iniciativa do votante.

Então, exceto quando a amostra é gigantesca e completamente diversa, raramente o resultado das votações de popularidade via Internet demonstram algo que possa ser extrapolado como sendo além da opinião exclusivamente de quem votou. Pesquisas como a do Technorati (baseada em links), ou a do Google (o pagerank, também baseado em links) se beneficiam do tamanho e da diversidade da amostra, mas ainda assim são fortemente desviadas, e não demonstram com clareza nem mesmo a popularidade.

Dito isto, vamos a mais uma sessão de perguntas e respostas do Efetividade:

Estes índices valem menos por causa disso? Claro que não, são indicadores e ajudam a classificar, além disso estão entre os mais amplos e independentes índices de que dispomos. Da mesma forma, as pesquisas específicas de sites (seja a do BR-Linux, a do Judão ou as do Terra) são uma indicação do pensamento do seu próprio público, e em alguns casos também são os melhores dados de que dispomos sobre determinadas opiniões, ou para cruzar com outros dados disponíveis.

Mas algum destes dados pode ser tomado como representativo de uma opinião da população digital como um todo? Não, de forma geral não, ou pelo menos não isoladamente. Apenas em alguns casos específicos são o melhor indicador disponível.

Como fazer uma pesquisa representativa na Internet? Bom, você pode me contratar para uma consultoria. Tem que definir o objeto, identificar a população e suas categorias, calcular o tamanho da amostra para a margem de erro desejada, selecionar os integrantes da amostra com estratificação e de forma não voluntária... Pensando bem, dá muito trabalho. Consulte o CRA do seu estado, eles podem indicar uma empresa idônea!

Então essas listas não valem nada?

Claro que valem! São divertidas, é um grande reconhecimento constar delas, e eu quero ver o Efetividade.net em muitas ainda, incluindo a do prêmio Nobel de Medicina, o VMA, o VMB e o Oscar de efeitos especiais. Queria também que o Poeira Cósmica tivesse constado na lista da revista Época, mas agora é tarde ;-)

Quem aparece tem mais é que comemorar, e quem não aparece tem mais é que batalhar pra aparecer na próxima.

Confesso que escrevi este post inteiro só para poder dizer que concordo integralmente (com a ressalva obrigatória de que escrever pensando em ganhar dinheiro é apenas um entre os muitos objetivos possíveis para alguém que escreve blogs) com o Cardoso quando ele escreve :

Lembre-se, nenhum ranking é absoluto, os baseados em links, como o BlogBlogs e o Technorati são extremamente volúveis, e quem achar que um prêmio desses é motivo para se deitar sobre os louros. está ferrado. Até porque se deitar sobre os louros é uma boiolice danada, e deitar-se sobre as louras, dada minha massa, pode ser danoso à saúde das meninas.

Escrever pensando em dinheiro é kosher. Se você tem um mínimo de visão vai se esforçar para produzir um conteúdo excelente, pois este dará muito mais retorno do que um post miguchês descartável. Objetivo: Dinheiro: Meio: textos de qualidade. Funciona. Já escrever pensando em prêmios e rankings? Você quer mesmo que a praga que foi o auge do iBest volte, quando todo site tinha uma telinha “vote pelamordedeus no flogão BixoKarente para best melhor blog de 2004″?

Não vamos fazer voltar aquela época triste da busca desenfreada pelos prêmios do Ibest, quando ele ainda funcionava mais ou menos como no esquema de rifa de colégio, em que a turma que vendesse mais bilhetes ganhava o passeio ao zoológico! Os prêmios são legais (sempre gosto de constar nas listas) mas não devem voltar a ser o objetivo.


"Agente" Spender, o Cancerman do Arquivo X

E qual a participação do míssil do Cancerman nessa história? Olha, quando eu comecei a escrever este post eu tinha feito alguma conexão entre a possibilidade de o Cancerman ter escapado daquele míssil lançado contra ele no último episódio do X Files e a possibilidade de estas pesquisas nossas de cada dia indicarem alguma coisa com precisão científica, mas confesso que não lembro mais qual era. Foi mal.

E meus parabéns ao Jacaré Banguela e a todos os demais classificados pelo público do Judão!

Arrumando as malas com efetividade: semana das malas no Efetividade.net

A experiência conta muito, e quando mais você viajar, menor será a sua mala. Mas aprender com a experiência alheia vale muitos pontos, e não há por que cometer os mesmos erros que todo mundo já cometeu, sabendo que há tantos erros novos que ainda podem ser cometidos!

Por que escrever sobre arrumar malas?

Na semana passada, enquanto assava um churrasco com amigos, uma TV estava ligada e mostrou por acaso a uma entrevista do Max Gehringer na TV, dando dicas sobre carreira. O Max em geral dá dicas boas e provoca a reflexão e o debate, mas desta vez disse algo que chamou a atenção: o jovem que não sente uma vocação para uma determinada área e não sabe no que pretende trabalhar, mas quer fazer curso superior (e é bom que queira!), escolhe bem se resolver fazer um curso de Administração, porque é amplo e generalista, e complementa muito bem este mundo de especialistas profissionais em que vivemos hoje.

No churrasco havia representantes de várias profissões: uma médica, uma dentista, um engenheiro, alguns advogados e alguns estudantes de áreas variadas. E eu era o único administrador, aí naturalmente virei o alvo dos comentários, a favor e contra as afirmações do Max, alguns expressando o óbvio (que sem especialistas os administradores não poderiam operar cérebros ou construir barragens, por exemplo), outros reconhecendo o que o Max quis mesmo dizer (que a presença de um administrador generalista pode potencializar a efetividade dos especialistas), e outros aproveitando para falar mal dos seus chefes, a maioria dos quais (descobri após uma breve enquete) tinham formação de especialista nas mesmas áreas das pessoas que estavam criticando, e não a formação de administrador.

E o engenheiro presente me pediu um exemplo dessa suposta vantagem do administrador por ser um generalista profissional. Aproveitei para explicar que ser um administrador generalista não significa ser um "especialista em nada" e nem um "sabe-tudo profissional", mas sim ser um especialista em administrar, com treinamento específico para entender o funcionamento e os relacionamentos entre todas as áreas (inclusive as mais técnicas) de uma organização (mas não entender a fundo a especialidade de cada profissional, claro) .

O exemplo que pude oferecer de imediato, e que felizmente convenceu a todos rapidamente, porque o churrasco estava quase pronto, era a pauta do Efetividade, que a maioria dos presentes lê: é um blog todo baseado em conceitos de Administração (inclusive o de efetividade em si), e justamente por isso consegue absorver uma gama variadíssima de assuntos: de mochilas a preços de passagens de avião, passando por otimização de blogs, apresentações de slides, presentes de Natal... tudo com um toque de busca da efetividade, de otimização de procedimentos e de maximização do retorno. Generalista sem ser desprovido de foco.

Mas enquanto estávamos comendo a primeira tábua de alcatra, uma das gurias propôs que os presentes me desafiassem a escrever um artigo sobre algum assunto que eles inventassem, e no qual eu não fosse especialista. E eu usei a resposta técnica normal nestes casos: "por que não cuidas da tua vida, sua mala?" Mas era tarde demais, a semente estava lançada, e eu fui desafiado por todos a escrever um artigo sobre... arrumar malas. E o desafio vale uma caixa de Budweiser importada dos EUA (e não essa da Argentina que tem nos supermercados daqui).

Vocês acham que vou ganhar? Imediatamente lembrei a todos que arrumar a mala com efetividade pressupõe grandes doses de bom senso e um bom levantamento preliminar de todas as informações essenciais sobre o roteiro da viagem, meios de transporte, a temperatura e clima do local, a duração da estadia e o tipo de eventos que você irá encontrar: praias, reuniões de negócios, longas caminhadas ou o que for. E mais:

  • que as pessoas que registram na memória suas experiências com arrumação de malas, ou que procuram experiências alheias na literatura a respeito (gestão do conhecimento) na hora de arrumar têm mais chances de alcançar um bom resultado logo na primeira vez (qualidade)
  • que a disciplina de cenários é usada ordinariamente por qualquer mulher que arruma a mala pensando "e se chover no deserto?", "e se depois do enterro tiver um baile?", "e se tiver uma praia na estação de esqui?"...
  • que todos os presentes, quando arrumam sua bagagem, levam em conta as contingências e efetuam planejamento.

Ou seja: fui um mala também. Daí pioraram minhas condições: o artigo tem que ter pelo menos 3 partes/capítulos, cada um com pelo menos 10 itens (este de hoje não conta). Se eles gerarem mais do que 10 comentários ou trackbacks ao longo da semana, ganho em dobro. E se eu não conseguir, tenho que pagar uma caixa de cerveja nacional a cada um dos presentes.

Portanto, preparem-se: esta será a semana das malas no Efetividade.net ;-)

O dia seguinte no atraso dos cheques do Adsense: transformando o limão em uma boa limonada

Entenda a diferença entre situação financeira e situação econômica, e como lidar melhor com o atraso do cheque do Adsense - e planeje o dia seguinte mesmo se você não planejou o dia de hoje!

Faz aproximadamente uma semana que os blogueiros brasileiros descobriram que o pagamento do Adsense efetuado em dezembro vai atrasar, e que o atraso por enquanto é por tempo indeterminado: sabe-se que a normativa 560/2005 da Receita Federal proíbe mesmo os cheques por courier internacional, mas não se sabe se este é o único entrave, qual a solução que será adotada, ou quando.

E o Google está agindo corretamente ao não comentar o processo em andamento neste momento, embora isso não facilite nossas vidas - adiantar alguma estratégia antes da conclusão pode prejudicar a todos. Já a autoridade que barrou os cheques poderia e deveria divulgar sua posição, o que já nos daria alguma luz.

Premissas

Mas, mesmo sem saber quanto a situação irá durar, cabe a cada um de nós escolher como lidar com elas. É importante lembrar que o débito do Google com seus associados (nós) é certo, e terá que ser saldado. Se eles achassem que não iriam conseguir pagar, já teriam mandado suspender os anúncios, ou teriam começado a disponibilizar para nós só aqueles anúncios do tipo "Curiosidades do Google", falando sobre a origem do pégaso e a profundidade do oceano.

Portanto, vamos partir das premissas de que os pagamentos atrasados serão saldados, de que os anúncios exibidos durante o atraso também serão pagos, e que não sabemos quanto irá durar o impasse.

E veremos a seguir como lidar com o hoje (o período de suspensão) e com o amanhã (o dia do pagamento pendente) baseados nessas premissas.

Cenário

Na breve análise abaixo, vou partir da suposição do cenário mais comum, em que o leitor exibe anúncios do Adsense e usa o rendimento correspondente como forma adicional de motivar a manutenção do seu blog e como complemento de sua renda pessoal.

As conclusões podem ser aplicadas, embora não na sua íntegra, também para os raros casos em que as despesas de manutenção do blog dependem exclusivamente (e mensalmente) da receita do Adsense, e os ainda mais raros em que a receita do Adsense é a fonte principal do sustento da família do leitor.

Situação financeira X situação econômica

Nas faculdades de ciências contábeis, economia e administração, entre outras, os alunos passam um longo período sendo massacrados com estes conceitos, naturalmente com enfoques diferentes dependendo do curso. Não vou tentar defini-los aqui para não transformar este texto em uma chatice, mas uma breve pincelada sem viés acadêmico vai ajudar a entender melhor a situação:

Situação financeira: diz respeito mais diretamente à liquidez e ao fluxo de caixa, com reflexo direto na capacidade (financeira, baseada no caixa ou crédito) de pagar os seus custos e despesas imediatos. Para uma família, é o dinheiro da padaria e da conta de luz. Especificamente para um blogueiro, pode ser dispor do dinheiro para pagar a hospedagem, renovar o domínio, manter o computador funcionando e conectado, ou mesmo para remunerar o esforço diário de escrever, quando o blogueiro se considera um empregado do blog.

Situação econômica: diz respeito à sustentabilidade a longo prazo, e pode ter pouca ou nenhuma relação imediata com a situação financeira. Para exemplificar: uma rede de oficinas de manutenção de máquinas de escrever, ou de locação de aparelhos de telex, poderia ter uma situação financeira excelente (com dinheiro em caixa e fluxo planejado para tocar suas atividades com folga) no início da década de 90, mas a não ser que ela estivesse diversificando rapidamente, dificilmente conseguiria um financiamento de 3 anos no banco naquela época, porque todo mundo sabia que as máquinas de escrever e aparelhos de telex estavam em extinção. O caso inverso também é comum, e é o exemplo de hoje de muitos blogueiros: o caixa (situação financeira) subitamente minguou porque os cheques do Adsense pararam de vir, e muita gente que contava com eles vai ter de fazer acrobacias pra pagar hospedagem ou outras despesas, mas a existência de créditos substanciais seguros para pagamento futuro, e que continuam se acumulando mensalmente, faz com que a perspectiva de futuro seja palatável, e que todos os envolvidos continuem exibindo seus anúncios do Adsense e encarem a perspectiva da espera.


Planejamento de fluxo de caixa pode e deve ser aplicado aos blogs

Existe a possibilidade de os aspectos financeiros e econômicos interagirem de forma imediata, também. Uma situação fictícia ilustra melhor: vamos imaginar que um Blogueiro Influente financiou um investimento qualquer relacionado à manutenção do seu blog (exemplo: abriu escritório e contratou equipe), mas contando com as entradas de caixa do Adsense para manter os pagamentos futuros. Se ele não tiver outra fonte de onde obter este valor, e o atraso acabar sendo maior do que o que seu financiador topar aguardar (mesmo sabendo desta pendência do Adsense), eis o que poderia acontecer: ter de demitir a equipe (ficando com o passivo trabalhista acumulado e mais as multas e outras despesas da demissão), ser despejado do escritório alugado e ter os equipamentos adquiridos tomados pelo fornecedor. Subitamente o negócio fica inviabilizado, e quando um dia os cheques acumulados chegarem, serão um consolo no bolso apenas no caminho entre a financeira, a justiça do trabalho e o senhorio...

Claro que o cenário acima é raro no mundo dos blogs, e provavelmente para a maioria das pessoas esta questão financeira só prejudica a situação econômica de forma imediata se você não tiver recursos adicionais para pagar a hospedagem ou a renovação do domínio.

O que isto tudo significa para mim, então?

Esta é a grande questão. Se você consegue ir tocando seu blog mesmo sem a chegada mensal dos cheques do Adsense, você está bem, e é hora de fazer alguns ajustes, eventualmente reduzindo despesas ou agregando fontes adicionais de monetização de seu blog.

Esta diversificação de fontes de receita é importante em todas as atividades econômicas, e quem observa isto sempre se dá melhor em momentos de crise. Em 1929, quando houve o grande crack da bolsa, as pessoas que semanas antes eram ridicularizadas porque ao invés de participar do investimento da moda (até os jornaleiros e barbeiros aplicavam - ou "jogavam" - na bolsa) preferiam investir sua poupança em imóveis e basear suas receitas em produção de bens de consumo de massa subitamente se tornaram o esteio da economia e passaram a estar em verdadeiras ilhas de prosperidade.


Diversificar é essencial

No Brasil, todos também aprendemos no ginásio o que aconteceu com os barões do café quando subitamente o grão teve seu valor reduzido a pó ;-) Claro que a situação agora não é análoga, e os clicks no Adsense continuam valendo o mesmo que antes (situação econômica). Mas a diversificação de fontes de receita ajuda a manter a saúde financeira nestes momentos de soluço do mercado, e também serve como um escudo para momentos em que algo mais grave aconteça.

Eu mantenho nos meus sites 3 fontes distintas de receita:

  1. Submarino: paga relativamente bem, por comissão sobre vendas diretas a partir de links e banners, e exige algum esforço, pois não é "contextual por natureza" como o Adsense.
  2. Adsense: é o que melhor paga, fácil de manter e exige pouco esforço.
  3. Anunciantes diretos: pagam bem, mas esta modalidade exige algum esforço para captação dos anunciantes interessados, e um bom esforço em preparação e operacionalização (estar apto a assinar os contratos, onter autorização para imprimir os blocos de notas fiscais, emitir as notas e faturar mensalmente, etc.)

O fato de eu não aceitar anunciantes diretos que paguem por click, aceitando apenas remuneração por exibição, e de não permitir nenhum poder dos anunciantes diretos sobre a pauta ou o conteúdo dos sites, torna um pouco mais difícil obtê-los, mas como a maioria dos anunciantes renova seus contratos após os 6 meses iniciais, esta seletividade acaba valendo a pena. Se você tiver volume suficiente para procurar anunciantes diretos e for menos seletivo, talvez valha a pena procurar uma agência especializada. Se quiser ser seletivo como eu, é provável que seus leitores fiéis fiquem mais satisfeitos e que você fature bem menos que o seu potencial de receita.

Existem várias outras possibilidades, como o Buscapé, Mercado Livre (pretendo experimentar em breve), TextLinkAds, ReviewMe, etc. O Cardoso, que já foi entrevistado aqui no Efetividade.net, descreveu recentemente no Contraditorium como está estudando o Buscapé após a suspensão dos cheques do Google. Cada um deve procurar o seu mix a partir das alternativas disponíveis.

Eu hoje estou em uma situação bastante confortável, porque qualquer uma das 3 fontes seria suficiente para sustentar os meus blogs por períodos extensos. Mas isso não significa que eu vá me acomodar a elas - pelo contrário, na semana passada já telefonei para o MercadoLivre para me informar melhor sobre o que eles têm a me oferecer em termos de parceria.

Recomendo que você faça o mesmo, ainda que haja grandes chances de a situação do Adsense já ter se resolvido quando você começar a receber os rendimentos destas fontes adicionais. Você vai perceber que uma fonte não canibaliza a outra, portanto o seu rendimento só aumenta, juntamente com a segurança e independência.

Planejamento: e o dia seguinte?

Diversificação e flexibilidade são critérios básicos, e a crise do Adsense é apenas um bom pretexto para falar deles. Mas há algo muito mais interessante a ser analisado neste contexto, e é a razão de eu ter escolhido falar sobre transformar o limão em uma limonada: o planejamento do dia seguinte. E esta é a parte boa.

Sim, hoje você pode ter tido de reduzir despesas ou mesmo fazer acrobacias para sobreviver a esta situação financeira adversa. Mas em algum momento este dinheiro vai chegar, e há grandes chances de ser uma súbita entrada no seu caixa em um volume muito maior do que o usual.

Não recomendo a ninguém assumir compromissos ou contrair dívidas por conta desta expectativa de pagamento, mas sugiro que todos planejem o que farão quando o dinheiro extra chegar, porque a sabedoria popular já define, com muita propriedade: dinheiro na mão é vendaval.

Gaste 15 minutos hoje, com uma calculadora, papel e caneta e defina cenários para o caso de o pagamento chegar com acúmulo de 2 meses, de 3 ou de 4 meses. Anote quais os débitos acumulados que deverão ser saldados, quais as despesas obrigatórias que estarão pendentes, e quanto deverá ser provisionado para os impostos. O que sobrar será um saldo raro e incomum, relativo a um pagamento de 2, 3, 4 ou X meses de Adsense, que você poderá investir para aumentar os seus rendimentos futuros, ou em melhorar suas condições de trabalho.


Pode ser a oportunidade de comprar o notebook dos seus sonhos

Não importa se o seu cheque médio é de US$ 250 ou US$ 2500: quando você receber o dobro ou o triplo disso excepcionalmente em um mesmo mês, estará em condições de dar algum passo além: contratar uma hospedagem melhor, registrar aquele domínio que faltava, comprar um monitor LCD de 21 polegadas, um notebook, um smartphone ou uma câmera melhor, comprar uma cadeira de presidente, investir no escritório doméstico ou em conectividade.

Não esqueça de reservar uma parcela como poupança para situações adversas no futuro, e outra para investir em um presente para você mesmo - não relacionado à atividade nos blogs, afinal você merece!

E não deixe este planejamento para depois. Se subitamente o cheque vier e você não tiver analisado suas possibilidades de investimento ANTES, a pressão do dinheiro na mão vai tornar o gasto racional muito mais difícil.

Corrente da felicidade: 5 coisas que me irritam (e mais 5 faixas-bônus)

Agradeço os convites recentes para participar de correntes da felicidade blogueira, e tenho anotado aqui os seguintes autores: Bardo, Thiago Rodrigues, Luiz Henrique de Paiva Jose, Roberto Machado - espero não ter esquecido ninguém!

Não sou fã de correntes e portanto neste ato estou quebrando-as - não vou convidar ninguém. Mas para não ser um chato de galochas, vou responder abaixo a uma delas, listando 5 coisas que me irritam:

  • Site de notícias que não disponibiliza feeds: Alô, estamos em 2007, e 1998 ligou pedindo suas notícias "html only" (quando muito com push por e-mail) de volta! Ainda esta semana vi um site de notícias rodando em um CMS livre bem conhecido, e sem feed - ou seja, intencionalmente o editor desabilitou o feed, provavelmente achando que isto geraria mais, e não menos, leitores cativos. Ilusão.
  • Problemas sérios de acessibilidade em websites: E nem estou falando da proteção aos deficientes visuais desta vez. Sites que conscientemente (quando não intencionalmente) prejudicam a interação de quem não tem determinado browser, determinado plugin (obscuro ou não), sistema operacional ou modelo de teclado certamente acabarão indo parar nas grandes fogueiras, e seus autores serão os primeiros a ir para o Paredão quando a revolução chegar. Da mesma forma, sites que tentam reimplementar operações simples, como a entrada de dados por teclado em formulários, passarão 4 anos na prisão de Lefortovo sem direito a assistir ao show de cancan dos prisioneiros do bloco C.

  • Imposição de direitos: Atuo há mais de 10 anos na cena do código aberto no Brasil, e continuo me irritando quando vejo pessoas ou entidades tentando impingir direitos aos outros. Manifestações em prol da liberdade, da acessibilidade, do acesso ao código, etc. são sempre válidas, mas a imposição de uma ideologia, a tentativa de transformar a liberdade em uma obrigação, é um saco e é ineficaz, porque acaba gerando o movimento de oposição e a rejeição por parte do público, que não quer ser obrigado a nada. Em geral as pessoas ficam felizes se recebem alguma possibilidade que consideram vantajosas nos seus termos - por exemplo, uma appliance baseada no livre MythTV que faça tudo que o TiVo faz, mas de forma mais econômica - e ainda por cima em software livre. Mas se você diz a um usuário final do TiVo que seu produto é ruim porque aplica ou tolera DRM, e ele não deveria mais usá-lo, o resultado pode ser bem diferente. Qual é mais eficaz?
  • Quando confundem SEO e monetização com a lei da selva da imprensa marrom: Noticiar enforcamentos, maus passos de celebridades, indisponibilidades em sites populares e acidentes faz parte do jogo, o público deseja e os anunciantes querem pagar, embora as maneiras como isso vai para a capa no Notícias Populares e no Estadão sejam bem diferentes. Criar o hábito de publicar notícias com títulos intencionalmente dúbios, estilo tablóide, e regularmente inserir notícias atrai/pega-trouxa em sites que usualmente buscam outro tipo de leitor acaba podendo cansar o leitor regular e diluindo a credibilidade da turma toda, e não só do autor que topa manter um tablóide disfarçado de blog.
  • Quem prefere subir no púlpito e reclamar bem alto do que ajudar os outros a lidar com o problema: não faltam exemplos de pessoas que conquistam seu lugar ao sol por falar *contra* as coisas que incomodam os demais, e não por explicá-las e indicar como lidar com elas. Acontece na comunidade, na imprensa, e nos blogs. Para estas pessoas, que acreditam mesmo que nasce um idiota a cada minuto, o ideal é que os fenômenos que geram interesse do público não sejam bem explicados, para que elas possam criticar (de preferência vociferando) com os argumentos mais absurdos, e o público embascado achar tudo perfeito, porque também não gostam destas medidas, embora não as entendam e nem saibam o que fazer a respeito delas. Quando o público entende as coisas, estas vozes da indignação precisam se esforçar mais, o pastor começa a ser contestado durante sua pregação, com perguntas que tem dificuldade em responder sem deixar claro que o seu negócio não é resolver nada, mas apenas reclamar bem alto.

Bônus: 5 coisas que me irritam em discussões na Internet

Argumentos em permanente mutação: é aquele fenômeno em que o sujeito perde o foco da discussão como algo que busca estabelecer o consenso ou uma visão da realidade, e passa a perseguir um desejo de "ganhar", que consiste em não aceitar a possibilidade de o outro estar certo. O exemplo típico é o cidadão que, apesar de já ter recebido respostas que invalidam completamente seus argumentos iniciais, em nenhum momento reconhece que estava errado, e ao invés disso fica insistindo na discussão já "perdida", cavando outros argumentos, não relacionados ao seu inicial, pelos quais as respostas do outro não são 100% corretas em todas as situações de exceção possíveis. Em geral é aquela apelação tola, do tipo que perde quando alguém lembra que "apelou, perdeu".

Retirar o que disse sem assumir que estava errado: é um caso ainda mais chato do item acima: aquele sujeito que lê e entende as respostas que recebe, mas ao invés de admitir que estava errado e agradecer o feedback recebido, se sai com a clássica "mas não era isso que eu queria dizer", ou a bem mais triste "obviamente eu estava sendo irônico do começo ao fim" - apesar de todas as evidências em contrário.

Sair de fininho ao invés de assumir que não tem resposta: o sujeito debate, espicha a discussão, tenta de todo jeito, mas não consegue, seu argumento é indefensável. Aí ele concede que estava errado e agradece? Não, simplesmente pára de responder, sai de fininho, e fica aguardando a próxima oportunidade de ser pé no saco.

Foi o meu sobrinho: essa é uma das mais humilhantes para quem pratica: ao receber uma resposta inesperada, o sujeito cheio de si mas subitamente colocado abaixo do capacho em termos de moral não tem a hombridade de pedir desculpas ou se corrigir: prefere sair-se com a clássica (e que nunca convenceu ninguém) "esqueci logado e foi o meu sobrinho que escreveu". Infame.

Ideologia na frente dos fatos: o sintoma mais comum é acrescentar a expressão "não me venha" logo após fazer uma pergunta ou proposição. É aquela pessoa que rejeita argumentos não aprovados pela sua ideologia, sem nem mesmo analisá-los ou debatê-los. Típico de discussões vazias.

E você?

Mais 5 belas fontes true type grátis para download e uso

Escolher a fonte certa faz toda a diferença para o visual de seu currículo, apresentação de slides, cartão de visitas e outros materiais gráficos.

No artigo 7 dicas simples de tipografia para melhorar o visual de seu blog ou de seus documentos já demos dicas de como escolher boas fontes, inclusive com exemplos disponíveis para download grátis e uso liberado.

Agora é a Smashing Magazine que traz mais 5 fontes grátis para download e uso que podem enriquecer seus trabalhos. Algumas são para corpo de texto, outras para títulos, e outras para usos mais específicos, mas são todas legíveis e de bom gosto, e podem ser usadas legalmente.

Quando você está buscando a diferenciação, fontes bonitas, legíveis e diferentes valorizam até os documentos mais simples. Aproveite!

Estudo mostra impacto na carreira das pessoas que optam por empregos tipo Home Office

Weber Ress (weberΘweberress·com) enviou o artigo da Network World - que trata especificamente sobre os funcionários corporativos que trabalham em esquema de home office, e não dos empreendedores que trabalham a partir de suas casas - acompanhado do seu comentário e de uma interessante hipótese:

“Interessante estudo, demonstrando o impacto na carreira profissional das pessoas que optam por trabalhar em esquema de Home Office.

Segundo o texto, "as melhores oportunidades são dadas para as pessoas on-site da empresa, e não as remotas"

Uma coisa é fato; o contato humano é fundamental nas relações profissionais, mas mesmo este contato deve ser adaptado para as necessidades e limitações que temos nos dias de hoje.

Será que mecanismos como o Second Life podem ser a solução ?”

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