Liderança: os comportamentos que multiplicam o rendimento da equipe

O líder sabe esclarecer onde se quer chegar, assume a responsabilidade pelas suas decisões, valoriza a confiança, a comunicação e a iniciativa.

Liderar está mais ligado à capacidade de influenciar do que ao poder formal de chefiar.

O líder faz muito mais do que apontar caminhos e reduzir incertezas: ele ouve, toma decisões claras, permite que cada um saiba seu papel nelas, e evidencia sempre a sua confiança na equipe – mesmo sem ser chefe!

As questões da confiança e da valorização da equipe são centrais ao comportamento do líder. Afinal, como já disse Tom Peters, um bom líder não cria seguidores, cria mais líderes.

Você pode transformar seu grupo (social, familiar, de trabalho, etc.) em uma equipe em que todos colaboram de bom grado e alcançam os objetivos comuns, se observar as principais características da liderança eficaz:

  1. Reconhecer que a confiança é uma via de mão dupla.
  2. Saber observar o ambiente e ouvir as pessoas, valorizando as perspectivas alheias - internas e externas.
  3. Aceitar a responsabilidade de tomar a tempo as decisões que lhe cabem.
  4. Definir o objetivo e as metas, evitando micro-gerenciar a execução.
  5. Comunicar sempre à equipe e aos envolvidos o que está em andamento e aonde se vai chegar, evitando a incerteza.
  6. Foco nas soluções: incentivar a ação que transforma positivamente a situação a favor dos objetivos.
  7. Valorizar a equipe, promovendo a iniciativa e a colaboração.

Saiba mais no artigo Como liderar: saber os conceitos não é o suficiente, que publiquei originalmente em 2007.

Sexta é dia de revisar o que foi produzido e escolher os alvos da próxima semana!

O esquema básico é: rever as tarefas e compromissos concluídos, avaliá-los pelos resultados, ajustar e escolher os itens principais da próxima.

Um elemento essencial para os passos acima são os objetivos. Pare para identificar claramente quais são os seus1, porque eles são o termo de comparação não só para avaliar os resultados da semana anterior, mas também para priorizar os itens da próxima.

Se você não tem clareza dos seus objetivos, possivelmente está organizando suas prioridades com base puramente nos objetivos de outras pessoas, e isso raramente aproximará você de um nível elevado de rendimento e satisfação pessoal.

Veja mais detalhes sobre como eu faço a avaliação semanal em: “ZTD minimalista: mais efetividade com revisões semanais”.

 
  1.  Ou o seu – se você conseguir identificar claramente 01 objetivo pessoal, já estará melhor do que quem não identifica nenhum...

Não é só um sonho: Suas reuniões PODEM terminar rápido e com resultados objetivos

A dica: distribua antes para todos a lista de tópicos, e na hora nomeie alguém para acompanhá-la e registrar as conclusões. Vai parecer mágica!

Não estude MAIS, estude MELHOR

Eu gosto de aprender, muito mais do que gosto de estudar – mas estudar é geralmente um requisito, então o melhor é saber maximizar o retorno desse esforço.

Eu estudo porque quero aprender. Não me importo muito com as notas, desde que sejam suficientes para a aprovação; mas, se eu aprender, sempre confio que minhas notas refletirão isso, sem um esforço adicional para "tirar nota alta" – embora elas costumeiramente compareçam ;-)

As técnicas de estudo que eu usei no ensino médio e na faculdade continuam sendo as que eu uso agora nas especializações, mas elas foram sendo refinadas porque os tempos mudaram: agora estudar próximo ao computador traz vantagens que nos anos 90 não existiam ainda, por exemplo. E fazer trabalhos em grupo depois da existência do WhatsApp como fenômeno de popularidade também mudou várias regras do jogo.

Vamos, portanto, revisitar as dicas do Efetividade para estudar melhor, atualizando-as para a segunda metade da década de 10 ;-)

Saiba a razão de estar estudando. Para motivar o esforço do estudo, é importante ter clareza do que se pretende alcançar com ele. Eu estudo para aprender, outras pessoas estudam para conseguir nota para aprovação ou mesmo para conseguir uma nota melhor que a de outros participantes de algum certame. Ter clareza disso ajuda a vencer a tentação de deixar para amanhã ou desistir de algum tópico mais chato.

Escolha e adeque seu ambiente. Se você vai estudar fazendo uso de um computador ou de um smartphone, ao menos desative os programas de mensagens e as redes sociais. Não estude em um local que sua mente associa ao lazer ou ao descanso (as associações que o cérebro faz podem ser muito úteis ao estudo, mas neste caso são um inimigo perigoso), nem em um local desconfortável, barulhento ou mal iluminado. Estude com música, se desejar: se a música não lhe distrair, ela pode ativar mecanismos de memorização positivos, do tipo "essa eu lembro, quando vi esse capítulo estava tocando uma música do Nirvana".

Estudar é mais do que ler. Leia o material sim, tantas vezes quantas forem necessárias para um entendimento abrangente e com a profundidade desejada. Mas não pare na leitura: resolva exercícios com consulta, depois sem consulta, identifique e corrija seus erros, e produza (sem consulta) uma lista estruturada dos títulos dos principais tópicos do material, para ter certeza de que consegue lembrar deles mesmo sem contar com alguma pista que venha a (não) ser dada pelo texto da prova.

Não memorize, entenda. Para algumas coisas, como os nomes dos afluentes do Rio Amazonas, não há alternativa além da memorização. Mas a maior parte do conhecimento relevante pode ser compreendido, e não apenas memorizado. A grande vantagem da compreensão, em relação à memorização, é que geralmente o conteúdo pode ser lembrado sem grande esforço na hora em que for demandado.

Faça bom uso das pausas. O melhor é estudar um pouco a cada dia, sempre no mesmo horário. Não sendo viável, e sendo necessário estudar por algumas horas a fio, use um timer ou despertador para coordenar um esquema de pausas de 10 minutos, a intervalos fixos que sejam adequados à sua capacidade de absorver conteúdo. Na pausa, ofereça a si mesmo uma recompensa: uma olhadinha no chat ou no Facebook, uma partida de jogo, um bom café, etc. Recomece o estudo pontualmente, com suas capacidades de memorização e compreensão renovadas.

Saiba quando parar. Eu tenho uma métrica para identificar o ponto de parar: quando já me sinto apto a preparar um plano de aula sobre o assunto que estou estudando, mencionando em uma página A4 manuscrita todos os tópicos, seus conceitos-chave e definições básicas. Às vezes preciso parar de estudar antes (por acabar o tempo ou a energia), mas acho desperdício continuar a estudar depois deste ponto, a não ser que a meta seja competitiva.

Busque imagens vívidas para associar os conceitos entre si, ou em relação a experiências da sua vida, e você conseguirá lembrar deles a partir das imagens.

Ensine para aprender mais. Uma boa consequência da dica acima é que você pode compartilhar seu plano de aula (ou resumão, mas escrito sem consulta ao material) com outros colegas, ou mesmo ensinar a algum deles os conceitos que ele não entendeu. Além do karma positivo, a atividade contribui para a sua própria fixação, e para mantê-lo fiel ao nível de qualidade exigido no resumão.

Aproveite que seu cérebro é uma máquina de associar. Procure sempre encontrar padrões e pontos em comum entre os tópicos do seu estudo, e associe-os (diretamente entre si, ou então com aspectos da sua realidade pessoal) a imagens claras e vívidas. Se você fizer estes relacionamentos, fica mais fácil relembrar cada um dos tópicos, pois na hora de usar a informação você pode seguir a cadeia de ligações, como no exemplo acima, em que um conceito foi associado à música que estava tocando no momento em que foi estudado.

Aprender é algo que acontece dentro da sua cabeça, e não nas folhas do caderno.

Escreva menos palavras e mais conteúdo. O importante não é quantas páginas você escreve, mas sim o quanto estas anotações conseguirão ajudá-lo na hora de rever ou estudar o conteúdo. Gravar ou transcrever a aula inteira pode ter alguma utilidade, mas com certeza não ajuda tanto quanto entendê-la e resumi-la em um bilhete. Dizer muito em poucas palavras é uma habilidade valiosa para toda a vida.

Experimente tomar notas à mão. Escrita não é sinônimo de edição de texto. Por mais que notebooks ou tablets sejam cada vez mais comuns na sala de aulas, tenha um bloco ou caderno para anotações livres, acostume-se a anotar nele os conceitos interessantes, e coloque data, título e matéria no topo de cada página. Não arranque páginas deste caderno. A escrita manual, e simultânea ao momento em que você adquiriu o conhecimento, pode ser um poderoso estímulo à memorização imediata e definitiva dos conceitos. Dica extra: o método Cornell de anotações adapta-se a qualquer caderno, e facilita a consulta posterior.

Não confunda material e aprendizado. Continuidade da dica acima. Aprender é algo que acontece dentro da sua cabeça, e não nas folhas do caderno; rabisque, rasure, faça o que for necessário para entender e registrar os conceitos. Não adianta ter 16 canetas diferentes e o caderno mais completo da turma, se você não entender o que está escrito, ou se apenas copiar algo que não compreendeu.

Uma exceção: se você já fez tudo errado e só tem meia hora para estudar para uma prova na qual deseja tirar nota suficiente, pode pular todas as dicas acima (cujo foco é o aprendizado) e ler as Dicas para estudar em emergências escolares.

Decisão para 2015: valorizar ainda mais os erros, mas evitar o retrabalho

Parece uma contradição? Mas os erros são um elemento importante da fase de aprendizagem e desenvolvimento, eles só não podem ter lugar na hora da execução.

Perde-se muita capacidade e potencial quando se quer aprender algo ou ter ideias novas, mas se cede ao medo de errar.

Já escrevi um post inteiro sobre a necessidade de aprender a falhar melhor, e não estou sozinho nessa: célebres realizadores, como Thomas Edison, Samuel Beckett e Henry Ford, defenderam igualmente a importância de estar disposto a errar, porque se aprende muito com os erros.

A diferença entre o mestre e o aprendiz muitas vezes é que o primeiro já errou mais vezes do que o segundo já tentou.

Sabemos que um dos conceitos da Qualidade1 é a ausência de erro, mas isso está muito mais ligado aos processos de produção e execução do que aos de criação, aprendizado e desenvolvimento — afinal, esse erro (na definição técnica, ele é chamado de defeito) é aferido comparando o que foi executado em relação a uma especificação formal, e ela raramente existe quando um processo ou produto ainda está sendo criado.

Em outras palavras, os 2 erros do atirador de facas do vídeo de 30 segundos acima estariam ok durante o treinamento (com um boneco, de preferência), mas definitivamente não têm lugar num programa ao vivo da TV da Lituânia (mas a atitude do assistente mereceu aplauso) ;-)

No segundo semestre de 2014 eu dei uma parada com os blogs e me dediquei a aprender 2 novos ofícios: o de marceneiro e o de técnico em eletrônica. Estou na fase inicial de ambos, mas fiz uma mesa de churrasco com a altura que eu queria, uma máquina de fliperama para a nossa churrasqueira, uma sapateira para todos os meus sapatos, e vários outros projetos eletrônicos de menor porte2.

Esses mencionados são os que deram certo, mas também errei muitas vezes, por exemplo ao tentar fazer uma lixeira com porta vai-vém e um carregador de celular com 4 pilhas AA. Me orgulho desses meus erros, com eles aprendi coisas que contribuíram para os demais acertos, e em algum momento voltarei para os projetos que deram errado e os acertarei também.

Essa é a parte I da atitude que desenvolvi em 2014 e quero manter em 2015.

E o tal do retrabalho

Enquanto estou criando, desenvolvendo ou aprendendo, não me importo de errar: são erros com saldo positivo.

Depois que já há um padrão ou procedimento bem estabelecido, e estou fazendo algo que precisa ficar pronto no prazo, na qualidade e na especificação esperadas, a situação muda: não é mais hora de errar, nem de improvisar.

Quando se está na fase operacional, de execução ou produção, o erro é custo, prejudica o resultado, compromete a relação com o cliente.

Mesmo quando se está fazendo algo para si mesmo, e se consegue retomar o prazo e a especificação, o erro tem uma punição automática: o retrabalho.

Mas esse é apenas um dos casos de causa de retrabalho. Há outros piores, porque são mais evitáveis e mesmo assim deixamos acontecer.

Começo com a grande exceção: às vezes é especialmente difícil evitar o retrabalho, especialmente quando a atividade envolve criação artística difícil de prototipar. O cliente não tem como visualizar antes de estar pronta alguma versão, e nem mesmo consegue avaliar o efeito das alterações que ele pede a cada nova versão, e assim fica indo e voltando erraticamente.

Para os demais casos, existem antídotos melhores: uma especificação clara e com o nível de formalização necessário, padrões de solicitação e confirmação de mudança, atribuição clara dos papeis de responsável por especificar e por aprovar, aprovação prévia não apenas do produto desejad mas também do processo produtivo, etc.

O retrabalho prejudica a relação mesmo que o profissional seja ressarcido pelo tempo e o esforço empregados, e o cliente acabe recebendo o que desejava.

Às vezes o curto prazo ou baixo custo de uma atividade servem como desculpa para não se gastar tempo com "essas burocracias", mas aí é certeza: o custo e o prazo vão ser estourados e ficar como prejuízo para algum dos lados da relação – ou seja, mesmo quando eu sou pago pelas minhas horas e esforço, haverá um outro lado que sairá perdendo e, ainda que a culpa pela improdutividade seja só dele, vai refletir sobre a minha motivação e, ainda que injustamente, sobre a minha imagem.

Daí vem a minha decisão para 2015, parte II: em todos os processos e fluxos sob meu controle, vou investir ativamente em prevenir o meu retrabalho. Não vai ser só a produtividade que vai agradecer: a motivação também agradece.

 
  1.  Embora não o meu preferido, que é "Qualidade é adequação ao uso".

  2.  Venho narrando esses projetos eletrônicos no BR-Arduino.

Real e metafórico: leve na pasta seu próprio pincel para quadro branco!

Vale no sentido literal, mas também como metáfora: muitas vezes seria fácil garantir a disponibilidade dos recursos que sempre nos faltam, mas não percebemos.

Já notou que quase todo quadro branco do Brasil está com riscos que ninguém consegue mais tirar, ao mesmo tempo em que também ninguém sabe onde está aquele pincel novo que foi comprado na semana passada, só sabem onde está um velho, seco e quase ilegível?

Sim! Os professores já sabem, e os melhor preparados levam na pasta seu próprio pincel e apagador, porque sabem que não poder contar com a ferramenta é pior do que ter que se encarregar de um recurso que o ambiente deveria suprir.

Se você faz muitas reuniões em que é necessário registrar e transmitir conceitos dinamicamente, ou criar em grupo, deve sofrer com isso regularmente.

Portanto, fica essa dica rápida marcando meu retorno ao Efetividade: coloque na agenda uma visita à papelaria da esquina, onde com R$ 20,00 você pode comprar 4 canetas coloridas para quadro branco, etiquetas para identificá-las como suas, um apagador com encaixe para 2 canetas, e um saco plástico para levar o apagador na pasta sem manchar nada ;-)

Quanto ao sentido metafórico da dica, você não precisa marcar na agenda: se leu até aqui, certamente já está pronto para refletir sobre outros recursos fáceis de suprir e que sempre lhe faltam porque você deixa de tomar uma providência bem simples. Tome-a!

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