Reboleto: a volta da ferramenta para gerar novo código de pagamento para boletos atrasados

Para quem tem contas que vai pagar online, a melhor dica é pagar em dia, mas nos casos em que isso não for possível, voltou a ser possível contar com o Reboleto.

Esse serviço online, que agora retornou após ter sido tirado do ar no ano passado por pressão (jurídica) da federação dos bancos, faz algo que pode ser bem útil: você digita o número do seu boleto vencido (aquele número longo que muita gente chama de "o código de barras") e uma nova data para o vencimento, inclui juros e multa conforme as instruções, e ele fornece um novo número de boleto para que você pague com o atraso que registrou.

No ano passado os bancos levaram o Manoel Netto, criador da ferramenta, a tirar o serviço do ar. Curiosamente, logo em seguida vários deles passaram a oferecer versões "autorizadas" do mesmo serviço, voltadas aos boletos emitidos por eles mesmos.


E é isso que o Reboleto original agora oferece: o link direto para você encontrar o serviço necessário (no banco emissor do boleto) para gerar o número que permitirá pagar o boleto atrasado pela Internet na data de vencimento que você selecionar.


Costumo ser organizado com minhas contas a pagar, mas já usei os serviços do reboleto uma ou duas vezes no passado, sempre com sucesso. E se você for usar este tipo de serviço, fique atento: ele só deve alterar o último grupo de números e o dígito que fica isolado – ou seja, aquela parte do código que eu destaquei em vermelho na imagem acima, que é a que diz respeito a data, valor e dígito verificador. Os demais algarismos identificam banco, conta e outros detalhes sobre quem vai receber o seu dinheiro e, se forem alterados, você vai acabar depositando na conta errada.

Carreira: o sucesso não é final, e o fracasso não é fatal - a coragem de continuar é o que importa

A frase do título é atribuída a Winston Churchill, e eu a considero tão inspiradora a ponto de merecer um artigo só para ela.

Imagine a vida de alguém que alcançou o topo: um jogador de futebol com sucesso internacional, ou um músico de uma banda que mudou a cultura do país inteiro. Enquanto eles estão no topo, o público tende a imaginar que eles "chegaram lá", e "lá" permanecerão, pois foram tocados pelo sucesso e a vida deles está feita.

Só que, como acontece ao ganhador do BBB que gasta seu milhão de reais em 1 ano com uma sequência de maus investimentos cujos frutos ele não chega a colher, o sucesso dessas pessoas não é garantia de felicidade, e muito menos de continuidade.

Um exemplo: o jogador com sucesso internacional mencionado acima pode ter o fim do histórico Mané Garrincha, que em 1982 morreu na miséria aos 49 anos, sem deixar dinheiro nem para custear seu próprio enterro.

A miséria não é o único extremo dessa condição: às vezes um pico de sucesso prejudica a perspectiva do próximo passo como não deveria. O músico do meu exemplo acima pode ser o George Harrison que, quando os Beatles acabaram, em 1970, era um jovem de 27 anos cheio de talento mas que precisava se ajustar à realidade de que sua obra futura jamais voltaria a fazer sucesso com tanta intensidade quanto nos 10 anos anteriores.

A coragem de continuar

O guitarrista dos Beatles teve a coragem de continuar a dar vazão à sua arte até encontrar novas motivações e ajustar suas expectativas, e algumas das suas obras mais belas foram posteriores ao período como integrante da banda.

Winston Churchill, que teria dito a frase do título, também é um exemplo. Como questão menor, o líder da Inglaterra durante a 2ª Guerra Mundial é lembrado por discursos memoráveis, proferidos em uma era radiofônica, apesar de ter lutado durante a vida inteira contra seus problemas de dicção, por exemplo.


Quem é atento à História contemporânea associa Churchill à condução da Inglaterra na 2ª Guerra, assumindo o governo bem a tempo de comandar a retirada de Dunquerque, que salvou as forças britânicas sitiadas no continente europeu em 1940, e permanecendo como primeiro-ministro durante a preparação para o Dia D e depois até a vitória, em 1945.

Poucos lembram, entretanto, que na Guerra Mundial anterior ele também estava em posição de comando e teve (e assumiu) grande parte da responsabilidade pelo fracasso na Batalha dos Dardanelos, tentativa fracassada de invasão da Turquia que resultou em mais de 220.000 baixas das forças britânicas e suas aliadas.

Recuperar-se de um fracasso dessas proporções a ponto de passar a ser lembrado por sucessos posteriores é o exemplo que procuro lembrar tanto quando as coisas não estão indo bem, quanto nos períodos de sucesso que despertam a preocupação sobre como fazer com que eles perdurem.

Afinal, para usar outra frase de Churchill, o sucesso também significa estar pronto a ir de falha em falha sem perder o entusiasmo.

Como integrar GTD com Gerenciamento de Projetos?

É possível integrar as técnicas da Produtividade Pessoal do GTD às melhores práticas do Gerenciamento de Projetos – veremos hoje como fazer, após refletir sobre o limite até onde isso vale a pena.

O leitor Gustavo M. S. enviou a seguinte questão:

Acompanho seu site Efetividade desde de 2010 e ele vem me ajudando bastante! Tenho que dar o braço a torcer aqui, sou muito agradecido a vc por me mostrar o mundo do GTD. Venho praticando GTD a 2 anos e confesso que ainda estou fazendo ajustes finos no meu sistema. Sou engenheiro de elétrico e atuo como engenheiro de projetos em uma industria de alimentos. Certo dia acompanhando um podcast ouvi que vc é pós-graduado em gerenciamento de projetos. Hoje tenho certa dificuldade em integrar o GTD com as fases do gerenciamento de projetos, assim gostaria da sua opinião sobre isso e como que vc faz esta integração.

Eu já respondi diretamente ao Gustavo, mas quero aproveitar para ampliar um pouco o tema por aqui, começando por esclarecer: o Gerenciamento de Projetos a que o Eng. Gustavo se refere é aquele mesmo sobre o qual o PMI (Project management Institute) lança seus guias de melhores práticas, incluindo o notório (entre os praticantes da área) PMBoK, um guia de conceituação e melhores práticas para gerenciar projetos.

Do ponto de vista do PMBoK, o gerenciamento de projetos é um conjunto de atividades bem definido, composto por 47 processos que se estendem ao longo de 5 fases (iniciação, planejamento, execução, monitoramento/controle e encerramento) abrangendo 10 áreas de conhecimento (escopo, tempo, custo, qualidade, risco, comunicação, etc.).

Projetos no GTD

Acontece que o GTD também tem uma abordagem de projetos, que paira em grau de abstração bem menos definido do que o do PMBoK.

No livro Getting Things Done, que definiu o método, um capítulo inteiro (o 10) é dedicado a "Deixar os projetos sob controle", e ele começa estabelecendo a experiência do autor em relação a identificar que a dificuldade das pessoas com perfil de gerenciamento de projetos (como o Gustavo, que trabalha na área, e eu, que me especializei nela) em trazer sua abordagem para o contexto da produtividade pessoal não diz respeito ao ferramental, mas sim a lidar com o volume de dados produzido por ele.


Na prática, colocar em um gráfico de Gantt como o da imagem acima o plano de trocar de carro no final do ano, considerando prazos, orçamento, custos, quem fará o que, etc., no final das contas acaba sendo a parte fácil – afinal, na produtividade pessoal, geralmente trabalhamos sem equipe, e lidar com a quantidade de variáveis que surge nas fases de execução e acompanhamento é algo que precisa ser feito integralmente por você.

E é isso que faz muitos gráficos de Gantt de planejamento da formatura ou da festa de casamento irem para uma gaveta uma semana depois de serem feitos com todo o capricho, e jamais sair de lá: o que faz falta são as ferramentas para acompanhamento e tomada de decisões durante a execução, em caráter individual, e é isso (em complemento a ferramentas de projetos que você já domine, como os gráficos de Gantt e as declarações de escopo, por exemplo) que o GTD pode agregar.

No capítulo 10 do GTD, David Allen registra que há 2 categorias de projetos pessoais para os quais faz sentido uma abordagem especial (ou seja, diferente das demais ações do dia-a-dia): aqueles aos quais você continua a dar atenção mesmo após ter determinado quais são as próximas ações, e aqueles para os quais ideias potencialmente úteis e detalhes de suporte continuam a surgir.

Para isso, o GTD detalha o uso de uma série de técnicas de planejamento (brainstorming, organização, reuniões, coleta de informações, captura de ideias espontâneas, etc.

Baseado na sua premissa de que boas ferramentas podem não ser suficientes para causar boas ideias, mas frequentemente contribuem para elas, ele também lista um conjunto de instrumentos de escrita, de comunicação, de processamento e de suporte que podem contribuir para o resultado.


Ele destaca como importante manter uma pasta para folhas soltas (e não um caderno, bloco ou outro instrumento sequencial) para reunir as suas informações do projeto, e essa é também a minha abordagem preferida - quem me conhece profissionalmente sabe que eu passo o dia com a prancheta portátil da imagem acima, que usa fichas 3x5 (aquelas de fichamentos colegiais...), e quando chego na minha mesa, após processar, arquivo cada ficha na pasta de seu projeto.

Outra categoria de ferramenta em destaque são os editores de listas, que permitem categorizar, subdividir e refinar cada ideia até o nível que se deseja chegar – mais ou menos como se faz com um diagrama de espinha de peixe ou um mapa mental, também. Ele destaca que várias ferramentas específicas para o planejamento de projetos são rigorosas e detalhadas demais para o tipo de planejamento e execução criativos que ocorrem no nível pessoal, e eu concordo.

Fora isso, os projetos sob o enfoque do GTD são basicamente uma versão especializada das listas de próximas ações, baseando-se sempre na ideia de estar confortavel em ter, registrar e usar suas ideias e informações, habituando-se a usar construtivamente os recursos para atuar sobre resultados desejados e as pendências no caminho deles, antes de ser obrigado a fazê-lo.

Em conclusão

Dito tudo isso, vamos ao que eu respondi ao Eng. Gustavo:

Oi! Eu tomo cuidado para não misturar as coisas, senão fecha um curto e o disjuntor desarma ツ

O GTD é para a produtividade pessoal, e tem até mesmo seu enfoque próprio para projetos pessoais (com escopo bem restrito, basicamente registro e acompanhamento).


Já o Gerenciamento de Projetos como nós conhecemos (PMBoK, etc.) é para projetos que vão desde uma churrascada até a invasão de um país inimigo, e excede em muito o escopo da produtividade pessoal (ou da mera produtividade, genericamente falando).

Eu procuro não combiná-los mais do que o inevitável - se estou aplicando GP, uso as melhores práticas de GP, e se estou usando métodos de produtividade pessoal, não tento aplicar a eles os conceitos de GP. É o que te recomendo, também: alguma sobreposição é natural, mas uma teoria unificada que una produtividade pessoal e gerenciamento de projetos e chegue até ao nível operacional não me parece desejável.

E é isso: cada um na sua, aproveitando um pouco do melhor de cada um no campo do outro, mas sem exagerar na mistura, porque de modo geral eles podem funcionar melhor lado a lado do que sobrepostos.

SweetHome: utilidades e objetos domésticos, só o melhor de cada categoria

O SweetHome é o site que eu recomendo que você visite nesta véspera de feriado: é uma bem organizada e detalhada lista dos melhores itens de cada categoria de utilidades e objetos domésticos - do saca-rolhas à mangueira de jardim, passando pelo barbeador elétrico e pela lava-louças (sempre do ponto de vista do mercado dos EUA, mas não se pode querer tudo...).

É a evolução da antiga área "Home" do The Wirecutter, também uma lista dos melhores de cada categoria, só que no mundo dos Eletrônicos. Confira! E para ler algo em português na mesma direção, visite o Casa Ztop, e deixa lá o seu recado pedindo que eles voltem a atualizá-lo ツ

Economize espaço no armário e na mala com esta dobra "militar" de camisetas

Desde que aprendi (e compartilhei com vocês) a dica de uma comissária de bordo para fazer caber em uma malinha de bordo roupa suficiente para 10 dias de viagem a serviço, nunca mais tive dificuldade em arrumar as malas – mas a "nova" dica que veremos hoje torna ainda mais prático o resultado, e serve também para guardar camisetas no roupeiro ou gaveteiro.


A dica anterior, baseada no relato da comissária Heather Poole, se baseia em enrolar cada uma das peças, e de fato faz caber – sem estragar nem deixar vincado – todas as peças acima na mala que aparece na foto.

Mas a dica de hoje acrescenta um elemento estrutural importante: as camisetas passam a formar uma dobradura que as mantêm enroladas, também sem vincar, e reduz ainda mais o uso de espaço por elas.


A imagem acima mostra o resultado da minha primeira tentativa, em uma camisa tamanho GG, sem tentar apertar. O resultado lembra, dependendo do ângulo, um pastel oriental ou um estojo escolar de canetas, mas o interessante é que você pode jogá-lo para o alto, deixar cair, jogar em uma gaveta e ele não se desfaz – e mesmo assim não vinca o tecido.

Eu disse que é uma "nova" dica porque eu a aprendi ontem (graças ao LifeHacker), mas consta que é usada e ensinada há bastante tempo, em círculos militares, para uso operacional.

E o uso militar faz sentido: é fácil, rápido de fazer e de desfazer, eficaz e economiza espaço.

É bem difícil detalhar o procedimento, mas o resumo é: estende a camiseta, dobra as mangas para dentro, dobra 2 vezes no sentido da altura (cada lado em direção ao centro, com sobreposição), dobra para trás a parte de baixo (uma aba de 1/4 da altura), enrola a partir da gola (até a base), e usa a aba que vai se formar para envolver o restante, como usualmente se faz com meias.

Check out How to Fold a Shirt Military Style. Save Space and Room by Jolie Lopez on Snapguide.

Compliquei? Imagino que sim, mas o snapguide tem um passo-a-passo ilustrado com 12 fotos que vai facilitar. Já adotei, e recomendo. Confira!

Apresentações: 5 regras práticas para evitar a Morte por PowerPoint

Os anos passam e continuamos expostos a apresentações com dezenas de slides, textos gigantes, transições demoradas e deixando a parte importante para o final – reunindo assim uma coleção de obstáculos entre o público e a conclusão desejada.

Já tratamos algumas vezes do assunto, incluindo a meta dos 10/20/30 (10 slides, 20 minutos, nenhuma fonte menor que 30) definida pelo investidor Guy Kawasaki que vimos no artigo Os sete pecados capitais do Powerpoint, mas o fato é que ainda há gente que avalia o material de apresentação pelo volume de informação que consegue fazer constar nele mesmo, como se fosse uma apostila, e não como material de apoio à exposição pelo palestrante ou apresentador.


Você, leitor do Efetividade, provavelmente já faz ou prefere apresentações melhores do que a maioria, e talvez (assim como eu) sirva como consultor informal de outros apresentadores na hora de preparar as apresentações deles, e sofra pela insuficiência de argumentos para os convencer de que slide não é apostila, nem resumo – e que os slides que eles vêem em outras apresentações sonolentas não servem como termo de comparação.

Hoje comentarei, portanto, sobre as 5 regras para escapar de slides realmente ruins, evitando assim a Morte por Powerpoint. Elas foram propostas na década passada por Seth Godin, autor de vários best-sellers sobre liderança, marketing e a maneira como ideias são disseminadas.

Apresentações efetivas: 5 regras simples

As 5 regras a seguir foram propostas por Seth Godin, e seguem com meus comentários, e a ressalva: são metas, e não mandamentos; é preciso saber onde e quando quebrá-las, mas isso não deve ocorrer em todo slide de toda apresentação.

Não mais do que 6 palavras em cada slide. Eu iria além: 6 de título, 6 de subtítulo. Mais do que isso, e o slide servirá para informar ao público o que o apresentador falará nos próximos minutos, dando a eles o ensejo de checar seu e-mail no smartphone, em vez de observar aquilo que o autor deixou para transmitir pela eloquência e emoção.

Nada de imagens cafonas. Os cliparts que acompanham o seu pacote de ferramentas de escritório são reconhecíveis a quilômetros de distância e transmitem a ideia de que o que está sendo apresentado é tão clichê que pode ser representado por eles. Imagens mal redimensionadas, mal posicionadas, etc. também geram adjetivos sobre a sua mensagem. Se necessário, peça ajuda, e sempre recorra a bancos de imagens com qualidade profissional.

Sem transições entre slides. A tela girando, dissolvendo, fazendo barulhos e apresentando os mais belos (ou mais bregas) efeitos visuais entre um slide e outro, serve para distrair, para atrair os olhos para o slide (e não para você), e para atrasar a chegada da próxima ideia, em troca de nenhum efeito positivo para a transmissão da sua ideia.

Use os efeitos sonoros apenas para o bem. Os efeitos que vêm como exemplo com a sua ferramenta transmitem a mesma sensação que os cliparts dela, e nem todo auditório está apto a reproduzir sons com qualidade mas, se você quiser usar sons, use poucos, em momentos estratégicos, e voltados a transmitir uma emoção, não um lembrete ou um despertador.

Não distribua versão impressa dos seus slides. Bons slides só funcionam como apoio à sua apresentação. Ao invés de imprimi-los, imprima um breve documento com o texto que você DEIXOU DE INCLUIR nos seus slides, para distribuir ao final.

Seguindo essas regras, a definição de sucesso é fácil de compreender: cada novo slide transmite uma reação emocional (surpresa, etc.) à plateia, seguida da curiosidade em saber como aquela imagem e título serão encaixadas nas palavras do apresentador. As palavras servirão para fixar a imagem, e a força com que a imagem será armazenada na memória depois servirá para ajudar a lembrar da sua mensagem. Vitória tripla!

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