Vai organizar um cômodo? Ancore-se firmemente a ele!

Organização pessoal e doméstica é um tema que já cobri bastante por aqui no passado, e cujo retorno mais frequente os leitores vivem cobrando nos comentários.

Assim, não posso deixar passar a oportunidade criada por um post do Apartment Therapy apontando uma dica de organização doméstica que, como muitas outras de seu gênero, parece óbvia e simples, e mesmo assim a gente tende a fazer exatamente o contrário ;-)

Antes de chegar à dica gringa, vamos revisitar alguns artigos anteriores, aqui do Efetividade, sobre assuntos correlatos, para aproveitar a viagem. As dicas deles são:

"Mantenha-se fixo no ambiente que estiver sendo organizado"

Quanto à dica do Apartment Therapy, quero começar afirmando que nem sempre a sigo. Mas quando chega o momento de uma grande operação (seja no escritório, na sala, na cozinha, etc.) eu não apenas a sigo, como até vou além dela, arranjando uma banqueta e sentando junto a cada armário, gaveteiro, etc., em sequência, para arrumar cada um deles do começo ao fim - quando me desloco, ele está pronto.

E é este o objetivo final da dica, que agora reproduzo, em minha adaptação livre:

Quando você estiver na fase de organização de um cômodo específico, FIQUE no cômodo durante toda a sessão (prepare-se antes tendo recipientes adequados para lixo, reciclagem e doações). Invariavelmente você vai encontrar objetos cujo lugar certo é em outros cômodos, e surgirá a inclinação para ir imediatamente levá-lo ao seu lugar. E neste processo, é REALMENTE fácil se distrair e acabar não retornando à tarefa original.

Eles vão além, sugerindo que além dos 3 recipientes clássicos de apoio à arrumação (para descarte, para reciclagem e para doação), você tenha caixas extras para os itens que deverão ir para os outros cômodos. Pessoalmente, prefiro ir acumulando-os do lado de fora da porta, e ao final faço uma rodada extra de classificação e levo tudo de uma vez para cada cômodo.

Aliás, vale mencionar que o costume de interromper a tarefa a cada vez que se encontra algo que deve ir para outro quarto não é apenas um fator de risco de distração - é também uma forma bastante ineficiente de empregar o tempo e o esforço, por multiplicar o número de deslocamentos.

Veja também o artigo inteiro no Apartment Therapy e a referência a ele no Lifehacker.

Kit de ferramentas doméstico: 10 itens indispensáveis

A revista Popular Mechanics publicou recentemente uma matéria que recebeu a chamada principal da capa, descrita assim: "50 ferramentas que todo homem precisa ter".

Eu li e gostei, porque me agrada, como também agrada a muitas pessoas que conheço, visitar lojas de ferramentas, ver fotos e descrições de ferramentas, e manter um kit de ferramentas essenciais à disposição em casa.

Mas no sentido prático, achei bastante exagerado - não conheço muita gente que concordaria que todos precisamos ter em casa 2 marretas, talhadeira, 2 pés de cabra, meia dúzia de serras especializadas, etc.

Eu já havia visitado este tema antes, no artigo "O que você tem na sua caixa de ferramentas?", em que fotografei e descrevi o conteúdo do estojo em que guardo ferramentas para uso em reparos de computadores (e similares), e da caixa pequena de ferramentas que mantenho sempre à mão dentro de casa.

Mas o artigo da Popular Mechanics me inspirou a olhar outro lado desta questão. Me perguntei: quais as ferramentas que eu realmente preciso ter dentro de casa? Quais podem ficar na garagem, ou ser dispensadas?

Desta vez desconsiderei o kit para manutenção de computador (ele já foi o destaque do artigo anterior), e procurei descrever todas as ferramentas usando o máximo de termos leigos que consegui ;-)

Vamos à lista:

Kit de ferramentas doméstico:

Alicate universal - possivelmente uma das ferramentas mais versáteis no dia-a-dia. Um bom alicate universal tem cabo com isolamento elétrico, gume de corte resistente e garra firme. Na hora de puxar, prender, enrolar, segurar, torcer e cortar, ele entra em cena e cumpre seu papel.

Dependendo do tipo de aplicação que você tem em casa, entretanto, ele pode ser muito bem complementado por um alicate de corte, um desencapador de fios, um crimpador, e tantos outros primos e afilhados da família dos alicates.

 

Parafusadeira recarregável (e seus acessórios) - eu tenho, e ocasionalmente uso, uma grande variedade de chaves tradicionais, manuais - de fenda chata, philips, allen, torx e tantos outros formatos que os fabricantes de mobília e equipamentos em geral gostam de escolher. Uma chave philips 3/16x3 da Taurus, que abre a maioria dos parafusos do gabinete dos PCs mais comuns, fica guardada permanentemente no porta-canetas da minha escrivaninha, até.

Mas depois de experimentar alguns outros tipos de parafusadeira (incluindo uma Black & Decker em formato de furadeira, bem mais potente, cheia das regulagens de força e torque, mas que muitas vezes não cabia no ângulo certo dentro dos móveis e equipamentos em que eu precisava usá-la), acabei adotando com sucesso, e mantendo sempre carregada e pronta para uso, uma parafusadeira Black & Decker mais doméstica, com velocidade fixa e formato mais parecido com o de uma chave de fenda tradicional grande, similar à da foto. Embora tenha para vender em kits com até mais de 60 ponteiras ("bits"), eu preferi comprar um modelo básico (com 8 ponteiras e um adaptador) e depois complementar comprando kits pequenos que contivessem as ponteiras adequadas aos parafusos existentes na minha casa, e aí reuni-los em um estojo que cabe no bolso, na hora de ir à luta. O aparelho tem limitações, mas ainda não aconteceu de eu encontrar um parafuso que ele não conseguisse remover, ou apertar. Teve força suficiente até pra cravar parafusos nos painéis dos móveis.

 

Chave inglesa - eu tenho duas, para cobrir toda a gama de tamanhos necessários para a manutenção das bicicletas e os pequenos reparos domésticos. É uma ferramenta versátil e fácil de encontrar, embora haja muitas de má qualidade no mercado. E quando a operação é realizada na bancada, a chave inglesa normalmente é a minha segunda opção, pois prefiro usar as chaves combinadas, já calibradas e fixadas nas aberturas corretas.

 

Chaves de boca ou chaves combinadas - eu prefiro usar as chaves combinadas, como as da foto acima, embora isso exija ter um número maior delas para cobrir todas as aberturas necessárias. Cada um deve avaliar quais os tamanhos necessários em sua casa, mas eu noto que uso basicamente os tamanhos 10, 11 e 12. A vantagem da chave combinada é que, quando usamos o lado circular (e não o "de boca"), a aplicação da força sobre o eixo da peça que estamos girando é mais uniforme, e a possibilidade de deformação ou espanamento das extremidades da porca ou parafuso se reduz bastante.

 

Furadeira: Já foi a campeã de audiência, mas hoje temos tantas alternativas de fixação de objetos sem furação, que abrir um novo orifício na parede (com todos os danos e riscos associados) não precisa mais ser a primeira escolha. Mesmo assim, de vez em quando ela é a ferramenta certa para resolver algum problema.

Eu tenho um modelo doméstico comum, com fio, de impacto, com duas velocidades, e um pequeno conjunto de brocas para concreto, madeira e metal. Se fosse comprar hoje, escolheria uma daquelas que vem com escala de profundidade de furação e com função de parafusamento, mas não optaria por um modelo alimentado por baterias. O acessório indispensável é uma extensão elétrica de boa capacidade, bem isolada, sem emendas. Um acessório adicional pode ser um coletor de pó fixado junto à broca.

 

Nível: o olhômetro pode ser suficiente para preparar a fixação (especialmente se for sem furos) de quadros, prateleiras e outras peças que tenham apenas um ponto de apoio. Quando é necessário alinhar 2 ou mais furos, parafusos, fixadores adesivados ou outros acessórios, a precisão das ferramentas torna-se uma grande aliada. É possível fazê-lo só com esquadro e trena, mas o nível facilita o traçado e a verificação. Profissionais da fixação podem ter razão para preferir a comodidade de um nível traçador a laser, mas a maioria de nós resolve bem o problema usando um nível tradicional, de bolha, acompanhado de acessórios que dependem da ocasião: um fio de prumo, um esquadro, uma trena ou um lápis de carpinteiro.

 

Trena: por falar em olhômetro, a trena é indispensável na hora de medir ambientes e mobília. Eu tenho e uso bastante uma trena ultrasônica com mira a laser, mas o que ela me acrescenta é só praticidade, pois não tenho necessidade de medir nada que uma trena comum não resolva, e há diversas medições (por exemplo, de curvas) que o modelo eletrônico não faz. Para estas eu tenho um modelo tradicional da Tramontina de 5 metros, com trava, escala em centímetros e polegadas, e marcação em destaque nos decímetros.

 

Martelo: Eu aboli a inclusão de novos pregos na minha casa. Mas os que existem, muitas vezes precisam ser removidos, reinseridos ou, por qualquer razão, martelados. Esta é a razão de eu ter um pequeno martelo com unha, que serve tanto para arrancar quanto para, literalmente, martelar.

 

 
Chave de cano: esta é a ferramenta que eu menos gosto de usar. Quando uso, geralmente é um indicativo de que algum problema já ocorreu e exigiu minha intervenção. De qualquer forma, trata-se da ferramenta certa na hora de conectar e desconectar boa parte dos itens da rede hidráulica da casa.

Complementos:

  • Acessórios: fusíveis, lanterna, extensão, escada, estilete, pinça, tesoura, um bom canivete, estojo (com pregos, parafusos, buchas, porcas & arruelas), amarradores de cabos, lápis de carpinteiro, bancada, torno, grampos, adesivos, rotulador, fita isolante, fita de vedação, silver tape, conectores, cabos, testadores de corrente, etc., etc. - e mais antisséptico, esparadrapo, gaze e band-aid, em um recipiente separado e hermético, se o uso da caixa de ferramentas for externo - afinal, por mais habilidoso que você seja, acidentes acontecem!
  • Tudo o que ficou fora da lista: e é muita coisa! Eu não uso serras, por exemplo. Nem ferramentas de jardinagem. Mas conto com vocês para complementar nos comentários quais os itens que consideram indispensáveis e eu ignorei, ou esqueci ;-)

Claro que a lista de itens indispensáveis varia de pessoa para pessoa. Eu dispenso completamente as serras, por exemplo, mas para outras pessoas elas podem ser essenciais. E uma ferramenta adicional pode ser o número de telefone de um profissional que disponha das ferramentas e habilidades que lhe faltarem!

Minha caixa de ferramentas inclui bem mais itens do que os mencionados acima, mas ao invés de listar todos eles, preferi escolher os que considero essenciais, e agora conto com vocês para enriquecer a listagem com seus comentários!

Vale a pena fazer concurso público para uma cidade distante?

Convivo diariamente com pessoas que fizeram concursos públicos para locais distantes de suas origens, abrindo mão das suas raízes familiares e do conforto de morar em local conhecido, em prol de vantagens como a estabilidade no emprego ou o salário mais elevado do que conseguiria obter na iniciativa privada local.

Em muitos casos a situação é amplificada pelo fato de o concurso ser nacional, com pouco controle (por parte do candidato) até mesmo do estado em que será lotado, caso aprovado.

Para muitas pessoas, as vantagens compensam a distância e o possível desconforto causado pela diferença de costumes ou até mesmo de desenvolvimento regional. Outras têm facilidade de se adaptar e gostam da mudança, ou têm a felicidade de acabar indo atuar em um local que seria de sua preferência, mesmo em outras circunstâncias.

Mas há os casos de exceção: aquelas que acabam embarcando em um mundo de frustrações e insatisfação por estarem num local em que não desejariam, muitas vezes realizando atividades muito diferentes daquelas que sonharam, ou se prepararam, ou teriam potencial.

Para estas, um vencimento inicial de R$ 8.000,00 no contracheque não compensa itens como:

  • a distância da família,
  • a distância e ausência de contato com seus superiores hierárquicos e com a cadeia de decisões de seu órgão,
  • a impossibilidade de encontrar no mercado local itens comuns, como um iogurte ou a sua fruta predileta,
  • a impossibilidade de encontrar moradia no padrão desejado,
  • a necessidade de interromper o ciclo normal de seu desenvolvimento acadêmico,
  • a chegada das revistas semanais com 6 dias de atraso,
  • a Internet discada,
  • a distância de horas, por transporte incerto, até o centro de saúde mais próximo.

Claro que há infinitos motivos e níveis de gradação entre as extremidades da escala de satisfação. Pessoas que se motivam pela acolhida que recebem da população local. Pessoas que sentem saudade do litoral, ou da serra, ou do frio, ou do calor. Pessoas que não têm condições de levar a família consigo, por qualquer razão. Pessoas que descobrem novos interesses em sua carreira. Pessoas que encontram condições de trabalho que, ao invés de desafiar pela dificuldade, desmotivam pela impossibilidade. E muito mais.

Felizmente muitas pessoas conseguem se motivar e atuar em todas as condições acima, encontram sempre o lado positivo e ainda constróem uma vida produtiva e criativa para si e para os seus, mesmo quando o contracheque parece não compensar as circunstâncias.

Minha experiência pessoal neste sentido é muito positiva, embora nada extrema: passei em um concurso público federal (para pesquisa e desenvolvimento em telecomunicações) ainda na década de 1990, o que me levou a mudar de cidade (algo a que resisti muito) e acabou mudando minha vida e carreira de muitas maneiras - até mesmo me levando a buscar a graduação em Administração, e não na área de TI, como seria o desenvolvimento natural se as coisas tivessem mantido seu rumo original. Não fiquei muito tempo no emprego para o qual passei naquele concurso, mas quando saí de lá, minha vida já era outra.

E é deste tipo de experiências e expectativas positivas que o artigo "Mudar de cidade por estabilidade e salário vale a pena, dizem aprovados", publicado recentemente pelo G1, trata.

Nestes tempos bicudos em que aumenta a valorização da expectativa de estabilidade trazida pelos concursos públicos, este tipo de consideração pode ser muito interessante, ainda mais quando se considera que na maioria dos casos, as principais possibilidades de remoção ou transferência só podem surgir após completar o segundo (ou o terceiro) ano em sua lotação inicial.

Separei um trecho que, embora não seja brilhante na expressão de sua opinião generalizada sobre a temperatura e praias da região Sul, é bem ilustrativo:

Para Fábio Gonçalves, diretor executivo do curso preparatório Academia do Concurso, antes de mais nada o candidato deve questionar se a remuneração vale a pena.

“Muitas pessoas moram com a família ou em casa própria e têm vários benefícios na cidade de origem. Quando passam em um concurso e vão para a outra cidade, percebem que, com os novos gastos, terão um poder aquisitivo menor. Por isso, é muito importante fazer as contas, Às vezes, vale mais a pena continuar se preparando para um concurso mais próximo”, diz.

Ele afirma ainda que mesmo se a remuneração valer a pena é importante ter certeza de que vai conseguir viver bem longe da família e dos amigos.

“Se for um concurso com várias opções de localidade, é melhor escolher uma localidade que o candidato goste. Se ele gosta de praia e sol e não se adapta ao frio, não seria uma boa opção concorrer a cidades do Sul do país, por exemplo”.

Ele recomenda a quem está disposto a exercer o cargo público longe de casa que opte para concursos da área fiscal para nível superior e para os de tribunal para nível médio devido às altas remunerações.

Leia também: Concurso: 12 dicas testadas e aprovadas para passar.

Como identificar - e administrar - as tarefas invisíveis que acabam com o seu tempo

Na produtividade pessoal e na organização doméstica, as tarefas invisíveis são grandes inimigas dos prazos e da qualidade de tudo o que se planeja fazer.

Quem sabe como os shows de mágica funcionam e mesmo assim continua gostando deles, há muito não tem dúvida de que a invisibilidade, mesmo que não seja verdadeira, pode parecer muito real. E em geral ela é produzida com o auxílio de técnicas que se baseiam na nossa própria predisposição a ignorar o quadro geral quando prestamos atenção a algo que nos interessa - no caso, o jogo de cena que o mágico faz para que não vejamos o que realmente está acontecendo.

Com nossas atividades diárias, especialmente as rotineiras, muitas vezes acontece algo muito parecido: determinadas tarefas ocupam boa parte do nosso tempo e mesmo assim nós não as percebemos, a ponto de planejar nossos cronogramas como se elas não existissem.

Estas tarefas invisíveis ficam no nosso caminho dia após dia, e geralmente precisam mesmo ser feitas. O problema é que, como não as percebemos nem reconhecemos como sendo tarefas, nós não as administramos, e elas acabam sendo obstáculos da produtividade por várias razões, das quais destaco as principais:

  1. Como não as reconhecemos, não tentamos torná-las mais eficientes.
  2. Como não as identificamos, não as levamos em conta na hora de planejar o cronograma das demais tarefas.
  3. Como elas precisam mesmo ser realizadas, acabam prejudicando prazos e qualidade das demais tarefas.

Um exemplo clássico, citado em diversas obras sobre produtividade pessoal, são as atividades de comunicação, como retornar ligações e responder a e-mails. Quase todo mundo precisa fazer isso diariamente em sua vida profissional, mas mesmo assim muitas pessoas habitualmente agendam 100% do seu tempo para outras atividades, e depois acabam se surpreendendo quando não dá tempo de fazer tudo o que precisam. Aí atribuem pura e simplesmente ao excesso de atividades, embora uma boa parcela da culpa seja pela ausência do reconhecimento prévio de todas as demandas existentes.

Outro exemplo comum é a necessidade de realizar atividades bancárias. A não ser que você tenha a felicidade de poder delegá-las a alguém, é praticamente inescapável a eventual demanda por dedicar algum tempo a consultar extratos, fazer transferências, pagamentos e outras tarefas bancárias comuns. Felizmente hoje temos postos de atendimento com horário ampliado e a comodidade do home banking via Internet, mas mesmo assim, todos os dias, muitas pessoas perdem o horário limite para realizar pagamentos e transferências, e acabam tendo transtornos (ou até mesmo o horror dos horrores, que é a necessidade de ir até uma agência do banco emissor do boleto, devido ao vencimento) porque... não agendaram a tarefa, tornando-a invisível, imune a priorizações e outras formas de garantir que ela seja feita no prazo.

A mesma coisa ocorre no lar. Quando se planeja algum projeto doméstico de médio prazo, é comum agir como se as atividades aparentemente menos nobres do dia-a-dia (como passar roupa, limpar a geladeira, varrer a casa ou ir ao supermercado) fossem opcionais, ocupassem pouco tempo a ponto de serem desprezadas no cálculo, ou fossem comprimíveis. Depois o cronograma falha, é claro - não dá de abrir mão impunemente, e por longos períodos, das atividades domésticas essenciais.

Planejando a solução

Claro que tudo isso tem solução, começando a partir de um bom levantamento e reconhecimento das tarefas. Se você não tem certeza de como usa o seu tempo, experimente registrar por uma semana, e aí descubra a média, máximo e mínimo de atividades como responder a telefonemas e e-mails, pagamentos bancários, passar roupas, etc.

O próximo passo é uma escolha. Coloque cada uma das tarefas no paredão, e responda a si mesmo se ela precisa, de fato, ser realizada. Se sim, verifique se a periodicidade está adequada - às vezes repetimos uma tarefa com mais frequência do que seria necessário, sem notar.

Para completar, se estiver ao seu alcance, dê um acabamento luxuoso, delegando a mais alguém uma parte das tarefas identificadas. Esta comodidade não está ao alcance de todos, mas quando está, eventualmente é bastante apropriada a estas tarefas corriqueiras.

Depois de repensar seus cronogramas, é provável que você não ganhe tempo adicional para seu dia-a-dia. Mas ganhará efetividade, e reduzirá o stress, porque deixará de errar nas estimativas de tempo disponível para agendar e priorizar tarefas, e não mais vai acumular atividades causadas pelo agendamento tornado impossível pelas tarefas invisíveis.

Gripe suína: como evitar, sem pânico

Como prevenir a gripe suína ou "gripe A" é o assunto do momento. Com as notícias sobre a epidemia de gripe suína, a imprensa brasileira segue o ritmo ditado pela internacional, e já começa a falar sobre a possibilidade de o vírus H1N1 causar uma pandemia, a lembrar dos 40 milhões de mortes causados pela Gripe Espanhola em 1918-1919, e a listar um conjunto de sintomas iniciais que, naturalmente, lembram bastante o de uma gripe comum.

A consequência é óbvia: pessoas assustadas lotando postos de saúde, corrida desnecessária a vacinas, gente estocando remédios (ineficazes)... e não tenho dúvida de que nos próximos dias haverá gente "bem informada" andando de máscara cirúrgica no ônibus, com base na onda de terror causada pelo conhecimento, pela imprensa em geral, de que más notícias vendem jornais.

Por outro lado, caso este vírus chegue mesmo por estes lados, a presença de casos das gripes comuns certamente vai causar preocupação nos pacientes e familiares, o que acaba se traduzindo mesmo na ida (provavelmente desnecessária) ao posto de saúde, o que congestiona o sistema e atrapalha o processamento dos casos reais, que podem ser difíceis de identificar - quem vai querer esperar o desenvolvimento do quadro clínico de seu filho antes de levá-lo ao atendimento? - e assim as filas nos postos de atendimento crescem naturalmente.

Por esta razão, a recomendação divulgada desde a noite de domingo para que os brasileiros tomem medidas preventivas contra a gripe em geral faz sentido de duas maneiras diferentes: as medidas, quando possíveis, também ajudam a prevenir a gripe suína, e além disso reduzem este efeito do "falso positivo" gerado por casos de gripes comuns.

E as medidas preventivas "genéricas" divulgadas pelo CDC (o órgão dos EUA responsável por prevenir e combater epidemias, entre outras atribuições) contra a gripe suína são bastante acessíveis.

Traduzi livremente as 5 precauções listadas pelo CDC:

  1. Cobrir nariz e boca com um lenço descartável ao tossir e espirrar, jogando o lenço numa lixeira em seguida.
  2. Lavar as mãos frequentemente com água e sabão, ou com produto de limpeza à base de álcool.
  3. Evite tocar seus olhos, nariz e boca (especialmente após tocar em maçanetas, corrimões, etc.).
  4. Evite contato com pessoas infectadas, pois o vírus é transmitido de pessoa para pessoa.
  5. Se você ficar doente, fique em casa, não vá ao trabalho ou à escola

Esta última recomendação é importante: no México, onde o número de casos é maior até o momento, as aulas foram suspensas até o dia 6 de maio, para reduzir oportunidades de contágio no transporte público e nas próprias escolas. Ir ao trabalho estando com os sintomas de gripe, por lá e neste momento, é colocar em grave risco todos os colegas, clientes e parceiros.

No Brasil, a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) esclareceu que não há motivo para pânico, e que o país está preparado para lidar com o vírus - e que apenas pessoas que viajaram para as áreas afetadas, ou tiveram contato com quem viajou, devem procurar atendimento médico especial caso desenvolvam sintomas de gripe.

Vale conhecer, entretanto, as medidas de prevenção individual que estão sendo recomendadas nos meios de comunicação do México - especialmente para evitar que você se antecipe de forma errada, estocando remédios ou tomando vacinas ineficazes. As precauções recomendadas aos mexicanos (onde há razões mais concretas para se prevenir) são:

  1. Usar máscaras que cubram o nariz e a boca ao sair à rua.
  2. Não propagar o pânico, nem exagerar as indicações das autoridades, pois são medidas preventivas.
  3. Não cumprimentar com apertos de mão, abraços ou beijos, em especial na presença de pessoas infectadas.
  4. Não se dirigir aos centros de saúde exceto quando estritamente necessário.
  5. Lavar as mãos com sabonete ou gel antisséptico com frequência.
  6. Manter-se afastado das multidões, incluindo concertos, parques e teatros.
  7. Não fumar, ou reduzir o fumo, para ajudar a prevenir doenças respiratórias.
  8. Comer frutas ou alimentos ricos em vitamina C para aumentar as defesas do organismo.
  9. Manter as janelas abertas e permitir a ventilação dos locais de trabalho e atividade.
  10. Lavar bem os talheres e utensílios, e evitar compartilhá-los.
  11. Postergar reuniões e encontros sociais.
  12. Evitar exercícios ao ar livre ou em centros esportivos muito frequentados.
  13. Estar atento a alertas disseminados pelos meios de comunicação.

Coloquei a segunda delas em negrito, porque não falta quem encontre explicações religiosas ou conspiracionais ("tá na cara que é coisa do Osama!", ou do Bush, ou dos reptilianos, ou da PF, etc.) para este tipo de situação, e este tipo de comportamento pode piorar a situação ao aumentar demandas, baixar o moral ou mesmo reduzir a credibilidade dos alertas e recomendações oficiais.

IRPF 2009: Você já declarou o Imposto de Renda?

Imagino que boa parte dos leitores habituais do efetividade não sofram da Síndrome do Estudante, que é a compulsão para fazer as suas obrigações apenas no limite do final do prazo. Mesmo assim, como a Receita divulgou na sexta-feira que ainda faltava receber mais de 40% das declarações, assumo que alguns de vocês ainda estão com esta pendência.

Resumos de normas sempre acabam deixando alguma coisa de fora, mas o Terra publicou um apanhado interessante sobre quem são as pessoas obrigadas a declarar este ano, até 30 de abril:

Deve entregar a declaração de Imposto de Renda da Pessoa Física o contribuinte que, em 2008, teve rendimentos tributáveis superiores a R$ 16.473,72 e produtor rural que obteve receita bruta de sua atividade em valor superior a R$ 82.368,60.

Também precisam declarar aqueles que receberam rendimentos isentos (como FGTS), não-tributáveis ou tributados exclusivamente na fonte (como 13º salário), cuja soma foi superior a R$ 40 mil. Quem teve a posse ou a propriedade, em 31 de dezembro de 2008, de bens ou direitos, inclusive terra nua, de valor total superior a R$ 80 mil também precisa prestar contas.

Outra condição que obriga a entregar a declaração é para o contribuinte que participou, em qualquer mês do ano passado, do quadro societário de empresa como titular, sócio ou acionista, ou de cooperativa, e que obteve, em qualquer mês, ganho de capital na alienação de bens ou direitos, sujeito à incidência do imposto, ou realizou operações em bolsas de valores, de mercadorias, de futuros e assemelhadas.

É o seu caso? Fique ligado, então, nesta longa coleção de dicas, classificadas por assunto, que o G1 publicou para sua conveniência. Eu até separei algumas delas, que explicam alguns detalhes sobre como autônomos - e blogueiros - devem declarar o IRPF.

No meu caso, a declaração é longa e tediosa, cheia de fontes pagadoras "picadas" e de pagamentos realizados por mim que precisam ser declarados. Mas eu me organizo para isso durante o ano inteiro, colocando os documentos relevantes todos nas mesmas pastas e tomando nota de todas as informações que sei que precisarei usar na declaração do ano seguinte.

Aprendi isso depois de muito me incomodar por não encontrar, na hora H, notas e valores cujo preenchimento é obrigatório, ou os totais e comprovantes relativos a descontos e abatimentos.

A minha forma de não me perder, nem me incomodar mais do que o necessário com estes dados ao longo do ano inteiro, está publicada aqui: "Imposto de Renda: como declarar do jeito fácil - no ano que vem!" - e pretende facilitar a vida até mesmo de quem recorre a um profissional para preencher sua declaração.


Benjamin Franklin

Benjamin Franklin disse que nada pode ser dado como certo no mundo, exceto a morte e os impostos. Só que ter de declarar e recolher pode ser obrigatório, mas sofrer mais do que o necessário com a declaração, por não colocar em prática um mínimo de organização durante o ano fiscal não é obrigação, é apenas uma penalidade aplicada a quem não toma esta iniciativa na hora certa ;-)

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